27.2.24

Marahu Filmes estreia série sobre bares brasileiros

“BAR BRASIL” viaja por todas as regiões mostrando a diversidade dos estabelecimentos brasileiros. A série estreia dia 2, com novos episódios todos os sábados, às 20h, no Travel Box Brasil.

Qual a receita do sucesso de um bar verdadeiramente inesquecível? O que faz aquele lugar tão especial e atrai um público fiel, às vezes até por décadas? A comida? O ambiente? Ou a cerveja estupidamente gelada? Dificilmente hoje se encontra um lugar que seja mais unanimidade entre os brasileiros do que o bar. E foi pensando nisso que a Marahu Filmes desenvolveu a série “BAR BRASIL” que estreia neste sábado, 2, no canal de TV por assinatura Travel Box Brasil, às 20h. 

São treze episódios que passeiam por 39 bares de Belém a Curitiba, do Rio a Salvador: o espectador viaja junto por um Brasil de todas as regiões, de bar em bar. A série, com episódios de aproximadamente 26 minutos, conduz o público por uma viagem por variados bares, desde os mais tradicionais a barracas de praia, mostrando o que cada um tem de melhor, sejam drinks autorais, atendimento diferenciado ou pratos únicos.

“O bar é uma instituição brasileira, vamos dizer assim. Não que eles existam somente no Brasil, mas o nosso conceito é um pouco diferente: tem gente que vai pra comer, para ver jogo, até mesmo para conhecer bares históricos. Existem muitas séries sobre restaurantes, hotéis e pensamos: por que não fazer um sobre bares?”, explica o cineasta Fernando Segtowick, um dos diretores do projeto.

Os episódios serão temáticos, mostrando cultura, esporte, cerveja e muito mais, para deixar o público com água na boca e convidá-lo a um verdadeiro tour pelas cinco regiões brasileiras. “‘BAR BRASIL’ é a série da Marahu com maior representatividade do país como um todo. Nós, enquanto produtora do Norte, temos uma necessidade e vontade de mostrar que o Brasil não está resumido a só um ou dois estados, então quando montamos a série buscamos o máximo de representatividade das cinco regiões do país”, pontua o fotógrafo Thiago Pelaes, que também dirigiu a série.

O tema do primeiro episódio são os Wine Bar, que nada mais são que bares com foco na venda de vinhos. O espectador será convidado a uma viagem pelos estados de Pernambuco, Paraná e São Paulo. No Pará, o Muamba Bar foi um dos bares que entraram no episódio sobre drinks que incorporam elementos amazônicos na composição. 

“Uma série que documenta essa fotografia da realidade no Brasil tem um valor incrível: as diferentes linguagens, tipos de hospitalidade, ofertas e propósitos de cada bar. Poder participar por meio do Muamba é mostrar nosso papel e ambição de apontar para o futuro possível de uma coquetelaria legitimamente e originalmente amazônica”, pontua Yvens Penna, bartender e sócio do Muamba Bar, em Belém.

Onde ver:

Canal 557 na Claro, 483 na Sky, 79 na Vivo, 604 Vivo Fibra, 149 Oi TV e no Box Brazil Play (https://boxbrazilplay.tv.br/)

Ficha técnica

Título: BAR BRASIL

Produção da Marahu Filmes

Financiamento da Ancine/FSA/BRDE.

Diretor: Fernando Segtowick, Thiago Pelaes

Definição: Full HD

Idioma: Português

País: Brasil

Ano de Finalização: 2023

Classificação Indicativa: Livre

Gênero: Documentário

Número de episódios: 13

Duração por episódio: 26 minutos

Redes Sociais: @marahufilmes 

24.2.24

É arte de casa em casa e oficina de acessibilidade

Selecionado pelo Edital de Artes Visuais da Lei Paulo Gustavo (PA), o projeto Arte de Casa em Casa vai realizar, a partir de março, um circuito de exposições em espaços expositivos situados em 6 municípios paraenses, todos dentro de residências. Além de Icoaraci, em Belém, passará por Quatipuru, Marabá, Mosqueiro, Apeú, em Castanhal, e Salvaterra, no Marajó. A realização é do espaço Na Casa do Artista, de Icoaraci, com coordenação do artista visual e produtor cultural Werne Souza.

Antes de sair em circulação, porém, a programação abre com a oficina online “Acessibilidade Atitudinal”, que será ministrada neste domingo, 25, das 16h às 18h, pela plataforma Zoom. A ministrante é Neire Lopes, pesquisadora em acessibilidade e inclusão, audiodescritora, com especialidade em escolas. Licenciada em Teatro, também é técnica em Arte Dramática.

A oficina traz reflexões e proposição de ações e estratégias para quebrar barreiras e envolver pessoas com deficiência em atividades e eventos acessíveis. O conceito vai além das adaptações físicas em espaços e eventos. Refere-se à atitude das pessoas em relação à inclusão e ao respeito às diferenças.

Essa forma de acessibilidade busca eliminar preconceitos, estereótipos e atitudes discriminatórias que possam excluir ou marginalizar pessoas com deficiência ou com necessidades específicas. Em eventos culturais, a acessibilidade atitudinal desempenha um papel fundamental, pois permite que todos os participantes, independentemente de suas habilidades ou condições, se sintam bem-vindos, valorizados e incluídos.

Indicada para uma ampla gama de pessoas e profissionais interessados em promover ambientes inclusivos e acessíveis, esta oficina é especialmente relevante para organizadores de eventos culturais, artistas, educadores, profissionais de saúde, gestores públicos, voluntários e qualquer pessoa comprometida em criar espaços onde todos são bem-vindos e respeitados. 

Serviço

Oficina Acessibilidade Atitudinal – Projeto Arte de Casa em Casa – Lei Paulo Gustavo – Pa – Edital de Artes Visuais. Realização Na Casa do Artista. Neste domingo, 25 de fevereiro, das 16h às 18h, pelo zoom. Para participar, basta pedir o formulário de inscrição pelo e-mail: artedecasaencasa@gmail.com ou pelo whatasapp (91) 98134.7719 para receber o link de acesso. 

22.2.24

Mestre Verequete recebe homenagens do reggae

Evento singular e emocionante no Teatro Margarida Schivasappa. O projeto "Tributo ao Mestre Verequete em Reggae" apresentará um espetáculo inédito da banda Floramor, em honra ao lendário mestre do Carimbó paraense. Neste domingo, 25 de fevereiro, a partir das 18h, com abertura do DJ Vitor Pedra. Entrada gratuita.

A apresentação promete uma fusão criativa entre os ritmos do Reggae e do Carimbó, homenageando as ricas tradições negras da região. Sob a direção artística de DJ Vitor Pedra e direção musical de Ras Mancha, a noite promete ser marcada por um show de grande relevância cultural e artística. 

A iniciativa, viabilizada pelo edital Cultura Livre do Governo do Estado, por meio da Fundação Cultural do Pará, demonstra o compromisso em estimular e valorizar a produção artístico-cultural local. Para DJ Vitor Pedra, diretor artístico do evento, essa iniciativa representa a realização de um sonho de longa data.

"Estou profundamente grato pelo apoio do Governo do Estado e da Fundação Cultural do Pará por incentivarem os agentes culturais de nossa região. Este evento é um marco na cena cultural de Belém e é uma homenagem merecida ao Mestre Verequete", destaca.

Banda Floramor
Por sua vez, Ras Mancha, diretor musical da banda Floramor, ressalta que o repertório do espetáculo resultou de uma pesquisa extensiva. 

"Exploramos desde músicas menos conhecidas até os grandes sucessos do Mestre Verequete. Floramor surgiu com a proposta de resgatar nossas músicas nacionais, os ritmos do povo que narram nosso cotidiano e nossa luta. Este tributo é uma maneira de ultrapassar fronteiras e enriquecer ainda mais a obra do Mestre Verequete", afirma.

O Tributo ao Mestre Verequete em Reggae será uma celebração da vida e do legado desse ícone da música paraense. A fusão entre o Reggae e o Carimbó promete emocionar e encantar o público presente. 

Serviço

"Tributo ao Mestre Verequete em Reggae". Domingo, 25 de fevereiro, às 18h. Local: Teatro Margarida Schivasappa no CENTUR. Entrada gratuita.

19.2.24

Museu da Língua Portuguesa recebe propostas

O Museu da Língua Portuguesa recebe até 29 de fevereiro inscrições para a terceira edição do Plataforma Conexões, que visa apoiar e dar visibilidade a projetos de artistas e grupos iniciantes.

Ao todo, a plataforma selecionará dez trabalhos em 2024, em áreas como música, literatura, dança e performance. O tema deste ano é Línguas Africanas no Brasil, o mesmo da próxima exposição temporária do Museu, a ser inaugurada em maio. 

Poderão ser inscritos trabalhos que dialogam com a influência das línguas africanas, como as do tronco bantu, no português falado no Brasil. Assim como obras que contemplem manifestações artísticas e rituais das várias culturas africanas que reverberam no Brasil por meio da música, por exemplo. Já nos campos da dança e performance, incluindo as artes visuais, são esperados projetos que contemplem ritmos como o kuduro e o kizomba. E, por fim, na literatura, podem ser apresentadas propostas que flertam com a ancestralidade africana e suas diversas cosmovisões.   

Os escolhidos terão a oportunidade de se apresentar nos espaços da instituição, gratuitamente, tanto para o público do Museu quanto aos usuários da Estação da Luz. Os trabalhos contemplados terão suas apresentações programadas entre março e dezembro de 2024.   

Cada trabalho selecionado receberá a verba de R$ 7.500. Com esse recurso, os artistas ou grupos deverão cobrir gastos como cachês, transporte, hospedagem e eventual aquisição ou locação de materiais, entre outras despesas, considerando uma apresentação presencial no Museu.    

Podem participar do processo artistas solo ou grupos, pessoas físicas, jurídicas ou integrantes de cooperativas, que residam ou tenham sua sede no estado de São Paulo. As pessoas ou grupos candidatos devem ser iniciantes, ou seja, devem ter realizado no mínimo uma e no máximo seis produções na área cultural na qual desejam se inscrever.    

O edital completo, com informações sobre quem pode participar ou não, assim como os documentos exigidos, pode ser consultado no site. Por lá, também é possível encontrar o link para o formulário de inscrição.   Os projetos selecionados vão se juntar à programação cultural promovida pelo Museu da Língua Portuguesa, que inclui, além da exposição principal, a futura mostra temporária sobre línguas africanas, visitas temáticas e atividades educativas. 

Serviço

3º Plataforma Conexões - Inscrições até 29 de fevereiro pelo site https://www.idbr.org.br/edital-de-credenciamento-para-artistas-iniciantes-2/ - Museu da Língua Portuguesa - Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo.

14.2.24

Do Mangueio no Veropa ao Margarida Schivasappa

Mangueio no Veropa
Fotos: Divulgação/Carimbó Selvagem
É isso mesmo, o carimbó de rua chega ao palco do teatro com o show “A arte do Mangueio”,  projeto selecionado no edital Cultura Livre da Fundação Cultural do Pará,  que será apresentado nesta quinta, 15, às 19h, com o lançamento do single “Mangueio no Veropa”. Entrada gratuita.

Presente no cotidiano das grandes cidades, a arte de rua na Amazônia ganha aspectos regionais, levando para o dia a dia da população da região metropolitana de Belém, um pouco da cultura popular paraense. 

Dentro desse contexto, temos o Carimbó de Rua, que se sustenta por meio de uma outra arte, a do Mangueio que, para quem não sabe, é uma expressão usada pelos artistas de rua e que significa garantir uma remuneração consciente para o trabalho que desenvolvem.  

É essa cultura de difusão e salvaguarda da nossa identidade amazônida, suas vivências e características, que "A Arte do Mangueio", projeto proposto pelo músico Gabiru Cigano, do grupo Carimbó Selvagem, traz ao palco de um teatro, ao acessar, pela primeira vez, a política pública de fomento à cultura, por meio do Edital Cultura Livre. 

O repertório do show traz ainda canções autorais que expressam a sonoridade e identidade do Carimbó de rua, além de composições de carimbozeiros da atualidade, passando por homenagens aos mestres da cidade como Cuité da Marambaia, Lourival Igarapé, Dimmi Paixão, entre outros. 

O show também lança o single “Mangueio do Veropa”, composição de Gabiru Cigano e Flor de Mururé, gravado no “estúdio Torto” do músico e produtor Reiner e mixado e masterizado por Pratagy, ambos do selo Caquí. Em breve estará disponível em todas as plataformas digitais da música.

“A rua é a base do nosso trabalho, onde o suor primordial caiu enquanto tocávamos, o Ver O Peso é parte da nossa história e a frente do Solar da Beira tem sido nosso mais pulsante e fértil palco. Estar na rua trouxe e traz muita energia e material para o nosso trabalho, ter acesso a políticas públicas é fundamental para dar possibilidades de levar toda a vivência e energia que trocamos nas ruas e ocupações para além desses espaços,  é necessário ainda políticas voltadas para arte de rua e cada oportunidade precisa ser aproveitada”, diz Gabiru Cigano.

Além de Gabiru Cigano, realizam também o projeto Astrum Zion, Luan Monteiro, Heron Rodrigues, Jadson Maiandeua, membros oficiais do Carimbó Selvagem, além de músicos e artistas convidados, contando com a direção artística de Andrey Alves e fotografia de Sávio Lima.

Serviço

Show “A arte do Mangueio” - Projeto selecionado no edital Cultura Livre da Fundação Cultural do Pará. Apresentação dia 15 de fevereiro, às 19h, no Teatro Margarida Schivasappa – Centur - Av. Gentil Binttencourt, 650, Batista Campos). 

Ficha Técnica

Participação especial: Gleidson Carreira ( Percussionista) e Mestre Cuité da Marambaia

Figurino e adereços: Akha.art

Direção Artística: Andrey Alves

Arte Gráfica: Henrique Lobato

Selo Discográfico: Caqu

Vídeo Mapping: Sidou

Produção Executiva: Gabiru Cigano

Promoter: Astrum Zion

Agradecimentos: Márcia Mendes

9.2.24

35ª Bienal de São Paulo chega a Belém em março

Montagem da 35a Bienal de São Paulo.
01/09/2023 © Levi Fanan / Fundação Bienal SP
Um recorte da Bienal de São Paulo 2023 viajará o mundo este ano e chegará ao Museu de Arte de Belém em março, por meio da sétima edição do programa de mostras itinerantes realizado pela Fundação Bienal de São Paulo. 

A Bienal paulista é a mais antiga do mundo e é também o maior evento de arte contemporânea do hemisfério Sul e das Américas. Em 2023 a 35a edição, intitulada "Coreografias do Impossível", foi protagonista na cena paulista e recebeu todos os holofotes do cenário artístico e cultural.

Em 2024, a mostra do evento chegará a Belém, ocupando duas salas expositivas do Museu de Arte de Belém, a Sala Antonieta Santos Feio e a sala Theodoro Braga, respeitando e adaptada às características e ao contexto da cidade. A quantidade e definição de obras, em andamento, serão em breve divulgadas. 

A Fundação Cultural de Belém - Fumbel assinou nesta quinta-feira, 8, em São Paulo, o termo de parceria com a Fundação Bienal de São Paulo, garantindo que o programa de mostras itinerantes, pela segunda vez, visite também a capital paraense. A exposição será aberta no dia 28 de março, no Mabe, que fica no Palácio Antônio, prédio histórico recentemente reaberto e restaurado pela prefeitura. A entrada será gratuita.

"Na gestão da prefeitura de Belém, acreditamos firmemente que a cultura é essencial para a vida humana, assim como para a preservação da história e identidade de um povo. É com grande entusiasmo que receberemos a exposição da Bienal de São Paulo, em nossa cidade", comentou inês Silveira, presidente da Fumbel.

Mais de dez cidades no mundo recebem a mostra

Ao todo serão visitadas 15 cidades no Brasil e no mundo. As etapas internacionais abrangerão três países, marcando a primeira vez que a Bienal estará no continente africano. Os países visitados serão Argentina (MALBA e Palácio Pereda, em Buenos Aires); pela primeira vez, Bolívia (local a ser confirmado); e Angola (Luanda, em parceria com o Instituto Guimarães Rosa).

Andrea Pinheiro, presidente da Bienal, destaca a importância deste momento: "As itinerâncias da Bienal de São Paulo, implementadas como programa institucional permanente há mais de uma década, reforçam que a mostra é um patrimônio de todos os brasileiros e leva a produção artístico-curatorial do Brasil para o mundo."

Para os curadores Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel, é significativo que a exposição viaje por todas as regiões do país e internacionalmente: "Os debates propostos pela 35ª Bienal atravessam inúmeros territórios de todo o mundo; assim, que as 'Coreografias do Impossível' não estejam restritas ao Pavilhão da Bienal é de extrema importância para o trabalho realizado".

(Holofote Virtual com informações da Agência Belém e da Fundação Bienal de São Paulo)

8.2.24

Projeto Mastarel segue com novas ações em 2024

Fotos: Lilis Moreira
Depois de mastrear o Mercado do Porto do Sal, ano passado, o projeto Mastarel retomou suas atividades em 2024. De quarta a sábado tem visita guiada e até abril estão previstas também uma aula aberta, duas oficinas e um lançamento de livro.

A exposição "Mastarel: As Águas de Dentro" está aberta com visitas guiadas no Mercado do Porto do Sal, sempre de quarta a sábado, das 8h às 18h, até o dia 29 de fevereiro.

São painéis, fotografias em tecido e vídeo arte, além do próprio Mastarel, obra de Elaine Arruda e Mestre João Aires. A peça que se remete às embarcações à vela, pode ser vista no telhado do mercado, onde todos os dias, a partir das 18h, acende sua iluminação, assinada por Lúcia Chediek. 

A curadoria da mostra é de Vania Leal, que há muitos anos já realiza um trabalho de interlocução da poética da artista Elaine Arruda em parceria com João Aires, com outros espaços expositivos. Foi sob a curadoria dela que o Mastarel fez o seu primeiro deslocamento do Mercado do Porto do Sal, onde ele emerge em 2016. Surge assim, em 2019, a mostra Rotas Imaginárias, depois a participação no Arte Pará e, mais recentemente, na Bienal das Amazônias, em 2023.

“A cada deslocamento, a gente traz uma outra percepção da artista em torno desta poética. Agora, por exemplo, o Mastarel veio com a proposta de revitalizar o mercado, houve então a reforma do telhado, a pintura interna e teve também o lavadão, momento em que a própria comunidade do Porto do Sal participou e isso resultou num vídeo arte que está na mostra”.

Vania ressalta que "Mastarel: as águas de dentro" faz alusão à comunidade do Porto do Sal que possui características que envolvem tanto a cultura ribeirinha, quanto a urbana. Para ela, a arte é uma ação transformadora em espaços como o do mercado e comunidades do entorno.

“A arte é transformadora e humanizadora e envolveu a comunidade, num processo incrível de apropriação cultural e de identidade, mexendo com a auto estima de moradores e permissionários, que hoje se sentem mais donos do lugar, cuidando dele como guardiões desse patrimônio que agora, dentro de um processo de arte, também transformou a vida deles”, finaliza.

A arte da carpintaria naval

O Mastarel também oferece, em fevereiro e março, duas oficinas. A primeira delas será de "Carpintaria Naval básica", com Mestre João Aires, que apresentará aos participantes um panorama da carpintaria naval e seu contexto cultural, assim como seus aspectos estéticos e técnicos. A oficina acontecerá nos dias 18 e 25 de fevereiro e 03 e 10 de março, no Mercado do Porto do Sal, das 8h às 12h. 

Vale apresentar melhor o Mestre João Aires, homem de origem marajoara, nascido em 1958, no município de Santa Cruz do Arari (PA). Há 30 anos, ele trabalha na região portuária de Belém. Morador na comunidade do Porto do Sal, mestre João é colaborador do Coletivo Aparelho, projeto que atua na região desenvolvendo ações de arte e cidadania. 

Ele é o único mestre em carpintaria naval da região do Porto do Sal – um dos raros locais da cidade onde a prática da construção de barcos em madeira é exercida. Seu conhecimento é um patrimônio cultural e imaterial da região norte do país.

Em sua oficina, os alunos também vão acompanhar o processo de construção de pequenos barcos em miriti, desde a execução até a montagem final, como pintura, acabamento, estudo de formas e elementos típicos das embarcações ribeirinhas.As inscrições vão até 15/02 de forma presencial, com exceção dos dias 10 e 14  (feriado de carnaval) e online (link no perfil de Instagram do projeto @projetomastarel).

Paisagens norturnas com Lúcia Chedieck

A segunda oficina também é do tipo imperdível, mas as vagas são poucas, aviso logo.  "Criando Paisagens Noturnas", com Lúcia Chedieck, será realizada de 20 a 28 de março, de segunda a sexta-feira, das 19h às 22h, e aos sábados, das 9h às 12h, no Fórum Landi. Não haverá aula no dia 24 de março, um domingo. As inscrições estão abertas Até dia 26 de fevereiro, de forma exclusivamente online.

Apesar de estar distante da cidade, Lúcia Chedieck se diz encantada com o projeto, no qual ela encontra sua própria identidade. “Sou filha de Belém e conheço esse chão por onde meus pés já caminharam”, comenta a artista, iluminadora, que reside em São Paulo há muitos anos. 

O envolvimento de Lúcia vem de 2023, quando ela se envolveu no projeto de iluminação da obra Mastrael. “Abrimos vários leques de possibilidades, em se tratando do processo criador coletivo. A montagem do Mastarel de 2023 foi um processo de partilha e experiências entre o escambo das trocas de reconhecimento entre todos”, comenta.   

Em seu curso a ser ministrado em março, Lúcia traz como proposito, formar olhares que possam compreender a importância da iluminação urbana, a questão da sua relação com a paisagem da cidade e a percepção de interesse alusivo ao papel da luz, sendo natural ou artificial.

“Quero compartilhar um olhar sobre a ótica por parte de um designer de luz. Um olhar entre tantos outros, interrogando sobre o seu aspecto noturno. Pretendendo, assim, tentar acrescentar uma nova faceta à reflexão atual sobre o sentido e o futuro da paisagem noturna”.

A artista segue em São Paulo, onde continua atuando nas áreas de criação, peças de teatro, arquitetura, consultorias em iluminação, expografia e formação educacional com seus cursos. “Vou estrear em maio com desenho de luz em um espetáculo monólogo chamado 'Quase Infinito', dirigido por Élcio Nogueira. Em cena, o ator João Paulo Lorenzon, com cenografia de Marcia Moon e trilha sonora original de Marcelo Pellegrini", conta.

Aula com Michel Pinho e lançamento de livro

Também está na programação deste mês, uma aula aberta com o historiador e professor Michel Pinho, marcada para o domingo, dia 24 de fevereiro, a partir das 8h, no Mercado do Porto do Sal. Ele vai contar a história da edificação e seu entorno, no bairro da Cidade Velha. 

Outra data importante será a retirada da obra Mastarel, no dia 29 de fevereiro. A peça sairá do topo do Mercado do Porto do Sal, despedindo-se de mais uma temporada. O projeto, segue sem o seu mastro, até abril, com o lançamento do livro Mastarel, de Elaine Arruda, que consiste no capítulo principal de sua tese de doutorado, realizada na ECA-USP e que traz registros e detalhes técnicos sobre a obra Mastarel. 

O Projeto Mastarel é viabilizado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura Rouanet, o projeto tem patrocínio master do Instituto Cultural Vale e realização do Ministério da Cultura, Apneia Cultural e Tijuquaquara Produtora Cultural.

Programação

Exposição: 

"Mastarel: As Águas de Dentro" - Visitas guiadas de quarta a sábado, das 8h às 18h, até o dia 29 de fevereiro.

Oficinas: fevereiro e março

- "Carpintaria Naval básica" com Mestre João Aires - 18 e 25 de fevereiro e 03 e 10 de março, no Mercado do Porto do Sal, das 8h às 12h. Inscrições  até 15/02, no Mercado do Porto do Sal, de quarta a domingo, das 8h às 18h (exceção dos dias 10 e 14/02) e online: https://l1nk.dev/OficinaJoaoAires

- "Criando Paisagens Noturnas", com Lúcia Chedieck - De 20 a 28 de março, de segunda a sexta-feira, das 19h às 22h, e aos sábados, das 9h às 12h, no Fórum Landi. Inscrições até dia 26 de fevereiro, de forma exclusivamente online: https://acesse.one/OficinaLuciaChedieck

Aula Aberta - Mercado do Porto do Sal

O historiador e professor Michel Pinho ministra a aula no dia 24 de fevereiro, a partir das 8h, no Mercado do Porto do Sal.

Livro Mastarel - Data e local à definir


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Instagram: @holofote_virtual / @holofotevirtual

1.2.24

Nhe'ẽ Porã: Memória e Transformação no Goeldi

Mostra sobre as línguas indígenas do Brasil realizada pelo Museu da Língua Portuguesa terá novidades na passagem por Belém, como peças importantes do acervo do Museu Emílio Goeldi. A mostra ficará em cartaz no Centro de Exposições Eduardo Galvão no Parque Zoobotânico, de 7 de fevereiro a 28 de julho.

Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação propõe um mergulho na história, memória e realidade atual das línguas dos povos indígenas do Brasil, através de objetos etnográficos, arqueológicos, instalações audiovisuais e obras de arte. A exposição busca mostrar outros pontos de vista sobre os territórios materiais e imateriais, histórias, memórias e identidades desses povos, trazendo à tona suas trajetórias de luta e resistência, assim como os cantos e encantos de suas culturas.    

O Museu Goeldi não apenas sediará a exposição, como é correalizador, tendo contribuído com acervo linguístico desde a realização da mostra em São Paulo.  A curadoria da mostra é da artista indígena e mestre em Direitos Humanos Daiara Tukano, e a cocuradoria é da antropóloga Majoí Gongora. 

A passagem da exposição por Belém traz uma série de novidades em relação à versão original, realizada na sede do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo de São Paulo.    

Uma das novidades da itinerância em Belém são os objetos das coleções de arqueologia e etnografia salvaguardadas pelo Museu Emílio Goeldi, que concentra acervos de referência sobre a Amazônia de importância mundial. 

Entre as peças incorporadas à exposição estão vários botoques – tipo de adorno usado para alargar o lábio inferior; e tembetás - peças de quartzo colocadas sob os lábios. Ambos são objetos que evidenciam habilidades valorizadas entre muitos povos: a oratória e a escuta. Também foi incluído na exposição um raro banco esculpido em quartzo que na cosmovisão tukano está diretamente associado à avó do universo, Yepário.    

Há um século e meio que o Museu Paraense Emílio Goeldi desenvolve trabalhos de pesquisa, divulgação e preservação dos modos de fazer dos povos indígenas, dentre os mais recentes inclui o projeto Replicando o Passado, em parceria com ceramistas de Icoaraci, distrito de Belém (PA). Produto deste projeto, também será exibida na exposição a réplica de uma urna funerária marajoara, elaborada originalmente por indígenas que habitaram a região amazônica desde aproximadamente o ano 500.    

Saiba mais sobre a exposição  

“Língua é pensamento, língua é espírito, língua é uma forma de ver o mundo e apreciar a vida”. É assim que a curadora Daiara Tukano descreve o ponto de partida de Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação. A imersão começa no próprio nome da mostra, que vem da língua Guarani Mbya: nhe’ẽ significa espírito, sopro, vida, palavra, fala; e porã quer dizer belo, bom. Juntos, os dois vocábulos significam “belas palavras”, “boas palavras” – ou seja, palavras sagradas que dão vida à experiência humana na terra.  

Contando com a participação de cerca de 50 profissionais indígenas, a exposição tem cocuradoria da antropóloga Majoí Gongora; consultoria especial de Luciana Storto, linguista especialista no estudo de línguas indígenas; em diálogo com a curadora especial do Museu da Língua Portuguesa, Isa Grinspum Ferraz.  

A exposição tem uma lógica circular guiada por um rio de palavras grafadas em diversas línguas indígenas que atravessa todo o espaço expositivo, conectando as salas em um ciclo contínuo. No início da exposição, o visitante se depara com uma floresta de línguas indígenas representando a grande diversidade existente hoje no Brasil. Nessa floresta, o público poderá conhecer a sonoridade de várias delas.  

A sala ao lado, “Língua é Memória”, traz à tona históricos de contato, violência e conflito decorrentes da invasão dos territórios indígenas desde o século 16 até a contemporaneidade, problematizando o processo colonial que se autodeclara “civilizatório”. 

Neste ambiente, outras histórias serão contadas por meio de objetos arqueológicos, obras de artistas indígenas, registros documentais, recursos audiovisuais, multimídia e mapas criados especialmente para a exposição com dados sobre a distribuição da população e das línguas indígenas pelo território brasileiro.  

As transformações das línguas indígenas são tratadas em conteúdos que exploram a resiliência, a riqueza e a multiplicidade das formas de expressão dos povos indígenas. “Colocamos em debate o fato de que somos descritos como povos ágrafos, sem escrita, mas nossas pinturas também são escritas – só que não alfabéticas”, explica Daiara Tukano.  

Na terceira sala, o público conhecerá a pluralidade das ações e criações indígenas contemporâneas, distribuídas em nichos temáticos, a partir de seu protagonismo em diferentes espaços da sociedade, a exemplo de sua atuação no ensino, na pesquisa e nas linguagens artísticas. No espaço é possível ainda assistir a cenas da Marcha dos Povos Indígenas, sob direção do cineasta Kamikia Kisédjê.  

Ao acompanhar o percurso do rio, os visitantes alcançam um quarto ambiente, noturno, uma atmosfera onírica introspectiva que permite o contato com a força presente nos cantos de mestres e mestras das belas palavras. O rio que percorria o chão da exposição, agora sobe a parede como uma grande cobra até se transformar em nuvens de palavras – preparando a chuva que voltará a correr sobre o próprio rio, dando continuidade ao ciclo.  

Sobre o Museu da Língua Portuguesa 

Localizado na Estação da Luz, no centro de São Paulo, o Museu da Língua Portuguesa tem como tema o patrimônio imaterial que é a língua portuguesa e faz uso da tecnologia e de suportes interativos para construir e apresentar seu acervo. O público é convidado para uma viagem sensorial e subjetiva, apresentando a língua como uma manifestação cultural viva, rica, diversa e em constante construção.  

O Museu da Língua Portuguesa é um equipamento da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, concebido e implantado em parceria com a Fundação Roberto Marinho. O IDBrasil Cultura, Esporte e Educação é a Organização Social de Cultura responsável pela sua gestão.  

Sobre o Museu Goeldi  

Centro pioneiro nos estudos científicos dos sistemas naturais e socioculturais da Amazônia, bem como na divulgação de conhecimento, organização e manutenção de acervos de referência mundial relacionados à região. Estimula a apreciação, apropriação e uso do conhecimento científico sobre a região pela população.  

Belém  será a primeira cidade brasileira a receber a itinerância de Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação, exposição sobre línguas indígenas do Brasil. Vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o Museu Goeldi é um dos mais antigos, maiores e populares museus brasileiros. Foi fundado em 1866 na cidade de Belém, onde está localizado seu Parque Zoobotânico e o Campus de Pesquisa. Mantém ainda no Arquipélago do Marajó (PA) a Estação Científica Ferreira Penna, um laboratório avançado para o estudo do funcionamento da Floresta Amazônica. 

Patrocínio - A mostra itinerante Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação conta com articulação e patrocínio máster do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet e é correalizada pelo Museu Paraense Emílio Goeldi, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. 

O projeto tem cooperação da UNESCO no contexto da Década Internacional das Línguas Indígenas (2022-2032) e parceria do Instituto Socioambiental, Museu de Arqueologia e Etnologia da USP e Museu do Índio da FUNAI. A realização é do Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, do Ministério da Cultura e do Governo Federal.   

Fotos: Divulgação/ Museu da Língua Portuguesa

Serviço  

Exposição itinerante Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação – Belém (PA) - Museu Paraense Emílio Goeldi - Centro de Exposições Eduardo Galvão  - Av. Magalhães Barata, 376 - São Braz - Belém (PA). De 7 de fevereiro a 28 de julho de 2024 - De quarta a domingo, inclusive feriados. Até maio - das 9h às 14h, com bilheteria até 13h . Depois de junho – 9h às 16h, com bilheteria até 15h . Ingressos: R$ 3,00 (inteira) e R$ 1,50 (meia) e gratuidades garantidas por Lei.  

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