30.6.21

ORI(GENS) reúne curtas com o foco na periferia

São Mateus (ES) - Foto: Guia do Turismo Brasil 
A cidade de São Mateus, uma das mais antigas do país, recebe de 01 e 06 de julho o Festival de Curtas (ORI)GENS, voltado a jovens da periferia. É a 1a vez que a cidade capixaba recebe um evento desse que, em tempos pandêmicos, será exibido pelo YouTube do Festival, contando com oficinas de audiovisual de produção de vídeo e storytelling.

Fazer com que o jovem da periferia de São Mateus, no Espírito Santo, se reconheça no próximo, possa formar a sua identidade e, quiçá, encontrar um novo sentido para sua vida. Quanto mais estes jovens contarem suas biografias e se descobrirem uns nos outros, mais fortalecimento e maior representatividade haverá entre eles. Eles se tornarão protagonistas e espectadores de histórias de vidas que se assemelham e se confundem entre si.

Idealizado por Alif Ferreira, deficiente visual, videomaker, editor, produtor e agente cultural, traz como objetivo mostrar aos jovens o poder transformador do audiovisual. “O Festival tem uma importância muito significativa para minha trajetória, é um primeiro passo para proporcionar novas possibilidades aos jovens em situação de vulnerabilidade social na cidade de São Mateus. Novas perspectivas e oportunidades serão apresentadas a esses jovens, não apenas pela premiação dos projetos selecionados, mas também pelas oficinas e informações sobre as oportunidades e profissionalização no mercado audiovisual.”, avalia Alif Ferreira.

Considerado o município com maior população negra do Espírito Santo, São Mateus lida com a segregação e a marginalização da população preta, em especial os jovens entre 15 e 29 anos. A partir do reconhecimento desta injustiça, o Festival de Curtas (ORI)GENS busca dar voz, vez e levar à reflexão ao jovem negro da periferia mateense. 

ORI, é “cabeça” em yorubá, língua africana simbolizando os muitos escravos que forjaram – forçadamente – a cidade de São Mateus. GENS, na Roma Antiga, significava identidade familiar, ancestralidade, pertencimento. Assim, o Festival de Curtas (ORI)GENS mescla a ancestralidade africana, com a raiz do jovem morador das ocupações sociais de São Mateus e pretende dar a esse mesmo jovem a possibilidade de colocar pra fora o que povoa a sua cabeça e o seu imaginário, conhecendo e contando sua história, sua vida, sua origem. 

Festival reúne realizadores capixabas 

Alif Santos Ferreira - Coordenação | Foto: Divulgação

O Festival de Curtas (ORI)GENS contará com a participação dos seguintes curtas e diretores, todos capixabas: Lama e Porcelana, de Luan Damázio; Preta na Cana, de Jaciara Bernardino; Meu Lugar, de João Rui; Eu Vim de Lá, de Mestre Militão; Da Margem pra Dentro, de Vinícius Cesar; Legado, de Aurélia da Costa; Você Não Me Vê, de Felipe dos Santos; Sobre Rodas, de Jordan Pestana; Poe(mar), de Camila Alves; e (in)flux, de Luiz Fernando S.

A coordenação geral do Festival de Curtas (ORI)GENS é de Alif Santos Ferreira, com produção de Marcelo de Oliveira e produção executiva de Vitória Dornelas, com assistência de produção de Clemer Rodrigues. Alif Ferreira é filho de família simples, nascido e criado na periferia de São Mateus, no bairro Litorâneo, às margens da BR 101. Com apenas oito anos perdeu a visão do olho direito, mas isso não o impediu de perceber as injustiças que o cercavam. Ele viu que para as crianças que estavam em condição semelhante à sua só havia uma alternativa à criminalidade: trabalhar arduamente para conquistar seu espaço. 

Com pouco mais de 20 anos de idade, trabalhando desde os 14, descobriu que o seu jeito de enxergar o mundo através das lentes de uma câmera era diferente: era sensível, empático e humano. Conhecedor profundo da realidade dos bairros de ocupação social, Alif entendeu que por meio do trabalho audiovisual ele poderia ajudar outros jovens a encontrar nas lentes e nas telas outra forma de ver o mundo, de contar sua história e descobrir suas origens. 

Oficinas disponíveis no Festival (ORI)GENS

Oficina de produção de vídeo: será realizada no dia 03 de julho, entre 8h e 11h, com o idealizador do projeto, Alif Ferreira, produtor e agente cultural. Atua no ramo audiovisual há mais de sete anos com diversas produções independentes e co-produções em editais contemplados no Espírito Santo;

Oficina de Storytelling: será realizada no dia 03 de julho, entre 13h e 15h, com Breno Hayala, profissional de marketing com foco na criação e concepção de histórias e roteirização. A oficina ensinará aos jovens formas de criar e contar histórias de forma que cative a atenção dos telespectadores.

Festival de Curtas (ORI)GENS

Data: 01 a 06 de julho (quinta-feira a terça-feira)

Horário: 19h

Canal: https://www.youtube.com/channel/UC4AUwXArmQLBjfEg-vppEVQ

Inscrições nas oficinas: https://forms.gle/WtUob4rdUPovmc3XA

Classificação etária: Livre

Entrada: Gratuita

Acompanhe o (ORI)GENS

Site oficial: https://festivaldecurtasorigens.com/

Instagram: https://www.instagram.com/festivaldecurtasorigens/

YouTube: https://www.youtube.com/channel/UC4AUwXArmQLBjfEg-vppEVQ

28.6.21

Paraense Fábio Castro recebe Prêmio de Literatura

O Prêmio Sesc de Literatura, um dos mais importantes do país na distinção de escritores inéditos, anuncia hoje, 18 de junho, os vencedores da edição 2021, nas categorias Romance e Conto. Na edição de 2021, os selecionados foram o paraense Fábio Horácio-Castro, com o romance O réptil melancólico, e o pernambucano Diogo Monteiro, com a coletânea de contos O que a casa criou. 

A origem dos autores reafirma o estímulo à diversidade por parte do Prêmio e sua capacidade de projetar escritores das mais distintas regiões do país. Os livros dos dois vencedores serão publicados em outubro pela editora Record, parceira do Prêmio Sesc desde a sua criação. 

Fábio Horácio-Castro, paraense e jornalista de formação, tem 52 anos, é professor universitário e venceu com o romance O réptil melancólico. “É a minha primeira participação no Prêmio Sesc e não esperava vencer na categoria. Escrevo mais sobre pesquisas relacionadas à Amazonia. Como eu tinha um projeto deste livro, aproveitei o isolamento da pandemia, finalizei a obra e me inscrevi. Fiquei muito contente com o retorno”, comemora. 

O réptil melancólico trata de colonialidade, colonialismo e colonização, das alegorias sobre a Amazônia e da Amazônia como alegoria. A narrativa parte do retorno de Felipe para sua cidade, após longa estadia fora do país. Ele seguira para o exílio na primeira infância, levado por sua mãe, militante política perseguida e torturada pelo regime militar brasileiro. Nesse processo de retorno, restabelece contato com a família paterna, particularmente com seu primo Miguel, que está fazendo o caminho oposto: o de partir da cidade. 

O que a casa criou é um livro sobre o espanto. Todos os seus 16 contos, inclusive o que dá nome ao volume, tratam de alguma forma sobre a possibilidade de encontrar o inusitado a qualquer momento, na virada de uma esquina ou no abrir de uma porta. São histórias sobre a fragilidade do real e do nosso confortável conceito de realidade, e sobre como a quebra dessa normalidade age sobre pessoas, lugares e coisas. 

Neste ano, o Prêmio recebeu a inscrição de 1688 livros, sendo 850 em Romance e 838 em Conto. O cronograma não foi afetado pela pandemia, porque foi todo executado por trabalho remoto. Dessa forma, o resultado pôde ser divulgado no prazo previsto.  

O pernambucano Diogo Monteiro, de 43 anos, também é jornalista e atua com pesquisa de opinião e estratégia. Ele conquistou a premiação com o livro O que a casa criou. “Sempre escrevi e participava de algumas coletâneas, mas nunca tinha pensado no Prêmio Sesc. Este ano, tive um livro infantojuvenil publicado pela primeira vez, o Relógio de Sol. Agora, será a segunda vez que coloco uma obra para o público, na categoria conto”, destaca.  

Ao oferecer oportunidades aos novos escritores, o Prêmio Sesc de Literatura impulsiona a renovação no panorama literário brasileiro e enriquece a cultura nacional. Em sua 18ª edição, se tornou uma das mais importantes premiações do país, sendo hoje considerado referência por críticos literários, escritores brasileiros e visto como grande porta de entrada para o mercado editorial no Brasil.

“A premiação foi criada em 2003 e se consolidou como a principal do país para autores iniciantes. Nesse ano, os vencedores foram das regiões Norte e Nordeste e consideramos essa diversidade excelente para a cena literária nacional, ” explica o analista de Literatura do Departamento Nacional do Sesc, Henrique Rodrigues. 

Os vencedores têm suas obras publicadas e distribuídas pela editora Record, o que contribui para a credibilidade e a visibilidade do projeto, pois insere os livros na cadeia produtiva do mercado livreiro. Os livros têm lançamento no final do ano com tiragem inicial de 2 mil exemplares. Desde a sua criação em 2003, mais de 16 mil livros foram inscritos e 31 novos autores foram revelados.

O processo de curadoria e seleção das obras é criterioso e democrático. Os livros são inscritos pela internet, gratuitamente, protegidos por anonimato. Isso impede que os avaliadores reconheçam os reais autores, evitando qualquer favorecimento. Os romances e contos são avaliados por escritores profissionais renomados, que selecionam as obras vencedoras pelo critério da qualidade literária.

A relevância do projeto também pode ser medida por meio do sucesso dos seus vencedores, que costumam vencer ou ser finalistas de outros grandes prêmios literários como o Jabuti, Biblioteca Nacional e São Paulo de Literatura. Eles também vêm sendo convidados para outros importantes eventos internacionais, como a Primavera Literária Brasileira, realizada em Paris, o Festival Literário Internacional de Óbidos, em Portugal,e a Feira do Livro de Guadalajara, no México. 

(Holofote Virtual, com assessoria do Sesc)

Pássaro Junino alça voo com Aldir Blanc e Internet

O Grupo Junino Pássaro Tucano apresenta "O Amor entre a Dor e o Ódio”, texto de Laércio Gomes com adaptação de Iracema Oliveira. O espetáculo será transmitido ao vivo no dia 29 de junho, terça-feira, a partir das 19h, pela página do Museu do Pássaro Junino Tucano, no Facebook. O projeto foi selecionado no edital Patrimônio Imaterial e no edital Culturas Populares, Lei Aldir Blanc / FIDESA.

Envolvendo teatro, dança e música, na trama, uma jovem da nobreza é envolvida pelo cruel Marquês uma trama de sangue, vingança e redenção. Este será o segundo ano que o Pássaro Tucano se apresenta virtualmente, seguindo os protocolos sanitários. Para a guardiã do Tucano, a mestra Iracema Oliveira, manter o Pássaro Junino voando mesmo durante a pandemia é a prova de que a cultura popular resiste, independente da época. Para ela, a Internet também é um meio de fazer esta forma de teatro criada em Belém ser vista em qualquer lugar do planeta.

Fundado em 1927, por iniciativa de um senhor chamado Cipriano, o Pássaro Tucano alcançou grande repercussão mas em 1942 deixou de apresentar-se devido à morte de seu fundador. Em 1980, graças aos esforços de Laércio Gomes e Guaracy de Oliveira (também conhecida como Ara), o Tucano voltou à quadra junina. No ano seguinte, Iracema Oliveira, irmã de Ara, passa a ser a guardiã do grupo, permanecendo no posto desde então. O grupo de brincantes é composto por parentes, vizinhos, amigos, estudantes de teatro e atores, que ensaiam a peça do ano na casa da guardiã, no bairro do Telégrafo. 

O Pássaro Junino inspirou outros projetos selecionados pela Lei Aldir Blanc 2020. Além do espetáculo, da live e do "Museu do Pássaro Junino Tucano, este contemplado pelo Edital Museus e Memoriais de Base Comunitária - Lei Aldir Blanc Pará, Instituto Nova Amazônia - INÃ, Secult-Pa, o Tucano também será contado por Iracema Oliveira, no documentário "Iracema e o brinquedo de voar",  projeto que adentra neste universo, selecionado no Edital Multilinguagens FIDESA, Secult-Pa. 

Bastidores da live serão registrado para documentário

Iracema Oliveira | Foto: Laércio Esteves
A direção do documentário é de Felipe Cortez, que vem pesquisando e registrando o Pássaro Junino há uma década. O diretor e a equipe estarão nesta terça-feira, 29,  documentando os bastidores da live do Tucano, que será transmitida diretamente do Teatro Maria Sylvia Nunes.

Abordando a relação de Iracema com a expressão teatral do Pássaro Junino, que nasce em Belém, a partir do contato de artistas populares com as companhias de ópera europeias vindas à capital paraense, no início dos anos 1900, em nossa Belle Époque, o filme terá 26 minutos e será lançado até setembro.

Reconhecido como patrimônio cultural de natureza imaterial pelo estado do Pará, p Pássaro Junino agora passa por um processo de tombamento nacional pelo IPHAN. “Esse reconhecimento é muito justo. Há uma diversidade de grupos, não só em Belém, como nas demais cidades paraenses. E também os Cordões de Bichos, que temos muito na região do Marajó, por exemplo, e que se tornam verdadeiros empreendimentos criativos das famílias guardiãs, passando essa tradição de geração para geração”, comenta Felipe Cortez.

Acesse as redes sociais do Pássaro Tucano

YouTube

Facebook

Serviço

"O Amor entre a Dor e o Ódio”. Transmição ao vivo nesta terça-feira,  29, a partir das 19h, pela página do Museu do Pássaro Junino Tucano, no Facebook. Projeto foi selecionado no edital Patrimônio Imaterial e no edital Culturas Populares, Lei Aldir Blanc / FIDESA.

25.6.21

Fashion Fake mistura fantasia e realidade em cena

Livre adaptação de “A Nova Roupa do Rei”, clássico de Hans Christian Andersen, “Fashion Fake – A Roupa Quase Nova do Rei”, da Cia de Teatro Madalenas, tem apoio da Lei Aldir Blanc, edital de Teatro da Secult-Pa. Em tempos de pandemia será gravado hoje (25) no palco do Teatro do Sesi, com temporada de 2 a 4 de julho pelo Canal de Youtube da companhia.

O espetáculo aborda de forma satírica os padrões de comportamentos diante das injustiças sociais e jogos de poder, utilizando uma linguagem popular, com movimentação divertida em cena, tendo música ao vivo, dança e performances. 

Em Brasilândia, as pessoas cobram o governante por emprego, saúde, educação e questionam o rei pelas promessas que fez e não cumpriu. Ele, porém, continua mentindo e dizendo as coisas que o povo quer ouvir, sendo bradado e aplaudido novamente, vai entender, né?  Nos noticiários desse país fictício estão estampados casos de chacina, desmatamento, boiada passando, corrupção e impunidade praticadas, diante da inoperância do rei. Qualquer semelhança com a nossa realidade, nem sempre é pura confidência. 

Fazer teatro em tempos de pandemia virou sinônimo de reinvenção e aprendizado. O maior desafio, porém, ainda é a ausência do público. Em 2020, as apresentações foram realizadas de dentro da casa dos artistas. Em 2021, a encenação online continua sendo uma alternativa, com gravações e transmissões de um palco clássico, onde há aparato técnico de luz e som, necessário à cena, além, claro, da câmera frontal, onde está a plateia desse teatro digital. 

Para realizar sua décima montagem, a Cia de Teatro Madalenas iniciou a leitura de textos e pequenos ensaios, de forma virtual. A estreia de Fashion Fake foi adiada pelo menos duas vezes. Em março houve o lockdown e depois os bandeiramentos da Covid-19, em Belém.  Em junho, o grupo realizou os ensaios presenciais e gravou a obra no palco do Teatro do Sesi.

O grupo, que se forma a partir de “Paixão Barata, Madalenas”, espetáculo marco do curso técnico de ator da Escola de Teatro e Dança da UFPA (ETDUFPA), em 2001, traz na trajetória um teatro de encontros, trocas e reflexão crítica do fazer artístico. Tem ainda na bagagem, as montagens de Aurora da Minha Vida, À Flor da Pele, Corpo Santo, La Fábula, Marahu, Elas e Elis, o cortejo cênico Eu Quero Botar Meu Bloco na Rua e Pop Porn.

“Fashion Fake” é o décimo espetáculo da companhia de Teatro Madalenas. A dramaturgia e direção geral é de Leonel Ferreira, com direção musical de Diego Vattos e Pawer Martins.  A trama traz no elenco, Flavio Furtado (Rei), Cleber Cajun (Bobo), Marta Ferreira e Wanuza Myreia (conselheiros/povo), além de Leonel Ferreira e Patrick Marques (alfaiates/povo). 

A cenografia e adereços são criações de Jesus da Conceição, artista que tem conexões com o carnaval. A iluminação é de Thiago Ferradaes e os figurinos, produzidos com materiais reaproveitados ou adquiridos em brechó, são de Jackye Carvalho. A coordenação de comunicação é de Tainah Fagundes e a produção executiva, de Flavio Furtado e de Leonel Ferreira.

Ficha Técnica | Fashion Fake 

Direção Musical – Diego Vattos e Pawer Martins

Cenografia e Adereços – Jesus da Conceição

Ferreiro cenário: Sergio Carvalho

Motorista: Clóvis Santana

Cabelos – Sara Miranda

Maquiagem – Nádia Alvarenga

Iluminação – Thiago Ferradaes

Figurinista – Jackye Carvalho

Costureira – Nete Ribeiro

Coordenação de Comunicação: Tainah Fagundes

Assessoria de comunicação: Luciana Medeiros

Designer Gráfico, fotografia e arte do cenário: Carol Abreu

Ilustração bandeira: Cleber Cajun

Produção Executiva: Leonel Ferreira e Flávio Furtado

Assistente de Direção: Flavio Furtado

Dramaturgia e Direção Geral: Leonel Ferreira

*Todas as músicas compostas pelo elenco de forma colaborativa

Elenco:

Flávio Furtado - Rei

Cleber Cajun – Bobo

Conselheiros – Marta Ferreira e Wanuza Myreia

Alfaiates – Leonel Ferreira e Patrick Marques

Povo – Marta Ferreira, Wanuza Myreia, Leonel Ferreira e Patrick Marques

Serviço

Cia de Teatro Madalenas apresenta Fashion Fake - A Roupa Quase Nova do Rei. Apresentações online nos dias 02, 03 e 04 de julho, às 19h, no canal https://youtube.com/ciamadalenas. Agradecimentos: Casarão do Boneco, Associação dos Moradores da Vila da Barca e Teatro do Sesi Pará. Projeto selecionado pelo edital de teatro Lei Aldir Blanc, Secult-Pa.

Sebastião Tapajós expõe registros de sua história

Sebastião Tapajós e o grupo de Waldir Azevedo na Europa

Na próxima semana tem convite para um tour muito especial pela galeria da “Exposição Virtual - Sebastião Tapajós”. A inauguração será na quarta-feira, 30 de junho, pelo site da fotógrafa Vanessa Barros, curadora do projeto selecionado pelo edital de artes visuais da Fotoativa e Secult-Pa, com apoio da Lei Aldir Blanc. 

Por meio da fotografia, recortes de jornais e revistas, capas de discos entre outros documentos que identificam lugares, situações, relações de amizade e profissionais do músico, a exposição passeia por diversos momentos da carreira de mais de 60 anos do violonista Sebastião Tapajós.

Ao todo são 30 imagens comentadas por artistas, músicos e parceiros de Sebastião Tapajós que relembram fatos de sua carreira, como por exemplo, a premiação de ‘Guitarra Criolla’, como melhor disco do ano em 1982, na Europa. Há também registros de suas apresentações no Theatro da Paz, os encontros com Astor Piazzola, Gilson Peranzzetta, Ednardo, Belchior, Billy Blanco entre tantos outros nomes da música, fazem parte da história de Sebastião Tapajós. 

Músicos e artistas comentam a memória da imagem

Álbum premiado na Europa em 1982

O violonista Igor Capela, o compositor Nilson Chaves, o maestro Nelson Neves, as cantoras Lucinnha Bastos e Jane Duboc; os produtores Carmem Ribas, que assina a executiva do projeto,  e Guilherme Taré, entre tantos outros amigos e parceiros, participam desse projeto, seja nas imagens ou por trás delas. Tudo poderá ser visto, pelo site www.vanessabarros.com.br

A exposição foi programada para ser itinerante, partindo de Santarém, passando por Alenquer, onde nasceu o violonista, Oriximiná e Belém, mas por causa da pandemia o formato do projeto foi alterado. Sebastião Tapajós completou 78 anos em abril e, pelo mesmo motivo, o aniversário foi comemorado pela internet. Desde 2020, ele segue o mais isolado possível, em sua residência, em Santarém, onde, com todos os cuidados, recebeu Vanessa para selecionarem juntos o material da exposição. 

Vanessa Barros é de Altamira, mas foi morar em Santarém, em 2014, onde estudou Direito, mas antes mesmo de se formar, passou a se dedicar à fotografia. "Eu digo sempre que a fotografia me escolheu. E é muito difícil você morar nesta região e não se encantar e registrar essas belezas" diz ela que é também é casada com o pianista Andreson Dourado, parceiro do violonista Sebastião Tapajós, o que facilitou o acesso ao vasto baú de memórias do músico. 

“Não tem quem não se encante com esse violão maravilhoso do Tião. Desde a primeira vez que eu o ouvi, foi assim. E com a proximidade que tivemos, por causa do Andreson, que toca com ele, acabei me interessando pela sua história. Descobri que ele tem amigos em cada canto desse país e do mundo. É muito incrível a sua trajetória”, diz Vanessa.

Trajetória e reconhecimento

Sebastião Tapajós é um dos maiores violonistas do país e não seria exagero dizer que também do mundo. O músico possui uma trajetória fascinante, que começa aos seis anos de idade quando ele inicia-se no violão. Em 1952, com 10 anos de idade, ganhou o primeiro cachê. Aos 12 anos, em 1954, passou a trabalhar como violonista, tocando na banda santarena “Os Mocorongos”.  Aos 16 anos,  ele veio para Belém, onde teve aulas particulares de Teoria Musical, até ir para o Rio de Janeiro fazer um curso intensivo de Técnica Violonística. 

Autodidata, foi influenciado, também, por João Pernambuco e Dilermando Reis, dois notáveis do violão no Brasil, que ele ouvia em Santarém em emissoras de rádio de Ondas Curtas. Assim, o músico conta que evoluiu muito depois conheceu o violão inovador de Garoto, um dos precursores da Bossa Nova.

Para seguir carreira, porém, já nos anos 1960, foi estudar violão na Europa. Em Lisboa consolidou o violão erudito ampliando seu repertório como compositor e em Madri, no Conservatório de Cultura Hispânica, dominou técnicas de guitarra latina. Em 1967, ele recebeu a cadeira de violão clássico do Conservatório Carlos Gomes de Belém, onde lecionou até julho de 1967.

O evento que deu impulso decisivo à sua carreira foi a execução da obra-prima de Villa-Lobos, o Concerto para Violão e Pequena Orquestra, com a Orquestra Sinfônica Nacional no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. A partir daí, seguiram-se vários convites para concertos no Brasil e no exterior. 

Em junho de 2020, Sebastião Tapajós, ao receber o título de Doutor Honoris Causa, pela Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), declarou: "A música é minha alma, meu porto seguro, minha vida".

Serviço

Exposição Virtual Sebastião Tapajós. Projeto selecionado pela Lei Aldir Blanc – Edital de Artes Visuais Fotoativa e Secult-Pa. Acompanhe também pelas redes sociais @fotografavanessabarros, onde as Mini oficinas “Como fazer boas fotos pelo celular” e “Como editar profissionalmente suas fotos pelo celular” poderão ser acessadas gratuitamente. 

24.6.21

Fecant Altamira divulga os classificados da edição

O I Fecant Altamira/Kids voltada aos artistas locais da região do Xingu, divulgou os nomes das 13 composições autorais e inéditas selecionadas para participar da competição adulta no próximo dia 03 de julho, e dos 10 cantores mirins mais votados na internet premiados a participar da primeira noite do festival, no dia 2 de julho.

O Festival Canção da Transamazônica em sua versão original nacional e regional já realizou seis edições recebendo inscrições de compositores dos municípios da Transamazônia e das demais regiões do país, mas este ano, além disso, resolveu inovar, abrindo inscrições para artistas da cidade em que nasceu o projeto, fazendo dois novos recortes.

A nova versão vai contemplar tanto os compositores adultos, quanto os interpretes mirins de até 18 anos, para seguir fomentando arte, cultura e economia em Altamira-Pa. E a procura foi surpreendente. Tanto que devido ao grande número de inscrições, no caso da competição adulta, a organização do evento decidiu ampliar a seleção e vai levar 13 composições para o palco do Fecant em lugar das 12 anteriormente anunciadas.

"A cada ano vimos aumentar o número de inscrições dos compositores de Altamira, mas vínhamos priorizando fomentar o turismo e a economia local. Então, embora alguns desses artistas já estivessem inseridos no projeto e sendo premiados, desta vez a gente quis realmente privilegiá-los. E posso dizer que nunca recebemos inscrições de tantos compositores locais (foram 53)”, comemora a coordenadora do festival, cantora Joelma Klaudia.

Os três primeiros colocados do festival receberão troféus, sendo que o 1º lugar também levará para casa o prêmio em dinheiro de R$ 5 mil; o 2º lugar, de R$ 3 mil; e o 3º, de R$ 2 mil. Também serão premiados o Melhor Intérprete e a Melhor Letra com troféus e prêmios de R$ 1 mil cada um.

Oportunidade incentiva crianças e adolescentes 

Akiane, Ruc Água Azul - Foto Jaime Souzza
“A 1ª edição do kids já é um sucesso, pois levou a um grande engajamento no nosso canal do Youtube. Tivemos vídeos com 2 mil visualizações em 24 horas. Essa visibilidade é muito positiva para a autoestima dessas crianças. Esse formato com as crianças é diferente. Elas são votadas por curtidas na internet e, no dia da apresentação, elas já chegam premiadas para concorrer a mais um prêmio, único, de melhor intérprete", diz Joelma Klaudia.

A votação se deu por meio do canal do Festival Canção da Transamazônica no Youtube, no qual os vídeos de inscrição ficaram disponíveis. Dez competidores, entre os 22 inscritos, foram premiados pelo público, levando também em consideração a divisão de cotas, ficando 05 vagas para os RUCS (Reassentamento Urbano Coletivo) e 05 vagas para os demais bairros de Altamira.

Para a cantora, o recorte infantil do festival é mais que especial e tem despertado muitas emoções em todos da equipe que ao receber o material de inscrição e ler os releases das crianças, se depararam também com uma dura realidade. Muitas das crianças inscritas, vivem em situação de vulnerabilidade e estão entrando em contato com algo que para elas sempre pareceu muito distante. Elas contam como vivem e dizem o que esse contato com a música significa pra elas, assim como participar do evento. 

"Tem uma garota que vende chocolate no bairro dela e outro que vende paçoca no centro da cidade.Estamos lidando com a realidade das famílias também, pois quando se trata de crianças, temos que lidar com os pais e mães, irmãos e familiares', continua Joelma, que agora acompanha os preparativos para os dias de festival. Estão sendo realizados ensaios fotográficos e gravação de vídeos das crianças selecionadas, para serem exibidos no  festival. Algumas das fotos, vocês já podem ver aqui.


Thalisson Marques, bairro Paixão de Cristo | Foto Jaime Souzza
Os 10 premiados kids receberão troféu e prêmio de R$ 500 cada um e o melhor intérprete da noite levará um troféu e mais R$ 2 mil em dinheiro. O patrocínio do I Fecant Altamira/ Kids é da Norte Energia, por meio da Lei Semear, da Fundação Cultural do Pará e Governo do Estado. E apoio da Prefeitura Municipal Altamira.

"Queremos que isso realmente seja uma ferramenta de auto estima para todos os envolvidos. É mais um caminho pra seguir, mais um desafio para conquistar, mais uma ação de transformação social que a gente abraça com desejo de todos os anos as crianças também tenham o palco do Fecant para  brilhar. Isso tem me trazido forças pra continuar, a gente não consegue abraçar todas as crianças que se inscritas, mas acreditamos que teremos ainda novas edições, somando com nosso maior sonho que é fazer de Altamira uma grande vitrine da cultura amazônica", diz Joelma.

O show de abertura da edição especial será realizado pelo cantor e compositor George Paez, artista muito conhecido da cena musical de Altamira que está lançando o primeiro álbum com incentivo da Lei Aldir Blanc. Já o show de encerramento do festival, no dia 3, será realizado pela experiente intérprete Alba Mariah.

Confira as composições classificadas:

  • “Antologia Paraense”: Compositor Agmael Lima, intérprete Vânia Alves
  • “Caos e Glória”: Compositor Edilson Tenório, intérprete o mesmo
  • “Distantes”: Compositor Leonardo Rocha, intérprete o mesmo
  • “Ela em Mim”: Compositor Gra Podanoschi, Intérprete a mesma
  • “No Youtube Não Tem”: Compositor Elielson Cota Gomes, Intérprete o mesmo e Lourrany Hillary
  • “Passei”: Compositor Julio Kalb, Intérprete o mesmo
  • “Promessas”: Compositor Roberto Silva, Intérprete o mesmo
  • “Sem Medo”: Compositor Elias Silva de Carvalho, Intérprete Márcia Carvalho
  • “Tempo, Presente de Jah”: Compositor Wanderley Santos, Intérprete o mesmo
  • “Te Vejo”: Compositor Webert da Silva, Intérprete o mesmo
  • “Transamazônica”: Compositor Bené Ramos, Intérprete o mesmo
  • “Uma Tal Paixão”: Compositor Roberto Silva, Intérprete o mesmo

Confira os premiados Kids que irão para o palco do Fecant:

  • Akiane
  • Cacá
  • Helena Vieira
  • Júlia Godoi
  • Maria Eduarda
  • MC Hiago dos Santos
  • Pedro Ty
  • Téo
  • Thalysson Marques
  • Wemelly Kaity.

Serviço

I Fecant Altamira/ Kids. Dias 02 e 03 de julho, às 20h. Transmição ao vivo pelo canal do YouTube do Festival Canção da Transamazônica. Em Altamir serão distribuídos 100 ingressos para o Teatro Municipal (Casa do Cultura). Mais informações: www.altamira.fecant.com.br

Arraial do Pavulagem mantém sua tradição junina

É claro que a tradição mesmo seria estar nas ruas e praças da cidade neste mês junino, como tem sido nestes mais de 35 anos, mas como a pandemia não permite, o Arraial do Pavulagem se mantém na ativa, neste São João,  lançando, hoje  (24), ao meio dia, as músicas “Guardião de Maiandeua” e “Boi da Campina”, com exclusividade na Feira do Som e no YouTube Music; e neste domingo, 27, realiza mais uma live de sua festa brincante, que ganha exibição ao vivo pelo Youtube e TV Cultura. 

O último disco gravado pela banda Arraial do Pavulagem foi há quatro anos. “Entrar no estúdio é sempre muito mágico para nós. A gente trouxe para dentro da gravação apenas os nossos músicos, um processo muito rápido, mas intenso. E elas [novas músicas] provavelmente vão compor o nosso futuro 10º disco”, sinaliza o compositor. 

“As músicas são minhas e do Ronaldo Silva, uma conta um pouco da Ilha de Maiandeua, nosso reduto do carimbó que está lá, em Algodoal, Fortalezinha, e que tem uma figura icônica que é o Mestre Chico Braga. A outra [Boi da Campina] é uma toada de boi, onde a gente mexe com a emoção desse brincante do Arraial do Pavulagem, que está há tanto tempo conosco nos arrastões”, comenta Júnior Soares.

O material foi gravado, mixado e masterizado por Assis Figueiredo, no Estúdio APCE, uma parceria que também é destacada por Júnior Soares. Fazem parte da banda e das gravações das músicas novas: Ronaldo Silva (voz) e Junior Soares (voz, violão, banjo, arranjo e direção musical), Marcelo Fernandes (guitarra), Rafael Barros (percussão), Franklin Furtado (bateria) e Wesley Jardim (baixo).

A festa do Pavulagem continua no domingo, 27, com o segundo episódio do “Arraial Brincante”, com patrocínio da Equatorial Pará, por meio da Lei Semear, da Fundação Cultural do Pará e Governo do Pará; além do apoio da Prefeitura de Belém e da Funtelpa, que realiza a retransmissão das lives através do seu canal, a TV Cultura Pará. 

Este ano, o projeto destaca a importância do brincante para a cultura popular e aborda com carinho os grandes símbolos da quadra junina, como em “Fogueira do Nascimento”, título do primeiro episódio (ainda disponível no Youtube) e agora os “Santos do Amor”, com o Banho de Cheiro de São João Batista e o Mastro Junino, que sempre marcou o início dos cortejos do Boi Pavulagem. As lives seguem até o segundo domingo de julho, com direção do jornalista e produtor audiovisual, Felipe Cortez. 

Serviço

Lançamento de “Guardião de Maiandeua” e “Boi da Campina”

Quando: Hoje, 24/06, ao meio-dia;

Onde ouvir: Programa “Feira do Som” (Rádio Cultura) e no 

YouTube Music.

Quanto: Gratuito.

Lives “Arrastão do Pavulagem, Arraial Brincante”

Quando: Aos domingos - dias 20 e 27 de junho, e 04 e 11 de julho, sempre às 11h;

Onde assistir as lives: Youtube (@arraialdopavulagemoficial), Facebook (@equatorial.pa) e na TV Cultura Pará (canal 2.1);

Quanto: Gratuito.

Lojinha do Pavulagem:

https://www.instagram.com/lojinhapavulagem

Siga o Pavulagem nas redes sociais:

https://www.facebook.com/arraialdopavulagemoficial

https://www.instagram.com/arraialdopavulagem

Escute o Arraial do Pavulagem no Spotify:

https://open.spotify.com/artist/5vrkUSl1Y1CXGRKwYt5mH3

23.6.21

A fotografia como expressão artística em debate

A live “Fotografia como expressão artística” reune os fotógrafos Dirceu Maués, Flavya Mutran, Octavio Cardoso e Walda Marques. Promovido pelo Sindicato dos Jornalistas no Estado do Pará, o evento faz parte das atividades do projeto “Pará Ver-o Peso que uma Imagem tem”, exposição virtual que reúne 55 fotógrafos e fotógrafas com temática variada sobre a cena amazônica. O encontro será transmitido nesta quarta-feira, 23, às 20h, pelo Youtube do SinJor-Pará.

Artista visual e pesquisador, Dirceu Maués falará sobre a fotografia a partir do dispositivo como poética, em que esse não se resume apenas ao suporte técnico da obra de arte, mas, representa o elemento central de sua inspiração. “O dispositivo técnico é a obra! São trabalhos que dissolvem qualquer distância que possa haver entre a superfície da imagem e sua própria estrutura como dispositivo”, explica o fotógrafo, que iniciou a carreira na década de 90, período em que foi repórter fotográfico, atuando nos jornais Amazônia Jornal, Diário do Pará e O Liberal, e hoje segue carreira acadêmica.

Antes de sair de Belém para atuar no campo da pesquisa em artes visuais, a fotógrafa Flavya Mutran foi laboratorista e repórter fotográfica da revista Troppo, de O Liberal. Atualmente radicada em Porto Alegre e lecionando no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), ela segue investigando temas que envolvem os meios e os processos de criação em poéticas visuais. 

Durante a live do Sinjor Pará, a fotógrafa abordará temas como formação profissional, mercado editorial versus processo autoral e artístico, mercado profissional jornalístico e publicitário do Pará nos anos 1990 e início dos 2000 e o circuito cultural da fotografia paraense e sua visibilidade no Brasil por meio de salões, festivais e museus. 

Pará Ver-o Peso que uma Imagem tem

Desde 2009 à frente da editoria de fotografia do jornal Diário do Pará, Octavio Cardoso é outro grande nome das artes visuais. Iniciando no campo da fotografia em 1984, na Fotoativa, fez carreira de repórter fotográfico em O Liberal, em 1985. No evento, ele falará sobre o limite entre realidade e ficção na fotografia. “Fotografia é criação ou realidade? Acho que é uma discussão pertinente tanto para a fotografia como expressão artística, quanto ao fotojornalismo”, relata.

Walda Marques, que fará a mediação do bate papo, é um dos grandes nomes do ramo no estado do Pará, onde atua há 25 anos produzindo um trabalho autoral a partir de seu estúdio, a artista visual também fará um relato de sua trajetória, que já lhe rendeu prêmios e o reconhecimento nacional por meio do recebimento, em 2013, da Ordem do Mérito Cultural do Ministério da Cultura. 

A expectativa dos organizadores é que as trajetórias dos quatro fotógrafos e suas produções comprovem, durante o evento, que o fazer fotográfico é uma expressão artística que vai muito além da câmera obscura, dos efeitos ópticos e das reações químicas que permitem a impressão da luz e a fixação da imagem em uma superfície.

Live: “Fotografia como expressão artística”

Hora: 20h

Canal: https://www.youtube.com/c/SinjorPara

(Holofote Virtual, com informações do SinJor Pará)

21.6.21

Fotógrafa abre projeto de exposição com oficinas

Vanessa Barros disponibiliza duas mini oficinas sobre fotografia, como parte do projeto “Exposição Virtual - Sebastião Tapajós”, selecionado pelo edital de Artes Visuais Fotoativa e Secult-Pa, com apoio da Lei Aldir Blanc 2020. 

A fotografia como documento fundamental na reconstrução da história é a principal abordagem do projeto, que além de mergulhar no acervo fotográfico do violonista Sebastião Tapajós, para contar um pouco de sua trajetória, também conta com as oficinas: “5 princípios básicos para tirar boas fotos pelo celular” e “3 truques para editar fotos no celular”, que são ministradas por Vanessa Barros e disponibilizadas em todas as redes sociais dela.

As oficinas estava programadas para acontecerem de forma presencial, mas por causa da pandemia tivemos que alterar o formato do projeto. E você pode conferir tudo pelo  @fotografavanessabarros

Vanessa Barros estudou Direito, mas ao sair de Altamira (PA) para ir morar em Santarém, em 2014, mudou seus objetivos e acabou se deixando apaixonar pela cidade e pela fotografia. Em 2015 começou a trabalhar profissionalmente com essa linguagem e não parou mais. Autodidata, frequentou algumas oficinas e congressos, além de realizar projetos e ensaios de fotografia, utilizando de sua sensibilidade e da natureza exuberante de Santarém. 

A fotógrafa também é casada com o pianista Andreson Dourado, parceiro do violonista Sebastião Tapajós, o que facilitou o acesso ao acervo que motivou esse projeto. “A fotografia é um documento e assim tive a curiosidade em pesquisar, tratar e expor essas fotografias que contam essa história do músico”, finaliza. A exposição, que abre no dia 30 de junho, traz imagens sobre a trajetória do violonista, com curadoria  da fotógrafa, que abre a galeria virtual em seu site (www.vanessabarros.com.br). A produção executiva é da CRibas.

Acompanhe o projeto pelas redes sociais da fotógrafa:

https://www.facebook.com/fotografavanessabarros

https://instagram.com/vanessabarrosfotografa?r=nametag

https://youtube.com/channel/UCAhbdK-aHAgb_n9ByJg2FTg

Serviço

Programação do projeto “Exposição Virtual – Sebastião Tapajós”: Mini oficinas “Como fazer boas fotos pelo celular”,  nesta quarta, 16, e “Como editar profissionalmente suas fotos pelo celular”, na próxima, dia  23 de junho, às 19h, pelas redes sociais de Vanessa Barros. No dia 30 de junho, abertura da da galeria virtual no site www.vanessabarros.com.br.

17.6.21

Arrastão do Pavulagem chegando em versão virtual

"Arrastão do Pavulagem, Arraial Brincante” dá nome ao segundo ano de programação virtual do Instituto Arraial do Pavulagem. Serão 04 lives aos domingos, entre junho e julho, sempre às 11h, pelo Youtube, começando dia 20. 

Assim como em sua primeira edição, a programação baseia-se em um eixo temático, que é o “Arraial Brincante”, e segue, como uma revista eletrônica, a cada novo episódio, revendo a discografia e fazendo o lançamento de novas músicas da banda Arraial do Pavulagem; além de mostrar os processos criativos que permeiam a construção do seu folguedo popular e contando ainda com diversos convidados que fazem parte desses mais de 30 anos do cortejo do Boi Pavulagem.

O diretor geral de vídeo e roteiro das lives, Felipe Cortez, destaca que neste junho, “o ‘Arrastão do Pavulagem, Arraial Brincante’ quer abraçar os símbolos desta verdadeira nave de saberes que é a quadra junina brasileira em sua singular experiência na Amazônia”. O primeiro episódio, dia 20, vai abordar a “Fogueira do Nascimento”, percorrendo as origens do Boi Pavulagem, no Teatro Waldemar Henrique, os símbolos juninos e a “Levantação do Mastro”, que conta mais uma vez com a participação do Grupo de Carimbó Sancari.

Para brindar este início de quadra junina, o episódio traz músicas do discos “Gente da Nossa Terra” (1995), “Sotaque do Reggae Boi” (1996) e “Arrastão do Pavulagem” (2001). Uma música escolhida pelo público, através das redes sociais, também será incluída no repertório, assim como a participação gravada de diversos convidados.

“Estamos dando um trato cênico, construindo cenário, uma perspectiva mais teatral do show e com essa memória da rua. Estamos com uma equipe grande trabalhando com essa cenografia, iluminação. Nossa expectativa é levar um verdadeiro espetáculo para as pessoas em casa”, comenta Júnior Soares, do Pavulagem e diretor musical das lives.

O segundo episódio do “Arraial Brincante”, no dia 27, vai louvar os “Santos do Amor”, resgatando a sacralidade da música e rememorando a concentração na Escadinha do Cais. O repertório do episódio é formado pelo encontro dos discos “Folias do Marajó” (2002) e “Arraial do Pavulagem” (2003). Já o terceiro episódio, no dia 4 de julho, mergulha no universo das brincadeiras juninas com o tema “Pescaria de Sonhos”, marcado pelas memórias do Curral dos Cavalinhos em plena Presidente Vargas. No repertório estarão canções dos discos “Música do Litoral Norte” (2004) e “Rota da Estrela” (2005).

No quarto e último episódio do “Arraial Brincante”, dia 11 de julho, o tema é o “Banho de Cheiro e Saber”, o que incluirá momentos como o processo criativo do mestre Zeti, luthier dos instrumentos do Arraial do Pavulagem. Ainda haverá a exibição do videoclipe “Cabelo Cacheado”, gravado durante a realização do projeto “Arraial do Futuro”, em 2020. E o repertório será baseado em “Céu da Camboinha” (2013) e “Caeté Camará” (2018), os discos mais recentes da banda.

Serviço

Arrastão do Pavulagem, Arraial Brincante. Aos domingos - dias 20 e 27 de junho, e 04 e 11 de julho, sempre às 11h. Gratuito. Patrocínio: Equatorial Energia Pará, por meio da Lei de Incentivo à Cultura - Semear, da Fundação Cultural do Estado Pará e Governo do Pará.

Assista as lives:

https://www.youtube.com/arraialdopavulagemoficial e TV Cultura Pará (canal 2.1). 

Lojinha do Pavulagem:

https://www.instagram.com/lojinhapavulagem

Siga o Pavulagem nas redes sociais:

https://www.facebook.com/arraialdopavulagemoficial

https://www.instagram.com/arraialdopavulagem

Escute o Arraial do Pavulagem no Spotify:

https://open.spotify.com/artist/5vrkUSl1Y1CXGRKwYt5mH3

(Holofote Virtual com assessoria de imprensa do projeto)

11.6.21

Artista paraense leva o orgulho LGBTQ+ à Grécia

O artista Henrique Montagne foi um entre os 31 artistas selecionados a participar da exposição internacional “What is identity?” (O que é identidade?), do Thessaloniki Queer Arts Festival (Festival de Artes Queer de Tessalônica) na Grécia. Ele é único artista nortista a integrar a exposição e representa o Brasil junto com o artista goiano Benedito Ferreiro. 

Após recentemente ter tido a exposição cancelada pela Galeria do Banco da Amazônia, fato que causou repercussão nacional no meio artístico e militante das causas LGBTQIA+, Henrique comemora o reconhecimento internacional do trabalho dele e também a retomada da exposição individual outrora cancelada, a qual ficará em exposição no Museu das Onze Janelas a partir de julho, em uma programação também dedicada a visibilidade queer.     

A obra “Um bonde chamado desejo”, que integra a exposição no Festival Grego, foi também selecionada pelo Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia em 2020 na mostra Vastas Emoções e Pensamentos em Perfeitos. No trabalho, Henrique aborda a importância da visibilidade de corpos queers que comprovam a existência e resistência de uma história invisibilizada durante séculos, mas que sempre estiveram presentes na história arte e na sociedade. Assim o artista joga com o tempo e a ficção, criando conexões entre passado, presente e futuro.

“Este trabalho é uma série onde eu me aproprio de fotografias de casais queer de épocas distintas do início do séc. XX; as imagens de autorias desconhecidas foram buscadas e pesquisadas de modo virtual. Ao observar estas imagens e seleciona-las na série, construo com a inserção do texto sobre o paspatour (ou no contorno das imagens) uma possível narrativa ficcional, mas que poderia ser real se não existisse o poder das estruturas do patriarcado e da heteronormatividade que se estabelece na sociedade e que se inseriu no estado.

Moldando nossos corpos, as atitudes, o comportamento e o gênero quando estamos ‘em sociedade’. Então, convido ao fruidor a olhar mais de perto estes pequenos contos e microficções, que se posicionam poeticamente e politicamente, estimulando reflexões ao serem expostas na nossa realidade, pois acabam se diferindo do que está escrito, mas que proporciona um desejo para um possível futuro ou o próprio agora”, explica Montagne.

Sobre isto, o artista questiona e se utiliza de marcos da cultura pop do passado para falar sobre o presente, adicionando estes casais como protagonistas de uma vida próspera e de sucesso em um período onde sua existência na sociedade era negada e considerada crime com pena de morte. 

“Se estas pequenas histórias fossem de certo modo reais no período temporal que são apresentadas, como estaríamos hoje? Como seria o nosso agora? Estas reflexões fica pairando a ideia do desejo, mas também o movimento onde podemos agir, lutar e construir histórias nossas com as essências destas no nosso presente, para um possível futuro”, arremata o artista.

Sobre o artista

Henrique Montagne possui Bacharelado em Artes Visuais pela Universidade Federal do Pará (UFPA). É artista visual multimídia, curador e pesquisador em arte. Constrói trabalhos que trazem por vezes narrativas auto ficcionais em torno das relações afetivas e sexuais do corpo masculino e do homem em uma perspectiva queer. 

Trazendo reflexões sobre gênero, masculinidade, jogos de poder, amor, solidão, identidade, cultura pop e o avanço da tecnologia na forma e refletindo sobre o se relacionar na sociedade contemporânea. Expôs em diversos salões e exposições na Amazônia.

O Festival

O TQAF (Festival de Artes Queer de Tessalônica) foi fundado em 2018 e é liderado por uma equipe de voluntários e curadores que se esforçam para fornecer aos artistas queer uma plataforma para investigar fenômenos socioculturais relacionados a identidades, corpo, gênero e arte em todo mundo. 

O projeto é impulsionado pela crença de que a arte tem o poder de abrir novos caminhos de comunicação, bem como servir como uma ponte entre uma ampla gama de indivíduos e grupos sociais. Desenvolvendo estratégias para lidar com o preconceito e a resistência à inclusão queer na Grécia, o TQAF serve como um elo político e inspirador para as sociedades vizinhas sendo Tessalônica localizada próximo ao Oriente Médio, Turquia e Bálcãs. Um terreno fértil para o discurso queer e a criação artística, esperando que o impacto do festival se estenda além das fronteiras da Grécia.

Serviço

Exposição virtual da “Thessaloniki Queer Arts Festival”, na seção “Surviving Tales” com a obra “Um bonde chamado desejo”, de Henrique Montagne. De 03 a 13 de junho. Acesse: https://queerartsfestival.gr/. Tessalônica, Grécia.

(Holofote Virtual, com texto de Bianca Levy)

Uma web-novela sem fim no domingo de Circular

Neste domingo, 13, a 35a edição do Circular Campina Cidade Velha está de volta em formato híbrido, com espaços abrindo na Cidade Velha e conteúdos culturais pelas suas redes sociais. A programação vai começar às 8h e segue até 21h, não percam.

Tem muita coisa mesmo, mas hoje eu quero dar essa dica, a websérie “Ô Mundica - a novela sem fim” , dirigida por Mateus Moura. Fica ligado que o link do Youtube vai cair nos feeds de Instagram e Facebook do Circular, às 11h30. 

De outubro de 2020 para cá foram lançados na internet 16 capítulos da saga, contabilizando mais de 1 hora e meia de material.  No início, a ideia era fazer uma peça de teatro, mas com a pandemia e o isolamento social, Mateus Moura propôs aos atores Sandra Perlim, Andrea Rocha e Maurício Franco, que o projeto se tornasse audiovisual, trazendo uma linguagem mais doméstica, uma espécie de prólogo à peça. Também participam da feitura da novela a artista visual Gabriela Maurity, que concebeu a abertura, e, mais recentemente, o atuante Rafael Couto, que hoje vive em Florianópolis. 

“Eles toparam e a gente passou a se encontrar virtualmente uma vez por semana. Nesses encontros passamos a desenvolver personagens e argumentos para experimentações de cinema no seguinte formato: os atuantes gravavam seus próprios vídeos e me enviavam. Eu montava e depois todos lapidavam juntos a criação final”, diz Mateus Moura, diretor

A “web-novela” Ô Mundica é uma experiência cinematográfica criada para públicos de smartphone, espécie de “narrativa de folhetim” digital. Ou, como eles mesmos intitularam, uma “novela de bolso”. Nasceu do encontro de projetos como “Matou o Cinema e foi à Família”, “Teatro da Fragilidade”, Produtores Criativos e a Filha da Rosa.

E qual a trama, o que narra? “A princípio, narra as aventuras de Flor (Sandra Perlin) e Vento (Maurício Franco) em busca de sua amiga Munda (Andrea Rocha) que sumiu no mundo, que desapareceu sem deixar rastros. Nessa busca, os dois vão fabulando sobre a ausente e revelando histórias de si e do mundo que os cerca”, nos conta Andrea, a protagonista da série, apelidada carinhosamente pelo grupo de “Charmosa”.

Eles dizem que não foi difícil e logo apareceram diversos temas e enredos, já que os participantes já existia uma relação de admiração artística antiga, e esse trabalho é a justa materialização em obra desse sentimento recíproco.

A marginalidade, a encantaria, a oralidade, o cuidado, a amizade, os jogos de poder, o prosaico, o contexto social amazônico, as construções de sacralidade, os abusos do patriarcado são temas que interessavam desde sempre a todos e que, naturalmente, atravessam o enredo de “Ô Mundica!” dentro de um “realismo fantástico”.  

“É cada dia mais comum que artistas não conseguem muito bem definir a que segmento especificamente possuem, porque é da necessidade dos próprios o ímpeto de experimentar, de ir em direção ao que não se sabe, ao risco. O contexto escancarou ainda mais a necessidade de sermos “camaleônicos”, para sobreviver e para simplesmente honrar a mais antiga das tradições: “contar histórias”, diz Maurício Franco, atuante que interpreta o Vento.

“Ô Mundica!”, como todo projeto artístico, tem também sua ressonância terapêutica na vida dos integrantes. “Nesses tempos, tão difíceis, foi uma forma de existir artisticamente. Nosso fôlego de resistência. Nosso aceno solidário. Nossa vontade de comunhão”, comenta Sandra Perlin, que interpreta Flor e Púrpura. “Mas nem tudo são flores”, ela mesma acrescenta, “nos dedicamos muito para fazer acontecer a novela; escrevemos, atuamos, filmamos, postamos, e a novela tem sido um retumbante fracasso de público. Nos perguntamos: por quê?”, complementa.

E é pensando em novas estratégias de chegar nesse público que “Ô Mundica!” está discutindo novos formatos de apresentação. “Se a novela não colou, vamos virar série. Bora ver se assim nos levam a sério!”, brinca a atriz.  

E hoje, somando à programação do Circular On-line, esse grupo convida os maratonistas de plantão a assistir toda a 1ª Temporada, que será disponibilizada no Youtube, com link direto da página de facebook do Circular Campina Cidade Velha, às . São 10 capítulos que contam o início da saga sem fim. Munda desaparece e Flor sai em sua procuração. O Vento, de passagem, surge, mas é capturado por Púrpura (a outra que mora na Flor). Flor e Púrpura contam antigas histórias de sua relação com Munda. No fim, o Vento é libertado e uma nova temporada se anuncia.

"É fascinante acompanhar o desdobrar da narrativa. De uma forma muito própria Ô Mundica! adentra essa Amazônia urbana e florestal, encantada e mal-tratada. É uma honra pra mim agora poder tecer com eles essa história", diz Rafael Couto, recém-chegado ao grupo, que interpretará Benivaldo, o amor da vida de Mundica, que tinha o hábito de se jogar do trapiche do Seu Deco na Vila da Barca para atravessar para sua casa. Um dia, Benivaldo foi pro fundo e hoje surge à superfície como encantado apenas uma vez por ano, tentando relembrar sua história mortal. São muitos causos, altas aventuras, vidas comuns, potocas, pavulagens. Dá uma sacada...

PROGRAMAÇÃO – HORÁRIOS

8h30 – Aula Sukshma Vyayama Yoga - Tunga Vidya 

9h00 às 17h00 -  Visita Presencial - Espaços Abertos no bairro da Cidade Velha

- Seguindo os protocolos de saúde contra a Covid-19

  • Espaço Vem – Loja Autoral

Trav. Pedro Albuquerque, 300

  • Atelier do Zoca – Mostra “Álbum de Retratos”

Rua Dr. Rodrigues dos Santos, 181

  • Espaço Candeeiro – Exposição Entre Processos

Rua Cametá, 175

  • Bar do Rubão - Comidinhas

Trav. Gurupá, 312

9h00 – Contação de história

  • Coração de Barro - Cléber Cajun 
  • Nossos cantos são cantos da casa da Ojú – Lucas Alberto -  
  • A Missão de Seu Pequeno – Mestre Saci

10h00 – Fotoativa – Live “Processos Criativos -  desafios e resultados”

  • Isis Petit - Ilustradora
  • Francy Botelho - Quadrinista
  • Leno Sanches. Escultor 

11h00 – Vídeo 1ª Etapa - Encantarias de São Benedito (Bragança-Pa)

11h30 – 1ª Temporada de  “Ô Mundica, a Novela sem fim” – Mateus Moura

12h00 – Apresentando Casa IGA

12h30 – Toró Gastronomia - Receita

13h00 – Exposição Virtual Teatro Paraense 80/90: Fotografia de Miguel Chikaoka - Kamara Kó Galeria

14h00 – Doc Projeto Iluminação (Colares-Pa) - Atelier Jupati

14h30 – Vídeos do experimento Telavista - Drika Chagas 

15h30 – Documentários

  • A Vaca Velha – Encontro de Bois de Máscaras (São Caetano de Odivelas) – Dir.  ngela Gomes
  • Quando Igarapé-Açu pulava carnaval – Dir. Edson Coelho / Moeda Verde (Igarapé-Açu - Pa)

16h00 – Clipe Fashion – Comitê Arte Pela Vida - 25 Anos

16h30 – AmaZonas de Nós - Casarão do Boneco

  • VídeoPerfoemance

17h00 – Live Memória e Patrimônio: A Belle Époque e o Cinema Olympia em Belém do Pará - Roteiros Geo-Turístico

Participação:

  • Profa. Dra. Maria Goretti Tavares - Geografia-UFPA
  • Profa. Dra. Maria Luzia Miranda Álvares, Ciência Política/UFPA 
  • Prof. Ms. Marco Antônio Moreira Carvalho, Crítico de Cinema

18h30 – Live Circuito da Arte em Mídias Alternativas – Espaço Candeeiro 

Criação e utilização de mídias alternativas na história das páginas do Cultura Pará e Holofote Virtual - Desafios e parcerias estabelecidas para a dinamização de seus conteúdos.

Participação:

  • Vasco Cavalcante – Poeta e Designer
  • Luciana Medeiros – Jornalista e Produtora Cultural
  • Heldilene Reale - Fotógrafo
  • Natan Garcia – Artista Visual

19h30 – Cançãozinha - Clipe Nazaré Pereira

20h00 – Gaiola Passageiro – Clipe Cincinato Jr.

20h30 – Realeza do Guamá – Arraial do Pavulagem

Serviço

A realização do projeto Circular Campina Cidade Velha é do Ministério do Turismo, Associação Amigos de Belém e Circular, com patrocínio do Banco da Amazônia, via Lei Rouanet. Sigam pelo @circularcampinacidadevelha, no Instagram e https://www.facebook.com/ocircular.

Elas marcam novo encontro aos 60 e pela internet

“Sexy +” é uma reedição do espetáculo “As Gatosas”, que estreou em 2010, quando elas estavam na faixa dos 50, agora elas estão de volta para um novo encontro, desta vez, em formato digital, com dramaturgia de Edyr Augusto e produção de Zê Charone, do Grupo Cuíra. A estreia neste sábado, 12 de junho, Dia dos Namorados e tem reapresentação no domingo, 13, sempre às 21h, pelo canal de Youtube do grupo. No final da Live/Espetáculo, as atrizes estarão ao vivo para conversar com os expectadores.

As transformações digitais que vieram com a pandemia fizeram com que diversas linguagens artísticas se adaptassem às plataformas de internet. Até o teatro, uma arte de essência presencial, que precisa do calor do público para acontecer em sua plenitude, também precisou se adaptar. Profissionais em diversas ocupações das artes cênicas de repente perderam emprego e espaço. Ano passado, a produção teatral de Belém ainda ficou dependendo de estruturas e outras iniciativas institucionais para acontecer.  

Em 2021, porém, com editais da Lei Aldir Blanc e já com um pouco mais de expertise, o teatro paraense vai voltando, mesmo que ainda pelo Youtube. “Acabou sendo uma vantagem para nós que moramos aqui no Norte e nem sempre podemos ir aos grandes centros assistir aos espetáculos mais famosos. Nunca se viu tanto Teatro quanto agora. Aqui em Belém há também bastante movimento, seja com Mostras, entrevistas, debates e espetáculos”, diz Edyr Augusto, do Grupo Cuíra.

“As Sexy +” reúne quatro atrizes talentosas, a maioria já conhecida de outras montagens, do próprio Cuíra, como As Gatosas, espetáculo que estreou em 2010 e que inspirou o novo texto que foca agora as mulheres que agora chegaram aos 60. 

“Há dez anos, ainda no palco do heróico Teatro Cuíra, escrevi em parceria com Vera Cascaes, esse espetáculo, examinando a realidade de mulheres na faixa dos 50 anos. Essa geração é uma das mais importantes em todos os tempos, pois revolucionou os costumes, enfrentou preconceitos, fundou o amor livre, depois conviveu com a Aids e teve postura guerreira em plena ditadura, discutindo todos os assuntos”, continua o diretor.

Na época, As Gatosas realizou várias temporadas de sucesso também no Teatro do SESC, Teatro do Banco da Amazônia e Teatro Margarida Schivasappa. Agora, trazendo no elenco Sonia Alão, Sandra Perlin, Olinda Charone e Giselle Moreira, esta última, estreando no Teatro, voltam a reunir-se, através do Zoom, para um encontro de amigas de infância, falando sobre a solidão imposta pela pandemia, vacinação, amores e muita fofoca. 

Edyr conta que é uma conversa amena, amiga, dividindo segredos, alegrias e tristezas, além de várias fofocas.  “Como os artistas sempre dizem, o processo de ensaio foi muito divertido e agora, é assistir e pensar como as “sexygenárias” estão passando, naturalmente, todas já vacinadas, algumas querendo vacinar novamente para encontrar os médicos novinhos, que trabalham nos postos”, finaliza. 

FICHA TECNICA

Elenco

Olinda Charone

Sandra Perlin

Sônia Alão

Giselle Moreira

Dramaturgia

Edyr Augusto 

Fotos e Vídeos

Atrizes

Cenografia e Iluminação

Cada atriz gravou diretamente da sua casa

Figurinos

Atrizes 

Consultoria

Zê Charone

Netinhos de Paty Novaes

Luma Affonso Carvalho

Mateus Affonso Carvalho

Músicas

Boys Town Gang – Can’t   take  my  eyes  off  you

Gloria Gaynor – I will survive

Paródia do samba Dança da Solidão (Paulinho da Viola)  

(Daniel Bargieri)

Cantada por Sônia Alão

Edição de vídeos

Rafael Duarte

Direção

Edyr Augusto

Zê Charone

Produção

Grupo Cuíra

Serviço

As “Sexy +” tem apoio da Lei Aldir Blanc, da Secretaria de Estado de Cultura. A produção é de Zê Charone. Pelo Canal de YouTube, Canal Cuíra, às 21 horas, sábado, 12, e domingo, 13 de junho. Acesse, curta, se inscreva e compartilhe. O espetáculo já está em contagem regressiva: https://www.youtube.com/watch?v=DCcXGvRMmuY

(Com informações de Zê Charone e trechos de postagem de Edyr Augusto, na página da Casa Cuíra, no Facebook).

9.6.21

Começando hoje a I Mostra de Teatro da Amazônia

Trazendo como subtítulo “Narrativas do Norte”, a I Mostra de Teatro da Amazônia começa nesta quarta-feira, às 21h, pelo canal de Youtube, com apoio da Lei Aldir Blanc. Cláudio Barros produz o projeto e estará em cena hoje à noite, protagonizando “Solo de Marajó”, do Usina de Teatro, espetáculo que inspirou e que abre a mostra nesta noite. 

Não eram nem 9h da manhã, e o ator, que tem uma longa trajetória no teatro paraense, além de sua atuação como produtor audiovisual, já estava a caminho do Teatro do SESI, palco que recebe a mostra para transmissão ao vivo e sem público presencial. “Já estou indo pra lá, para montagem”, disse de dentro de um Uber e com aquela dicção perfeita de quem sempre teve que utilizar bem a voz para apresentações em público.

Além de Solo de Marajó, do Usina, estão na Mostra, foram convidados para compor a mostra, a Cia Madalenas, com “Marahu”; que se apresenta no dia 10; o Grupo Palha, com “Honorata”, no dia 11; a Companhia Bric Brac, com “Boi Tinga”, no dia 12, e o Grupo Teatro e Pesquisa Papa Xibé, com o espetáculo “Ribeirinhas”, no dia 13 de junho, encerrando essa primeira edição.

A ideia de realizar a mostra partiu da própria experiência do Solo de Marajó. “A gente se perguntou, quem é que está no cotidiano do seu fazer diário, preocupado com a palavra e com a dramaturgia nortista? Quem são esses grupos que estão tocando temas daqui, revisitando escritores, quem são esses artistas? A partir do Solo, olhamos para esses grupos e artistas, numa tentativa de reuní-los em um único lugar”, explica Cláudio Barros que assina essa curadoria junto com o xará Cláudio Melo. 

A motivação inicial, e o que foi colocado no projeto, era realizar a mostra em formato presencial, mas a segunda onda da Covid-19, este ano, e a demora em ver todo mundo vacinado, o fizeram declinar. A decisão deixou de foram um outro grupo que havia sido escalado o grupo Teatro de Apartamento de Saulo Sisnando. 

“Eles iam participar da mostra seria presencial, mas tivemos que trocar tudo pra virar uma live, o que para mim ainda é estranhíssimo, eu ainda tenho uma certa resistência, mesmo sendo do audiovisual. O fato é que então perdemos esse grupo porque o espetáculo que seria apresentado é interativo num nível em que o público tem uma participação dinâmica na cena”. 

Ficaram cinco grupos e mesmo assim, Cláudio diz que a equipe está muito feliz e com desejo de realizar outras edições, que sabe presenciais. “Abrimos a programação, na verdade, com duas palestras, semanas atrás. Uma palestra com a atriz Valéria Andrade e outra com o dramaturgo e escritor Edyr Augusto Proença. Tomara que dê pra gente continuar nos demais anos, por que é bem interessante, estou gostando de produzir”.

Os grupos envolvidos além de serem voltados a esse teatro amazônico de narrativa nortista, bebendo em nossas fontes literárias que são inesgotáveis, também são grupos que já vem aí de uma longa trajetória do fazer teatral, vindos dos anos 80, 90 e início dos anos 2000, até onde eu sei. Fiquei curiosa e quis saber mais do Cláudio como tem sido para ele e para a categoria essa adaptação da linguagem do teatro, que é essencialmente uma arte feita em público, para essa linguagem digital. 

“Os anos de 2020 e 2021 são dois momentos de se reinventar, de aprendizagem, pois muitas coisas desconhecíamos, e ainda estamos descobrindo que nova maneira é essa de fazer teatro, ainda mais a gente que é de uma geração mais antiga, é muito digficil. O teatro em sua essência precisa do público para acontecer. E como é o teatro para uma câmera? Se não tem o público presencial, é teatro mesmo?”, questiona. 

“Quem não saiu da área de vez, teve que aprende a adaptar a linguagem de teatro para a câmera. Tivemos que aprender a lidar com questões não só de produção mas de operar coisas que não estávamos acostumados. Estamos aprendendo, descobrindo e criando outros limites. Estamos na estrada”, complementa.

E não foi só no teatro essa reinvenção. No audiovisual, embora o produto final pode seja digital, mesmo não podendo se aglomerar em uma sala de cinema, o fazer também é essencialmente presencial. “Acho que todo artista teve que criar alternativas para sobreviver, desde a adaptação ao digital até ir trabalhar numa área que não é a sua, como alguns amigos que tenho e que se tornaram entregadores de Ifood”, conclui já depois de ter montado tudo no palco do Sesi para a apresentação que estará no Youtube.

Sobre os espetáculos

O espetáculo teatral Solo de Marajó é inspirado na obra do romancista marajoara Dalcídio Jurandir – um dos maiores expoentes da literatura e da cultura Amazônica na região norte do Brasil. Já entrevistamos Cláudio Barros e postamos várias matérias sobre este espetáculo que, em 2019, completou 10 anos em cena e fez suas últimas apresentações presenciais com público.

A Cia de Teatro Madalenas apresenta Marahu espetáculo cênico performático focado no hibridismo das linguagens teatro, música e artes visuais valendo-se da técnica dos viewpoints construído a partir das poesias do poeta paraense Max Martins (1926 – 2009).  O experimento cênico destaca três características marcantes da poesia de Max: o parnasianismo, a influência da cultura oriental e o erotismo. A partir dessas características os atores construíram o tempo e o espaço da ação. 

Honorata, do Grupo Palha traz um personagem da realidade, e que nesta ficção irá viver entre a infância, juventude e fase adulta os seus percalços. Nas entrelinhas, a história irá mostrar que desde os tempos primitivos até o momento presente a violência contra a criança se apresenta como um fenômeno social e cultural de grande relevância, e em diferentes sociedades as formas, as mais cruéis e as mais sutis, se diferenciam. 

No Brasil e em especial na região amazônica podemos distinguir uma violência estrutural, cujas expressões mais fortes são o trabalho infantil, a existência de crianças vivendo nas ruas e em instituições fechadas, uma violência social, cuja mais vivas expressões se configuram na violência doméstica; uma violência delinquencial, na qual as crianças são vitimas e atores.

A Companhia Bricbrac é especializada no Teatro de Formas Animadas (Bonecos de fio, Fantoche, Sombra chinesa e outros), desenvolvendo temas adultos e infantis em suas peças. 

A companhia iniciou em 2008 com o processo de pesquisa da linguagem da “supermarionete” e na anulação do ator, buscando as origens históricas e religiosas do teatro de bonecos. O nome da companhia vem do francês bric à brac (conjunto de objetos de arte).  Os personagens do folguedo conhecido como Boi Tinga, de São Caetano de Odivelas, no Pará.

Ribeirinhas, do Grupo de Teatro e Pesquisa Papa Xibé, é um espetáculo que retrata o cotidiano de mulheres a partir de um olhar intergeracional, nos trazendo a infância, a juventude, a vida adulta e a idosa, vivenciada pela atriz Karoline Morgana. Escrita por Diego Alano Pinheiro, o autor e diretor, faz um recorte de gênero e passa por temas invisibilizados das nossas populações ribeirinhas, tais como, crenças, mobilidade, acidentes, exploração de crianças, fenômenos naturais como o das terras caídas, entre outros, valorizando a nossa sociodiversidade e cosmologia Amazônica.

A I Mostra de Teatro – Narrativas do Norte, um projeto selecionado pelo Edital de Festivais Integrados – Lei Aldir Blanc Pará através da Secretaria de Cultura - SECULT, Governo do Estado, Ministério do Turismo e Governo Federal.

Para assistir

De 9 a 13 de junho

https://m.youtube.com/channel/UCeyDwS7BwSMN9tLV0LrlaoQ