30.8.16

Artistas cantam em homenagem a Walter Bandeira

Ele completaria 75 anos de idade, e por isso uma série de eventos foram programados. O projeto Walter 75’, idealizado pela arqueóloga Edithe Pereira, uma amiga pessoal, quer celebrar a grande voz da Amazônia de diversas maneiras, uma delas, com direito a fortes emoções no show desta quarta-feira (31), às 20h, no Teatro Margarida Schivasappa. Ingressos à venda por 40 reais, antecipadamente, e 50 reais na hora do show. Estudantes pagam meia entrada.

O Tributo vai reunir mais de 20 artistas, entre cantores e instrumentistas, que fizeram parte da trajetória musical do cantor, além de jovens artistas que tem Walter Bandeira como uma inspiração musical. As cantoras convidadas são Andrea Pinheiro, Lucinha Bastos, Nana Reis e Natalia Matos. 

O time de artistas tem ainda os cantores Adilson Alcântara, Marcoh Monteiro, Eloy Iglesias, Hélio Rubens, Pedrinho Cavalero, Olivar Barreto, Maca Maneschy e a participação especial do pianista Paulo José Campos de Melo nas músicas ‘Jura Secreta’ (Abel Silva e Suely Costa) e ‘Fulgor’ (Pedrinho Cavalero e Jorge Andrade).  

A direção musical do espetáculo é do contrabaixista Adelbert Carneiro, que acompanhou todo esse movimento musical do qual Walter Bandeira fez parte embora na época fosse um jovem músico iniciante. Mas, o músico conta que teve contato com esses grandes artistas que marcaram a cena musical paraense nos anos 80 e 90. ‘A proposta é relembrar um tempo áureo de Belém e do Grupo Gema e do Walter Bandeira, uma época de grande qualidade musical’, lembra.

O repertório escolhido para o show foi baseado em uma pesquisa feita pelo professor Advaldo Castro, quando foi bolsista do IAP, e conta a trajetória do Gema, grupo de música instrumental que acompanhou Walter Bandeira. A pesquisa vai virar um livro que será publicado pela Imprensa Oficial do Estado (IOE) com lançamento previsto para novembro deste ano.

De acordo com Adelbert Carneiro, foram escolhidas músicas que ele cantou muito e que ficaram marcadas na voz dele. “ ‘Geni’ e ‘New York, New York’ estão no repertório porque são a cara dele, ficaram muito marcadas na voz do Walter”.

Da nova geração de interpretes, o show terá a participação da cantora  Nanna Reis, que escolheu para cantar  a música ‘13 andar’ uma das últimas obras gravadas por Walter, e que é de autoria dele. 

A Banda que acompanhará os interpretes no palco do teatro Margarida Schivasappa é formada pelos músicos do Gema, formado por Joao bererê (bateria), Dadadá (percussão), Adelbert Carneiro (baixo), Jacinto kawage, Nego Nelson (violão) e Bob Freitas (guitarra). Haverá ainda participações especiais de instrumentistas que em algum momento integraram o Grupo Gema como Sagica (bateria), Calibre (baixo) e Pardal (harmônica e violino).

Para o Diretor Musical, será um momento para festejar a música paraense de boa qualidade. ‘Tocar com esses músicos é um grande prazer para mim. É uma satisfação enorme dividir o palco com músicos de tão alto nível técnico. É um som que permanece vivo até hoje e que faz parte da história da música paraense’, comenta o diretor musical do espetáculo. 

O percussionista Paulinho Assunção, responsável pela Produção Musical do show, garante que o público vai se emocionar e que estão reservadas algumas surpresas. ‘Vai ser um momento de relembrar o grande artista, a grande personalidade, uma pessoa que era muito querida por todos. Vai ser uma festa em homenagem ao artista e a pessoa ímpar que ele foi, o que ele significou para todos nós’.

A comemoração será com muita música, como ele gostava, mas não na intimidade. ‘Ele era alheio a fazer festa nesse dia e gostava de ficar em casa. Dizia logo que não estava para ninguém. Costumava comemorar o aniversário em casa com a família’, lembra Simone Bandeira. 

WALTER 75 - O Show Tributo para celebrar Walter Bandeira faz parte do Projeto Walter 75 que prevê uma série de eventos comemorativos pela data de nascimento do cantor. O Projeto tem apoio cultural da Universidade Federal do Pará por meio do Museu da UFPA, Oficina de Criação (FACOM/UFPA); Governo do Pará por meio da Fundação Carlos Gomes (FCG), TV, Rádio e Portal Cultura, Imprensa Oficial do Estado (IOE), Assembleia Legislativa do Pará (ALEPA) e RR Pneus.

Um artista versátil e talentoso, a voz do Pará

Ele se despediu deste plano em junho de 2009, bem no início do mês em que se vê o céu forrado de veludo azul-marinho mais lindo do ano, igualzinho ao que se diz na música Boi Bumbá, de Waldemar Henrique, tantas vezes cantada por Walter. Foram complicações por um câncer no esôfago, importante dizer, por causa do cigarro. Tinha 67 anos de idade.

Cantor, locutor, pintor, ator, professor, bacharel em Filosofia e poliglota fluente em francês, Walter surgiu no cenário cultural paraense no final dos anos 1960, numa boate chamada Tic Tac e acompanhou o início da carreira de cantoras como Fafá de Belém, Jane Duboc e Leila Pinheiro.

Uma década depois ele arrebatava o público com suas performances no palco, além, claro, daquela voz única que tinha. Em parceria com o pianista Leslie "Sam" Oliveira, formou a banda musical Quinteto Sam & Walter Bandeira, com a participação do guitarrista Bob Freitas, do baixista José Maneschy e do baterista João Moleque. O grupo animava as noites nos clubes e salões de festas em Belém.

Walter também foi crooner dos pianistas Guilherme Coutinho e Álvaro Ribeiro. Nos anos 1980, o sucesso era uma realidade, desta vez, com o grupo Gema, ao lado de Bob Freitas com Nêgo Nelson, Kzan Gama e Dadadá. Foram intermináveis as noites no bar Maracaibo, Clube do Círculo Militar, Iate Clube e La Cage. Mais uma década adiante, nos anos 1990, uma legião de fãs passa a segui-lo onde quer que ele fosse cantar. 

O cantor também foi dos grandes teatros. No Theatro da Paz  participou de shows ao lado de nomes como Pery Ribeiro e Johnny Alf. No Teatro Waldemar Henrique, onde seu corpo foi velado em 2009, Walter nos presenteou com shows memoráveis, como o "Assim".

Walter Bandeira ficou conhecido como a grande voz do Pará. Graças a sua versatilidade e talento tornou-se um dos mais requisitados e prestigiados locutores paraenses, ganhando destaque no mercado publicitário e audiovisual.

Como ator, participou espetáculos e filmes. Estão nestas listas um dos episódios que integram o longa Lendas Amazônicas (1998), e o curta “Marília” (2002). Nos últimos anos  era professor de voz e dicção da Escola de Arte e Dança da Universidade Federal do Pará.

Em 2009 Walter Bandeira teve seu primeiro registro em CD concluído. A obra intitulada "Guardados & Perdidos" foi a síntese de uma desejo cultivado com o amigo e pianista Paulo José Campos de Melo, e traz composições de Chico Buarque, João Bosco, Jaques Brél e do próprio Walter com a música que deu nome ao CD. Walter recebeu o CD de sua produção com muita euforia, porém não teve tempo de fazer seu show de lançamento.

Serviço
O show tributo a Walter Bandeira será realizado no Teatro Margarida Schivasappa (Centur), às 20h. Os ingressos estão sendo vendidos antecipados R$ 40,00 (Na Figueredo) e R$ 50,00, na bilheteria do teatro, hora do show. Estudantes pagam meia entrada.

Feira da Beira traz arte às margens do Rio Guamá

O pano de fundo é a Baía do Guajará envolvida pelas energias da Lua Nova. Já tradicional na história do Curro Velho, a Feira da Beira, nesta sexta-feira, 2, inicia às 17h, trazendo uma programação diversificada, com resultados de oficinas e produções independentes. Entrada Franca.

A programação traz uma atmosfera de "convívio, troca de ideias, valores, expressão e representação estética do acontecimento em arte”, como diz Walter Figueiredo, diretor de Interação Cultural da Fundação Cultural do Pará (FCP), que promove o evento. 

No final da tarde, o público já chega pra conferir a Mostra das Oficinas de violão, teclado e canto popular. Na sequência, veremos um pouco das vivências de Carimbó dentro do espaço Curro Velho. E em todo o prédio será possível conferir a Exposição de Artes Visuais, com o resultado das Oficinas Curro Velho, além da tão esperada feirinha de produtos artístico-culturais.

Nas artes cênicas, a programação apresenta “Os 7 desafios de João”, espetáculo de iniciação artística encenado pelos participantes das oficinas de teatro. 

Na mesma linguagem, o Projeto Camapu exibe a peça “Borbô, o Espetáculo da Transformação”, teatro de marionetes que aborda o tema da mutação natural, da transformação da lagarta em borboleta.

Na música, o show do projeto Pará-Caribe e Quarteto K-Ximbinho, vai expor o resultado dos laboratórios de criação musical. O projeto consiste na troca de experiência com os ritmos paraenses e caribenhos, onde se tem o foco na criação, criatividade e em um fazer musical intenso. O trabalho foca num repertório autoral e oferece aprendizado em contrabaixo, banjo, instrumentos de sopro, percussão e canto, destinado a músicos profissionais e estudantes de música.

Um dos momentos mais esperados do evento é o Desfile de Figurinos - Design e Estampa com Técnica de Gravura em Tecido “Estética da Sedução”, que vai apresentar os trabalhos desenvolvidos durante as oficinas de gravura em tecido, ministradas pela artista e professora Carla Beltrão.

Nego Jó faz show de pré-lançamento de CD 

Um momento especial onde o público vai conhecer um pouco do balanço e do swing de Nego Jó e banda que farão um show de pré-lançamento do CD “E Aí Negão?”, um trabalho autoral e de “letras simples em melodias dançantes”, como detalha o próprio artista.  

“É um trabalho pop, com muito reggae, rock, ska e black music. É para quem gosta de dançar”, diz Nego Jó. A banda é forma por Thiago Belém (bateria); Augusto “Babu” Castro (baixo) e Nego Jó (teclado e trombone).

Sobre o projeto Feira da Beira, Nego Jó, que já foi instrutor de teclado nas oficinas Curro Velho, diz que o momento é uma oportunidade para a comunidade do entorno, menos favorecida pelas programações culturais da cidade, conhecer um pouco do que é a produção cultural do Curro Velho. “É um momento de miscigenação cultural e integração das artes que fazem esse circuito”, diz.

Música caribenha, carimbó, guitarrada, merengue, lambada e um pouco de MPB. É o projeto Pedrinho Callado e Coletivo Carimbada, que encerra a noite, reunindo diversos artistas de expressão regional. “São ritmos que traduzem a cultura paraense, numa verdadeira 'policromia musical'. E tem tudo a ver com a Feira da Beira, um projeto que congrega várias possibilidades, de expressão da identidade, linguagem artística e economia da cultura. A Feira agrega e expande. O público que vai pelo artesanato, conhece a música e vice-versa”, destaca  Pedrinho Callado.

Programação

17h – Mostra das Oficinas de Violão, Canto Popular e Teclado
18h – Resultado de Vivências de Carimbó
18h30 – Os 7 Desafios de João – EspetáculoTeatral de Iniciação Artística
18h30 – Estética da Sedução - Desfile de Figurinos. Design e Estampa com Técnica de Gravura em Tecido
19h – Show Pará-Caribe e o Quarteto K-Ximbinho. Resultado dos laboratórios de criação musical
20h - Borbô, o Espetáculo da Transformação – Teatro de Marionetes – Projeto Camapu
21h30 – Pré-Lançamento do CD Nego Jó e Banda E Aí Negão?
22h30 - Show de Pedrinho Callado e Coletivo Carimbada

Zeit lança o 1º single com show no Bar Old School

Numa mistura de ritmos que passeiam pelo reggae, ska e ritmos brasileiros misturados com rock é que a banda paraense Zeit lança seu primeiro single “Vai Na Fé” nesta quarta-feira (31) com música disponível no Youtube e também em um show no Old School Rock Bar na Quarta Autoral. 

O single gravado no Chaar Studio é só a primeira gravação da banda, que já planeja gravar o primeiro EP, recheado com esse caldeirão de influências, letras alegres e positivas.

"A música Vai na Fé traduz muito bem em sua melodia e letra, o que é a Zeit em sua forma mais transparente e sincera. Ela vai além de uma música dançante, contagiante e de positividade. Ela pra mim é um marco em nossa carreira, pois como sendo o nosso primeiro single, carrega um carinho a mais e uma responsabilidade a mais de chegar e tocar os corações de quem escutar esta música. Se conseguirmos fazê-lo, feito. Estaremos cumprindo nossa missão", afima a baterista da banda Melly Rosas.

Ao lado dela a guitarrista Amanda Coelho compõe o time com Milton Fernades, vocalista e guitarrista e Danilo Vasquez, baixo e backing vocal.  “Vai Na Fé mostra nossa essência pessoal, essa coisa feliz que a gente vive todos os dias com a música e as vertentes que temos. Em cada pedaço dessa música tem uma coisa que acreditamos e algo que a gente gosta, influências diretas dos sons que nos inspiram e isso deve mostrar o porquê de estarmos aqui”, explica  Amanda Coelho, guitarrista da banda.

Fotos: Ludegards Pedro
Inspirada principalmente por bandas do cenário Hardcore do Rio de Janeiro como Forfun, Scracho e Dibob, o trabalho autoral da Zeit demonstra grande sinceridade em palavras, timbres e sons.
“A gente gosta de todos os ritmos e passeia da Bossa Nova ao New Metal e essa abertura musical de todos os integrantes nos ajuda a agregar valor ao nosso som e fazer coisas bem diferentes e verdadeiras. Essa é nossa bandeira a gente gosta de misturar”, explica Milton Fernandes, vocalista e guitarrista da Zeit.

A Zeit tem pouco mais de um ano de existência e lança apenas agora seu primeiro single mas já conquistou um bom espaço na música local e abriu grandes shows como o Forfun e Nx Zero em Belém e o grande evento do Riocore Allstars em Fortaleza-Ce. Além de Milton e Amanda a banda conta com Melly Rossas (bateria) e Danilo Vasques (contrabaixo).

“Zeit, pronúncia "Tzáit" do alemão que significa tempo, é um pouco da do que resume nossa história. Iniciamos dentro de um processo de quatro pessoas que tinham o mesmo sonho de viver da música e até quase desistiram porque demorou muito até chegar a esse encontro ideal e criativo. O tempo tem uma relação muito forte com os quatro então, esse nome tem muito significado”, completa Milton.

Ouça "Vai Na Fé": www.youtube.com/bandazeit

Serviço
Show no Old School Rock Bar. Quarta, 31, 21h. Na Rua Antônio Barreto esquina com Almirante Wandenkolk. Ingressos R$ 10,00.

29.8.16

Luiz Braga abre mostra inédita no Museu do Estado

Com mais de 100 imagens inéditas, o fotógrafo Luiz Braga apresenta a partir do próximo dia 10 de setembro a exposição “Retumbante Natureza Humanizada”, com curadoria de Diógenes Moura, no Museu do Estado do Pará (MEP), em Belém.  A abertura ocorrerá às 10h, com entrada gratuita, e terá visita guiada com artista e curador. 

São fotografias selecionadas de seu arquivo, realizadas entre 1976 e 2014, e que mostram a unidade e a essência da sua produção, a partir de retratos do homem da Amazônia. Não se trata de uma retrospectiva da carreira de Braga, mas da seleção de obras que apresentam no espectro do tempo o percurso do olhar do artista, sejam elas em preto e branco, como a maioria do início de sua trajetória; sejam as coloridas, com as quais se tornou conhecido, ou mesmo as feitas pela técnica nigthvision, com imagens sobretudo esverdeadas. 

“O mais interessante dessa exposição é que as pessoas vão poder verificar um jogo em que as fotografias parecem ter sido realizadas no mesmo dia, mas por vezes têm diferença de 30 anos. Isso revela uma característica da minha obra, que se expande e retorna. São ciclos dentro do mesmo território criativo e afetivo e é o homem amazônico que se destaca, seja pela forma como modifica o lugar ou como protagoniza a imagem”, analisa Luiz Braga.

A exposição já foi montada em 2014, no Sesc Pinheiros, e recebeu o prêmio de melhor exposição de fotografia daquele ano pela APCA - Associação Paulista dos Críticos de Arte. Para esta mostra, o curador destaca que a montagem vai dialogar com o próprio espaço expositivo, de forma simples e sofisticada. 

“Pequenas aglomerações de retratos e cenas da vida cotidiana, onde estarão o corpo e a alma do povo paraense, a luz flutuante que está em todas as imagens”, ressalta Diógenes Moura, informando ainda que um espaço apresentará a obra do artista com documentos, livros, catálogos, cartas, fotografias de época, contatos.

Em outra sala especial, ocorrerá a exibição de filmes e livros que inspiraram o fotógrafo em sua trajetória, numa maneira didática de apresentar o artista para um público mais jovem - no ano em que ele completa 40 de carreira e 60 de vida. O nome da mostra é uma referência a um texto do professor e poeta João de Jesus Paes Loureiro e que reflete a sua trajetória por meio das imagens realizadas ao longo de sua carreira.

A recente imersão na Ilha de Marajó, após o fotógrafo não sentir-se mais seguro na capital paraense para fotografar como um flâneur, também terá destaque. As andanças pela Estrada Nova, atual Bernardo Sayão, onde costumava fotografar frequentemente, por exemplo, foram substituídas pelas cidades do arquipelágo – o qual Luiz Braga considera um novo território de afeto. E é afeto também que sua obra fala, quando relembra da sua relação com as pessoas as quais fotografou e sobre os processos de produção fotográfica.  

“Sempre fui uma pessoa muito de andar pela cidade e observar, o meu trabalho é fruto dessa observação e tem tanto a cidade e o centro histórico, quanto a paisagem ribeirinha. Eu tenho chamego pela cidade cabocla, enxergo neste cenário muita sabedoria, que não depende de cânones europeus e vem da vivência do caboclo. Cedo aprendi a valorizar isso, o caboclo, a caboquice, que não é juízo de valor, mas o que nos diferencia do resto do mundo globalizado. Enxerguei isso muito tempo atrás, nos anos 1980”, revela.

A mostra é uma realização do Governo do Estado do Pará e da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e se estenderá até 17 de novembro com palestras, jantar, um passeio pela Cidade Velha, leitura de portfolio, exibição de filmes e lançamento de catálogo.

Sobre o artista - Luiz Braga nasceu em 1956, em Belém (Pará), onde vive e trabalha. O seu primeiro contato com a fotografia foi aos 11 anos. Em 1975, montou seu primeiro estúdio para trabalhar com retratos, ao mesmo tempo em que ingressava na Faculdade de Arquitetura da UFPA, onde se graduou em 1983, embora nunca tenha trabalhado como arquiteto. 

Até 1981, fotografava principalmente em preto e branco. Suas primeiras exposições, em 1979 e 1980, eram compostas de cenas de dança, nus, arquitetura e retratos. Após essa fase, descobriu as cores vibrantes da visualidade popular amazônica e, convidado pela Funarte, viajou pela região aprofundando o ensaio que seria exibido sob o título “No Olho da Rua” (Centro Cultural São Paulo, 1984), considerado o primeiro passo de seu amadurecimento autoral.

Em “A Margem do Olhar” (1985 a 1987) retorna ao preto e branco dos primeiros tempos, retratando com dignidade o caboclo amazônico em seu ambiente. Exibido nacionalmente em 1988, esse ensaio rendeu-lhe o Prêmio Marc Ferrez conferido pelo Instituto Nacional da Fotografia. 

O encantamento pela cor da sua região e as possibilidades pictóricas extraídas do confronto entre a luz natural e as múltiplas fontes de luz dos barcos, parques e bares populares resultam no ensaio “Anos Luz”, premiado em 1991 com o “Leopold Godowsky Color Photography Awards” da Boston University e exibido no Museu de Arte de São Paulo (Masp) em 1992. Uma de suas características é o enfoque, que passa ao largo das visões estereotipadas e superficiais sobre a Amazônia. A outra é o domínio da cor, com a qual passou a ser referência na fotografia brasileira contemporânea.

Realizou mais de 200 exposições entre individuais e coletivas no Brasil e no exterior, e suas fotografias compõem coleções públicas e privadas importantes, como a do Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo, do Centro Português de Fotografia, do Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro e da Pinacoteca do Estado de São Paulo, entre outras. Em 2005, comemorou 30 anos de carreira abordando os diversos segmentos de sua obra na mostra Retratos Amazônicos, no MAM/SP, e na exposição Arraial da Luz, a maior de sua carreira, montada ao ar livre num parque de diversões em sua cidade natal, a qual recebeu mais de 35 mil visitantes. Em 2009, foi um dos representantes do Brasil na 53ª Bienal de Veneza.

Sobre o curador - Diógenes Moura nasceu na Rua do Lima, em Recife, Pernambuco. Passou a infância entre os quintais, os pés de abiu e a linha do trem no arrabalde de Tejipió. Depois viveu 17 anos em Salvador, na Bahia, no bairro negro da Liberdade, quando a cidade ainda não havia perdido a memória. Vive em São Paulo desde 1989. 

É escritor, curador de fotografia e editor independente. Entre 1998 e maio de 2013 foi Curador de Fotografia da Pinacoteca do Estado de São Paulo onde realizou exposições e reflexões sobre o pensamento fotográfico e possibilitou o reconhecimento do acervo do museu – hoje com cerca de 700 imagens de fotógrafos brasileiros – como um dos mais importantes da América Latina. 

Premiado no Brasil e no exterior, só entende fotografia vendo-a como literatura. Em 2009 foi eleito o Melhor Curador de Fotografia do Brasil pelo Sixpix/Fotosite. No ano seguinte recebeu o prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Artes) de melhor livro de contos/crônicas com Ficção Interrompida – Uma Caixa de Curtas (Ateliê Editorial). Com o mesmo título foi finalista do Prêmio Jabuti de Literatura 2011. Acaba de finalizar seu novo livro, Fulana Despedaçou o Verso (Ed.TerraVirgem). Mesmo sem ter nenhuma expectativa em relação ao futuro da humanidade, atualmente trabalha na sua primeira novela, A Placa Mãe.

Programação

Setembro
10/09 - Abertura, 10h, com visita guiada de Luiz e Diógenes
14/09 - Programa Roda da Memória, 19h30, no MEP
16/09 - Jantar Harmonizado no Remanso do Bosque, com Thiago Castanho
18/09 - Visita guiada pela Cidade Velha, com Michel Pinho

Outubro
Museu do Estado do Pará
13/10 - Fala Ernani Chaves, 19h30, sobre Retrato.
20/10 - Leitura Poética de João de Jeus Paes Loureiro e música de Salomão Habib, às 10h30, na Capela do MEP. (35 pessoas)
23/10 - Leitura de Portfólio, com Luiz Braga e Paula Sampaio – Programação do Circular Campina - Cidade Velha
27/10 - Palestra de Alexandre Sequeira, 19h30, no MEP

Novembro
11/11- Lançamento do catálogo e fala do Luiz e Rosely Nakagawa, no MEP.
16/11- Palestra de Tereza Siza e lançamento do livro, no MEP.

Serviço
Exposição “Retumbante Natureza Humanizada”, de Luiz Braga. Abertura: 10 de setembro de 2016, com entrada gratuita. Horário: 10h.  Local: Museu do Estado do Pará (MEP) - Praça D. Pedro II, s/n. - Cidade Velha. Entrada gratuita. Visitação: de terça a sexta-feira, das 10h às 16h, sábados e domingos, das 9h às 13h. Ingresso: R$ 4, com entrada gratuita às terças-feiras. Informações: 4009-9831.

Fotoativa abre a exposição "Alfabeto de Ficções"

Cynthia Cárdenas
A abertura conta com um compartilhamento de diálogos e experimentações internas de artistas participantes do Laboratório de Projetos – grupo de estudos, pesquisas e práticas artísticas da Fotoativa. Nesta quinta-feira, 1o de agosto, às 19h, na sede da Fotoativa.

O desafio de construir em meio às letras. A exposição traz histórias diversas que tomam como ponto de partida uma letra do alfabeto e reverberam de um ponto a outro da casa, que se tocam, se distanciam, se contaminam, se nutrem.

Mundos paralelos convergentes por entre ficções tecem narrativas. “O uso da palavra na arte contemporânea hoje entra nos processos e se formaliza na obra de arte, em diversas linguagens”, afirma Camila Fialho, gestora do projeto "A Palavra é o Limite, contemplado pelo Prêmio Experimentação, Pesquisa e Difusão Artística, 2016, através do Programa de Incentivo à Arte e à Cultura – SEIVA, Fundação Cultural do Estado do Pará.

Camila explica que os integrantes do laboratório receberam letras sorteadas aleatoriamente, e que permearam de alguma forma as obras que estarão em visitação ao público. “Nesse percurso criamos um livro coletivo, em que cada um passou a intervir, de forma compartilhada esse espaço em branco”, diz a pesquisadora em artes.

Evna Moura
Assim, Alfabeto de ficções nasce do encontro desse grupo flutuante de pessoas e linguagens e toma forma em um momento de retorno de atividades no Casarão da Fotoativa, propondo pensá-lo enquanto um grande livro aberto onde cada um se lança na escrita de uma página a partir de seu próprio trabalho. 

“Foi desafiador formar o processo a partir de uma letra. Percebi que tenho um processo mais visual, solitário, em que visualizo a palavra em si”, afirma a artista visual Débora Flor, que participará da exposição com a letra H com trabalhos em cianotipia.

E as letras se deslancham em palavras, e envolvem o público, como na obra do poeta e artista visual Marcílio Costa. Em carimbos de diversas formas, o visitante poderá compor seu próprio livro com traços do artista, em que o público é convidado a levar seu próprio suporte para construir o seu exemplar com carimbos de poemas e imagens. A troca será uma das performances que tomarão conta do casarão durante a abertura da exposição. 

Antonia Muniz
Além da ação performática para de Marcílio Costa, haverá performances de Marise Maués, de Anne Dias em colaboração com Anibal Pacha, e performance com caixa de lambe-lambe com Roberta Brandão e Jeff Moraes. 

Além deles, também participam da coletiva Adriele Silva da Silva, Antônia Muniz, Cinthya Marques, Cynthia Cárdenas, Débora Flor, Evna Moura, Irene Almeida, José Viana, Lorena Costa, Malu Teodoro, Marcílio Costa, Martín Pérez, Mayara La-Rocque, Marcílio Costa, Paula Giordano, Rodrigo José e Véronique Isabelle, com curadoria de Camila Fialho.

Serviço
Abertura da exposição ‘Alfabeto de Ficções’, com artistas em processo no ‘Laboratório de projetos Fotoativa’. Nesta quinta-feira, 1o setembro, às 19h, no Casarão sede da Fotoativa - Praça das Mercês, 19 – Centro Histórico de Belém. Entrada franca. Mais informações em www.fotoativa.org.br.

26.8.16

Curupira reabre o semestre no Casarão do Boneco

Após uma pequena pausa, a turma do Casarão do Boneco está de volta com atividades culturais que serão desenvolvidas neste segundo semestre. Neste sábado, 27, a partir das 18h, tem Amostra Aí. Na programação, além de contação de história tem a apresentação de “Curupira” que há 17 anos em cartaz, é um dos espetáculos mais festejados da In Bust Teatro com Bonecos.

Trazendo o linguajar caboclo, com palavras como “mundeado”, “sumano”, entre outros, a história de "Curupira" mostra as traquinagens do moleque de pés virados para defender a floresta de um caçador meio sem noção, que além de pescar e caçar indiscriminadamente, também joga lixo por onde passa.

Além de engraçado, o espetáculo traz elementos da cultura paraense que ligam o público à cultura da região. Os personagens utilizam paródias das toadas de boi, carimbó e samba de cacete – ritmos da cultura paraense e os bonecos são manipulados com vara, acompanhados por máscaras, mamulengos e outros mais. 

O Amostra Aí também traz duas contações de histórias, “Gelin: a coruja e o lobo” e “Quem matou Honorato, o rato?”, com Vandiléia Foro e “Quirck para Crianças e Pessoas com Coração de Criança” com Pedro Olaia e Lucas Alberto.

As atividades do Casarão são realizadas pelos integrantes de grupos que compartilham o espaço. Além da In Bust Teatro com Bonecos, também participam das programações os Produtores Criativos, Causo Companhia, Sorteio de Contos, Projeto Vertigem, Cia de Teatro Madalenas, Vida de Circo, além do Dirigível e o Agapão já citados, e dos parceiros Bando de Atores Independentes, Desabusados Companhia, Coletivo Mergulho, Coletivo Mia Sombra. 

Realizando de forma independente as programações são financiadas pelos próprios grupos e pelo público frequente no Casarão, que conta ainda com apoios da Distribuidora Estrela do Norte, do Refrigerantes Refry, da Panificadora 16 de Novembro e do Blog Holofote Virtual.

Serviço
Amostra Aí – neste sábado, 26 de agosto. 18h: “Gelin: a coruja e o lobo” & “Quem matou Honorato, o rato?” com Vandiléia Foro. 19h: “Quirck para Crianças e Pessoas com Coração de Criança” com Pedro Olaia e Lucas Alberto. 19h: “Curupira” com In Bust Teatro com Bonecos. O Casarão do Boneco fica na Av. 16 de Novembro, 815, próximo à Praça Amazonas.

24.8.16

Grupo de dança do Recife traz Breguetu ao Pará

Dirigida pela bailarina e coreógrafa Mônica Lira, a companhia Grupo Experimental realizará cinco apresentações do espetáculo Breguetu, de 29 de agosto ao dia 2 de setembro, passando por Benevides, Ananindeua, Abaetetuba e Belém, dinamizando a atuação da dança contemporânea e alargando sua visibilidade. 

A dança contemporânea do Grupo Experimental do Recife chega ao Pará pela primeira vez com dose caprichada da musicalidade brega pernambucana, com influência paraense. Breguetu nasceu em 2015, de um grande berço de manifestações e movimentos culturais, o Recife, capital de Pernambuco, Nordeste brasileiro. 

De fontes raras de artistas multiculturais surgiu, em 2014, a pesquisa A dança no corpo desse lugar. Através desta, o Grupo observou e estudou – na teoria e na prática – as formas de se portar e andar do corpo no Recife, bem como suas transformações no tempo, a maneira como dança o corpo desse lugar e suas referências, diferenciando a híbrida dança que se faz na cidade e propondo a análise desse/nesse corpo experimental, construtor de suas próprias obras.

Esta foi uma forma de continuar a pesquisa de maneira mais aprofundada e consistente de toda a trajetória do Experimental, levando em consideração todos os trabalhos da companhia. 

O processo ainda possibilitou a valorização dos diversos estilos de dança e manifestações culturais da cidade, através de encontros e trocas de experiências entre a companhia, artistas independentes e grupos locais, enriquecendo conhecimentos mutuamente e somando às distintas formas do fazer artístico.

O espetáculo expõe o universo do brega pelo viés das críticas sociais de forma leve e descontraída. Breguetu surgiu a partir da pesquisa do Grupo: A dança no corpo desse lugar, onde a equipe estudou, de forma teórica e prática, manifestações e movimentos culturais da capital pernambucana. 

Com uma crescente significante de seguidores e de maneira a modificar jeito de ser e se portar de boa parte da sociedade, o brega tomou conta de grandes guetos, instigando assim, em meio aos estudos, o Experimental a falar de todo o contexto que o permeia. Com circulação financiada pelo Funcultura e pelo Prêmio Klauss Vianna, o grupo iniciou turnê pelo Estado de Goiás, desembarca no Pará e em seguida viaja para o Amazonas e Bahia.

Ficha técnica

Concepção e direção: Mônica Lira
Intérpretes-criadores: Lilli Rocha, Jorge Kildery, Rafaella Trindade, Gardênia Coleto, Márcio Filho e Rebeca Gondim
Ator convidado: Henrique Celibi
Produção: Emeline Soledade
Projeto de iluminação: Beto Trindade
Trilha sonora: Marcelo Ferreira e João Paulo Oliveira
Sonoplastia: Adelmo do Vale
Figurino: Carol Moneiro
Concepção de cabelo e maquiagem: Jennyfer Caldas
Design: Carlos Moura
Cenotécnico: Eduardo Autran
Textos e assessoria de comunicação: Paula Caal
Assessoria de imprensa em Belém: Danielle Franco
Produção no Pará: Cia de Teatro Madalenas
Apoio Cultural: Casa de Antônia, Esmac, Encontro Contemporâneo de Dança, Festival Metropolitano de Dança de Benevides, Secretaria de Educação e Assistência Social de Abaetetuba e Rede Cultura de Comunicação.

Serviço
  • 28/8  - Benevides/Pa
Encerramento do Festival Metropolitano de Dança
Local: Antigo Terminal/Estação de Trêm em Benevides
Horário: 17h. Entrada franca
  • 30/8 Ananindeua/Pa
Cidade das Artes Cultura do Saber - Esmac
Local: Faculdade Esmac - Conjunto Cidade Nova, Estrada da Providência, nº 10, Cidade Nova VIII 
Hora: 19h. Entrada franca.
  • 31/8 - Abaetetuba/Pa
Local: Centro de Artes e Esportes Unificados. Bairro São Sebastião
Hora: 19h. Entrada franca
  • 1 e 2 de Setembro - Belém/PA
Local: IV Festival Contemporâneo de Dança
End: Teatro Claudio Barradas - Anexo à Escola de Teatro e Dança da UFPa - Rua Jerônimo Pimental - Umarizal. Hora: 21h. Ingressos: R$20,00 com meia entrada para estudantes (para cada dia do evento).

Filme de Anna Muylaert em cartaz Líbero Luxardo

Vencedor do prêmio Teddy Awards no Festival Internacional de Cinema de Berlim, o longa da aclamada diretora Anna Muylaert, “Mãe Só Há Uma”, estreia nesta quarta-feira, dia 24, às 20h, no Cine Líbero Luxardo, o cinema da Fundação Cultural do Pará. O longa ficará em cartaz no Cine Líbero até o dia 4 de setembro.

O novo filme da diretora foi exibido no mais recente Festival de Berlim, em fevereiro, e venceu o prêmio de melhor filme pelo júri de leitores da revista alemã “Männer”.

Livre adaptação de um caso real, “Mãe Só Há Uma” mostra o caso do menino Pedrinho, garoto que foi roubado da maternidade quando bebê em 1986, e criado por outra família até sua adolescência. 

A trama mostra o garoto Pierre, que em meio a toda a questão de sua sexualidade – o protagonista tem um perfil andrógino e gosta tanto de meninos quanto de meninas – tem sua mãe não biológica presa por tê-lo sequestrado, e vai viver com sua verdadeira família.

Serviço
“Mãe Só Há Uma”, de Anna Muylaert nas sessões regulares do Cine Líbero Luxardo. De 24/08 a 28/08 com sessões às 20h, e de 31/08 a 04/09, com sessões às 18h. Ingressos a R$ 10, com meia-entrada (R$5), para estudantes. Av. Gentil Bittencourt, 650, Nazaré.

Iacitatá: debater a cultura alimentar como direito

A I Jornada ID - Iacitatá Dialoga será realizada de hoje (24) a sexta-feira (26), com participação de vários profissionais e pesquisadores ligados à área,  no novo endereço do Iacitatá -  Instituto Amazônia Viva, localizado na Rua Siqueira Mendes, no Complexo Feliz Lusitania.

A ideia é que, por meio de atividades culturais, socioambientais e educativas, seja cada vez mais fortalecida a nossa história de produção de conhecimento de mais de 15 mil anos. Surge assim um projeto da Amazônia, feito na Amazônia, com saberes amazônicos em diálogos e produção intelectual inovadores, para a Amazônia e da floresta para o mundo. O Iacitatá Dialoga traz estes e vários para as rodas que envovlerão temas da Cultura Alimentar: Patrimônio Cultural, Diversidade Biológica e Agroecologia.

Hoje (24), o assunto da mesa é Soberania Alimentar na Amazônia: Cultura, direto à Terra e Diversidade Biológica, que terá participação da Procuradora do Ministério Público do Pará, Eliane Moreira, reconhecida a nível internacional por sua atuação na área ambiental e no Grupo de Direitos de Povos e Comunidades Tradicionais, na UFPA.

Também participam a pensadora e ativista Tainá Marajoara,  fundadora do Ponto de Cultura Alimentar Iacitatá, membro da UPMS - Cultura, Universidade Popular dos Movimentos Sociais; e Conselheira Nacional de Cultura Alimentar; e Ulisses Manaças, liderança regional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra.

No dia  25, quinta-feira, o tema é Organização Comunitária, agroecologia e sociobiodiversidade, que traz como convidados, Carlos Ramos, Engenheiro Florestal – Estuário Serviços Ambientais - Organização Comunitária e Produtos da Sociobiodiversidade.

Também são convidados, Tarcísio Feitosa, representando o Fórum Paraense de Combate aos Agrotóxicos, falando sobre os Impactos dos Agrotóxicos no Pará e Violação de Direitos); e a Dra. Tatiana Sá, da Associação Brasileira de Agroecologoia e coordenadora do Núcleo Puxirum de Agroecologia, uma das iniciativas agroecológicas mais bem sucedidas do país. 

No último dia, sexta-feira, 26, é a vez do Carimbó entrar na Roda de Conversa, organizada em parceria com a Campanha Carimbó Patrimônio Cultural, dedicada ao Centenário Mestre Verequete. 

Haverá a exibição do filme Chama Verequete e um bate papo com o seu realizador Luiz Arnaldo, com Issac Loureiro, Coordenador da Campanha Carimbó Patrimônio Cultural e com o Historiador e Escritor João Lúcio Mazzini. As rodas de conversa serão mediadas pelos sócioeducadores e gestores culturais Lorena Moreira e Abel Lins. 

Uma barricada de utopias em defesa da vida! É assim que o Ponto de Cultura Alimentar Iacitatá se define e ruma na direção de propostas inovadoras e garantidoras de direitos a partir da cultura alimentar. Entre elas estão a promoção e proteção do conhecimento produzido na Amazônia, a conservação da diversidade biológica, o direito humano à alimentação adequada e a proteção do patrimônio cultural e genético, combatendo a biopirataria alimentar e apropriação cultural sobre os povos indígenas e comunidades tradicionais.

Serviço 
ID - Iacitatá Dialoga. Patrimônio Cultural: Cultura Alimentar, Agroecologia e Diversidade Biológica. Nos dias 24,25 e 26, das 19h as 21h. Iacitatá - Praça Frei Caetano Brandão, 284. Complexo Feliz Lusitânia. Cidade Velha. Belém-PA. Atividade Gratuita.

23.8.16

Cine Bodó em busca do audiovisual brasileiro


Estão abertas as inscrições para curtas-metragens de todo o Brasil, de até 25 minutos, realizados em qualquer ano, para as exibições do Cine Bodó - Mostra Itinerante de Audiovisual, que será realizada entre os dias 07 a 29 de outubro, na cidade de Manaus, Amazonas. 

O regulamento com todos os detalhes da mostra, mais a ficha de inscrição, estão disponíveis no site cinebodo.wordpress.com. O período de inscrição vai até 10 de setembro, tudo por meio da Internet. Os interessados devem acessar o site e preencher a ficha de inscrição. Não há restrição de gênero, ou formato, apenas devem conter o tempo máximo de 25  minutos. Os filmes devem ser enviados  via link do Youtube ou Vimeo, plataformas virtuais de vídeo.

A expectativa da organização é receber uma diversidade grande de filmes, principalmente do Norte e Nordeste do país. "Esperamos receber documentários, (filmes) experimentais, animações, ficcionais. curtas que revelem os aspectos sociais, culturais, étnicos daquele lugar. Queremos o Cine Bodó com a cara do Brasil", revela Dheik Praia, realizadora audiovisual e uma das organizadoras.

Em 2015, na 30º Feira do Livro do Sesc
Além das exibições, a mostra promoverá debates na programação paralela as exibições. "Vamos organizar debates que coloquem em reflexão as produção do País. Nessas conversas entendemos e reconhecemos outros caminhos da área", destaca Keila Serruya, artista que integra o Picolé da Massa.

Keila lembra que as exibições do Cine Bodó acontecem em comunidades e bairros mais afastados da região central de Manaus, onde ocorrem a maioria das programações culturais. "O que é mais sensacional no projeto Cine Bodó são as exibições, todas acontecem na periferia da cidade, não tem o tal glamour do cinema é uma fonte de formação de público", pontua.

Essa é a segunda edição da mostra, que busca mais apoiadores e patrocinadores para colaborarem na realização de 2016. No ano passado, a mostra ocupou os bairros Riacho Doce, Comunidade da Sharp, Novo Aleixo e bairro da Paz, além de uma programação paralela de exibições e rodas de conversas durante a 30º Feira do Livro do Sesc. 

21.8.16

O domingo está diverso na 13a edição do Circular

O Circular Campina Cidade Velha realiza a sua 13ª edição no próximo domingo, dia 21 de agosto. Desde 2014, investindo em um circuito artístico, humano e patrimonial que estimule o movimento turístico, cultural e econômico independente no Centro Histórico de Belém, o projeto é uma iniciativa da sociedade civil organizada, com apoios institucionais e culturais, e os patrocínios do Banco da Amazônia e Ministério da Cultura, via Lei Rouanet. 

Realizado de dois em dois meses, sempre num domingo, o Circular oferece programações culturais gratuitas ao público, construídas de forma independente por mais de 30 espaços situados na área histórica da cidade. A cada edição, são apresentadas novidades e conquistas. Uma equipe gestora trabalha para organizar a programação geral que chega ao público, atraindo visitantes para essa região histórica da cidade.

Na 13ª edição está sendo realizada uma Oficina de Comunicação em Redes Sociais. INiciada ontem (20), a atividade encerra hoje (21), tendo como prática de cobertura o próprio Circular. Fruto da parceria do Circular com a Revista Na Cuia e a Associação de Moradores e Comerciantes do Bairro da Campina, com apoio cultural do Hotel Princesa Louçã, a oficina foi criada com objetivo de melhorar a utilização das ferramentas do Facebook e Instagram, tendo como público alvo os moradores e trabalhadores do Centro Histórico de Belém.

Foram ofertadas 20 vagas e o interesse foi tão grande que mais de 150 pessoas se inscreveram, com 25 selecionadas. A Associação de Moradores e Comerciantes da Campina também participa desta edição realizando a “Feirinha da Vizinha”, na Praça da Igreja do Rosário.

Paulo Ricardo, da In Bust, conta história no Mercado do Sal
A 13a edição está intensa e repleta de boas opções, e você confere todos os detalhes na aba da programação do site. 


O projeto Aparelho, que ilumina os domingos de Circular, no Mercado do Porto do Sal, vai promover exposição Varal Reconhecimento e Mesas de Jogos, vai ter duas contações de histórias, uma às 10h, “Pé de Vento”, com Leonel Ferreira e em seguida, às10:30h, “O príncipe Celestino, a lavadeira Anabela e o sapo que não lava o pé”, com Paulo Ricardo Nascimento.

Tem mais opção pros miúdos: às 11h, tem espetáculo de marionetes do projeto Camapu, “Borbô”, com San Rodrigues. Das 12h às 14h, rola roda de choro, às 15h, tem Discotecagem, com Yan Belém. Às 15:30h, será apresentado o Teaser do Aparelho e de 16h às 17h, mais música com Alexandre Pinheiro e convidados.

A seguir as novidades da edição: Entre os espaços que estreiam neste domingo no Circular estão: a Casa Carta, inaugurada recentemente no mesmo espaço em que funcionava o Dirigível Coletivo de Teatro (R. Padre Prudêncio, 731), e o Studio Garden, espaço cultural anexado ao Studio Pub após a aquisição de um casarão anexo. Recebe exposições, shows de música ao vivo (voz e violão), vivências e oficinas ao ar livre.

A Elf Galeria traz a exposição "Histórias do Sertão", com obras do acervo, de autoria de dois grandes artistas da xilogravura popular brasileira: Amaro Francisco e J. Borges. Nascidos no interior de Pernambuco, os dois irmãos representam a tradição da ilustração em narrativas populares da literatura de cordel. Av. Gov. José Malcher, Passagem Bolonha, 60. Contato: (91) 3351-8685 - 10h às 17h - Domingo, 21 de agosto. 13a edição Circular Campina Cidade Velha.

Das parcerias na área gastronômica está o Retiro da Sé, restaurante que fica ao lado da Igreja Matriz, no Complexo Feliz Lusitânia. A casa vai abrir a partir das 11h30. Também tem comidinhas no Atelier do Porto, que volta pra circulação, inaugurando a cozinha e duas exposições.

Destaco ainda o lançamento do projeto “Minha Primeira Obra”, na Kamara Kó, que oferece trabalhos de artistas renomados, com desconto de 30% a 50%; fique atento a programação atraente para crianças, com oficinas e contação de histórias Na Casa das Onze janelas, no Espaço Sinhá Pureza, Studio Gardem, Atelier do Zoca, Mercado do Porto do Sal e Da Tribu, entre outros endereços.

Há ainda sessões de cinema no MEP e Cinema Olympia, por exemplo, e muitos shows. Na parte da noite, chama atenção o show de “Os Mastodontes”, grupo que encera com tambores e instrumentos de corda, a programação na Praça das Mercês. 

Comemorando aniversários e premiações

O clima é festivo no Circular de agosto. A Fotoativa celebra o aniversário da associação e o Dia Mundial da Fotografia; a Da Tribu comemora o sétimo aniversário da marca de acessórios, a conquista no Prêmio Sebrae Top 100 de Artesanato e a confirmação de sua participação na Virada Sustentável de São Paulo. 

A Casa Oiam, que está volta ao Circular nesta edição, comemora um ano abrindo as portas para receber o público com bate papo, show musical de Félix Robatto, e exposição com venda de produtos e comidinhas. Também está de aniversário, o Espaço Cultural do Banco da Amazônia, completando 15 anos de atividade. Para festejar, mostra ao público a exposição “Trajetórias”, reunindo 18 obras do acervo, com curadoria de Emanuel Franco. O Coral Vozes da Amazônia participa, apresentando um repertório variado de compositores nacionais e regionais.

O Roteiros Geo-Turísticos, da UFPA, também tem motivo pra comemorar. O projeto coordenado pela professora Goretti Tavares, do curso de geografia, foi um dos premiados da 29ª Edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, que selecionou oito ações de preservação do patrimônio e da memória da cultura brasileira espalhados pelo País. Os projetos foram selecionados pela Comissão Nacional de Avaliação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Nesta edição do Circular será realizado o roteiro pelas entranhas da Campina, saída 8h30, do Museu do Bonde, na Av. Portugal.

O Circular Campina Cidade Velha é uma iniciativa da sociedade civil, junto às comunidades dos bairros da Campina, Cidade Velha e Reduto, formado por artistas, moradores e empreendedores, com realização da Kamara Kó Fotografias, Ministério da Cultura e Governo Federal, com patrocínio do Banco da Amazônia e Lei Rouanet. Conta ainda com apoio da Setur, Iphan, Macieira Filmes, Rede Cultura de Comunicação e Milton Kanashiro, por meio de Doação de Pessoa Física via Lei Rouanet.

DICAS

Pra quem quer música

Pela manhã, a partir das 9h, o Coral Vozes da Amazônia sonoriza a mostra Trajetória, no Espaço Cultural do Banco da Amazônia, que completou 15 anos. 

Também às 9h, o café da manhã no Sinhá Pureza será regado a chorinho com Camila Alves, Rafaela Bittencourt e convidados. De noite, a roda é de carimbó, com o grupo Mururé - Rua Dr. Rodrigues dos Santos, 305, próximo à Tamandaré. 

Atelier do Porto -  promover uma experiência sonora de Choro e Jazz, começando às 13h – Trav. Gurupá, 104, entre Dr. Malcher e Dr. Assis. 

A partir das 15h, o Fábrika Studio oferece pockets shows das bandas Navalha, D.S.T. e Irene - Rua Aristides Lobo, 122, entre Frutuoso Guimarães e Campos Sales.

No Atelier do Zoca, a partir das 15h30, tem show com o grupo “Roda de Choro”, seguido da música instrumental do grupo “Com a Corda Toda” – Rua Rodrigues dos Santos 181, entre Gurupá e Capitão Pedro Albuquerque.

Félix Robatto eletriza o Jardim Encantado da Casa Oiam, a partir das 16h - Trav. Piedade, 551, entre Tiradentes e Henrique Gurjão. 

Também às 16h, tem Marcelo Barreto no Lanche do Sírio – Rua 7 de Setembro, 391, próximo à Praça da Bandeira.

Na Discosaoleo, a banda Cais Virado mostra o repertório de seu novo e inédito disco, às 11h, depois tem Joana Marte, às 15h30 e em seguida, Leonardo Pratagy, às 17h – Campos Sales, 628, entre Riachuelo e General Gurjão.

E a partir das 17h, tem rock e outras misturas, no Studio Garden, que lança o projeto Mostra de Música Autoral, nos apresentando a banda Móbile Lunar - Rua Pres. Pernambuco, 277, entre Arcipreste e Gentil.

No Atelier da Drika, tem voz e violão com Marcos Campelo, a partir das 17h - Trav. Capitão Pedro Albuquerque, 300, entre Rodrigues dos Santos e Angelo Custódio.

O Fotoativa vem de “Som Boca da Noite”, trazendo a mistura de tambores e instrumentos de corda da banda “Os Mastodontes”, a partir das 19h. Um som pulsante e ao mesmo tempo melódico. A Associação Fotoativa Fica na Praça Barão do Guajará, 19.

E na laje da Morada Da Tribu, também a partir das 19h, rola show da Les Rita Pavone "Contra o Baixo Astral - Fora Temer” - Na Rua Carlos Gomes, 117, entre Frutuoso Guimarães e Campos Sales.

Pra quem tem fome

Feirinha da Vizinhança - A Associação de Moradores e Comerciantes do Bairro da Campina vai oferecer a partir das 9h, na Feirinha da Vizinhança, lanche e comidas (bolos, sucos, água e refrigerantes, vatapá e maniçoba) – Pracinha da Igreja do Rosário, Rua Padre Prudêncio com Aristides Lobo.

Atelier do Porto - a partir das 11h tem a abertura da Cozinha do Atelier. Contato: (91) 8099-4110.

Atelier do Zoca – comidinhas e bebidinhas - Rua Rodrigues dos Santos 181, entre Gurupá e Capitão Pedro Albuquerque. A partir das 10h.

Bar do Rubão - Cardápio especial no Circular: pato o tucupi, pirarucu de forno e vatapá. Horário de abertura: 12h. Trav. Gurupá, 312, entre Cametá e Dr. Malcher. Contato: (91) 99122-4232.
Bar Fotoativa tem lanches e quitutes da Dona Dinah: bebidas, comida regional, doces e salgados. Praça das Mercês, 19. A partir das 9h. Contato: 3225-2754.

Casa Oiam - Pura Vida Truck (comidinhas deliciosas) - Trav. Piedade, 551, entre Tiradentes e Henrique Gurjão. Contato: (91) 2121 6509. A partir das 10h.

Da Tribu - Na Laje: comidinhas e bebidinhas - Rua Carlos Gomes, 117, entre Frutuoso Guimarães e Campos Sales. A partir das 9h. Contato: 98032-0415.

Frábrika – lanches e bebidinha - R. Aristides lobo, 122, entre Frutuoso Guimarães e Campos Sales. A partir das 15h. Contato: 3222-2820 / 9 8345-4337 (Tim e Whatsapp)

Jota Lanches - 9h às 18h - Lanches a partir de R$2,00. Rola vatapá, arroz de galinha, unha de caranguejo, lasanha, coxinha, sucos e refrigerantes. Frutuoso Guimarães, 571, quase esquina com Riachuelo.

Lanche do Sírio - Música Árabe. Comida árabe e lanche. Qualquer prato - R$ 20,00. Comida à vontade no buffet - R$ 35. Combo árabe - promoção Circular: 1 refri + sanduíche sírio + batata: R$ 12,00. Rua 7 de setembro, 312, próximo à Praça da Bandeira. A partir das 10h. Contato:(91) 98986 -8405

Restaurante Dona Joana – Comida 100% sem glúten. Trav. Campos Sales, 482, entre Aristides Lobo e Ó de Almeida. Cidade Velha. A partir das 11h. Contato: (91) 98819-5513.

Retiro da Sé - A partir das 11h30: Cardápio: Fillhote com crosta de castanha, Salmão com molho de maracujá, Filé ao molho madeira, Pernil com ervas, Caranguejo, Arroz de pato e mais os acompanhamentos. Rua Dr. Malcher, 21, entre Félix Roque e Pe. Champagnat, ao lado da Catedral da Sé. Cidade Velha. Contato: (091) 3085-3111.

Sinhá Pureza - 9h – Café da Manhã. 12h - Almoço da Sinhá (Lasanha de beringela e strogonoff de carne). Lanche da tarde: 16h30, com salgados e as pizzas. Rua Dr. Rodrigues dos Santos, 305, próximo à Tamandaré. Contatos: (91) 98138 0365/ 98091 6595 / 98907 3637.

Tapioquinha da Dona Clea – Café da manhã, almoço na calçada e lanche da tarde. Tv. Frutuoso Guimarães, 691, entre Carlos Gomes e General Gurjão. A partir das 7h.

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Aíla lança o CD "Em Cada Verso um Contra Ataque"

Fotos: Renato Chalú
Depois de lançar nas redes sociais o clipe single “Rápido”, Aíla esteve por aqui para mostrar seu novo álbum “Em Cada Verso Um Contra-Ataque e bateu um papo com o blog. Adiantou datas de próximos shows no país e falou um pouco mais sobre o novo trabalho.

Em Belém, o show foi incrível. O Teatro Estação Gasômetro, sem as cadeiras na área central, permitiu que o público fosse pra frente do palco e dançasse com Aíla, que aliás estava muito bem acompanhada pelos músicos Caetano Malta (guitarras), Arthur Kunz (bateria), João Deogracias (baixos) e Chiquinho Moreira (teclado).  Plena, em seu contra-ataque, dominando a cena, a cantora fez uma apresentação potente. Plateia atenta, aplausos. Entrosamento entre cantora e músicos.

“A banda que tocou comigo em Belém é praticamente a que gravou o disco, com exceção do Chiquinho. Tínhamos no estúdio, o tecladista João Leão. Quando a gente leva pro palco a banda que gravou o disco, rola uma interação muito grande. Eles que fizeram cada arranjo junto com a gente, e gravamos ao vivo, sem bpm, sem fone de ouvido. Foram quase dez dias de imersão pra criar as sonoridades do disco. Esse primeiro show refletiu muito dessa energia”, explica a cantora.

O novo trabalho renova e reafirma uma parceria antiga com Dona Onete, e apresenta outras conexões da cantora, com Chico César, Bruno Batista, César Lacerda e Carlos Posada, além de trazer a participação do guitarrista Manoel Cordeiro, em uma das dez faixas do disco.  O disco foi produzido por Lucas Santana e gravado em São Paulo, onde a cantora reside atualmente, com patrocínio da Natura Musical.

“Lucas Santana é um artista que admiro demais, é um ativista político que usa a arte dele para falar de política. Ele já tinha feito uma canção que quase entra no meu primeiro CD, ‘Ela é Belém’, mas não entrou porque tivemos contratempos, eu já estava finalizando o disco. 

Por isso que eu a Juliana Sá, que dirigiu artisticamente este álbum comigo, pensamos logo nele. Queríamos um produtor que não fosse muito comum nesse meio, ele não costuma produzir coisa de outros artistas, é uma fase nova pra ele, e foi uma experiência ótima”, diz Aíla.

A cantora conta que chegou a ele já com o conceito do disco, mas ainda não tinha todas as músicas. “Ele foi em busca junto comigo, foi muito especial, pra mim ele é um dos maiores artistas do Brasil, hoje, significa muito pra nossa musica contemporânea”, elogia. 

As letras das canções são mais políticas. Trazem o lado ativista de Aíla, já presente no primeiro álbum, lançado em 2012. Em Trelelê, entre músicas que falam de amor e “fuleragens”, o disco também traz “Todo Mundo Nasce Artista”, que traduz posicionamentos ideológicos de Aila.

Não à toa, a canção fez parte do repertório de lançamento de “Em cada verso um contra ataque”, em um dos momentos finais, com participação de MC Pelé. Foi vibrante, uma versão de pegada rap. “Todo mundo nasce artista/Depois vem a repressão/Não faz arte, diz a tia/Vê se deixa de invenção....” encerrando “E essa doença tem cura!/ Existe uma salvação!/ Faça arte! faça arte!/ Mesmo que sua mãe diga que não. 

Mergulho nos anos 1980 trouxe, As Mercenárias

A banda de pós punk formada só por mulheres encantou Aila. “Troquei muita ideia com o Pio Lobato (guitarrista) e ele me disse que se eu quisesse falar de causas, lutar por elas etc, eu precisava ouvir Mercenárias. 

A música Rápido é um reflexo dessas letras curtinhas e diretas da banda”, comenta. Entre outras influências, ela cita também Siba, além do próprio Lucas Santana, que a inspiram porque conseguem falar do hoje e do agora de maneira pop dançante “O meu disco reflete muito isso”. 

Há diversidade no contemporâneo. A canção de Dona Onete, Lasby Gay, é uma lambada eletrônica, que fala de sobre questões de gênero, de amor livre. O disco tem pegada eletrônica, que se mistura a música acústica, mas também é uma música orgânica.

“A banda toca ao vivo, eu canto ao vivo também no disco”, reforça. “Eu também queria muito que as pessoas dançassem e se percebessem cantando e se questionando sobre assuntos importantes”, diz Aíla.

Os próximos shows

Entre as próximas apresentações, está a do dia 6 de setembro, no Teatro Oficina, onde também surge Cultura de Luta, versão de Aíla e Roberta Carvalho para Baile de Favela, de MC João, que não autorizou a gravação da música no novo disco, mas que está no repertório do show. 

"O golpe veio quente, nós já tá fervendo/O golpe veio quente, nós já tá fervendo/Quer desafiar, não tô entendendo", canta Aíla que também puxa um #foratemer. Há show pré-agendado para o interior de São Paulo, uma apresentação no Sesc São Carlos. Em outubro talvez o show volte a Belém e há outras conexões pra lançar o disco no Rio de Janeiro e em Salvador. E fora do país, pergunto. 

“É hora de circular e expandir estas fronteiras. Pop tropical, influências do punk, eletrônico, lambada, brega, muita coisa múltipla neste novo trabalho. Fazer uma turnê internacional seria ótimo, quem sabe, vamos nos preparar pra isso”, conclui.

Concepção visual e parceria musical

Além de um trabalho musical intenso e cuidadoso, o álbum traz na concepção visual, a parceria com a artista visual Roberta Carvalho. “Essa parceria com Beta é muito legal e só se amplia”. A música single clipe “Rápido” tem letra assinada pela dupla. 

“A Roberta sempre escreveu poemas. Peguei um deles e musiquei. É uma letra que fala dessa velocidade frenética do tempo, dessas relações superficiais, tudo muito acelerado, demasiado”, diz Aíla.

Roberta Carvalho, artista visual premiada, residindo também em São Paulo, com Aíla, também dirigiu o videoclipe de “Rápido” e assina o roteiro junto com Lucas Escócio. “Fomos pra rua, ela usou câmera na mão. Queríamos fazer um clipe não ligado a uma história linear. É mais algo voltado a vídeo arte. Nossa parceria é bem escancarada, natural, só que nunca imaginamos que íamos fazer uma canção juntas”, revela.

Tal relação reflete no disco e no trabalho em geral. A direção de arte, conceito visual e design também trazem assinatura de Roberta Carvalho. “É um amadurecimento de nossa parceria. E pra mim também. Consegui fazer politica através da minha arte", diz.

"Acho que é isso mesmo, quatro anos que eu não gravava e sempre trouxe comigo estas inquietações, precisava transformar isso em arte”, finaliza a cantora, que vem sendo acomanhada pelo blogo desde o início de sua carreira. Pinçamos outros bate papos e matérias com Aíla, realizados entre 2010 e 2014.

Aíla no Holofote Virtual