30.4.11

Um bom papo regado a cerveja gelada e peixe frito

Só pra dar água na boca (ainda não é o do Gondim)
A Quinta do Peixe está de volta em novo endereço. A notícia foi comemorada, ao ser recebida via internet, principalmente por quem já estava acostumado e sentindo falta dela, que se tronou  uma ocasião propícia ao encontro com os amigos  para bater um papo, enquanto saboreia-se um peixinho frito, na Cidade Velha, onde funcionava, no bar Gabi.

Frequentada por artistas, jornalistas, publicitários, poetas e músicos, além de todos aqueles que gostam de um bom papo molhado, a Quinta do Peixe, comandada pelo ator, diretor, documentarista e jornalista José Carlos Gondim, retoma suas atividades à beira do óleo borbulhante, na próxima semana. 

Tudo será como antes, mas em novo endereço, no Bar e Restaurante Dom Câmara. E quem quiser ir conferir, nem precisa esperar, pode dar o esquenta desde já,pois espaço inaugurou, nesta sexta-feira, 29 de abril.

Parceria entre Andréa Holanda, André Câmara Rezende e Gondim, o bar está só inaugurando. Vai abrir para almoço e das 17h à meia noite. De acordo com os sócios, este será só o começo e muito ainda está por vir.

“Vai ficar melhor a cada dia, podem crer! É um novo espaço que estamos montando, procurando manter o clima de encontro e de papos entre amigos que tínhamos lá no Gabi, na Cidade Velha”, diz Gomdim em convite enviado pela internet para um grupo de amigos.

De acordo com ele, o Dom Câmara oferece “comidinhas variadas (principalmente aquele peixinho frito, especialidade regional) e cerveja geladinha (com certeza!!)”. Gondim informa que volta também “aquele caldinho especialidade da casa acompanhando a dourada frita”, descreve.

Pastel de jambú!
Boa vizinhança - Indico. Mais ainda aos que gostam de freqüentar circuitos  do tipo boêmio e musical, em Belém. O Dom Câmara fica na mesma quadra que o Espaço Boiúna, mais conhecido como Bar do Mário, em endereço contrário, na Pariquis, entre Padre Eutíquio e Apinagés.

O bar é freqüentado principalmente, por músicos e cantores como Vital Lima, Pedrinho Callado, Andreia Pinheiro, Floriano, Elton Brandão, Delcley Machado, Toninho Abenatar e Marcelo Pyrul, entre tantos outros. Música ao vivo, garantida. Além disso, o Boiúna está participando do concurso Comida di Boteco, com uma porção de pastéis que trazem como recheio, simplesmente, o jambú, típico da culinária paraense. O “Jambúiuna” é uma delícia!

Como deu para perceber, estamos cercados. De um lado pelo peixe frito especialidade da casa e no outro, por estes maravilhosos pasteizinhos (fritinhos e sequinhos, no ponto!). Ai, ai, se abrir mais um bar por ali, com cardápio deste gênero, vou achar que está se configurando um novo Triângulo das Bermudas, em Belém, só que desta vez, gastronômico. O anterior, nos anos 1990, compreendia o Bar Degrau, o Manga Café e o Bar Café Cosanostra (ainda na ativa), na Trav. Beijamim, entre Braz de Aguiar e Gentil. Lembram? Alguns não, imagino. Quem caia lá, se perdia, não tinha jeito (rs).

Serviço
Restaurante e Bar Dom Câmara. Rua Pariquis, 1512 (esq. com Apinagés). Das 11h às 15h para almoço, bufê de comida caseira. Das 17h até 24h, barzinho. Tels.: (91) 3223-3846 / 8115-1171 / 9608-6281.

EntreAtos mostra técnicas circenses e do teatro do rua e promete um domingo mais colorido

A EntreAtos Cia de Arte apresenta em vários espaços da cidade, neste domingo, dia 1º de maio, o espetáculo “Exercício número II - Bufo e Zitinha”. 

Anote os horários e os locais, é tudo com livre acesso. A partir das 9h, na Praça Batista Campos, em seguida, às 11h, no Afiteatro da Praça da República e às 17h, no Forte São Pedro Nolasco, na Estação das Docas.

Durante o mês de maio, o grupo se apresentará aos domingos, sempre às 9h, na Praça Batista Campos e às 11h,  no anfiteatro da republica.“Exercício número II - Bufo e Zitinha” é fruto da pesquisa desenvolvida pelo grupo, sobre teatro de rua e técnicas circenses/palhaço. Desta vez, a relação e troca ininterrupta com o publico são fundamentais para que o espetáculo aconteça. Além das gags tradicionais de circo, o grupo exercita, ainda, a manipulação de bonecos e músicas executadas ao vivo.

Tudo começa quando os dois palhaços, Bufo e Zitinha, se encontram. Ela diz que vai se apresentar alí naquele lugar, mas Bufo não gosta nada da idéia, já que também veio pra se apresentar. Decidem então fazer uma pequena disputa e deixar o público decidir quem vai apresentar seu espetáculo.

“Essa disputa é, na verdade, apenas uma desculpa, para que esses dois palhaços armem suas confusões para ver quem chama mais a atenção do público”, explica Jhonny Russel, que integra o elenco ao lado de Lú Maués. Na charanga, está Emerson de Souza. A cenografia e adereços são da EntreAtos Cia de arte, com direção geral de Jhonny Russel.

Sobre a EntreAtos - A EntreAtos Companhia de Arte foi criada a partir da necessidade de agregar em um só grupo diversas linguagens artística, os artistas desta Companhia atuam em várias ramificações das artes cênicas como: Teatro, Teatro de Boneco, Dança, Circo; da Música e das Artes Plásticas. Mais como reunir isto tudo em uma coisa só? Descobrimos que a resposta vinha das ruas, nosso maior palco, capaz de comportar a todos. É na rua que fazemos Teatro e o nosso Teatro de Rua conversa com toda essa diversidade de linguagens e artistas desvelando o objeto principal de nossa pesquisa de linguagem.

A Companhia surgiu oficialmente em Junho de 2003 com a estréia do esquete de teatro de bonecos: “ Quero Ser o Senhor Z ” no espaço cultural "Coisa de Negro" em Icoarací. Sendo este no mesmo ano contemplado com o prêmio “Jovem Artista“ no projeto Cobra Criada da Fundação Curro Velho. 

Também em 2003 a Companhia resgatou para a cena teatral da cidade o espetáculo "O Circo em Família", sucesso de público e crítica, esse trabalho foi levado á cena em 2001, ficando um ano e meio em cartaz na sua primeira temporada, conquistou o prêmio "Amazônia Celular de Melhor Criação Coletiva" e recebeu outras quatro indicações no “I Festival Paraense de Teatro”. Hoje integrado ao repertório de espetáculos da EntreAtos “O Circo em Família” iniciou a pesquisa da companhia pela linguagem do Teatro de Rua.

Tempos depois a Companhia mergulha fundo em sua linguagem e no imaginário popular para criar “Estórias de Vagalume”, espetáculo inspirado no sonho de ver um dia brincar na rua, um boi chamado Vagalume, o espetáculo faz um importante homenagem da cultura tradicional do Boi-Bumba. 

 Com texto original e trilha sonora especialmente composta para a peça, esse trabalho marca a consolidação da EntreAtos como uma companhia com pesquisa de linguagem autoral e original no Teatro de Rua de Belém do Pará.

Através do Projeto SESC Amazônia das Artes, em 2009 a Entreatos participou de uma circulação com espetáculos do seu repertório pelo estado de Roraima sendo bastante aplaudido pelo público que prestigiou a passagem da companhia por lá.

Mais informações e contato com o grupo: 91 8816 – 6133.

29.4.11

Palhaços Trovadores alegram Dia do Trabalhador

Desde a temporada de estreia, na então recém inaugurada Casa dos Palhaços (Travessa Piedade, 533,c/a Tiradentes), em setembro do ano passado, “O Menor Espetáculo da Terra” já esteve em cartaz várias vezes e está de volta em mais um oportunidade para ser visto, neste domingo, 1º  de maio, a partir das 10h, no Centro Cultural Sesc Boulervard.

Começa o espetáculo e os palhaços estão desolados. Ao invés de roupas coloridas, o branco e, até mesmo o nariz vermelho, que tanto  os caracteriza, perdeu a cor. Eles foram abandonados pelo circo em que trabalhavam. É suspiro pra lá, suspiro pra cá, uma tristeza só, quando de repente, vê-se os semblantes iluminarem-se a partir do momento em que eles começam a sonhar.

Uma voz onipresente (gravação do próprio diretor do grupo Marton Maués), como se fosse o inconsciente coletivo dos palhaços, fala com eles e com o público.  Aos poucos, mexendo com  suas vaidades, a voz vai expondo também as fraquezas de cada um dos palhaços, até que depois os estimula a investir no delírio de montar um circo só para eles.

O ambiente enche-se de magia e vai surgindo um novo circo, em formato bem menor e a partir da manipulação de bonecos, que representam alguns dos números mais admirados pelo público.

Temos a palhaça Neguinha (Alessandra Nogueira), que sonha ser uma patinadora no gelo, Feijão (Marcelo David), que deseja ser domador de leões, Pipita (Cleice Maciel), querendo ser uma contorcionista e Bumbo Tchelo (Marcelo Vilela), um trapezista, além do palhaço Xuxo (Isaac Oliveria), que sonha em se equilibrar no arame.

Inicia a brincadeira. Malas e trouxas se transformam em picadeiro (a bancada do manipulador) e o sonho de cada palhaço se materializa nos bonecos. São eles em cena, alguns dos Palhaços Trovadores, que manipulam os bonecos que fazem um espetáculo em miniatura, trabalhando a linguagem do Clown, onde reside a pesquisa do grupo e a do teatro de formas animadas, incorporada a partir da parceria com o  bonequeiro, cenógrafo e professor Aníbal Pacha, do grupo In Bust Teatro com Bonecos, convidado a dirigir o espetáculo.

Entre um número e outro, espécie de cena-sonho de cada um, uma pequena intervenção clown é mostrada e interage com a plateia até que finalmente, após muitas palhaçadas, eles estão felizes novamente, recuperam o nariz vermelho e enchem de alegria o coração do público.

Atuando na valorização da cultura popular e utilizando-se de elementos tradicionais do nosso folclore, os Palhaços Trovadores é pioneiro quando se trata da pesquisa da linguagem clown no Pará, mesclando referências oriundas do palco e do circo, que é desenvolvida por eles há 12 anos. O Menor Espetáculo da Terra é sua montagem mais recente. Não perca.

Serviço
Senhoras e senhores, o Centro Cultural SESC Boulevard tem o prazer em apresentar “O menor espetáculo da Terra”, que será encenada pelos Palhaços Trovadores. O espetáculo estará em cartaz apenas no dia 01 de maio. A encenação inicia a partir das 10 horas no SESC Boulevard, que fica localizado no Boulevard Castilho França, n°522/523, em frente à Estação das Docas. A entrada será franca. Informações: (91) 3224-5654/5305.

Festival de teatro de rua recebe inscrições de grupos de teatro, circo e dança

In Bust apresentou Fio de Pão, no festival de 2010
O Amazônia Encena na Rua  vai acontecer em julho, na cidade de Porto Velho, Rondônia e está recebendo propostas de grupos  e companhias da Amazônia Legal  que queiram integrar a programação do evento. Os interessados devem enviar material para a coordenação até dia 10 de maio.

Espaço de trocas e compartilhamento, o evento tem como foco desenvolver vários conceitos, entre eles a formação de público e mídia espontânea. No ano passado, através diversas redes sociais o festival atraiu a atenção de 400 mil pessoas. E teve um público presente de 42.500 pessoas.

Em 2010, o diretor do Grupo Tá na Rua, Amir Hadad, que esteve em Porto Velho, disse que ficou surpreendido com o evento. “Por suas características urbanas Porto velho é uma cidade apta a acolher em seus braços e praças a manifestação livre e espontânea da cidadania, através de seus ritos e celebrações culturais. Os moradores e advindos de outras regiões também, trazem consigo manifestações, em algum lugar, de sua etnia e Identidade Cultural”, afirmou.

Para ele o Amazônia em Cena na Rua é promissor, jovem, vibrante, transformador. “O evento tem as características necessárias para promover o desenvolvimento de uma política cultural de ocupação dos espaços públicos urbanos e devolve-los para o convívio e valorização da cidadania e da cidade”, disse.

Público infantil comparece em peso
Inscrição - Os grupos interessados deverão encaminhar o material do grupo para o e-mail da Associação Cultural O Imaginário, identificando no assunto: Inscrição Amazônia Encena na Rua, com o nome do Estado, até o dia 10 de maio.

É necessário anexar o Histórico do Grupo-CIA (máximo 10 linhas), Sinopse (máximo 10 linhas), Relação dos integrantes que compõem o trabalho, com os respectivos documentos de identificação (RG e CPF), fotos e outros materiais, com link de site e youtube, se houver.

“Devidos as demandas e os elevados custos das passagens e demais item que compõem o Festival como alimentação, hospedagem, transporte temos que antecipar as negociações para que com o orçamento que temos possamos realizar o nosso grande encontro”, avisa Chicão Santos, da coordenação do festival.

Luê encerra temporada do show "Tu Já Rainha" no Centro Cultural do Sesc

Luê e sua rabeca, em foto de Bruno Pellerin
Filha do compositor bragantino Júnior Soares,  ela é acompanhada pelos músicos Rafael Barros (percussão), Renato Torres (guitarra), Rubens Stanislaw (contrabaixo) e do próprio pai  (violão), além de sua rabeca instrumento que aprendeu a tocar ainda menina observando  os mestres da Marujada de São Benedito de Bragança. 

Durante este mês, sempre aos sábados, Luê Soares mostrou ao público canções de seu universo particular. Músicas que ela se sente segura para cantar e reinventar. 

Há canções de compositores já firmados no cenário da música paraense como Ronaldo Silva (Dunas da Princesa), Júnior Soares (Tu  Já Rainha) e Nilson Chaves e M. Minari (Ave Manhã), além de interpretar os novos talentos da terra, como Sei Lá, de Felipe Cordeiro, Saara, de Arthur Espíndola, Tempo Invertido, de Renato Torres e Delicadeza, de Juliana Sinimbú.  

“Pra mim, que tenho pouco tempo de carreira, fazer um show solo está sendo maravilhoso. A proposta do show é um trabalho que eu já queria fazer, e então surgiu a oportunidade de fazê-lo no Sesc Boulevard, que, diga-se de passagem, é um lugar ótimo!”, avalia Luê.

Paraense, nascida em Belém, Luê já havia subido ao palco, em 2009, durante um evento do grupo Arraial do Pavulagem. Mas é este “Tu já Rainha”, o primeiro show oficial da carreira de Luê, 22, que precisou de uma pequena pressão do amigo Arthur Espíndola para encarar o desafio.

“Fui cantar no show do Arthur no final do ano passado, e, logo em seguida, comecei a fazer o circuito de bares. Acho importante cantar em bar. Bar é uma escola, porque te ajuda a dialogar com o público”, afirma a cantora.

Não deixe de conferir, então, neste sábado, 30, a partir das 19h, o show “Tu Já Rainha”, de Luê. Soares O Centro Cultural do Sesc Boulevard fica na Rua Boulevard Castilhos França, número 522, em frente à Estação das Docas. A entrada é franca. Mais informações: (91) 8401-8286.

(com informações de Yorranna Oliveira)

Espetáculo “As Gatosas” volta em cartaz no Teatro Cuíra

Elenco agora tem Vânia de Castro
Até quase no final do século passado, mulheres com 50 anos eram vovós, senhoras de respeito,  voltadas para o lar. A vida se encerrava em termos sociais e profissionais. Mas a revolução de 60 e 70 mudou tudo. Sabe o que acontece, hoje, se ousar chamar uma mulher de 50 de “senhora” ou “titia”? Vá ao Cuíra para ver.

As mulheres “cinquentinhas”, estão em altos postos de comando nas grandes empresas, são conhecidas por sua beleza, cultura e participação efetiva na sociedade, no dia a dia de todos. E quem são essas mulheres? Quais suas dúvidas, seus medos, seus amores, suas apostas?

O Grupo Cuíra decidiu investigar, reunindo quatro mulheres nessa faixa etária, para conversar e gerar a comédia “As Gatosas”, escrita em parceria por Vera Cascaes e Edyr Augusto. A primeira temporada, ano passado, já foi um sucesso.

Agora, as gatosas estão de volta, com uma novidade. Saiu Vera Cascaes, uma das autoras, substituída por Vânia de Castro que se junta a Olinda Charone, Sandra Perlin e Sonia Alão, dirigidas por Edyr Augusto.

Em pouco mais de 60 minutos, elas, no papel de “gatosas” amigas de colégio na adolescência, resolvem matar as saudades em um encontro. E discorrem sobre amor, menopausa, alegrias, tratamentos e vida, claro, tudo com muito humor.

O espetáculo conta com iluminação de Malu Rabelo, Sueli Brito como contra regra e Zê Charone na produção. Cenário e Figurinos de Ézia Neves, Produção de Zê Charone.

Serviço
Em cartaz a partir de 29 de abril, sextas, sábados (21h) e domingos às 20h, no Teatro Cuíra, agora climatizado. Na 1º de Março, esquina da Riachuelo. Ingresso: R$ 20,00, com meia entrada para estudantes.

'O folhetim das Sánchez' explora o universo feminino

O escritor paraense João Bosco Maia realiza nova noite de autógrafos do livro “O folhetim das Sánchez (do luar às flores)”, lançado em março pela Editora Paka-Tatu. O evento ocorre no dia 29 abril, na Livraria Saraiva, em Belém, a partir de 18h30.

Na obra, João Bosco mergulha no universo feminino para retratar a vida de Lorena Sánchez, cujo destino foi seguir a trajetória das mulheres da família – a mãe e a avó foram prostitutas, delineando uma geração de cortesãs analfabetas. 

A prostituta espanhola é vendida em um leilão aos 14 anos de idade. Aos 23, Lorena chega ao Brasil. Toda a história é contada por Lorena, que começa a narrativa aos 80 anos de idade, durante a viagem de volta num navio à Espanha. E durante o retorno para casa, a prostituta descreve o relacionamento com os homens e o contato com os livros.

“Este Folhetim deve ser tomado como romance que requer várias dimensões de leitura. Abre-se em vários temas. Todos graves. Relata a vida de mulheres suprimidas. Mas ultrapassa o mero contar para instalar-se no rol da arte literária vigorosa, que fortifica e excita à arte, enquanto sonha mais alegria e glória a homens e mulheres em conjunção e encontros mais lúcidos, com mais enlaces, com mais alegria”, afirma, a doutora em Letras Amarílis Tupiassú no prefácio do livro.


Sobre o autor -  João Bosco Maia nasceu na cidade de Marituba, Região Metropolitana de Belém, é licenciado em Letras pela Universidade Federal do Pará e pós-graduado em Administração Pública (Gestão de Pessoas) pela Universidade Gama Filho. Lecionou literatura e língua portuguesa em escolas públicas e privadas em Belém e em outras cidades do interior. Atualmente, Bosco, é funcionário público, exerce a função de analista do seguro social no INSS, em Santa Izabel.

João é autor dos livros “Olhai por nós”, “Memórias quase póstumas de um ex-torturador" (premiado pelo Instituto de Artes do Pará, em 2006) e “As cartas anônimas de Robledo”. Todos podem ser encontrados no seu site, com versões digitais para download.

O trabalho de Bosco é definido por ele em duas fases: a primeira inicia no período pré-acadêmico e vai até o fim do curso de Letras, quando apresenta o romance ‘Clareira’ como Trabalho de Conclusão de Curso. “Chamo essa fase de engatinhas literário, em que minha produção era compilada artesanalmente”, lembra o escritor. A segunda fase, já denominada de ‘fase adulta começa a publicação do romance “Olhai por nós”, em 2006. E segue até hoje.
Acompanhe o trabalho de João Bosco Maia pelo blog – http://joaoboscomaia.blogspot.com


Serviço
Noite de autógrafos do livro “A folhetim das Sánchez (do luar às flores)”, de João Bosco Maia
Nesta sexta,  29 de abril, às 18h30, na Saraiva Megastore, Boulevard Shopping Belém, na Avenida Visconde de Souza Franco, 776, bairro Reduto.

(Com informações da Editora Paka Tatu)

27.4.11

Leo Gandelman apresenta o show “Naturalmente” em Belém

Saxofonista, produtor, compositor e arranjador, Leo Gandelman está chegando a Belém para apresentar-se neste sábado, 30, no Ginásio do SESC Doca. Além de músicas do repertório da carreira, o músico promete mostrar composições novas. Vale conferir!

Leo Gandelman é um artista da música instrumental. Em “Naturalmente”, ele mistura standards da MPB, com composições próprias que mais marcaram sua carreira

Acompanhado por um trio (piano, baixo e bateria), que terá participação de Serginho Trombone, um dos músicos mais importantes da MPB contemporânea, ele também vai apresentar músicas inéditas, que está preparando para o seu próximo CD.

O impulso para a música instrumental veio da família. Leo é filho de uma pianista clássica e de um maestro e aos 15 anos já era solista da Orquestra Sinfônica Brasileira, e teve a oportunidade de consolidar sua formação clássica através dos seus estudos no Berklee College of Music, nos Estados Unidos.

A carreira solo iniciou em 1987, quando foi influenciado pela música brasileira e pelo Jazz. A versatilidade e a criatividade são características do músico, o que fez com que ele fosse eleito durante 15 anos consecutivos o Melhor Instrumentista Brasileiro pelo concurso, “Diretas na Música”, promovido pelo Jornal do Brasil do Rio de Janeiro.

O último trabalho de Gandelman foi em 2008, quando lançou o CD e o DVD “Sobre Você”, gravação em que reúne artistas de peso da Música Popular Brasileira, como Chico Buarque, Ney Matogrosso, Milton Nascimento e Caetano Veloso. Leo, entre CD’s, DVD e coletâneas, já alcançou a vendagem de 400 mil cópias em toda a sua carreira.

Serviço
Show “Naturalmente”, do saxofonista Leo Gandelman. No dia 30 de abril, a partir das 20h. Os ingressos custam R$10, com direito a meia entrada para estudantes e comerciários, mediante a apresentação de carteira. Vendas no SESC Doca (Rua Senador Manoel, 1873) e nas Lojas Ná Figueredo. Mais informações: (91) 4005-9500 e 3224-8948 (SESC Doca).

26.4.11

Prelúdio das Vampis volta em cartaz no cine-teatro Líbero Luxardo

Todo mundo está acostumado a ir no Líbero Luxardo para ver cinema, claro. Mas desde que foi criado, o espaço é chamado de cine-teatro. Por tanto, é lá que entra em cena, nesta quarta-feira, 27, o espetáuclo das três vampis que amam a juventude. Não perca!

Prelúdio estreou mesmo em março, ficando em  cartaz no Teatro Cláudio Barradas. Desta vez serão quatro apresentações desta quarta, 27 a sexta-feira,  29, às 21h e no sábado, 30, às 21h30. Haveria, sim, uma quinta apresentação no domingo, dia 1º de maio, mas foi adiada.

No palco do Cine-Teatro Líbero Luxardo, no Centur, o espetáculo ganhou novos ares. “Ontem ensaiamos lá  e a impressão é que por causa desta mudança de palco, é outro espetáculo, com novas movimetnações em cena. Quem for vê-lo novamente, vai perceber isso”, diz a atriz Andreia Rezende que interpreta a vampi Mary Happy Reggae.

Mary, Calcúrnia Absalém (Maíra Monteiro) e Kaliope Rivas (Ronalda Salgado), ao lado de André Reis (Pastor Erimateu e Fausen Raian) e de Luan Pinheiro (o entregador de bebidas), prometem arrancar boas gargalhadas do público. 

A montagem da Companhia Tragicômica tem patrocínio da Yamada por meio da lei Semear, com produção de Zezé Caxiado, direção de Cláudio Melo e texto original da escritora paraense Edna Cabral. Na história, Calcúrnia, Mary Happy e Kaliope, já com seus três séculos de vida eterna, não deixam que ninguém saiba a idade real delas e cuidam-se para parecerem cada vez mais novas. 

No entanto, a “maldição” de viver para sempre é também uma constante ameaça à beleza, por isso, elas não se cansam de ir em busca de um elixir milagroso. Para conseguir o que querem, elas aprontam muito e acabam cometendo alguns delitos, como aprisionar os meninos que entregam mercadorias à domicílio, para deles obter  o sumo da juventude. Mas não espere ver sangue, mordidas em pescoço. Estas vampis são mais modernas e reais do que você imagina.

No desenrolar da trama, a mais sofisticada, Calcúrnia, de estilo anos 50, está recebendo suas amigas em casa para uma festinha. Kalíope, modelão Tecnomelody, é a primeira a chegar e sente logo que algo está estranho. Esperta, ela inicia logo uma investigação dentro do apartamento da amiga. 

As duas são interrompidas por um estranho visitante, o Pastor Erimateu, que não será bem
vindo e acabará com um final que poderia ser cômico se não fosse trágico. Tudo porque ele começa, sem saber com quem estava se metendo, a pregar a palavra de deus contra as vampis.

A confusão aumenta quando entra em cena a transloucada Mary Reggae, encarnando o tipo anos 70, armada com muitos incensos, e dando o clima da cena. É ela quem traz para a festa um velho amigo Tuareg que, apesar de ser bem vindo, está por acabar com a festa.

O espetáculo traz momentos de extrema comicidade, que é enfatizada pela atmosfera misteriosa realçada pela cenografia criada por Nando Lima, e pelos figurinos que abusam de perucas de vários estilos e a trilha sonora, que marca a época de cada uma das personagens. É diversão garantida.

Prelúdio das Vampis é o terceiro espetáculo dirigido por Cláudio Melo, ator que há 20 anos vem atuando na cena teatral de Belém. Ele conta que ao entrar em contato com o texto de Edna Cabral, escrito nos anos 80, percebeu de imediato um elo com a contemporaneidade ao abordar o tema da busca da juventude.

“Estamos contando a história de três vampiras que vivem há mais de 300 anos, mas é também algo que vemos nos dias de hoje, principalmente entre as mulheres, sempre dispostas a experimentar fórmulas milagrosas, oferecidas pela indústria da beleza”.

As três vampis são amigas de longa data e põe longa nisso, afinal são três séculos de convivência e não por acaso elas brigam o tempo todo. E é aí que reside boa parte do humor que o texto traz, segundo o diretor.

Ficha Técnica

Texto: Edna Cabral
Direção: Cláudio Melo
Cenografia: Nando Lima
Concepção de Sonoplastia: Cláudio Melo
Produção: Zezé Caxiado
Maquiagem: Luiz Gonzaga
Contra-Regra: Lu Silva
Operador de luz: Thiago Ferradaes
Operador de som: Lucas Salgado
Divulgação e fotos: Luciana Medeiros
Arte: Júlio Cristóvão

Elenco

Maíra Monteiro - Calcúrnia Absalém
Ronalda Salgado - Kaliope Rivas
Andreia Rezende - Mary Reggae Apple
Luan Pinheiro - Entregador
André Reis - Pastor Arimateu e Fausen Raian
Patrocínio - Lei Semear - Y Yamada
Apoio Cultural: Escolas de Danças Clara Pinto.

Serviço
Prelúdio das Vampis. Em cartaz nos dias 27 a 29, às 21h e no sábado, dia 30, excepcionalmente, às 21h30. No cine-teatro Líbero Luxardo do Centur (ao lado do teatro Margarida Schivasappa) - Av. Gentil Bittencourt, entre Rui Barbosa e Quintino. Ingresso: R$ 10,00 com meia entrada para estudantes. Indicação 16 anos. Patrocínio: Lojas Yamada, por meio da Lei Semear. Apoio cultural: Escola de Dança Clara Pinto. Mais informações: 8146.6560 e 8134.7719.

Cacau Novais inicia temporada no Municipal

Cacau Novais (foto: Márcio Monteiro|)
Anote aí a dica. A cantora Cacau Novais volta a se apresentar nas noites de Belém, após quase dois anos sem cantar em bares. A intérprete inicia no próximo dia 1º de maio uma temporada que irá se estender por quatro domingos de muito jazz, bossa nova, samba e salsa, no Bar Municipal.

Segundo Cacau, dona de uma bela voz, o repertório é eclético. “Vou fazer canções de Tom Jobim, Vinicius, Baden Powell, Cole Porter, Gershwin”, diz a cantora que será acompanhada pelo violonista Bob Freitas. 

Cacau também é atriz e arte-educadora, tendo iniciado a carreira cantando música de igreja, através da qual adquiriu afinidade com a música negra norte-americana. Aperfeiçoou-se estudando canto lírico e participando de grupos corais como o Madrigal da Uepa e o Coro Carlos Gomes.

Em 2006, participou do CD Waldemar Inédito e Raro Henrique 2, lançado pela Secretaria de Cultura do Estado com show no Theatro da Paz. Entre os trabalhos mais recentes, atuou em 2010 na peça Ópera Profano, de Carlos Correia Santos, e participou da montagem da ópera La Traviata, além do concerto de Natal da Amazônia Jazz Band.

Serviço
Cacau Novais estreia domingo, 1º de maio, no Bar Municipal (Municipalidade, 1643, esquina com Soares Carneiro). Até dia 22 de abril, Ela fica em cartaz, com apresentações sempre a partir das 20h. Apoio blog Som do Norte.

24.4.11

Debate, laboratório e aula-espetáculo do Rumos Itaú Cultural em Belém

O artista Antônio Nóbrega
O erudito e o popular se misturam no rico mosaico pessoal do músico, ator e dançarino pernambucano Antônio Nóbrega, que estará  em Belém no dia 28 para apresentar, às 20h, no Teatro Estação Gasômetro, a aula-espetáculo “Mátria: Uma Outra Linha de Tempo Cultural, com canções, danças e peças instrumentais”. 

A programação, que inicia na quarta-feira, 27 e vai até sexta, 29, faz parte de mais uma  edição do projeto Rumos Educação, Cultura e Arte, que circula em caravana pelo país, para divulgar os editais recém abertos para Educação, Cultura e Arte; Artes Visuais; e Jornalismo Cultural.

Na aula-espetáculo Nóbrega traz considerações sobre a cultura brasileira e a europeia, além das peças do samba, da tradição oral e da música clássica. Fenômeno de uma bem conceituada “arte brincante” – em uma teia em que vida e a arte se confundem – Nóbrega consegue ser educativo, sem ser didático. E através de seus espetáculos divulga a cultura e o imaginário nordestino.

Um dos focos do espetáculo é discutir o equilíbrio entre o que seria o tipo de pensamento masculino, o discurso, o conceito, e o que seria o feminino, a sensibilidade e emoção. Para ele, “o sistema em que vivemos é de tessitura masculina, daí a necessidade de levarmos em conta outra linha de tempo cultural, onde valores femininos são mais operantes, para incorporar o melhor das duas tradições”.

O projeto do artista busca apoiar a formação de profissionais que desenvolvem, em todo o país, propostas diferenciadas nos campos da cultura e da arte por meio da educação não formal. Pretende-se contribuir para a continuidade e o aperfeiçoamento das ações existentes e para a criação de outras práticas de convergência entre cultura, arte e educação.

O artista Aos 18 anos Nóbrega integrou o Quinteto Armorial, idealizado por Ariano Suassuna, um dos mais importantes grupos a criar uma música de câmara erudita brasileira de raízes populares. 

A explosão da carreira veio com “Brincante”, nos anos 1990, quando lançou o carroceiro andante Tonheta, misto de pícaro, bufão, palhaço, arlequim e vagabundo. 

Esse ar descompromissado chega ao clímax com o espetáculo “Naturalmente” que está começando a rodar pelo Brasil. Em breve o espetáculo também estará nas prateleiras, no DVD feito por Walter Carvalho (de Budapeste). Este será, na verdade, o terceiro trabalho da dupla, após Lunário Perpétuo e Nove de Frevereiro. Mas, tudo indica que a melhor parceria ainda está por vir, com o filme “Brincante”, que será rodado em novembro.

Rumos em Belém – Anote aí, a programação do Rumos Itaú Cultural começa, em Belém, na quarta-fera, 27, com a realização do laboratório “Como Fazer na Internet Coberturas ao Vivo de Eventos Culturais”, a ser ministrado por Fábio Malini, de 14h30 às 18h, o Instituto de Artes do Pará (IAP). Além de professor de jornalismo, Malini traz experiência de ativista do Fórum de Mídia Livre e da Universidade Nômade.

No dia 28, você já sabe, Antonio Nóbrega se apresenta às 20h, no  Gasômetro a aula-espetáculo “Mátria, Uma Outra Linha de Tempo Cultural”. E no dia 29, das 19h às 21h, novamente no IAP, o curador geral do programa Rumos Artes Visuais Agnaldo Farias e o curador regional Paulo Miyada participam do debate “Um Convite à Viagem”, mediado pelo crítico de arte Fernando Oliva. Tudo entrada franca.

O lançamento dos editais, em fevereiro
Laboratório - “Como Fazer na Internet Coberturas ao Vivo de Eventos Culturais” é um laboratório de criação de web TV ao vivo para que os professores e estudantes participantes sejam capacitados na produção de cobertura em tempo real de eventos culturais. Toda feita em streaming (via celular e twitcam), a cobertura online, na atividade, será divulgada na web (blog e twitter do Rumos), além da criação de uma fanpage do Rumos no Facebook especialmente para registros da atividade.

Mesa-redonda - A produção de arte contemporânea e as posições estéticas defendidas pelos organizadores do Rumos Artes Visuais fundamentam a mesa redonda “Um Convite à Viagem”. Agnaldo Farias, ex-curador da mais recente Bienal de Arte de São Paulo, foca o debate em aspectos cruciais da produção contemporânea. Os curadores analisam algumas das linhas artísticas poéticas mais significativas no plano nacional e no internacional; esboçam um levantamento seguido de diagnóstico das instituições artísticas brasileiras e das formas de gestão da produção entre museus, institutos, galerias e espaços alternativos.

Quase cem anos e que venham muito mais

O Cine Olympia, a um ano de seu centenário, ganha um dia especial, neste domingo, 24 de abril, para comemorar o 99º aniversário. 

A programação, que tem entrada franca, fundo musical com temas de filmes, com Alan Navegantes e seus teclados, apresentação do Gran Coral Metropolitano interpretando músicas famosas do cinema e de Salomão Habib, que interpretará 14 trilhas de filmes adaptadas para violão, com imagens de filmes na tela do cinema. Encerrando tudo, a exibição do longa “Inverno da Alma”, indicado a quatro Oscars este ano - incluindo melhor filme e melhor atriz – que ficará em cartaz até o dia 08 de maio.

Em homenagem a este que é o cinema mais antigo do Brasil em funcionamento ininterrupto, muito se falou. Entre o que li  destaco, abaixo,  a primeira parte da reportagem de Yáscara Cavalcante, publicada no sábado, dia 23, na capa do Caderno Magazine, de O Liberal.

A jornalista ouviu três pessoas importantes nesta luta pela preservação da memória do cinema, os críticos Pedro Veriano, que já lançou um livro dedicado ao cinema (Cinema no Tucupi), Luzia Álvares Miranda  e Marco Antonio Moreira, que além de crítico, atualmente é responsável pela programação do Olympia. Todos eles fazem parte da ACCPA - Associação dos Críticos de Cinema do Pará e da história deste cinema.

Quase um século de história

Por Yáscara Cavalcante
Caderno Magazine (O Liberal)

Hoje (24) a cultura paraense está em festa. O Cinema Olympia, mais antigo em atividade no Brasil, completa 99 anos. Histórias de quem viveu o auge do cinema, filmes de maior sucesso exibidos na sala e as homenagens que o quase secular templo cultural têm recebido são só algumas das maneiras de celebrar mais um ano de sua existência, marcada na memória dos paraenses e de cinéfilos de Norte a Sul do país.

Mesmo fechado no dia 16 de fevereiro de 2006 por um dos herdeiros da família Severiano Ribeiro, Luís Severiano Ribeiro Neto, o Cine Olympia jamais encerrou suas atividades, embora tenha tido a programação interrompida por curto período de tempo. Claro que o brilhantismo e o grande movimento desde sua fundação, em 24 de abril de 1912, pelos empresários Carlos Teixeira e Antonio Martins, donos do Grande Hotel (onde hoje está o Hilton Belém) e do Palace Theatre (na mesma quadra), foi perdendo espaço.

Mas até hoje, ainda há quem não deixe de frequentar o cinema, ou simplesmente trazê-lo na lembrança, como o casal Luzia Álvares e Pedro Veriano, que começou a namorar exatamente no dia18 de março de 1957, dentro do Olympia, onde foram assistir a estreia de “Sinfonia Carioca”.
O filme, uma comédia premiada nos festivais da época e que conta a história de uma interna de um colégio, com irresistível vocação para o teatro e qie passa a viver na casa do avô, cuja irmã, uma solteirona, reprova o procedimento da sobrinhaneta, decidindo interná-la num hospício.

Luzia e Pedro, que quando se conheceram tinham, respectivamente, 17 e 21 anos, contam que marcaram de se encontrar no cinema. Contudo, como estava muito lotado, eles acabaram indo namorar no anfiteatro da Praça da República. “Não deu para ficar lá (no cinema) e nós acabamos indo para o anfiteatro”, lembra Luzia, doutora em Ciência Política e jornalista. Ela casou com Pedro Veriano, médico, em 1961, e ao longo desses 50 anos de união não deixou de frequentar o cinema, assim como o marido.

Pais de quatro filhas e avós de dez netos, Pedro e Luzia têm uma relação que vai além do amor à cultura. O casal tem na memória uma série de filmes que considera inesquecíveis e prepara um projeto para resgatar o histórico cultural do cinema. “As lembranças que temos são muitas. Os filmes de arte são os que mais nos vêm à cabeça. Posso dizer até

Quase um século de histórias Prestes a completar cem anos, o Cine Olympia guarda lembranças dos milhares de cinéfilos que por lá passaram que não consigo destacar os melhores filmes que já assisti no Olympia”, observa Luzia.

A jornalista destaca as produções de Federico Fellini, um dos mais importantes cineastas italianos, eternizado pela poesia de seus filmes, que, mesmo quando faziam sérias críticas à sociedade, não deixavam a magia do cinema desaparecer.

Os filmes do mexicano Luis Buñuel, conhecido como revolucionário do cinema espanhol, inclusive com trabalhos feitos em parceria com Salvador Dalí, também são inesquecíveis para Luzia, que ao lado do marido prepara um livro sobre o Olympia.

Na publicação, o casal espera apresentar um acervo de fotos, cujo levantamento já vem sendo feito. Ao Cine Olympia, Luzia Álvares gostaria de dar um presente de aniversário: “Queria que o Olympia fosse tombado como um documento da política e da cultura desse Estado e que, principalmente, ele recebesse um projeto de recuperação de suas formas originais”, desabafa a cientista política.

O terrrace do Grande Hotel e o Olympia (1920)
PATRIMÔNIO - Para o programador do Cine Olympia desde 2006, Marco Antônio Moreira, o Olympia não é só um cinema, mas um Patrimônio Histórico e Cultural do Pará. “Daqui a um ano, o Olympia faz cem anos.

Quantas gerações não passaram por ele? Não se trata só de uma sala de cinema. Por isso, acho que ele deveria ser mais valorizado, pois é muito importante que ele seja mantido. É cinema mais antigo do Brasil em funcionamento e quem sabe um dos mais antigos do mundo”, destaca Marco.

O programador, também um dos mais ativos críticos de cinema do Estado, observa que já existe um projeto para comemorar o centenário do Olympia. E toda a sociedade paraense pode ajudar a reforçar o projeto, intitulado “Você e o Cine Olympia”, que visa formar um vasto acervo fotográfico de momentos vividos pelo público no cinema.

Para participar, é preciso enviar uma foto de qualquer época, de qualquer ano, do cinema. Pode ser uma imagem interna ou externa, da fachada. A imagem pode exibir pessoas, amigos, familiares ou qualquer outro personagem tendo o Olympia como palco. Depois, basta enviar a foto para o endereço eletrônico cinemaolympia@belem.pa.gov. br. A intenção é montar um grande painel para valorizar os espectadores e exibi- lo no hall do cinema.

PROGRAMAÇÃO

Hall do Cinema Olympia

16h - Fundo musical com temas de filmes com Alan Navegantes e seus teclados

17h - Apresentação do Gran Coral Metropolitano interpretando músicas famosas do cinema.

Sala de exibição

17h30 - Salomão Habib interpreta trilhas de filmes adaptadas para violão com imagens de filmes na tela do cinema.

18h30 - Exibição do longa “Inverno da Alma”, inédito em Belém

Para saber mais sobre a história do Cine Olympia, clique aqui.

23.4.11

Mudaram o nome da avenida Dalcidio Jurandir

Avenida Dalcídio Jurandir
Há dois anos coordenadores da Assembléia de Deus vêm tentando fazer auto homenagem em via pública para marcar centenário da instituição a ser  festejado no próximo mês de junho. Como se lê neste link aqui, eles tinham duas alternativas a propor ao poder público.  Num atentado à memória da cultura paraense, venceu a pior.

A primeira ideia foi propor a abertura de uma "rua passando por dentro do terreno do Templo Central, ligando a avenida Governador José Malcher à rua João Balbi, no centro de Belém". A segunda era iniciar "articulação para a mudança do nome da avenida Dalcídio Jurandir, às proximidades da avenida Independência, para avenida Centenário". A segunda opção foi a mais fácil de ser conquistada.

No dia 08 de abril, o escritor e jornalista Alfredo Garcia deu o alerta em seu blog Página Nua. Os vereadores, “em acordo conchavado”, decidiram trocar o nome da Avenida Dalcídio Jurandir (extensão da Av. Independência que vai da Rodovia Augusto Montenegro até a Av. Júlio Cesar), que homenageia o grande romancista brasileiro nascido em Ponta de Pedras, no Marajó, para Avenida Centenário da Assembleia de Deus.

Painel em sua homenagem, no Fórum de Letras da Unama, em 2010
“Justifica-se, naturalmente, a decisão dos senhores vereadores por dois fatos: a) Total desconhecimento de quem foi Dalcídio Jurandir, de sua importância para a história cultural e política do Pará; b) Desejo de agradar aos nobres integrantes da Assembleia de Deus, no que vai um nada louvável toque eleitoreiro na votação”. O texto completo você pode ler no blog do escritor, acesse aqui

Vale ressaltar aqui outros atos desatentos para com a memória de Dalcídio. No dia 20 de abril, o poeta e contista Paulo Nunes, graduado, com Mestrado e Doutorado em  Letras, atuando nos temas:  Dalcídio  Jurandir, Ciclo do Extremo Norte, Amazônia,  entre outros,  também se manifestou sobre o assunto e comentou, em carta publicada no Jornal O Liberal (Caderno Cidades, seção Jornal do Leitor, pg. 8), a “decisão” parlamentar. Leia o artigo a seguir, na íntegra.

Vereadores e a triste Belém - por Paulo Nunes

O escritor
"Dizem por aí: 'cada povo tem o governo que merece'. Não quero entrar no mérito desta questão. Mas desejo, cidadão que cumpre com suas obrigações (que não são poucas), protestar contra os desmandos dessa nossa terra empoleirada na pobreza, lixo, escuridão e miséria. E os políticos têm responsabilidade grande nesse processo. Eles se valem da anestesia geral e saltitam seus projetinhos pequenos e que nos deixam com os piores índices de desenvolvimento humano do país.

O despreparo e a escassez de bons propósitos fazem com que a gente ouça por aí que os políticos não pensam no bem comum, mas em seus objetivos mesquinhos, que esbarram na falta de ética e na ganância. Não exageremos. Há exceções. Mas há um problema tão sério quanto os que correm em boca pequena: a falta de compromisso de alguns políticos com a memória e a cultura do povo, este que teve como ancestrais os cabanos. Que barganhas levam os legis]ladores a leis tão estapafúrdias, a projetos estúrdios?

Os senhores vereadores de Belém - ó, quão mísera cidade! - acabam de decretar suas anorexias mentais. Em nome da demagogia, os representantes do povo alvejaram votos de numerosa fatia dos evangélicos (a Assembleia de Deus, diga-se, merece todas as homenagens pelo seu centenário, graças ao culto a Deus e ao bem que promove à humanidade) ao trocar o nome da avenida "Dalcídio Jurandir", um dos mais importantes escritores da América Latina, por "Centenário da Assembleia de Deus".

Livros escritos por Dalcídio
Queriam homenagear nossos irmãos cristãos? Por que não o fazem com criação de uma biblioteca pública, ecumênica e multirreligiosa, que seria plantada, por exemplo, no centro da esquecida Terra Firme? Já pensaram os senhores edis em trocar marginalidade e violência por "livros - tradicionais e eletrônicos - à mancheia" e investimentos sociais? E na entrada todos leríamos "Biblioteca Ecumênica Centenário da Assembleia de Deus", placa com os nomes dos autores e executores do projeto?

Dalcídio Jurandir, que era comunista convicto e ateu, era, entretanto, um dos mais respeitadores aos cultos religiosos, de qualquer cor e motivação. Se a religião é para o bem, pois que se faca dela algo que desaliene e ao mesmo tempo exalte a dignidade humana, pensava o escritor, conforme me disse, certa vez, seu filho, José Roberto Pereira".

Descaso também no Marajó

Casa que pertenceu ao escritor, em Cachoeira do Arari
No mês de março, o cineasta Darcel Andrade, que tem trabalhos na região marajoara, informou  pelas redes sociais, que a casa que fora habitada pelo escritor em Cachoeira do Arari, sendo inclusive um ponto turístico marcante da cidade, ao lado do Museu do Marajó, está em total estado de abandono e começou a ruir. 

A parte da frente já está no chão e falta muito pouco até que ela desapareça para sempre. Em 2009, à época do centenário de  seu nascimento,  o escritor foi  lembrado e eleito patrono da Feira Pan Amazônica do Livro.

Paralelamente, o governo do estado tinha iniciado um processo, via Secretaria de Cultura do Estado, de desapropriação da casa para ser transformada em Espaço – Museu Dalcídio Jurandir, mas por questão de valores e outros fatores discutidos com a família do escritor, nada mais foi feito ou resolvido.