30.3.13

Projeto cria acesso às bandas de música do Pará

“O Toque Paraense das Bandas” tem início neste Domingo de Páscoa, às 11h, no Theatro da Paz, com entrada franca para a apresentação da AMAM - Associação Musical Antonio Malato, banda de música de Ponta de Pedra, Marajó. 

Ao todo seis bandas farão parte desta primeira edição, que irá até o mês de outubro, com objetivo de valorizar uma cultura tão forte existente no Pará, e também uma das fontes da pesquisa musical do historiador Vicente Salles. Ele, que escreveu "Sociedades de Euterpe - as bandas de Música do Grão Pará", com certeza, se estivesse vivo, ficaria feliz com a iniciativa.

Elas são inúmeras e se espalham pelos municípios paraenses. Algumas são centenárias, outras possuem mais ou menos de uma década, mas isso não é o mais importante. Tradicionais. As bandas de música se constituem em uma de nossas grandes riquezas culturais. Elas não só, fazem parte deste cenário cultural, como também estão ligadas à vida de suas comunidades. Estima-se que mais de 10 mil paraenses, entre jovens e crianças, estejam envolvidas neste processo de educação através da música.

Fundada por Antonio Malato, no dia 02 de maio de 1981, a AMAM é precursora do Clube Musical Circulista do Município de Ponta de Pedras.

Em 31 anos de existência, a banda sempre primou por sua responsabilidade social. Faz parte do Projeto de Interiorização da Fundação Carlos Gomes, há 16 anos e possui Núcleos de Musicalização em seis comunidades (quilombolas, ribeirinhas e de tradição indígena) do Município onde são atendidos 500 alunos.

Desde de 1981 a AMAM atua em Ponta de Pedras com a educação musical de centenas de alunos, muitos dos quais se encontram hoje tocando nas bandas do Exercito, da Marinha, da Aeronáutica, do Corpo de Bombeiro e na Banda Sinfônica da Fundação Carlos Gomes.

A banda já realizou várias apresentações dentro e fora do Marajó. Em belém tocou na reinauguração do Estádio Olímpico do Mangueirão e no aniversário do Theatro da Paz, em 2008. Em seu repertório estão a música clássica e o jazz, passando pela bossa nova, o samba, bossa nova, carimbó e MPB, todas executadas por 80 jovens que integram a banda de Música. 

Outras - Nesta primeira edição, o público terá oportunidade de conhecer e apreciar também as bandas de músicas dos municípios de Bragança, Vigia, Paragominas, São Caetano de Odivelas e Barcarena.

O projeto foi criado pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult- PA) e será apresentado no Theatro da Paz, sempre no último domingo dos meses de março, abril, maio, junho, outubro e novembro, sempre às 11h, com entrada gratuita. 

PROGRAMAÇÃO

31 de março 
ASSOCIAÇÃO MUSICAL ANTONIO MALATO: Fundada em Ponta de Pedras e com 31 anos de existência, a AMA, como é conhecida, é responsável pela formação de centenas de alunos que hoje integram várias bandas marciais. 

28 de abril
BANDA CANTÍDIO GOUVÊA – A FURIOSA DE BRAGANÇA – Uma das mais tradicionais referências musicais de bandas de Fanfarra, com 66 anos de fundação, destaca-se pelo repertório tradicional da região como xote, retumbão, carimbo e dobrados. 

25 de maio
CLUBE MUSICAL UNIÃO VIGIENSE – Fundada em 13 de maio de 1916, conta hoje com 60 integrantes sob a regência do Prof. Marinildo Pereira da Silva. 

30 de junho
ORQUESTRA DANIEL NASCIMENTO – Composta por 30 músicos, tem como regente Edigar Silas Nascimento e atualmente é administrada pela Secretaria de Cultura, Turismo, Desporto e Lazer de Paragominas.

27 de outbubro
BANDA RODRIGUES DOS SANTOS – São Caetano de Odivelas – Fundada há 131 anos, é considerada o patrimônio cultural mais antigo do município, tendo recebido título de Honra ao Mérito da Assembleia Legislativa do Pará. Atua na formação de mais de 300 alunos. 

24 de novembro
BANDA JOVENS TALENTOS DE BRAGANÇA – Fundada em 2012, abanda conta com 23 músicos e faz parte do projeto desenvolvido pela SECULT, sob administração da gerência de Música, sob a regência do Maestro Nelson Neves.

28.3.13

Concerto de violino com Frédéric Pelassy em Belém

Pela primeira vez em Belém, o músico participa de um intercâmbio cultural promovido pela Aliança Francesa. Em turnê pelo Brasil , ele já vem de uma apresentação no Rio de Janeiro, e ainda segue depois para o Maranhão, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Paraná. O concerto aqui será dia 04 de abril, às 20h, na Igreja de Santo Alexandre. Os convites, gratuitos, devem ser retirados na sede da AF Belém.

Frédéric Pelassy é um dos artístas franceses mais reconhecidos no exterior, já gravou 24 discos e já fez mostras de seu talento em mais de 50 países, em todos os continentes. Trazendo um repertório com nomes importantes da música clássica, o artista chegará antes em Belém e no dia 3 de abril, vai conhecer o projeto Vale Música, da Fundação Vale. O encontro será um momento de troca cultura, quando os jovens poderão prestigiar uma apresentação especial do violinista. 

Frédéric Pelassy começou a estudar violino ainda na infância. Aos doze anos, recebeu o 1º Prêmio, por unanimidade com felicitações, da Banca no Concurso inter-conservatórios da Cidade de Paris e aos 16 anos, gravou seu primeiro disco. Daí por diante, a paixão pela música levou Pelassy aos 5 continentes. Viagens onde o artista se aperfeiçoou, integrou várias orquestras pelo mundo, e acumulou diversas premiações. 

A discografia do músico foi enriquecendo ao longo do tempo, com volumes dedicados a compositores que vão de Albinoni a Darius Milhaud, passando por Bach, Haendel, Haydn, Mozart, Schubert, Beethoven, Paganini, Mendelssohn, Brahms, Bruch, Dvorak, Tchaïkovski e Franck. 

Serviço
Concerto do violinista Frédéric Pelassy Entrada Franca Os ingressos já podem ser retirados na Aliança Francesa em Belém, localizada na Travessa Rui Barbosa, 1851 – Batista Campos. Data: 04 de abril, às 20h Local: Igreja de Santo Alexandre (Praça Dr. Frei Caetano Brandão - Cidade Velha) Mais informações: (91) 3224-3998 - contatos@afbelem.com.

27.3.13

Walda Marques nos convida ao universo cubano

"Românticos de Cuba", exposição da artista convidada do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, deste ano, revela a nostalgia e a simplicidade de um país. A exposição traz imagens que retratam a vida cotidiana dos moradores de Havana e de outras cidades do interior da ilha. A abertura é nesta quarta-feira, 26, às 19h, no Museu da UFPA, onde ficará em cartaz até dia 26 de maio. No dia 02 de abril, a fotógrafa também bate um papo com o público.

“Eu sempre tive vontade de ir a Havana, não pela questão política, mas para conhecer de perto cultura do lugar.

Fiquei encantada com a música e todas as outras vertentes culturais do país, com as quais já tinha muita identificação. Quando cheguei lá, me senti em casa”, diz ela. A exposição reúne 15 fotografias. São ambientes residências e comerciais onde, ora podemos imaginar seus moradores, ora os vemos intrínsecos a eles. 

Há ainda algumas vitrines, carros antigos. “É tudo muito parecido comigo, com a minha casa”, compara Walda, que mora em uma casa antiga, decorada com móveis e objetos que bem poderiam pertencer a uma residência cubana. 

“Cuba nos traz fortes influências culturais. Fui como turista e aproveitei a oportunidade para andar pela cidade e fotografar. Bati na porta da casa das pessoas e pedi pra entrar”, lembra Walda. A exposição mostra Cuba por dentro e faz um retrato de cada lugar por onde a fotógrafa passou, mas principalmente revela o lado humano e o gosto simples que ecoam do interior das casas em que ela esteve. 

“A arrumação delas, seus objetos, os lustres, tudo se remete aos anos 1950 e 1960. É tudo muito nostálgico. Fui até o meio da ilha, chegando a Trinidad, uma cidade na província de Sancti Spíritus”, diz.

Em estado de entrega e entusiasmada como sempre fica com tudo que se envolve na fotografia, a convidada especial desta 4ª edição é uma das fotógrafas mais atuantes de sua geração. 

“A fotografia pra mim não vem só através do clic. Eu realizo um trabalho em cima do que se chama de fotografia. Não me acho fotógrafa. Gosto de produzir, sem isso, pra mim, não há fotografia. Tem que ter maquiagem e entendimento com as pessoas que eu fotografo. É uma busca, uma procura”, explica. 

Nascida em Belém do Pará, Walda trabalhou 17 anos com maquiagem para teatro, televisão, salão de beleza e estúdio fotográfico e em 1989 fez curso com o fotógrafo Miguel Chikaoka, artista convidado na 3ª edição do prêmio, e tomou nova direção na sua trajetória. 

“Na Associação Fotoativa, passei a ver a fotografia mais de perto, mesmo já trabalhando com vários fotógrafos em Belém como Luiz Braga e Octavio Cardoso”. 

Em 1992, a fotografia entra definitivamente para sua vida profissional. Fundou o Estúdio W.O. Fotografia, em parceria com Octavio Cardoso, e de lá pra cá, não parou mais de produzir. 

Além da exposição, quem quiser saber mais sobre o trabalho da fotógrafa, poderá participar do bate papo “Os lugares do retrato”, que acontece dia 02 de abril, às 19h, no Museu da UFPA - Av. Governador José Malcher.

Panorama de uma fotografia humanística e ousada

A Casa das Onze Janelas se  faz mais uma vez um espaço de fruições. Na exposição Homem Cultura Natureza, aberta ontem à noite, pela quarta edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, há ensaios fotográficos, vídeo arte e instalações sonoras e imagéticas. 

O público vai perceber que as essências presentes nas obras, também estão em seus autores, artistas interessados em experimentar com verdade e coragem de expandir as ideias para além das imagens. São 25 obras selecionadas este ano, três delas, como se sabe, premiadas. 

Na cerimônia de abertura, que aconteceu na noite desta última terça-feira, 26 de março, estiveram presentes representantes dos realizadores do prêmio, o Jornal Diário do Pará e do Grupo RBA de Telecomunicações, dos patrocinadores, Vale e Pátio Belém, membros do júri formado este ano e a equipe que organiza e produz o evento, além do público e de artistas que vieram de outros estados e trocaram ideias com os paraenses, que também estão com seus trabalhos na mostra. 

Em sua fala de boas vindas, Mariano Klautau Filho, curador do prêmio, reafirmou que o Diário Contemporâneo de Fotografia é uma exposição de arte brasileira, em que a presença do Pará tem se mantido forte por suas próprias razões. Disse ainda que este ano, a comissão julgadora esteve especialmente em sintonia e discutiu muito criticamente cada trabalho inscrito.

"Tivemos uma comissão que fluiu muito bem e que teve acima de tudo noção crítica em suas escolhas. Discutimos cada um dos inscritos, atentos ao que se produz na contemporaneidade, sobre o que cada trabalho se sabia, se tinha alma”, relembrou. 

Armando Queiroz, diretor da Casa das Onze Janelas e também integrante do júri, foi de poucas, porém significativas, palavras. Pediu licença e citou Eduardo Galeano (O livro dos Abraços):

“Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovakloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando. Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai: – Pai, me ensina a olhar!”. 

Ao final da leitura, Armando arrematou: “Sejam todos muito bem vindos. O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é o mar!”, sentenciou, instigando as pessoas a mergulhar neste universo de sentidos, aguçados pelo olhar provocado pelo evento. 

O jovem Emídio Contente, ganhador na categoria local – Prêmio Diário, no valor de 10 mil reais, elogia a harmonia da montagem. “Está muito bonita. Percebe-se que nesta edição, a fotografia em si está marcando território”, disse ele que reconhece a fotografia paraense como uma referência de produção no país.

“Acho que o Prêmio Diário é uma das provas de que a fotografia paraense existe, não só no sentido histórico, pois não paramos nos anos 1980. A fotografia paraense continua tendo uma produção contemporânea boa e forte, pronta pra receber o mundo e sair pra ele também”, afirmou. 

A obra premiada de Wagner Almeida- Livrai-nos de todo o mal
Sobre o seu trabalho, Cobogó, ele diz que espera que o público mergulhe na viagem de um universo próprio como ele mesmo faz em sua pesquisa, iniciada em 2007 e sem data para acabar. 

“Cobogó é um trabalho que, em certas horas é muito pessoal e em outras, é universal. Minha ideia é que em cada foto, a pessoa possa ali, naquele furinho, mergulhar em um universo que ela mesma crie ou tenha a curiosidade de entrar e inventar qualquer outra coisa da cabeça dela mesma, e que pode ser totalmente diferente do que eu pensei”, diz o jovem artista. 

Emoção ao ver o resultado alcançado

Na opinião do fotógrafo Luiz Braga, que foi um dos artistas a integrar o júri desta quarta edição, o resultado da seleção dos trabalhos condiz com o cuidado que ele, Armando Queiroz e Maria Helena Bernardes tiveram ao analisar as 310 obras inscritas.

“Eu vejo isso com uma emoção peculiar, principalmente por ter tido o privilégio de ter participado do processo. Eu sei o universo de onde saiu tudo isso. E para mim este também é um grande prêmio. Ter brigado por esse trabalho do Marajó (diz ele apontando na parede a obra de Betania B.) foi acertado. Acabei de conhecer a autora, e isso me fez constatar que ela é exatamente o quem eu imaginava que estava fazendo aquilo. Isso mostra que a gente estava com a antena bem calibrada na hora de perceber os trabalhos”, comentou.

“Pelo que vi aqui, confesso que não me arrependi de nada. Existem um critério que, quem passear pela exposição vai perceber de imediato, que é a sinceridade da exposição, pois eu não admito estelionato artístico, pra mim isso é um pecado que considero mortal. As pessoas que estão aqui têm sinceridade no que fazem e têm aquilo que também considero fantástico, a ousadia de tentar expandir o que fazem, além do que seria esperado, como o cara das salinas (referindo-se a obra Homens de Sal, do paulista Ricardo Hantzschel), que dialoga com o que o Emídio fez também”, disse.

Daniela Alves, veio do Rio de Janeiro
“Aqui está um panorama de uma fotografia, antes de tudo, humanística que respeita o outro, que se permite interpretar sem se apropriar, sem ser aquilo que a gente falou muito na seleção, um predador visual altamente instrumentalizado, que se permite tentar enganar com fórmulas e maneirismos. Não tem nada disso aqui. Estou muito feliz e orgulhoso disso. E já estou querendo ver o catálogo”, enfatizou Luiz.

A carioca Daniela Alves, que recebeu junto com Rafael Adorján, o prêmio Diário Contemporâneo por “Derrelição”, disse que foi muito bem acolhida pela equipe do evento e pela cidade. 

Os dois chegaram na segunda-feira, 25, para acompanhar o final da montagem e tiveram a oportunidade de conhecer um pouco da cidade. Impressionada com a qualidade da exposição, ela se diz muito feliz em estar participando desta edição. 

“Que bacana estar junto com todos estes outros de jovens artistas que estão produzindo e experimentando. Todos os trabalhos têm uma qualidade incrível. É uma mostra em que você ao participar, dialoga com o Brasil inteiro. Belém é um ponto reconhecido e de referência para a fotografia. Estar em contato com estas pessoas, saber mais um do outro, é realmente muito gratificante”, conclui. 

Serviço
A mostra Homem Cultura Natureza ficará aberta na Casa das Onze Janelas até dia 26 de maio, com entrada franca – Pça. Frei Caetano Brandão, aberta de terça a sexta das 10h às 18h e aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 14h. Mais informações: 91. 4009-8821 (Recepção). Para agendar visitação, ligue para (91) 4009 8845 (8h30 às 13h30). As escolas interessadas também devem preencher a ficha de cadastro e relato no site (www.diariocontemporaneo.com.br).

25.3.13

Para um agito a mais nas noites de terça-feira

(texto enviado pelo evento)  
 
Nesta terça, acontece a terceira edição do projeto Melanina, que busca tocar as coisas mais bacanas do Jazz, Blues, Funk, Soul e Disco. A cada semana, a noite fica ainda mais divertida com a galera que não foge de uma boa farra. 

A diversão começa cedo (20h) no Barba Negra Pub e fica por conta dos DJs BemBom e Faca, além da banda Smooth Zone. 

Sabe aquela música que você adora, mas que em uma versão Jazz, fica melhor ainda? Bom, a banda Smooth Zone garante isso! Com um repertório vasto, eles adoram transformar músicas da atualidade em novas versões e também tocar alguns clássicos, o que deixa o público muito animado e descontraído.

“O repertório da Melanina é incrível. A banda toca uns sons que a galera adora, além dos DJs que brincam com clássicos de Funk e Soul, que deixam a galera super animada”, contou Mari, que faz parte da dupla de DJs BemBom. Melanina é o nome do novo projeto de música negra, formados pelo DJ Faca e pela dupla BemBom. 

Serviço
Melanina DJs Faca e BemBom Banda: Smooth Zone Local: Barba Negra Pub (Wandenkolk, esquina com João Balbi) Data: 26/03 Hora: 20h Ingresso: Couvert R$3,00.

22.3.13

Cineclube Amazonas Douro comemora 10 anos

E para comemorar, traz a Belém o Festival de Cinema Universitário NÓIA (itinerante), que está em sua 11ª edição. A sessão acontecerá na Rua Cesário Alvim, 383, bairro da Cidade Velha, onde funcionam a escola de Samba Deixa Falar, a quadrilha Arrastão Junino e o Terreiro afroreligioso Estrela Guia. 

A mostra contará com exibição de 7 curtas, totalizando 1h20min. Na programação, os filmes “Europa” (Leonardo Mouramateus), “A Namorada do Meu Pai” (Luciana Vieira), “Cão” (Iris Junges), “Vó Maria” (Tomás von Osten), “O Garoto, o mar e o Velho” (Marisa Merlo), “Próxima Parada” (Samuel Brasileiro), e “Pétala” (Vitor Dourado). 

O NOIA – Festival Brasileiro de Cinema Universitário é um espaço destinado à divulgação da produção cinematográfica realizada por universitários de todo o Brasil, à profissionalização de jovens e adultos por meio do audiovisual e à discussão e à democratização do cinema nacional. 

Para quem não sabe, o festival foi criado por estudantes do curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Ceará (UFC), em 2002, tendo – nesse tempo - exibido mais de 500 filmes e beneficiado cerca de 20.000 pessoas com oficinas, seminários e exibições especiais itinerantes realizadas em faculdades, centros culturais e comunitários de Fortaleza e em outras cidades brasileiras. 

Europa:  Melhor Filme: 10° Noia
Amazonas Douro - O ato de criação do Cineclube Amazonas Douro ocorreu durante o Concílio Artístico Luso-Brasileiro, realizado no ano de 2003, na cidade de Belém, Estado do Pará, Região Norte, Amazónia, Brasil. 

Nesse período, o Cineclube Amazonas Douro percorre o mundo (Amazônia-Brasil, Porto-Portugal, Praia-Cabo Verde), realiza ações de intervenção artística e social, estabelece a comunhão artística entre poetas e realizadores, através de encontros em que se fazem projeções de filmes, exposições de fotografias, leituras de poemas e conferências artísticas e filosóficas, e também através de projetos editoriais, como revistas e livros, bem como outros projectos articulados com a Internet que tenham estes mesmos propósitos.

A ideia é articular encontros entre poetas e realizadores amazónicos e lusíadas para partilhar teorias e praxis artísticas. Tais objectivos tem sido conquistados através do cinema poético, que ainda resiste de forma independente e que se realiza fora do domínio da cultura técnico-comercial e ao leste de Hollywood, um cinema criado sem economia de esforços e com a coragem absoluta de afrontar o lugar comum das produções cinematográficas financiadas pela indústria cultural global. 

Serviço
Festival de Cinema Universitário Nóia. Aniversário do Cineclube Amazonas Douro. Dia 3 de abril de 2013. 20H. Escola de Samba Deixa Falar. Rua Cesário Alvim, 383, Cidade Velha. Entrada franca. Contato: Francisco Weyl. carpinteirodepoesia@gmail.com. (91) 8837 9900.

(com assessoria de imprensa)

Morgue Insano and Cool está de volta no Reator

As duas apresentações que acontecem neste final de semana, encerram a temporada de performances que  Nando Lima vem mostrando no Estúdio Reator. 

Primeiro foi mostrado ao público "O coração na curva de um rio" e em seguida, "Incidental", respectivamente, sempre às sextas e sábados deste mês de março, às 21h, no Estúdio Reator, um espaço de espaço de experimentações e vivêcias tecno-sensorias. 

Morgue é um passeio por imagens e situações recentes vividas por Nando Lima. A cada mostra, ele as recria com toques de humor nonsense. "Uso de tecnologias atuais, MSN, Second Life, câmera em tempo real, e há durante a apresentação o improviso causado pelo contato com outro performer pela webcam. Em comum, a técnica e o uso de vídeos, com imagens editadas e construídas por mim", diz.

Morgue Insano and Cool trabalha em um acesso diferente dos dois outros espetáculos apresentados. Quem teve a oportunidade de assisti-los, não deve perder esta terceira criação, em que Nando Lima está solitário na cena, mas acompanhado pelo olhar do público e envolto com diversões tecnológicas. A ciberperformance, que recebeu o Prêmio Cláudio Barradas de Artes Cênicas da Secult, em 2010, propõe outras relações de presença com o público, de modo virtual e repleta de simulações.

Atuando há mais de 20 anos, nas mais variadas funções artísticas, como tramas visuais, performer, cenógrafo, dramaturgo, diretor e produtor, Nando se lança na construção de cenas que alteram noções de presença, corpo, espaço, tempo e textualidade.

Serviço
 “Morgue Insano and Cool”. Nesta sexta, 22, e no sábado, 23, às 21h, no Estúdio Reator (Trav. 14 de Abril, 1053, entre Magalhães Barata e Gov. José Malcher). Ingresso R$ 10, com meia entrada para estudantes e artistas. Informações: 91 8112-8497.

21.3.13

Último desejo de Vicente Salles será atendido

Nesta sexta-feira, 22 de março, as cinzas do pesquisador e historiador, falecido aos 81 anos, no último dia 7 de março, no Rio de Janeiro, serão jogadas na Baía do Guajará, em Belém do Pará. A cerimônia vai acontecer às 16h30, na orla da Estação das Docas. Autoridades, artistas, amigos e familiares estarão presentes, mas não haverá nenhum ritual mais formal. Marcelo Salles, filho de Vicente Salles, em entrevista ao Holofote Virtual, informou que tudo será simples.

Alguns artistas devem prestar homenagens, mas tudo será realizado de maneira espontânea como o próprio Vicente Salles gostaria. 

“Ele várias vezes manifestou este desejo de ser cremado e que suas cinzas fossem depositadas na Baia do Guajará e é isso que vamos fazer”, reforça Marcelo, ainda abalado pela perda. "Isso tem sido bastante difícil pra nós, mas acho que faz parte do processo para aceitação dos fatos”, diz Marcelo, em contato pelo telefone.

Marena Salles, 74, viúva do também jornalista e escritor, está chegando a Belém hoje, para participar do lançamento do Livro Serie Restauro – Volume 5, às 19h, no Theatro da Paz, e para o qual Vicente deu uma de suas últimas contribuições à memória da cultura paraense. Cerca de 100 páginas da publicação, que teve organização do secretário de cultura, Paulo Chaves Fernandes e de Rosário Lima, foram escritas por Vicente Salles.

Marcelo lembra que, várias vezes, eles o viram trabalhando no texto e discutindo por telefone alguns problemas sobre alguns programas do Theatro da Paz. 

“Mas não tivemos acesso direto ao texto. Nós não tínhamos o costume de interferir no seu trabalho, a não ser quando ele pedia alguma opinião ou uma ajuda especifica. Normalmente eu só tinha contato com os seus textos quando já estavam publicados”, disse.

Natural de Igarapé- Miri, no nordeste paraense, Vicente Salles era pesquisador, historiador, folclorista e musicólogo, além de ser um dos mais importantes intelectuais do século XX, da Amazônia e do Brasil, e que continuava, com mais de 80 anos, produzindo e colaborando com diversas áreas.

Generoso, Vicnte Salles tinha como hábito compartilhar conhecimento. Certa vez em relação ao acervo de sua pesquisa doado ao Museu da UFPA, ele disse que o que mais o deixava feliz era que, aquele trabalho de digitalização e restauro, era a possibilidade de que grande parte do que ele reuniu, durante anos de sua vida, poderia, assim, sobreveiver a ele. E de fato, irá, é o que se espera. Na entrevista que segue, Marcelo nos conta mais sobre esta profícua produção, que inclui material de acervo, livros prontos a espera de lançamento e muita coisa inédita.

Holofote Virtual: A produção de Vicente Salles é enorme. Mas imagino que ainda haja muita coisa que está com a família e que deve ser organizada... 

Marcelo Salles: Sim. Existe um material imenso no seu apartamento em Brasília, que ele adquiriu depois de ter transferido o seu acervo para Belém. Parte deste material ele já havia organizado e deu instruções para onde deveria ser destinado. A outra parte, teremos que fazer um levantamento com calma para que seja devidamente destinado. 

Holofote Virtual: E deve haver também escritos inéditos. Vocês têm conhecimento disso? 

Marcelo Salles: Sim, ele produziu muito até os últimos dias. Ele tem muitos trabalhos inéditos. Temos a intenção de organizar o que for possível e tentar de alguma forma publicar estes livros. Um dos trabalhos que ele deixou incompleto foi A Música e o Tempo no Grão Pará. Este é uma série em quatro volumes em que ele conseguiu publicar apenas o primeiro e o quarto volume. O segundo ele estava fazendo uma revisão e o terceiro que estava na faze de organizar o texto. Este projeto grandioso tinha mais de quarenta anos de trabalho. 

A obra que com certeza sei que esta para ser publicada é os Mocambeiros, pelo IAP. Sei que tem outros trabalhos em algumas instituições para serem publicadas, mas no momento não tenho certeza de que trabalhos são estes. 

Holofote Virtual: Certa vez em uma entrevista que fiz com Vicente, em 2006, ele me disse que quando era criança cantava na igreja e a partir daí, percebeu que gostava de música. Há muito a contar sobre ele em uma biografia. Isso está sendo pensado? 

Marcelo Salles: Já existe alguns trabalhos acadêmicos sobre o trabalho dele, mas uma biografia ainda não existe. É uma ideia a ser pensada com carinho. Sei que ele deixou um esboço de uma autobiografia. Também sei que Rose Silveira está desenvolvendo um trabalho específico sobre a trajetória de vida em relação à pesquisa do negro no Pará. 

Holofote Virtual: Este texto escrito para o livro que vai ser lançado nesta quinta-feira, 21, sobre o Theatro da Paz, teria sido a sua última escrita? 

Marcelo Salles: Em Belém talvez sim, mas não posso afirmar que esta tenha sido a última. Em dezembro de 2012, a Rose Silveira fez uma serie de entrevistas com ele no Rio de Janeiro para o trabalho sobre a sua trajetória em relação ao Negro no Pará. A informação que tenho é que parte destas entrevistas foram publicadas em 5 de fevereiro de 2013, no Diário do Pará.

Holofote Virtual: Fora a produção dele, que lembranças ficam da sua relação com seu pai? 

Marcelo Salles: É difícil eu dizer uma coisa que mais tenha me marcado. Tenho muitas lembranças maravilhosas da convivência com meu pai. Poderia citar tanto no campo afetivo como no campo profissional. No momento não sei o que responder.

20.3.13

“Evoé! ... uma viagem com José Celso Martinez

Lançada em parceria com o Instituto de Artes do Pará, na semana passada, a coleção Iconoclássicos, do Itaú Cultural, exibe nesta quinta-feira, 21,  “Evoé! Retrato de um Antropófago”, de Tadeu Jungle e Elaine Cesar. No Dia Universal do Teatro, a escolha é uma celebração. O longa metragem homenageia o diretor e criador José Celso Martinez. A exibição acontece simultâneamente em Belém, Castanhal, Marabá, Santarém, Óbidos, Ponta de Pedras, a partir das 19h. Entrada franca.

Os depoimentos são recentes, mas as imagens, históricas. Revelam ao público momentos marcantes da carreira do diretor, ator e dramaturgo Zé Celso, do Teatro Oficina, tendo, como base, quatro viagens chaves de sua trajetória: pelo Sertão da Bahia, Praia de Cururipe, em Alagoas (onde o Bispo Sardinha foi devorado), Epidaurus e Atenas, na Grécia, e o apartamento de São Paulo. 

O documentário, como ele é singular, polêmico e excêntric. Não poderia didático. Procura acompanhar sua fala intensa sobre os mitos que norteiam sua vida: o deus Dionísio, o filósofo alemão F. Nietzsche e o dramaturgo paulista Oswald de Andrade.   

No próximo dia 30 de março, Zé Celso completará 76 anos. Ao longo da trajetória, encenou espetáculos considerados antológicos, como O Rei da Vela, de Oswald de Andrade − montagem que se tornou um emblema do tropicalismo, em 1967. Tornou-se conhecido pelo posicionamento fundamentalmente crítico, polêmico e inovador que imprimiu em seus espetáculos. 

Diretor, autor e ator. Inquieto e irreverente, José Celso Martinez Corrêa − ou simplesmente Zé Celso − é líder do Teatro Oficina, uma das companhias mais conectadas com o seu tempo. 

Nos anos 1970, vivenciou todas as experiências da contracultura, transformando-se em líder de uma comunidade teatral e das montagens de suas criações coletivas. Ressurgiu nos anos 1990, numa nova organização da companhia, propondo uma interação constante entre vida e teatro. 

Algumas das mais importantes encenações desse período − Hamlet, de Shakespeare (1993), As Bacantes, de Eurípedes (1996), e Cacilda! (autoria do diretor, 1998) −, propõem a desestruturação e reescritura dos textos originais, em prol da incorporação de material autobiográfico dos integrantes ou do próprio Oficina, num movimento autofágico de ir e voltar às próprias origens. 

Em 2002, Zé deu início à realização de sonho antigo: a montagem na íntegra da obra Os Sertões, de Euclides da Cunha, pelo Teatro Oficina. Evoé! Mostra exatamente essa trajetória de Zé Celso e suas incursões pela vida dentro e através do teatro. O documentário, lançado em 2011, tem um olhar particular e multifacetado de uma das maiores personalidades das artes do Brasil de todos os tempos. 

Belém: na oficina de ator, antes das estreias Dionisíacas
Não está no documentário, mas tem muito registro. Em 2010, ele rodou o país com suas montagens Dionisíacas e também chegou em Belém, no mês de agosto, deixando marcas profundas, provavelmente irreversívei, na formação de vários estudantes da Escola de Teatro e Dança da UFPA. Elaine Cesar, uma das diretoras deste doc, também esteve por aqui e tivemos o prazer de conhecê-la. 

Era dela a direção-geral do vídeo da turnê Dionisíacas e das oficinas para as transmissões que eram feitas durante as apresentações. Dentro do Teatro Oficina, Elaine também dirigiu projetos de captação das peças para DVD, além de assinar o projeto videográfico da peça Os Bandidos Em publicidade, esteve na direção de mais de 200 filmes contratada por produtoras como Academia de Filmes, 5.6 e Conspiração Filmes. 

Além disso, foi curadora e responsável pelo projeto da exposição sobre o diretor José Celso Martinez Corrêa dentro do espaço Ocupação do Itaú Cultural. Assina a direção de vários documentários independentes como o que está produzindo atualmente sobre alienação parental. 

Já, Tadeu Jungle, é um artista multimeios. Transita entre a videoarte, a poesia visual, a fotografia, a TV e o cinema. Apresentou e dirigiu programas de TV, entre eles o emblemático Fábrica do Som. 

É sócio da produtora de cinema paulista Academia de Filmes e da Margarida Filmes, em que dirige filmes, programas de TV, documentários e publicidade. Em 2001, dirigiu quatro DVDs de peças do Teatro Oficina e lançou seu primeiro longa-metragem de ficção, Amanhã Nunca Mais. 

O longa “Evoé! Retrato de um Antropófago” tem 104 minutos de duração e em cada local de exibição pelo estado, será sucedido por um bate papo com o público presente. Por conter cenas de nudez, o filme é impróprio para menos de 16 anos. Ainda existe isso...

Serviço
Saiba onde ver. Belém: Teatrinho do IAP – Praça Justo Chermont, ao lado da Basílica Santuário de Nazaré. Castanhal: Funcast – Fundação Cultural de Castanhal – Rua Senador Antônio Lemos, 749. Marabá – Cineteatro Marrocos – Travessa Lauro Sodré, 228, Núcleo de Marabá Pioneira. Óbidos – Rua Idelfonso Guimarães – Secretaria Municipal de Turismo. Santarém – Mascote, Avenida Tapajós, Orla de Santarém Ponta de Pedras – Centro Cultura Bertino Bulhosa, Rua 15 de novembro. Nesta quinta, 21, às 19h. Entrada franca.

Ishak lança "Não precisa dizer eu também" na Fox

Lançamento que já vinha sendo anunciado desde o ano passado, “Não precisa dizer eu também”, livro de poemas de Caco Ishak, vem finalmente à público nesta quarta-feira, 20, a partir das 18h30, na livraria da Fox (R. Dr. Moraes, 584), com direito a sessão de autógrafos do autor.

Não é um livro de amor? Embora o negue, é a isso que, de certa forma, nos remete o título. Pra ser mais exata, à dor que ele nos causa quando já não está lá, não existe mais no outro e, ainda assim, gostaríamos de tê-lo, recíproco, pulsante, híbrido. 

O escritor paulista Marcelo Montenegro que assina a orelha explica melhor e diz que ao abrir o livro, “a sensação é meio a de estar removendo uma espécie de curativo. De um circo-ferida no qual – e no fim das contas – o tempo é – ao menos, deveria ser – ‘o maior acrobata de todos’”. Então, é sim, um livro de amor, afinal quantas facetas este sentimento tem? 

Depois de Belém, Caco segue para São Paulo, onde deverá lançará o livro, editado pela 7Letras, no Cemitério de Automóveis, bar teatro do dramaturgo Mário Bortolotto, espaço festejado por vários artistas, inaugurado no final de 2012, e para o Rio de Janeiro, levando seus poemas para a livraria da própria editora, em Ipanema. Melhor ter logo o seu, pois a tiragem é indefinida.

“A 7Letras está com um esquema novo, impressão a laser, o que tornou tudo mais rápido e barato. Não se fala mais em edição e reedição, mas em impressão e reimpressão”, diz Caco, que nasceu em Goiânia, mas veio pra cá aos cinco, para onde o pai, este sim, paraense, voltou transferido. 

Caco graduou-se em Direito. Não exerce. É Mestre em Epistemologia da Comunicação, pela universidade de São Paulo. Não porque sonhe com a academia, apenas a comunicação afina mais com suas predileções ou diversões profissionais, especificadas assim em um perfil postado na internet: criação literária, tradução literária, ghostwriting, roteiro, consultoria criativa, preparação de originais, revisão. 

Caco é um turbilhão, uma avalanche mas que, se olhar rapidamente, talvez não se dê conta. Por via das dúvidas, saia de baixo. Ele é capaz de fazer e pensar mil coisas, sem querer ser especialista em nada. É o que ele mesmo conta na entrevista que segue mais a frente aqui. Enquanto respondia ao Holofote Virtual as inúmeras perguntas enviadas por e-mail, ele também me tirava algumas dúvidas pelo facebook, mandava erratas às respostas, ações paralelas à tradução de um livro, que deve entregar por estes dias à Editora Leya. 

Citado pelo O Globo como um dos expoentes da fervilhante cena cultural paraense, Caco tem livros engavetados, prestes a serem retomados, um deles o romance intitulado “Cowboy”. “Não Precisa Dizer eu também” é o segundo livro de poemas. Em 2006, lançou “Má reputação”, também pela editora 7letras. Pergunto se ainda dá pra comprar e onde. “Diz que tá esgotado. A tiragem foi de apenas 500 exemplares. Encontrei alguns na Estante Virtual”, responde rapidamente. 

Holofote Virtual: “Não precisa dizer eu também”. Gostei do título. Ele logo me sugere aquele clima que fica quando você diz eu te amo pra alguém. É teu segundo livro de poesia. Como ele surge, e os poemas falam de que (in)exatamante? 

Caco Ishak: Obrigado. O título foi roubado, só não me sinto à vontade pra entrar em detalhes. Os poemas não têm uma fórmula, nem um tema específico. Surgem enquanto passo cheddar no pão ou quando acaba a gasolina. Não corro atrás deles. 

Holofote Virtual: Você nasceu em Goiânia... O que te trouxe para Belém, aos cinco anos de idade? 

Caco Ishak: Meu pai nasceu aqui. Ele foi professor da UFGO, onde conheceu minha mãe, sua aluna. Casaram-se, eu nasci e eles logo viajaram pra estudar fora. Fui junto. Na reta final dos estudos, eu e minha irmã fomos mandados de volta ao Brasil, direto pra Goiânia e pro colo da vó, até eles voltarem e nos mudarmos pra Belém. Ou seja: nem dá pra dizer que morei em Goiânia, apesar de minha infância/adolescência toda ter sido "oito meses aqui, quatro meses lá" - era um bom aluno, sempre passei direto até o primeiro ano do segundo grau. Depois, não teve jeito. 

Holofote Virtual: Como é este teu percurso, dá pra contar um pouco? 

Caco Ishak: Caí fora de Belém em setembro de 2009, quando fui pro Rio terminar meu romance. Duas semanas depois, estava em São Paulo. Não tinha nada melhor pra fazer, resolvi embarcar num mestrado. O problema foi que logo me apaixonei por uma pequena de Belém e o jeito foi voltar. Acabamos nos casando. Em quatro anos, mudei oito vezes de casa. Bem por aí. Minha vida não é interessante. 

Holofote Virtual: Imagina se fosse... (risos). Fizestes Comunicação, mas li em algum lugar que você prefere manter-se longe da academia... 

Caco Ishak: Na verdade, não me graduei em Comunicação. Pensei: por que vou perder tempo com outra graduação se posso fazer logo uma pós-graduação duma vez? Aí, fiz o mestrado por puro passatempo, uma diversão e tanto - sério. Mas não pretendo seguir a carreira acadêmica. No mais, todo diploma tem seu valor, claro, só que um jornalista se faz nas ruas, ainda que dentro de casa. 

Foto publkcada no jornal O Globo, em 2012
Holofote Virtual: Atuas como jornalista. Você colaborou com o Jornal do Brasil, a revista Rolling Stone...

Caco Ishak: Cheguei a cursar dois anos de jornalismo, mas, como disse, caí fora de Belém e simplesmente dei continuidade aos "estudos da comunicação" na pós. Sou graduado em Direito. Não, nunca exerci. Mal ia às aulas. Estava ocupado demais com Orlando Arouck, bebendo ou preparando uma edição do Macacada Fashion (que nome!), fanzine que lançamos ainda no primeiro ano de faculdade. 

Gosto do jornalismo, não tenho como fugir dele. Ele torce a cara pra mim, eu torço de volta, fico afastado por um tempo, mas não demora muito e já era de novo. Gosto da liberdade que uma reportagem (independente) oferece, coisa que a academia acaba tolhendo um pouco. 

Holofote Virtual: És sempre assim, múltiplo? 

Caco Ishak: O primeiro livro que comprei não foi do Sartre, nem do Pessoa. Foi a autobiografia do Magic Johnson. Na época, eu tinha 10 pra 11 anos e queria ser jogador da NBA. Uma apendicite me desviou do caminho, só pode. Importa (ou nem tanto assim) é que, no livro, ele dizia não ser o melhor nas enterradas, nem nas cestas de três ou na defesa, não era o melhor em nada. Mas sabia fazer um pouco de tudo e se destacava por isso. 

Acho que nunca me senti o melhor em nada e a confissão do Magic Johnson acabou sendo um consolo. Devo ter levado pra vida. Ou isso pode não ter nada a ver e ser apenas o que me ocorreu agora. As pessoas estão cada vez menos especialistas, não sou eu quem diz. Todo mundo sabe mexer no Photoshop (mentira, eu não, ainda uso o Paint), cozinhar, todo mundo é articulista. No fim, somos todos um bando de presepeiros.

Holofote Virtual: O que está mais na veia, no dia a dia? 

Caco Ishak: A escrita, sem dúvida. Toda criação passa por um papel e um lápis.

Holofote Virtual: Ei, vi um vídeo teu no Youtube... tocando e cantando... Que é isso? Um novo projeto!

Caco Ishak: Não, nem pensar. Não por enquanto. Talvez. Esse vídeo é antigo. Deve ter bem uns cinco anos. Era um projeto que eu tinha com o Gustavo Godinho, a gente tocava o terror nas festas, mas nunca fora delas. Logo depois de desistir da NBA, quis ser um astro do rock. Tinha doze anos, por aí. 

Não demorou pra sacar que não ia rolar. Só que eu já tinha composto umas 200 músicas toscas no violão - tudo sem letra, ficava gemendo a melodia feito um retardado (até o dia em que entrasse num estúdio, quando as escreveria). Ainda bem que se perderam com o fim do Trama Virtual. Claro, não baixei nenhuma pra fazer um backup e não faço ideia de onde estão os arquivos digitais originais. Sobraram só as K7's que gravei entre meus 15 e 18 anos. Tentei formar algumas bandas, nada que tenha passado do primeiro ensaio dentro do quarto. Melhor assim. 

De vez em quando, aparece um corajoso e faz uma versão. Molho Negro, por exemplo, tem uma de Québec. O Sady Menescal, ex-Minibox Lunar, e com quem também já tive banda de um mês, meu cumpadre, é quem me persegue. Quem sabe, um dia, ele não me vença pelo cansaço. 

Holofote Virtual: Cinema tá no foco.... 

Caco Ishak: Sempre me agradou a ideia de trabalhar com audiovisual, mas nunca levei adiante. Faz pouco, dirigi e roterizei um curta documental com o poeta paraense Jamil Damous, ainda não editado. Também co-roterizei o documentário Pessoas&&&Roupas, dos Morbach Bros, Beatriz e André, que está sendo rodado. 

E escrevi o roteiro prum clipe da Molho Negro, em fase de captação de recursos. Faz tempo que quero documentar a Rota 66 brasileira, instituída durante a ditadura militar e nunca levada a cabo, mas tudo não passa de brincadeira, fetiche, diversão. 

Holofote Virtual: Tinhas alguns sites, a galeria virtual de arte urbana baixocalão. A primeira no país??? E também o blog ¡c¡ao!¡cret¡n¡!. Tentei acessar. Não consegui. Quais ideias você compartilhava por lá? 

Caco Ishak: Exclusivamente virtual, sim. A exposição e a comercialização se davam apenas no próprio site, o que acabou possibilitando a exposição coletiva de artistas de todos os cantos do país a custo (quase) zero. Chegamos a fazer algumas exposições físicas também, mas já no fim de tudo. O cretini começou em 2002, salvo engano. Foi meu segundo blog. Uns dois anos depois, recebi o convite de Tiago Casagrande e Leandro Gejfinbein, por intermédio da musa Joana Coccarelli, pra migrar pro condomínio deles, o Verbeat, onde fiquei até 200…9? 10? Até o condomínio fechar. 

Compartilhava, é claro, cretinices. Foi meu laboratório literário, aquele velho clichê. Jogava uns poemas, umas crônicas, as matérias que escrevia, praticamente todo tipo de porcaria. O melhor mesmo eram os vizinhos. Os supracitados, Luiz Biajoni, Edson Aran, o também paraense Renmero Rodrigues (que acabou de terminar um romance)… até o Laerte passou por lá. Bons tempos. 

Holofote Virtual: Poesia é tua paixão? Que autores te seduzem? 

Caco Ishak: Eu estaria fodido e mal pago, com o perdão da palavra, se poesia fosse minha paixão. Eu que sou a paixão dela, a diaba me persegue, mas não caio nessa não.

Gosto muito de reclamar, essa sim é uma paixão. Thomas Bernhard, nesse sentido, é mestre. No fim, tudo o que não comporte um certo conjunto de palavras proibidas, como costuma dizer o escritor Sergio Mello, é passível de minha atenção. Infelizmente, ou felizmente, essas palavras proibidas acabam eliminando 60% do que me chega às mãos logo nas primeiras páginas. 

No fim, os autores que mais me seduzem são os que ainda não foram publicados. Aqui em Belém, por exemplo, temos vários e bons não publicados. O já citado Renmero Rodrigues, Marcelo Damaso, Gustavo Rodrigues, Natalia Brabo, Karina Jucá, André Arruda, Rafael Guedes, Ismael Machado. Ficção ou poesia, digo. 

Holofote Virtual: Quando sai o primeiro romance e romance... tem garphic novel também? Já começaram os trabalhos? O que tem mais pra sair dessa cartola? 

Caco Ishak: O romance está guardado na gaveta, à espera de revisão e do devido distanciamento. Não tenho pressa - tive ao escrevê-lo; urgência, na verdade. Tampouco vou esperar por minha boa vontade e, enquanto ela não vem, bolo outras formas de conquistar o mundo - e cair do cavalo, por supuesto. A graphic novel só tem o argumento, por enquanto. Fábio Vermelho acabou de engatar uma parceria com um escritor gringo, Christian Attridge, mas a próxima é comigo. Devo iniciar os trabalhos em abril ou maio, tão logo as coisas se acalmem por aqui. 

Holofote Virtual: Acreditas num mercado literário? Na internet? Ajuda?

Caco Ishak: Acredito em um mercado que se desenvolveu a ponto de competir de igual pra igual com os ditos tradicionais. É uma questão de postura, pouco tem a ver com a internet. A internet ajuda tanto quanto atrapalha. Definitivamente, não é a salvação de nada. 

Apenas uma plataforma que logo será substituída. Por outra que, talvez, permita uma evolução considerável na maneira como nos relacionamos.. Se eu escrever um livro usando uma Olivetti, mandar pra uma editora pelos correios e o povo lá gostar, meu livro será publicado. Caso contrário, não tem seguidor no Twitter que dê jeito. Então, o melhor é só escrever e escrever, mesmo, sem esperar por milagres. 

Holofote Virtual: “Não precisa dizer eu também”. Quem são teus parceiros no livro?

Caco Ishak: Ah, tive vários parceiros ao longo do caminho. Era pra ter sido uma edição artesanal, numerada, com uma ilustração pra cada poema. Paulo Ponte Souza e Kael Kasabian fizeram parte desse projeto, idealizado pelo S. Lobo, então editor da Barba Negra. Mas o selo fechou antes que pudéssemos concretizar o mingau. Quando resolvi publicar só os poemas mesmo eu procurei a 7Letras. Acabou sendo o início da parceria com Fábio Vermelho, que fez uma ilustração pro miolo do livro - pra não perder tanto o encanto da proposta inicial. 

Holofote Virtual: Fechando o papo plagiando a Marilia Gabriela (heheh)... O Caco por ele mesmo... 

Caco Ishak: Antes, diria: a fraude do século. Hoje, isso me soa pretensioso demais. A fraude da semana está de bom tamanho. No fim, o pai da Malu. Posteridade, pra mim, é minha filha.

19.3.13

Elf oferece poesia e arte nas manhãs de sábado

A exposição Cenaculum, com pinturas de Ruma de Albuquerque, que continua por lá, vai ter música e boas companhias neste sábado, 23, das 11h ás 14h. É que vai haver mais um sarau, coordenado por Luciana Brandão. Já fui e gostei. Confiram também.

Ruma propõe uma leitura contemporânea dos signos e símbolos que representam os apóstolos que estiveram no Cenáculo com Jesus.

E, nesse cenário de partilha da cultura e da arte, o sábado pode ter algo a mais, tudo junto e misturado com o sarau de Luciana. O tema será o ódio

"Porque para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. 

Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor".

Martha Medeiros

O poema é de Martha, mas o convite é de Luciana Brandão e também de Lucinha Chaves, que comanda ao lado de Luena, as atividades da Galeria ELF, em 30 anos de pura dedicação à arte. 

"Que tal virem viver conosco esse momento de arte? Será um sábado de explosão de sentimentos, vividos em boas companhias. Recebam o meu abraço de cor vermelha, tal qual a cor do amor", nos diz ela em convite enviado por e-mail. Até lá. 

Serviço
ELF Galeria - Passagem Bolonha, 60 - Nazaré. mais informações: 91 3224.0854. Ou www.elfgaleria.com.br. E também no Facebook.

17.3.13

Xumucuís já tem obras premiadas e selecionadas



A comissão de seleção e premiação do II Salão Xumucuís de Arte Digital, composta pela professora de artes Cláudia Leão e pelas artistas visuais Roberta Carvalho e Keyla Sobral, em reunião nos dias 14 e 15 março avaliou cerca de 300 trabalhos de artistas de todas as regiões do Brasil para chegar aos 20 nomes que compõe a lista de selecionados e premiados desta segunda edição. Os trabalhos premiados foram “Jukebox” da artista Lea Van Steen, de São Paulo, “Eufêmero” de Lucas Gouvêa, de Belém e “Panoramas del Sur de Nácho Duran, artista de Goiás.

De acordo com Lea Van Steen o trabalho “Jukebox, em parceria com Raquel Kogan,” propõe um espaço fragmentado, de reflexos múltiplos, gerados por um globo luminoso destes usados em casas noturnas vintage e explora um procedimento, comum também em outras obras da exposição, de partir do familiar, do doméstico, para buscar o inesperado, o excepcional.  

Lucas Gouvêa em “Eufêmero”  descreve sua obra como uma “meta-máquina que crio para intermediar a performance, é composta por uma câmera digital de vídeo captando uma imagem em tempo real que é conectava/transmitida à entrada de vídeo de uma televisão, esse dispositivo serve ao mesmo tempo como plataforma para execução da ação performativa em tempo real e posteriori esta, fica dentro do espaço expositivo como obra-registro do anti-retrato, repetindo aquela gravação em loop eterno”.   

A série “Panoramas del Sur” de Nacho Durán são recortes do continente americano em instantes aleatórios, uma amostra das suas naturezas e as suas múltiplas paisagens, criações naturais ou artificiais de várias épocas, e das pessoas em diferentes lugares e contextos.

Jukebox - Lea VanSteen - Primeiro Prêmio
Além dos três artistas premiados outros dezessete artistas foram selecionados para compor os dois hiper_espaços expositivos do Salão. Em ordem alfabética os vinte selecionados são: Andrei Thomaz (SP), Bruno Costa (PR), Cláudia Zimmer / Fabiola Scaranto (SC), Coletivo Hyenas (RJ), Diogo Brozoski (RJ), Duda (PR), Eduardo Montelli (RS), Ellen Nunes (SP), Giuliano Giagheddu (RJ), Hol (MG), Joao Paulo Racy (RJ), Junior Suci (SP), Lea Van Steen (SP), Lugas Gouvêa  (PA), Marcelo Armani (RS), Nacho Durán (GO), Neuton Chagas (PA), Ramon Reis (PA), Shima (MG) e Viviane Vallades (SP). Video-instalações, videoarte, web-arte, gravura digital, instalação sonora e game-arte em um panorama da arte digital brasileira inédito em Belém. 

Nesta segunda edição o Salão foi um dos 20 contemplados no edital “Conexão Artes Visuais/Minc/Funarte/Petrobras”, que teve mais de 800 inscritos em todo país e selecionado no Edital de Pautas do Sistema Integrado de Museus da Secretária de Cultura e no Edital de Pautas do CCBEU. O Salão Xumucuís de Arte Digital foi idealizado e tem curadoria de Ramiro Quaresma e Coordenação Geral de Deyse Marinho, com apoio tecnológico da Sol Informática.

Seviço
II Salão Xumucuís de Arte Digital: @mazônia artemídia. Hiper_espaço 01- Galeria CCBEU - Abertura dia 25 de Março de 2013 às 19h30. Hiper_espaço 02 – Sala Augusto Fidanza (Museu de Arte Sacra) - Abertura dia 11 de Abril de 2013. Informações: (91) 3348 6426 / 8239 2476 / xumucuís@gmail.com

(Fonte: Assessoria de imprensa)