31.8.12

Elf expõe e vende obras de P.P.Condurú e Simões

Aos 31 anos de existência, a galeria Elf anda a realizar ações para comemorar sua trajetória sempre ligada a mais fina flor da arte. E no mês de setembro, elas iniciam com sarau e, antes, com a exposição “Insano de Mim”, que reúne desenhos de Simões e PP Condurú, datados de 1975 a 1985, adquiridos pelo saudoso Gileno Chaves, logo no inicio da carreira dos artistas. Todos estarão à venda. Insanidade? Eu diria que uma bela oportunidade para colecionadores, amantes e loucos por arte. O vernissage acontece neste sábado, 1º , às 11h, e contará com a performance de Drika Chagas, que produzirá, ao vivo e à cores para nós, uma obra de arte urbana. E no dia 15, aí sim, será realizado um sarau lítero musical.

É “mais uma loucura!”, vai logo me dizendo Lucinha Chaves que, junto com a filha, Luena, leva à frente um sonho que iniciou há mais de três décadas. “Há alguns desenhos do Simões que são mais recentes, de 2000. Sempre quis fazer uma individual dele aqui”, me conta ela durante um bate papo através do Facebook, na última madrugada.

Dois expoentes da geração paraense dos anos 1980, nas artes plásticas, P.P. e Simões  também são grandes amigos. P.P. Condurú segue sua trajetória com o desenho, mas há algum tempo vem encontrando com tecnologia e internet novas possibilidades estéticas(acompnhe-o em seu blog). Em 2008 comemorou 30 anos de carreira, com lançamento de um vídeo, livro e uma grande exposição na Casa das Onze Janelas. Será, portanto, no mínimo interessante ver trabalhos seus do início da carreira. 

Também em 2008, José Augusto Toscano Simões, ou simplesmente Simões, abria a exposição "Redesenho", após nove anos longe das telas, época em que se dedicou ao saudoso bar galeria Café Imaginário (onde ele inventou a famosa pizza de jambú). Depois disso, continuou pintando, mas não fez mais nenhuma mostra. 

Atualmente, morando entre Belém e Mosqueiro, planeja novo retorno à produção e quem sabe abrir exposição. Fico na torcida. Enquanto isso, busca recursos para a produção de um livro artístico em que ilustra com belos desenhos a história de um “Jacarezinho de Cinco Patas”, escrito por um amigo francês. Li, vi. É lindo.

Não perca - Taí. A mostra da Elf será boa oportunidade para ver ou rever os traços dos meninos de 20 anos que àquela altura revolucionavam as artes em Belém. E, ao mesmo tempo, conhecer o trabalho de Drika, que representa uma nova geração de artistas visuais, não menos inovadores.

Ela, com seu grafite tem inundado de cores os muros e galerias da cidade, causando admiração naqueles que talvez há bem pouco tempo ainda nutriam algum tipo de preconceito a esta técnica artística. Drika Chagas foi convidada para fazer um trabalho de grafite sobre tela, na rua, durante a abertura da exposição. O ato vai acontecer bem em frente à Elf, e o que ela produzirá depois estará compondo a mostra. Quem for ao vernissage neste sábado, vai acompanhar todo o processo. 

“A Drika é uma pessoa cheia de ideias boas. Quando eu a chamei para falar do projeto ‘Insano de Mim’, com esta ideia sobre a loucura nossa de todo dia, ela topou na hora. Os desenhos dos ‘meninos’ são lindos e vão dialogar legal com a proposta da Drika”, diz de forma apaixonada, Lucinha Chaves. 

O nome da exposição foi ideia do jornalista e fotógrafo Edney Martins, que também organiza o sarau, programado para o dia 15, um outro sábado, também a partir das 11h. Tudo certo, afinal a loucura é também tema recorrente na literatura e na música, assim como talvez seja o combustível mais poderoso da genialidade. Estão na mira, Ana Cristina Cesar e Manoel de Barros, entre outros, e quem quiser pode chegar com suas poesias também. O encontro terá participação de vários músicos. 

Sarau - “O sarau é feito a muitas mãos, como deve ser. A parte musical está a cargo do Renato Torres, músico que já tem uma trajetória muito bacana, com shows mesclando música e poesia, inclusive com apresentações lá no Espaço Boiúna (Bar do músico Mário Moraes, na Pariquis, entre Padre Eutíquio e Apinagés)", diz Edney Martins. 

"O Benedito Ferreira é professor e amante da música. Sabe tocar flauta e sax, e junto com o Renato fará uma participação. O Júlio é pianista, e ele acompanhará um amigo tenor, executando duas árias”, vai me explicando Edney.  O Sarau, conta ele, terá ainda a luxuosa presença da jornalista Ana Clara Matos e de Valéria Fagundes, nos vocais. 

No texto escrito no convite para a exposição, Lucinha Chaves faz referências à obra de Cervantes e lembra que há sempre existir em cada um de nós, um Quixote.  “A delirante alegoria da obra de Cervantes encaixou a fantasia transgressora que reside na mente humana, nos irresistíveis apelos da insanidade, do sonho e da realidade. De fato, há uma razão na falta de razão!”. Concordo!

Serviço 
Abertura da mostra para convidados: 1º de setembro de 2012, de 11 às 14h. Visitação: de segunda a sexta, de 10 às 19h e aos sábados, de 10 às 14h, até o dia 22 de setembro. Sarau Literário: dia 15 de setembro, de 11 às 14h, sob a coordenação de Luciana Brandão, Edney Martins, Valéria Fagundes e Fernando Maués.

Black Soul Samba na energia e cores do Hip Hop

É neste dia 31, a partir das 21h, no bar e restaurante Palafita, em plena Cidade Velha, iluminada pela lua cheia. Protagonizando a festa, está D-Luca Rapper, que deu uma entrevista aqui para o blog. Ex- integrante do  Clã Real, ele mergulha de cabeça no trabalho solo, mas desta vez, não estará sozinho. 

D-Luca Rapper recebe como convidados os MC’s Dime e França e Alonso Nugoli, além de DJ Fantasma. Mas a balada rap que dá um tchau para agosto tem muito mais. A noite hip hop da Black Soul Samba terá ainda a participação do DJ Truta - que toca no Açaí Biruta e no Reggae no Parque - Roots Reggae - e do DJ Gio Bittencourt , que vai mandar muita cúmbia, o ritmo afro latino, popular na América do Sul, e que muito se mistura aos ritmos paraenses.

Além dos imperdíveis Djs residentes da Black Soul Samba, Eddie Pereira, Uirá Seidl, Kauê Almeida, Fernando Wanzeler e Homero da Cuíca, que desde o início da festa estarão com sets especiais para a noite mais rap que a Black já teve, quer apostar?  

DJ Fantasma
O Rap - Esta cena está crescendo em Belém. As produções independentes estão acontecendo. 

Há eventos como o Tamujunto, um baile com DJ's e MC's e grupos Rap tocando, que aliás já tem na agenda a próxima, no dia 06 de setembro, no Espaço Reggae, que fica ali na rua 16 de Novembro.

Outra cena é a do “Rima di Rua”, que tem trazido em praça aberta encontros de MC's para troca de ideias e batalha de Freestyle. “Os grupos de Rap estão gravando mais, colocando suas músicas e discos na rua. Já temos grupos gravando vídeo clips e alguns já estão nas ruas como o dos ‘Aliados MC's, Ian Smith e Bruno B.O.”, revela DJ Fantasma.

Os Cronistas da Rua Dime França, compositor e vocalista, e o Beat Box Alonso Nugoli estiveram na Rio+20, onde apresentaram a sua mistura de hip hop e rap com sotaque amazônico. São uma nova vertente do rap, na opinião de D-Luca. As músicas, de cunho social, trazem letras não só críticas, mas também soluções aos problemas sociais.

Dime e Alonso, Cronistas da Rua
“Conhecemos o trabalho do D-Luca há algum tempo. Acreditamos que não é só rimar para ser um MC.

Eu acho que tem que existir sentimento quando passas a informação. Quando falo, gosto do sentimento de verdade para a própria alma, algo que fazes com prazer”, diz o MC Dime França.

D-Luca Rapper é inspirado em grandes nomes do rap, mas está criando um estilo próprio e vem produzindo de forma independente suas composições. E algumas delas já reverberam na cena, como “A vida né um teste”, “A Todo Vapor”, “Vida real” e “Eu vim pra guerra”,  ouça aqui: www.soundcloud.com/d_lucarapper. No twitter: www.twitter.com/D_LucaRapper e para ver mais: www.youtube.com/user/DLucaRapper. A seguir o bate papo com o Holofote Virtual.


Holofote Virtual: Clã Real foi o primeiro coletivo do qual você participou? O que acontece agora com este trabalho solo? 

D-Luca Rapper: Não, foi o segundo grupo de Rap. Com o trabalho solo, passei a produzir independentemente minhas batidas, mixagens, edição etc... Na minha própria gravadora, chamada Forno Records. 

Holofote Virtual: Há quanto tempo você faz Rap e como tudo começou?

D-Luca Rapper: Já estou uns 10 anos e tudo começou em meados de 2002, numa roda de amigos. Decidimos formar o grupo M.P.F. (Movidos pela Fé). Uma semana depois começamos a compor e colocar as ideias na prática. Com o tempo, Brutos e Cisco traçaram outros caminhos. Eu, porém, continuei nessa batalha que estou conquistando até hoje. 

Holofote Virtual: Como você vê a cena Rap em Belém? 

D-Luca Rapper: Como uma Fênix, renascendo das cinzas. E isso está se fortalecendo mais do que antes aqui no Norte, com vários eventos, mutirões e oficinas. Mostrando que também tem rap aqui nessa porra! 



Holofote Virtual: Então há mercado, reconhecimento?

D-Luca Rapper: Muitos assim como eu, mantêm trabalhos paralelos para poder sobreviver. Por enquanto só do Rap não dá. Estamos na batalha para que isso mude na cena do Rap (paraense). 

Holofote Virtual: Do que você trata em suas letras? 

D-Luca Rapper Revolução através das palavras e "passar ideia certa pros bicho solto", como canto na minha musica chamada "A Vida né um Teste", onde expresso também o cotidiano da minha quebrada. 

Holofote Virtual: Quais os principais artistas do Rap na sua opinião, no Brasil e no Pará? 

D-Luca Rapper: Desde sempre, minha grande inspiração e influência é Notorious Big.

É claro que tenho influências nacionais como: Dexter, MV Bill, Racionais MCs e Rappin Hood, que tive oportunidade de conhecer nos bastidores de um festival. Ultimamente venho escutando e observando mais o trabalho da galera da nova escola do rap paraense. 

Holofote Virtual: Como vai ser a apresentação da Black?

D-Luca Rapper: Em todas as minhas apresentações, procuro fazer uma abertura diferente. Nessa preparei uma homenagem que vai ser surpresa. Mas antes de subir no palco convidei os cronistas de rua da nova escola formado pelo Dimi e Alonso Beat Box, além de ter assumindo Pickup, o DJ Fantasma. Espero fazer história nas memórias dos frequentadores da Black Soul Samba, assim como fiz em outros lugares. 

Serviço 
No bar Palafita – Rua Siqueira Mendes, ao lado do Píer das 11 Janelas, na Cidade Velha. A partir das 21h - R$10,00 – com meia-entrada para estudantes (em respeito à lei nacional da meia-entrada). Informações: (91) 8134.7719 e (91) 8413 0861 / blacksoulsamba@yahoo.com.br. Escute a Black na rádio: Toda quarta, 21h, na Unama FM – 105,5. Reprise aos sábados, 22h.

30.8.12

Seminário discute novo rumo da cultura em Belém

O objetivo é apresentar e levantar os pontos positivos da implantação da nova Lei “Valmir Bispo dos Santos”, que instrumentaliza o Sistema Municipal de Cultura para, entre outros benefícios, elevar os atuais recursos destinados para área cultural na capital, através de um Fundo Municipal de Cultura. 

Pela nova lei o orçamento para a área cultural aumentaria em quase 5 (cinco) vezes o valor destinado atualmente, o que equivale a aproximadamente R$ 45.000.000,00 (quarenta e cinco milhões de reais) por mês.

É o sonho de todo artista, gestor ou produtor que labuta na área. Ter mais recursos circulando e estimulando a produção artística, cultural e patrimonial da cidade, significa fortalecer este segmento, criando de fato uma economia da cultura capaz de gerar empregos, beneficiar o turismo, e afirmar nossa identidade, além de contemplar o público, com ações e iniciativas pontuais. Pouco se faz com os R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais), atualmente consumidos com pagamento de pessoal e despesas de custeio da Fundação Municipal de Cultura de Belém (FUMBEL). 

Além de conhecer mais profundamente tudo o que a Lei Valmir propõe, só este aumento de recursos já é sem dúvida motivo de sobra para não se faltar ao encontro, que conta com palestra do Diretor de Programas Integrados da Secretaria de Articulação Institucional (SAI) do Ministério da Cultura (MinC), Bernardo da Matta Machado, que vai falar sobre a importância do Sistema Municipal de Cultura para o fortalecimento da cultura de Belém.

Pássaro Colibir de Outeiro, que abre o evento
Em seguida, haverá uma mesa-redonda, com representantes da FUMBEL, Câmara Municipal, MinC Norte e Fórum de Cultura de Belém, abordando os desafios e oportunidades que a implementação da nova Lei oferece no campo da cultura. E, finalmente, a partir das 18 horas, se dará um debate com os candidatos a Prefeito de Belém sobre as respectivas propostas de Política Cultural para a cidade de Belém. 

Valmir – O nome da Lei homenageia Valmir Carlos Bispo Santos (1962-2012), historiador e gestor público que se notabilizou pela sua trajetória política, sobretudo no meio estudantil, onde foi o único presidente da UNE (União Nacional de Estudantes) originário da Amazônia na gestão de 1988/89.

Seguiu uma carreira profissional como gestor público em diversos órgãos culturais e ambientais, sendo que em boa parte deles ocupou funções de direção. Entre as funções que assumiu, pode-se destacar a Superintendência da Fundação Curro Velho e a Direção do Bosque “Rodrigues Alves”, entre outras.

Serviço
O seminário “A implantação da lei Valmir Bispo dos Santos e as perspectivas para a Cultura em Belém” acontece no plenário da Câmara Municipal de Belém - Trav. Curuzu, 1775 (entre 25 de Setembro e Almirante Baroso). Abertura com apresentação do Pássaro Colibir, de Outeiro, a partir das 15h. A programação vai até 20h30, nesta quinta-feira, 30 de agosto.

29.8.12

Nazareno Tourinho reestreia peça e lança obra

Escrita por ele em 1961, “Nó de Quatro Pernas” está de volta e fica em cartaz em dois espaços de Belém. A estreia é nesta quinta, 30, no Teatro Gasômetro, onde ele também vai lançar, na mesma noite, o livro “Cabanagem". No dia 03 e de 06 a 09/09, as apresentações serão no Teatro Universitário Cláudio Barradas. 

Nó de Quatro Pernas é uma das obras mais conhecidas e premiadas do autor, a qual já percorreu São Paulo e Rio de Janeiro, entre outras cidades, recebendo premiações. A montagem que volta aos palcos, tem direção dos alunos da graduação em teatro, Alyne Goes e Enoque Paulino, da Escola de Teatro da UFPA, e faz parte do Projeto de Pesquisa “Memórias da Dramaturgia Amazônida: Construção do Acervo Dramatúrgico”, que teve coordenação da professora doutora Bene Martins, com apoio da Pró-Reitoria de Extensão (Proex), Pró-Reitoria de Administração (Proad) da UFPA e da FADESP. 

“Dirigir esta peça é um grande exercício, pois somos atores antes de sermos diretores. A parceria só podia dar certo, porque, apesar de sermos diferentes, tivemos juntos um processo anterior de estudo e prática de direção, dentro do mesmo grupo de teatro independente. Mas foi a partir do Projeto de pesquisa que nos encantamos com a ideia de mergulhar nesse desafio”, ressalta Alyne.

O conflito que acontece numa típica cidade do interior, tem como personagens um prefeito (Menacê) e sua primeira-dama (Dona Iraneide), a prostituta (Ludovina) e um proletário (Zé Pedro), além de um beato (Euzébio), uma viúva (Dona Nazaré) e o padre Elias, um dos protagonistas da obra a se envolver em grande confusão ao tentar resolver um caso de duplo adultério entre moradores da região. 

Video - A remontagem se utiliza de vídeo e teatro, como referência à modernização do tempo e da sociedade. Durante a peça, algumas cenas são mostradas em um telão. Foram gravadas em alguns pontos da cidade, como nos bairros do Reduto e da Cidade Velha. Veja o trailler, aqui

A ideia, segundo Enoque, surgiu de forma natural, por conta da paixão que os dois diretores têm pelo cinema. “Dentro do curso de Licenciatura de Teatro, tivemos uma disciplina que mesclava essas duas linguagens e vimos que a nossa poética é essa de hibridizar vídeo e teatro. É uma escolha nossa como encenadores. Assim como de usar como referência o conceito de encenação do Bob Wilson (um dos maiores encenadores do teatro contemporâneos), que é pensar em tudo: luz, música, figurino etc”.

Teatro e Literatura - A noite de estreia de “Nó de Quatro Pernas” ainda vai contar com o lançamento do novo livro de Nazaereno, que sai pela editora Paka Tatu: “Cabanagem". É mais uma peça teatral escrita em sua longa trajetória como dramaturgo. A história se desenrola com a tomada da capital paraense no dia 7 de janeiro de 1835, um momento simbólico na trama.
A Cabanagem foi, acima de tudo, um levante popular. Na trama desenvolvida por Tourinho, os personagens mais simples protagonizam os acontecimentos ao lado dos nomes ilustres da revolução. São personagens que transitam logo pelas primeiras páginas e ganham vida e vigor revolucionário a cada nova ação. 

Compartilham juntos uma ideia que nunca morre, o de uma sociedade mais justa e verdadeiramente livre. A Cabanagem suscitou e continua suscitando as mais diferentes leituras, concebidas a partir de olhares muitas vezes configurados pela ideologia de quem interpreta, por múltiplos contextos e cenários. 

Para escrever “Cabanagem”, Nazareno debruçou-se em diversas fontes, numa preocupação com os fatos, com os personagens e com a cronologia do desenrolar do movimento cabano. Em suma, uma leitura essencial para estudantes e para quem deseja compreender um pouco mais a revolução cabana. 

FICHA TÉCNICA

  • Direção: Alyne Goes e Enoque Paulino
  • Produção Executiva: Alyne Goes, Enoque Paulino e Thamires Costa 
  • Elenco: Diana Flexa, Jacklene Carréra, Jorge Anderson, Mailson Soares, Marcelo Andrade, Nilton César, Raoni Moreira; Vitória Braun
  • Cenografia: Alyne Goes e Enoque Paulino
  • Iluminação: Alyne Goes e Enoque Paulino
  • Figurino: Diana Flexa, Fábio Limah e Marcelo Andrade 
  • Produção de Vídeo: Ana Mokarzel, Pedro Tobias, Rafael Samora, Rodolfo Mendonça e Thamires Costa 
  • Direção de Vídeo: Pedro Tobias, Rafael Samora e Rodolfo Mendonça 
  • Direção de Fotografia: Ana Mokarzel
  • Fotos: Ana Mokarzel e Pedro Tobias 
  • Designer Gráfico: Raissa Araújo 
  • Direção Musical: João Paiva 
  • Produção Musical: João Paiva 
  • Assessoria de Imprensa: Jacklene Carréra 
SERVIÇO
  • Lançamento do livro “Cabanagem”, às 18h30 (R$ 15,00), e estreia de “Nó de Quatro Pernas” - nesta quinta-feira, 30, às 20h, no Teatro Gasômetro, onde permanece nos dias 31 de agosto, 1º e 2 de setembro - Gov. Magalhães Barata, 830, entre 3 de Maio e 14 de Abril. 
  • No dia 03 de setembro o espetáculo será apresentado no Teatro Cláudio Barradas (2º Festival de teatro Universitário), onde fica em cartaz também de 6 a 9/09 – Rua Jerônimo Pimentel, 546, quase de esquina com a Tv. Dom Romualdo de Seixas – Umarizal. 
  • Sempre às 20h, com ingresso: R$ 20 (com meia entrada para estudante - R$ 10), com exceção do dia 03, quando o valor do ingresso será de R$ 10,00 com meia para estudantes. Classificação: 16 anos. Informações: (91) 8220-1597.

28.8.12

"Mulheres Líquidas" em ação na Theodoro Braga

O projeto iniciou no dia 09, com o vernissage, realizou um debate no dia 16 e agora segue com mais uma ação: um "Laboratório de apreciação Criativa". As inscrições estão abertas na Galerria Theodoro Braga, focando o público com  idade a partir de 15 anos. Gratuito.

A ideia é instigar aperceção artística do participantes. Na dinâmica, eles serão conduzidos a uma incursão na mostra, aberta desde o dia 9 de agosto. A partir desta visitação, a intenção é fazer com que eles participem de uma série de jogos dialógicos de criação e fruição de imagens. 

Direcionado ao público jovem, o laboratório tem como objetivo, a experimentação. O laboratório de apreciação criativa compreende que a expressão e a consciência da percepção, as intenções e as diversas técnicas abordadas pelas obras desta exposição coletiva podem resultar em experiências diversas da representação. No ato de perceber, sensação torna-se emoção. E o traço torna-se desenho nessa circunstância em que expressão se converte em representação sempre possível, única e transformável. 

“Neste jogo entre público e obras expostas, cabe-nos dialogar, mediar e incentivar uma apreciação criativa das imagens em questão, a experimentação gráfica resulta desse percurso dialógico da percepção”, explica o coletivo formado por Isabela do Lago, Cinthya Marques, Renata Rodrigues, Flávia Souza, Glauce Santos e Elieni Tenório.

“Para que isso ocorra vamos utilizar como técnica a assemblage entre desenho e colagens de materiais diversos na montagem de um mural, assim trabalhando o olhar individual e coletivo da percepção-expressão dos jovens”, complementam. 

A exposição “Mulheres Líquidas” fica aberta até dia 06 de setembro, com criações em fotografia, pintura, desenho e gravura, que trazem em sua essência, o livre pensar e a produção feminina na Amazônia. 

Serviço
Laboratório de Apreciação Criativa. Inscrições gratuitas na Galeria Theodoro Braga, das 9h30 às 19h (subsolo do Centur). Para participar é preciso ter 15 anos ou mais de idade e levar o seguinte material: Lápis 2B e 6B; Canetinha Hidrocor (cores variadas); Jornais velhos; Revistas Velhas; Tesouras; Cola branca; Papel Sulfite; 01 Folha de papel madeira. Apenas 20 vagas. Mais informações: 91 8840.6879/ 8310.4838 / 91 3202.4313 (galeria).

27.8.12

"Assassinato" encerra ciclo sobre Alfred Hitchcock

Londres. Agosto de 1899, mais exatamente dia 13. É quando e onde nasce o maior dos cineastas a explorar o gênero do suspense. Em sua homenagem a Associação de Críticos de Cinema do Pará, vem exibindo clássicos de sua carreira. Nesta terça, 28, encerrando o ciclo, a ACCPA volta a exibir, como fez no ano passado no Cine Olympia, uma das primeiras incursões no gênero que o transformou em ícone. "Assassinato" é de 1930. A sessão será no Cineclube Pedro Veriano, na Casa da Linguagem, às 18h, com entrada franca.

A programação de homenagem iniciou na Sessão Cult do Cine Líbero Luxardo e com a obra “Suspeita”, e se estendeu pelo cineclube Alexandrino Moreira do IAP – onde foi exibido “A Tortura do Silêncio". A ACCPA presta reverência a Hitchcock, não apenas por sua genialidade, mas pela habilidade em tornar o cinema aprazível para uma gama maior do público, sem ofender a inteligência jamais. 

Ele, que completaria 113 anos de idade este mês, permanece mais vivo do que nunca. Referência constante para os cineastas atuais que se aventuram não apenas no gênero do suspense, Hitchcock recentemente teve o seu "Um Corpo que Cai" alçado ao primeiro posto da lista de melhores filmes de todos os tempos produzida pela revista britância Sight and Sound. 

Com vários sucessos e alguns fracassos, ele havia decidido trabalhar com obras de suspense, após ter tido boas experiências com “O Inquilino” e “Chantagem e Confissão” e provado, aos 30 anos, que sabia contar uma história, migrando sem problemas do cinema mudo para o falado.

O gênero, apesar de já gerar inúmeros filmes naquela época, ainda não possuía suas especificidades ou características delimitadas e Hitch vai ser um dos grandes responsáveis a moldá-lo e torna-lo o que é hoje.

 “Assassinato!” tem Norah Baring como Diana, uma atriz teatral acusada de assassinar a colega de trabalho com um atiçador de fogo. Catatônica, ela é encontrada ao lado do corpo carbonizado da vítima. 

O público conhece a história durante a explanação do júri, composto por algumas figuras que trabalharam com as duas, caso de Sir John Menier (Herbert Marshall), que acredita na inocência de Diana e tenta convencer os outros jurados, mesmo não tendo um argumento plausível para justificar sua posição. 

O filme  tem uma estrutura interessante, que se desenvolve em parte como um drama de tribunal, mas que logo pende para o suspense, já que desde o princípio Hitchcock utiliza a famosa ferramenta do “quem é o culpado”, apontando prováveis falhas no inquérito, outros suspeitos que não Diana, através de uma investigação meio enfadonha. 

Mas há um quesito marcante, que depois o cinema exploraria à exaustão e que Hitchcock pode ter pego emprestado da literatura, que é o ‘tempo psicológico’. Seja de Sir John, de Diana ou de outros personagens – com um travesti acrobata que terá uma importância destacada na trama -, conseguimos ouvir o que eles pensam, até como uma forma de, no meio de tanta teatralização da narrativa, poupar o público de diálogos inúteis para a trama – mesmo utilizando um recurso teatral. 

Com um quê de ‘Hamlet’, é feita uma leitura de uma suposta nova peça, que se passa numa ambiência semelhante à do crime, para tentar revelar o assassino. 

Apesar dos esforços de Sir John e dos olhinhos inocentes de Diana, a motivação possível que ela poderia ter tido para eliminar a rival – ciúmes – se fortalece e acaba levando-a a condenação. A partir disso, ele busca testemunhas ou provas que possam salvar a moça da morte. 

Serviço
Sessão ACCPA/Cineclube Casa da Linguagem apresenta “Assassinato”, de Alfred Hitchcock. Nesta terça, 28 de agosto, às 18h na Casa da Linguagem - Fundação Curro Velho. Endereço: Avenida Nazaré, 31 – esquina com a Travessa Assis de Vasconcelos. Entrada Franca. Após a exibição, debate entre os críticos da ACCPA e o público.

(Holofote Virtual com informações da ACCPA)

24.8.12

Show de Mestre Vieira on line direto de Fortaleza

Mestre Vieira está e volta ao Ceará com sua banda original depois de 30 anos, desde a turnê que fizeram por aqui, no início da década de 1980. Sucessos como Melô do Bode, Guitarra Brasil e Cúmbia do Ceará não vão faltar no repertório! A apresentação é nesta sexta, 24, às 22h50, no Palco Brasil Independente, da XI Feira da Música de Fortaleza. 

“Mestre Vieira e Os Dinâmicos” estão acompanhando, com atenção, a programação da XI Feira da Música de Fortaleza, evento no qual estão inseridos como uma das principais atrações, fechando a noite desta sexta-feira, 24, no maior palco montado do Dragão do Mar, o complexo cultural mais importante da região. Vai ter muita cúmbia, carimbó e guitarrada.  

Viemos do Pará. Eu de Belém e o grupo, do município de Barcarena, o grupo promete fazer um excelente show para homenagear a terra dos cearenses. Eles já estão na capital do Ceará, desde a última quarta-feira, 22. 

Além de Mestre Vieira, o grupo, que já vem se apresentando com Dejacir, no vocal, Lauro Honório, na guitarra base, Idalgino Cabral, no baixo, Luis Poça, no teclado e Jairo Gomes, na bateria, trouxe novidade. Éric Vieira, neto do mestre, assumiu a percussão. Acostumado, com a vida de músico de Vieira,  Érica toca com o avô desde os 6 anos de idade. 

O adolescente já viria acompanhando Mestre Vieira, como costuma fazer, mas a coordenação da feira, assim que soube de sua vinda, resolveu incluí-lo como músico da banda, garantindo-lhe a mesma acolhida dispensada aos mais de 50 grupos que estarão se apresentando até o próximo sábado,nos quatro palcos montados para o evento. 

No palco Instrumental Nordeste, passarão 15 bandas, que já começam a mostrar a diversidade e as experimentações que só mesmo a cultura toda especial da região tem. Nesta quinta-feira, chamou atenção o trabalho da “Coutto Orquestra de Cabeça”, que trabalham cortejos, fanfarras e marchas, mesclando tudo isso com música eletrônica.

O palco dos roqueiros foi montado no deslumbrante anfiteatro do Dragão do Mar, onde a banda Suzana Flag teve a honra de se apresentar já nesta noite de quinta, 23, com o espaço lotado. 

É onde Mestre Laurentino também fará a festa, no sábado, 25. Ele ainda não aterrisou por aqui, mas está chegando, munido de sua harmônica inflamável, e em tempo para fazer o “diabo” com seu Rock da Aranha. Vai ser delírio, já estou vendo. Juca Culatra chegou ontem. 

Um pedaço do Dragão do Mar
É com estes músicos e artistas que o Pará está sendo representado em Fortaleza. No estande Ná Music, porém, há CDs de mais músicos e bandas paraenses ajudam a colocar o estado entre um dos novos centros produtores da música independente feita no país. 

Veja a programação completa da XI Feira da Música de Fortaleza, aqui: http://www.feiradamusica.com.br/

Para acompanhar os shows acesse o facebook do evento e veja também tudo pela internet no canal de TV Web da Feira. Acesse: http://www.feiradamusica.com.br/feiralivre/



23.8.12

Pipira do Trombone recebe convidados na Black

Pipira do Trombone, por Bruno Perllerin
O semestre vai tomando forma, ganhando cor e intensificando em sonoridades a Black Sou Samba. Depois dos ritmos amazônicos de Nazaré Pereira e do show lado B de Rande Frank, em tributo aos 70 anos de Caetano Veloso, chegou a vez da Cidade Velha ferver mais uma vez, nesta sexta, 24, com o show apimentado de Pipira do Trombone e Power Trio. A cantora e instrumentista Iva Rothe e o guitarrista Jonas, da banda Soatá (DF), participam da festa. A partir das 21h, no Bar Palafita. 

Ele, que nasceu Pedro Paulo dos Santos Souza, podia ser apenas um policial militar, talentoso na música e atuante na banda da corporação, mas não. De atitude inquieta, ele sempre vagou entre músicos e tocadas inesquecíveis entre amigos. Não podia dar em outra. 

“É um trabalho que sempre fiz, mesmo quando estava fora deste mercado. Eu tocava só, até entrar para o Metaleiras. Foi assim que souberam de mim em São Paulo, no Itaú Cultural”, diz ele referindo-se ao projeto Cartografia Musical Brasileira, do Itaú Cultural, para o qual foi convidado nos anos 2000.

Pipira do Trombone, como é chamado no meio artístico, antes disso tudo, foi parar entre dois outros gênios da música instrumental de raiz, Manezinho do Sax, que tem participado de várias bandas, desde meados dos anos 70, gravando quatro discos pela Continental no final dos anos 80 e Pantojá, saxofonista de Igarapé-Miri, com seis LPs e três CDs gravados e que por mais de duas décadas acompanhou a banda do rei do carimbó Pinduca. 

Os três, juntos, são imbatíveis. “Eu tocava só, até entrar para o Metaleiras. Foi assim que souberam de mim em São Paulo, no Itaú Cultural”, diz ele referindo-se ao projeto Cartografia Musical Brasileira, do Itaú Cultural, para o qual foi convidado nos anos 2000.

No Terruá Pará, com Almirzinho e Toni Soares
Intenso sempre, Pipira tem paixão pela música e uma poderosa identidade musical amazônica. Foi também um dos convidados do Terruá Pará a brilhar no Theatro da Paz, no mês de julho, fazendo a festa desde os bastidores, no camarim, onde foi elencado a outros mestres, como Laurentino, Mestre Vieira, D. Onete e Curica. Tocou com Almirzinho Gabriel e Toni Soares, dando sabor a mais e aquele chamado "auxilio luxuoso" à música Clarão da Lua, antes de voltar à cena com seus parceiros maiores.
Compositor de músicas populares, Pipira do Trombone, mais recentemente, vem se dedicando a sua carreira solo, em mais do que boa hora, ainda que continue dentro do genial Metaleiras da Amazônia. Mas tocar e compor só, para ele, nunca foi uma novidade. 

Pelo telefone, ele me conta que o CD está a caminho, mas ainda falta patrocínio. “Faltam quatro músicas pra completar as 12 que queremos colocar. Toco minhas músicas. Há cúmbia, lambada, que eu adoro tocar, mas também tem xaxado, carimbo e surf music”, revela ele afirmando que nada disso faltará nesta sexta-feira, no Palafita. E nem será a sua primeira vez na Black Soul Samba. 

Além de já ter feito a alegria do público com o Metaleiras do Pará, ano passado, ele também já foi convidado do Tributo a Jorge Bem, realizado em abril deste ano. É um veterano, podemos dizer. Cúmbia, lambada e carimbó são meus fortes. Mas eu também gosto de tocar chorinho como já fiz várias vezes no Bar do Gilson. Eu toco onde me chamam. Mas é tudo bem caliente, como será este show da Black Soul Samba. Tudo bem tropical”, reforça.

Vão acompanhar Pipira três músicos não menos experientes. Além de Arthur Kunz (bateria) tem ainda MG Calibre (baixo) e Leo Chermont ( guitarra), que já integram junto com ele, o Metaleiras da Amazônia. “Vai ser um show bem eclético. Vamos tocar as músicas do Pipira, como Mambo do Pedro, Lamento do Trombone, Paramambo, Passeei no Ver o Peso, entre outras e teremos uma participação especial da cantora e instrumentista Iva Rothe. Teremos também muito merengue e drums, além de tudo”, explica Mg Calibre, que também assina a direção musical do show.

Jonas Santos
Soatá – Outra participação interessante na noite será do guitarrista Jonas Santos, da banda Soatá, que trabalha com temas que envolvem as tradições populares amazônicas desenham a atmosfera dos timbres e os rumos da poesia. 

“Estou em Belém esta semana tratando de um projeto de documentário da banda Soatá, que quer mostrar o circuito de bandas daqui. Vamos filmar a Black Soul Samba desta sexta-feira, inclusive”, dia entusiasmado, em meio a um ensaio.

Jonas é de Belém, mas mora há 15 anos em Brasília. Nos anos 1990 estava aqui,tocando na noite, na época da Epadu, banda da qual fez parte antes. O som da Banda Soatá situa-se nas resistências dos povos amazônicos e se contextualiza nos elementos das quentes manifestações do carimbó, do lundu, do retumbão, do siriá, do marabaixo, fundidos aos ritmos da diáspora africana nas Américas: o funk, o reggae, o hip hop e o rock. 

“Estou com muita vontade de tocar e vamos registrar tudo. Isso é o documentário que estamos fazendo. Queremos mostrar esta diversidade da música paraense, inclusive na noite de Belém”, explica Jonas, que vai tocar "Put faith" (Bote Fé) no show de Pipíra do Trombone nesta sexta.

E a noitada tem ainda, abrindo e fechando a festa, os DJs da Black Soul Samba, que não vão deixar ninguém parado. Fernando Wanzeler, Uirá Seidl, Eddie Pereira, Kauê Almeida, Homero da Cuíca vão garantir os melhores sets latinos do mundo. Não, eu não perderia se fosse você.

Serviço 
Pipira do Trombone e Power Trio na Black Soul Samba. Nesta, 24 de agosto, a partir das 21h. no bar Palafita – Rua Siqueira Mendes, ao lado do Píer das 11 Janelas, na Cidade Velha. Ingresso: R$10,00 – com meia-entrada para estudantes (em respeito à lei nacional da meia-entrada). Informações: (91) 8134.7719 e (91) 8413 0861 / blacksoulsamba@yahoo.com.br.

Marton defende poética dos Palhaços Trovadores

"O Mão de Vaca", dos Palhaços Trovadores, volta à cena para deleite do púbico que já viu, e como nova oportunidade para quem ainda não deu as boas gargalhadas proporcionadas pelo espetáculo, livre adaptação do clássico francês “O Avarento”, de Molière. É nesta quinta, 23, às 20h, no Anfiteatro da Praça da República, às 20h. 

A apresentação faz parte da programação de defesa da Tese de Doutorado do diretor do grupo, Marton Maués. Intitulada "Criação Pública - o desvelar da poética dos palhaços trovadores na montagem de O Mão de Vaca", a tese de Marton Maués, que atualmente é também professor da Escola de Teatro e Dança da UFPA, com doutorado cursado na Universidade Federal da Bahia, vai ser defendida no dia seguinte, 16h00, no auditório da ETDUFPA, sob a orientação do prof. Dr. João de Jesus Paes Loureiro. 

A montagem, utilizada em sua pesquisa, buscou desvelar a poética criada pelo grupo, que atua na cidade há mais de 14 anos. “A peça é meu experimento no Doutorado. Na pesquisa, digo que os Trovadores, nestes quase 15 anos de atuação, já têm um poética definida, isto é, um modo próprio de fazer teatro com palhaços”, conta o ator e também diretor. Esta é a segunda montagem dos Palhaços Trovadores que utiliza um texto de Molière. 

Em 2006, o grupo montou “O Hipocondríaco”, adaptado da obra “O Doente Imaginário”, do autor francês. As propostas se assemelham. Na atual montagem, a encenação também utiliza como ideia central, a chegada de uma trupe de palhaços de um circo decadente com a incumbência de apresentar uma peça de Molière. 

Sem muitos recursos, se utiliza o pouco que se tem para a montagem da peça: bancos velhos, roupas gastas, instrumentos avariados. Em ‘O Mão de Vaca”, Marton trabalha com a hipótese de que o público já percebe a poética própria do grupo ou seja, já reconhece elementos utilizado pelo grupo de espetáculo para o espetáculo. 

Para comprovar isso, o diretor montou esta adaptação de “O Avarento”, de Molière, com três meses de ensaios abertos na Praça da República. O público pôde então acompanhar e participar da criação, dentro de um processo colaborativo, em que os integrantes do grupo também tomaram parte de cada detalhe do projeto.

“Descrevo na tese o que eu chamo de poética da recorrência, um modo próprio com que os Trovadores foram elaborando o seu fazer teatro com palhaços, utilizando-se principalmente de elementos do folguedos populares. O público participou da montagem, que foi toda realizada de forma aberta, com os ensaios acontecendo no Anfiteatro da Praça da República”, vai nos contando Marton. 

Assim, segundo ele, o grupo todo pôde conversar com as pessoas e também contar com a participação delas, através de um blog, criado especialmente para o processo. “Fiz também algumas entrevistas e assim pude aferir que o público, em certo grau, identifica sim os elementos que utilizamos nas nossas criações”, revela.

O espetáculo passou por várias fases. Houve o momento do mergulho na obra, da construção das personagens, quando os integrantes também revelam seus clowns únicos. Um processo demorado e prazeroso, com resultados já apresentados em temporadas, sempre no anfiteatro da República e de forma coletiva. 

“Cada palhaço é um palhaço, mas somos um coletivo. Esse processo, de colaboração entre o grupo, também é discutido e mostrado na tese. É trabalhando assim, mesmo com cada um guardando sua individualidade, que construímos nossa poética, nossa maneira própria de criar enquanto grupo, enquanto Palhaços Trovadores”, reforça. 

Embora reconheça que cada grupo é um grupo e tem uma história que merece ser compartilhada pelos demais, Marton aposta nesta forma particular de trabalho dentro do Palhaços Trovadores. “Acredito que montar Molière com palhaços é coisa inédita sim, e não só no Brasil”, afirma.

A defesa da tese de Marton, que inicia com a apresentação do espetáculo, no Anfiteatro da Praça da República (quinta, 23, às 20h), será completada no dia seguinte, sexta-feira, 24, quando ele apresentará o trabalho escrito para a banca, que já assistiu o espetáculo, no auditório da ETDUFPA, ás 16h00. 

Tanto a apresentação, quanto a defesa da tese são públicas, abertas a quem quiser assistir. A banca é constituída pelo Prof. Dr. João de Jesus Paes Loureiro (Ufpa), meu orientador, e pelos professores doutores Daniel Marques da Silva (Ufba), Eliene Benício (Ufba), Marisa Mokarzel (UNAMA) e Luizan Pinheiro (Ufpa). 

Os Palhaços Trovadores são pioneiros no trabalho com o palhaço em Belém e mantém uma regularidade no trabalho e possuem uma sede sempre com atividades. “Queria muito que o público comparecesse à apresentação, sobretudo pessoas que acompanharam o processo. Tenho certeza que irão se divertir. E é isso que importa”, finaliza Marton. Serviço "O Mão de Vaca", dos Palhaços Trovadores. 

Nesta quinta-feira, às 20h, no Anfiteatro da Praça da República, às 20h. Na sexta-feira, 24, às 16h, Marton Maués faz uma defesa pública de sua tese "Criação Pública - o desvelar da poética dos palhaços trovadores na montagem de O Mão de Vaca", no auditório da Escola de Teatro e Dança da UFPA (Don Romualdo de SEixas com Jerônimo Pimentel), sob a orientação do prof. Dr. João de Jesus Paes Loureiro.

21.8.12

Circuito itinerante do Festcineamazônia no Pará


Divulgar, integrar e promover discussões em torno da produção de cinema, vídeos nacionais e internacionais relacionadas ao Meio Ambiente. O Festcineamazônia – festival latino americano de cinema e vídeo ambiental, que vem sendo realizado há 10 (dez) anos na cidade de Porto Velho, em Rondônia, está no Pará. A itinerânica por aqui, inicia nesta quarta, 22, com projeções no Quilombo de Macapazinho, em Santa Izabel, e segue até domingo, em Belém, na Praça do do Carmo e Cine Líbero Luxardo. A programação ao ar livre, conta com show e apresentação de dança. Entrada franca.

Durante os anos da existência do Festival, diversas foram as temáticas propostas para que fossem fomentadas as discussões em torno da produção de cinema, bem como, em torno da temática ambiental. 

"Considerando a importância de tais discussões e a necessidade de integração cultural das mais diversas populações, em especial dos Estados da Região Norte é que desde o ano de 2008 estamos realizando o Festival de forma itinerante. Já percorremos mais de 120.000 km em seis países: Brasil, Peru, Bolívia, Colômbia, Cabo Verde e Portugal, bem como todas as capitais da Região Norte, atingindo um público estimado em mais de 30.000 pessoas", informam Jurandir Costa e Fernanda kopanakis, da organização.

Este ano, já foi realizado nos 11 (onze) Distritos de Porto Velho, em Coimbra (Portugal), Cidade de Praia e Mindelo (Cabo Verde), em cidades do Peru e Bolívia, em Rio Branco (AC) e em 11 (onze) localidades as margens dos Rios Mamoré e Guaporé em comunidades ribeirinhas e quilombolas do Brasil e da Bolívia.

Pajerama
A ideia é mobilizar a sociedade em geral para a importância da produção cinematográfica e audiovisual em torno da temática ambiental, exibir produções que abordem discussões a respeito dos grupos ditos minoritários e sua relação com o meio ambiente, além de formar e manter banco de imagens/acervo (cinema/vídeo/fotografia) relacionados ao meio ambiente e populações locais, bem como, da memória e imagem da região Amazônica.

O ação também é um meio de democratizar ao público em geral o acesso ao cinema, sem qualquer custo a população, garantindo-se o livre acesso a todas as pessoas as salas e espaços de exibição, bem como, exibições em localidades publicas (praças, escolas, campo de futebol, ruas e bairros).

O projeto busca público em todas as camadas e faixas etárias da população, especialmente as mais desprovidas de acesso ao cinema. Participam estudantes das escolas públicas e privadas, universitários, jornalistas, professores, artistas, intelectuais, profissionais do poder público da educação e meio ambiente, além de produtores de cinema e vídeo de toda região Norte.

PROGRAMAÇÃO

Quarta-feira, 22/08 – 19h
Quilombo Macapazinho – PA - 140, KM 14 - Santa Isabel do Pará
  • "O Mapinguari" (animação), de Marcos Magalhães e desenhos, de Guy Charmaux
  • “O Rapto do Peixe Boi” (animação), de Cássio Tavernard e Rodrigo Aben-Athar
  • "A Terra a Gastar (Wasting Earth)" (animação), de Cássia Mary Itamoto/Celina Kurihara
  • "Soldados da Borracha"  (documentário), de Cesar Garcia Lima       
  • "Pajerama" (animação), de Leonardo Cadaval
  • "Priara Jõ - Depois do Ovo, a Guerra" (documentário), de Paturi Panará
  • "Bartô" (animação), de  Luiz Botosso e Thiago Veiga
  • "Nada é Longe" (documentário), de Jurandir Costa e Fernanda Kopanakis

Encerramento: Show de Eliakin Rufino e apresentação do Grupo de Dança do Quilombo Macapazinho

Quinta-feira, 23/08 – 19h
Praça do Carmo – Cidade Velha - Belém
  • "O Mapinguari" (animação), de Marcos Magalhães e desenhos, de Guy Charmaux
  • “O Rapto do Peixe Boi” (animação), de Cássio Tavernard e Rodrigo Aben-Athar
  • "A Terra a Gastar (Wasting Earth)" (animação), de Cássia Mary Itamoto/Celina Kurihara
  • "Soldados da Borracha"  (documentário), de Cesar Garcia Lima       
  • "Pajerama" (animação), de Leonardo Cadaval
  • "Priara Jõ - Depois do Ovo, a Guerra" (documentário), de Paturi Panará
  • "Bartô" (animação), de  Luiz Botosso e Thiago Veiga 
  • "Nada é Longe" (documentário), de Jurandir Costa e Fernanda Kopanakis

Encerramento: Show de Eliakin Rufino

Sábado, 25/08 – 16h30
Cine Líbero Luxardo (Centur) - Av. Gentil Bittencourt, 650
  • "O Mapinguari" (animação), de Marcos Magalhães e desenhos, de Guy Charmaux
  • "Quilombagem" (documentário) , de Jurandir Costa e Fernanda Kopanakis   
  • “Toxic: Amazônia" (documentário), de Bernardo Loyola e Felipe Milanez 

Domingo, 26/08 – 16h30
Cine Líbero Luxardo (Centur) - Av. Gentil Bittencourt, 650
  • "O Mapinguari" (animação), de Marcos Magalhães e desenhos, de Guy Charmaux
  • "Corumbiara" (documentário), de Vincent Carelli      
Serviço
O festival apresenta produções nesta quarta-feira, 22/08, às 19hs - Comunidade quilombola Macapazinho - no município de Santa Isabel do Pará - Estrada PA - 140, Km 14. Haverá apresentação do grupo de dança do Quilombo e exibição do curta de animação, “O Rapto do Peixe Boi", de Cássio Tavernard. No quinta-feira, 23, a projeção será  nma Praça do Carmo, às 19hs - Praça do Carmo - Cidade Velha - Belém.