30.7.17

“Territórios da Arte” norteia a produção de Belém

Parceria entre a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Fundação Nacional de Artes (Funarte), o Territórios da Arte está mapeando ações culturais para  elaboração de uma cartografia da arte e da cultura popular nas diversas regiões do país, contribuindo para maior entendimento do campo cultural e artístico nacional. Belém é uma das capitais que o recebe, de 16 a 19 de agosto, no ICA - Instituto de Artes da UFPA e em Icoaraci. Inscrições on line, pelo link do projeto.

A partir de uma dinâmica de encontros e seminário, o Territórios das Artes está reunindo reflexões, discussões, trocas e capacitações entre artistas, coletivos de arte e grupos de tradição cultural – quer urbanos, de periferia ou zona rural. O objetivo é fortalecer identidades, ativar vozes e protagonismos; e, criar processos colaborativos que resultem no incremento das expressões artístico-culturais e dos vínculos sociais do território.

Cinco capitais, uma em cada região, foram contempladas por essa iniciativa. O encontro já foi realizado em Cuiabá (Centro-Oeste), em maio. Na próxima semana chega a Florianópolis (Sul), de 02 a 04, e vem até Belém (Norte), de 16 a 19 de agosto. Depois ainda segue para Recife (Nordeste), onde fica de 13 a 15 de setembro, e encerra no Rio de Janeiro (Sudeste), de 28 a 30 de setembro.

Para chegar às histórias e relatos, projetos e ações culturais de cada encontro, foi realizado um trabalho de campo, com prospecção de artistas, fazedores de cultura, produtores culturais, pesquisadores de arte, grupos e coletivos artísticos atuantes e representativos da cultura de cada região. 

Guelman, em Icoaraci - junho de 2017
"Nossos critérios principais para a escolha dos participantes foram a representatividade e a qualidade dos trabalhos e experiências implementados por artistas, grupos ou coletivos artísticos, além de procurarmos refletir a diversidade local, com bons exemplos dos segmentos artísticos mais consagrados e também de práticas artísticas culturais populares, urbanas, rurais e de periferia", explica Leonardo Guelman, Superintendente do Centro de Artes da UFF e gestor do projeto.

No início de junho, em Belém, ele realizou duas rodas de conversa com artistas e fazedores de cultura, gestores de espaços culturais. Formado em Arquitetura e Urbanismo pela UFF, mestrado em Filosofia pela UERJ e doutorado em Literatura Comparada pela UFF, onde coordenou o curso de graduação em Produção Cultural (1997-2000) e foi Diretor do Centro de Artes (2001-2006).

Em sua trajetória, está a curadoria do Teatro Raul Cortez (2007-2008) e a idealização e coordenação do Projeto Rio com Gentileza, que promoveu duas ações de restauração (em 2000 e em 2010) da obra mural do Profeta Gentileza no Rio de Janeiro.

O professor, escritor e pesquisador em arte e cultura, atualmente, Diretor do Instituto de Arte e Comunicação Social da UFF, em entrevista ao blog, falou do surgimento do projeto, contextualizou os eixos dos debates que serão desenvolvidos nas rodas de conversa, e o impacto desse mapeamento nos campos da cultura e política. Entre os dias 16 e 19 de agosto ele estará novamente em Belém.

Holofote Virtual: O que norteou a concepção do projeto Territórios da Arte?

Leonardo Guelman: Foi o pensar na arte fora da caixinha da arte, dessa caixinha tradicional da arte, pensada oficialmente, e às vezes um pouco dentro dos repertórios dos meios de expressão - você é de teatro, você é de cinema, você é de artes visuais. É um caminho que eu já venho tratando desde o projeto chamado Territórios Criativos, também pensado fora da caixinha da economia criativa tradicional. Queríamos pensar em sujeitos, atores e a gente vem falando em formas granulares, singularizadas, das subjetividades, dos sujeitos e dos grupos, dos pequenos grupos, que muitas vezes estão fora da economia, sem opção.

Então, o Territórios da Arte vem dessa experiência com o Territórios Criativos, que nós fizemos em 2015 e 2016 (projeto da Universidade Federal Fluminense - UFF - e da Secretária de Políticas Culturais do Ministério da Cultura, em parceria com a Universidade Federal do Cariri - UFCA), e de um percurso anterior, que vem do Curso de Produção Cultural, na UFF também.

O Territórios da Arte não tem um acabamento, um fechamento. Ele é uma convocação para que a gente possa estar conversando, desdobrando essas questões e de alguma forma, é uma preparação para um circuito de encontros e conversas, que geram um desejo, uma vontade de produzir, de estar junto. 

Às vezes eu acho que a cultura é um pretexto para juntar pessoas e acho que é um pouco isso que o Território das Artes busca, procurando reconhecer essas diferentes forças, essas diferentes formas de amalgamar. O amálgama dessa função poderosa que a cultura tem, o Jorge Mautner fala muito isso da arte como amálgama, a cultura como amalgama, e acho que é um pouco isso...

Roda de conversa no Casarão do Boneco, em junho deste ano
Holofote Virtual: Como Belém entrou neste mapeamento?

Leonardo Guelman: Fizemos uma prospecção muito rápida, mas muito intensa. Belém vai ser um dos passos fundamentais neste processo. 

Essa escolha se deu junto com a Funarte também, sem dúvida pelo protagonismo de Belém, nessa cabeceira da Região Norte e da Amazônia. Fiz a prospecção em junho, com apoio da Elis de Miranda, que foi uma pessoa fundamental nessa aproximação, nesse reconhecimento desses atores, desse campo de forças, onde você também se encontra e tem um protagonismo.

Holofote Virtual: Quais os temas que surgem dos coletivos artísticos neste mapeamento? 

Leonardo Guelman: Os coletivos trazem várias questões. Autonomia, auto gestão, cooperação. E, ao mesmo tempo, a ideia da autoria, do autor, o dono da obra, o artista que é levado a estar sozinho ali produzindo. Todos são produtores e coletivos, estão em um processo de sinergia. Essa categoria tem muito ainda o que se desdobrar e vai expandir muito. E ainda tem a ver com momento politico que estamos passando. 

Qual o lugar da arte e da cultura, que lugar pode ter nestes questionamentos, e nestas reivindicações, afirmações, enfim todo esse jogo da cultura ? Aí em Belém, isso me pareceu muito vivo, dentro dos contextos e contradições que todo território tem, mas que aí, isso está sendo ativado, muito acionado e isso é interessante pra gente.

Na Casa do Artista, durante a prospecção em Belém
Holofote Virtual: Outro eixo importante do debate são os Direitos Culturais. Você poderia contextualizar? 

Leonardo Guelman: Aqui estamos falando em liberdade de expressão, apropriação do espaço público, culturas afirmativas, questões de identidades, identidade de gênero, raça, questões raciais, mas não do ponto de vista biológico, e sim do acionamento identitário. 

Estamos falando do movimento negro e o cruzamento do gênero e etnicidade, do protagonismo das mulheres negras, das expressões trans, em suas mais diversas nuances. Estamos falando da arte e da cultura interessadas, em narrativas de território, em vetores de mudança e emancipação, como processos sempre continuados.

A questão dos direitos culturais, ela perpassa tudo. É o horizonte da cultura, visto não apenas como direitos autorais de quem detém os direitos culturais, ou o acesso à cultura, no sentido de consumo. É um horizonte mais amplo, que passa pela criação, pela perspectiva de empoderamentos de várias ordens, de auto expressão, construção de conhecimento, participação e construção de conhecimento, na expressão e na leitura do mundo. 

Leonardo, com artistas de Icoaraci
Holofote Virtual: A questão da memória é mais um eixo. Qual o fator de importância dela na percepção de mundo e ações no campo da cultura?

Leonardo Guelman: Vamos tratar a questão da memória, vista não como algo deixado lá atrás, como um resíduo que insiste em permanecer, ou a tradição num sentido tradicionalista, de modo algum, mas pensando a tradição sempre atualizada, como linguagem viva, com um pé atrás e um pé à frente. Um passo. A tradição é esse passo, não é residual, ela está viva e ela é reativada nos processos cognitivos e identitários, nas formas de pertencimento. 

Estar inserido num circuito de tradição é participar de uma compreensão de mundo, interpretação de mundo, mas é necessário reaplicar a tradição num determinado contexto, faixa etária, comunidade. Um jovem não vive a tradição, como seu pai e seu avô.

Então a importância da memória se coloca exatamente aí, não como um aporte tradicionalista, mas de poder manter um código de linguagem, poder dar condições de pertencimento e de leitura de mundo, que se faz a partir da nossa inserção nos lugares. E aí entra essa combinação dos Guardiãs da Memória, que também estamos trazendo numa perspectiva dentro do patrimônio imaterial, narrativas de pessoas e acervos.

Foto do projeto com o Profeta Gentileza
Holofote Virtual: O que se espera com os resultados do projeto?

Leonardo Guelman: Esta experiência com a Funarte é muito interessante porque a Funarte está reconhecendo esta importância de pensar neste contexto para além da arte, das expressões em si, pensar a arte na convergência com território, com as culturas. Acredito que há um caminho aí, uma possibilidade de trabalho, no mesmo momento em que a dimensão política da arte, da cultura, está em cheque. 

Outro vetor importante é a retomada de uma dimensão ética. Acho que tem uma dimensão ética e étnica, territórios da arte, pensar a etnicidade e pensar a ética. Retomar um pouco esse paradigma, ética da estética, perceber que a arte tem um campo de inserção um tanto mais amplo aí. 

O Ministério da Cultura já vinha plantando essa coisa de pensar a arte como cidadania, pensar a arte além dos meios de expressão, a questão da diversidade, dos processos inclusivos, do Mais Cultura, ou seja, pensar a cultura para aquelas pessoas que, de alguma forma, estavam fora dos processos culturais tradicionais, acho que esse é o nosso desafio social de atores articulados.





Programação do 18º Circular é no próximo domingo

A 18ª edição do Circular Campina Cidade Velha será no primeiro domingo de agosto, dia 6, com programação de música, arte, oficinas, contação de história, visitadas guiadas, exposições, bate papos e passeios. Atividades de rua ou em galerias, porões, museus, restaurantes, botecos, ateliers e espaços culturais diversos. Tudo em pleno centro histórico da capital paraense, das 8h às 20h. 

O convite é para circular, tomar um banho de cultura, passear pela história e contemporaneidade de Belém, e ainda se divertir e reencontrar os amigos! Iniciativa da sociedade civil organizada, o projeto Circular Campina Cidade Velha organiza uma programação múltipla, realizada nos meses de abril, junho, agosto, outubro e dezembro, sempre no primeiro domingo, formando uma rede cultural e artística, com parceiros que moram e/ou trabalham no Centro Histórico de Belém.

São aproximadamente 40 espaços que abrem suas portas trazendo vida aos bairros históricos, revelando seu potencial cultural e turístico, promovendo a circulação de pessoas, a valorização do patrimônio, o incentivo ao turismo e fomento à economia criativa.

“É nessa perspectiva de revalorização e ocupação da cidade em sua área histórica que, ao longo de três anos, a gente vem agregando e articulando ações e projetos que tenham algo em comum para somar e trazer de positivo aos bairros mais antigos da cidade”, diz Makiko Akao, coordenadora do projeto.

O Circular é uma realização coletiva, mediada pela Kamara Kó Fotografia e Ministério da Cultura, com apoio da Lei Rouanet, patrocínio do Banco da Amazônia e Governo Federal e ainda de Milton Kanashiro e Jorane Castro, por meio de Doação de Pessoa Física da Lei Rouanet. Co-patrocínio da Cultura - Rede de Comunicação, e apoio institucional do Iphan, Imprensa Oficial do Estado – IOE-PA e UFPA, por meio das Faculdades de Turismo e Geografia e NAEA.

Circuito intenso das 8h Às 20h

Roteiros Geoturistico (Foto: Marcelo Lélis)
No domingo, dia 6 de agosto, você pode sair cedinho de casa e seguir um roteiro pré-estabelecido. Tem atividade começando entre 8h e 9h, para crianças e adultos. 

O Roteiro Geo-Turístico se entranha pelo Bairro da Campina, saindo às 8h30, do Museu do Bonde, na Avenida Portugal com João Alfredo. Aos participantes, um conselho: ir com tênis, boné, protetor solar e roupas leves.  O roteiro é a pé pelas ruas, não entramos nos prédios e termina por volta do meio dia.

E para quem estiver de bicicleta, a dica é participar do Bike Tour Roteiros pelos museus, ateliês e patrimônio arquitetônico e paisagístico do Centro Histórico. A saída está prevista para 9h, do Let's Bike Café, na Alcindo Cacela 1265 entre Governador José Malcher e João Balby.

Também começando pela manhã, o Instituto Arraial do Pavulagem abre as portas e apresenta sua Girândola Sonora, a primeira chamada para o embarque na canoa “Rainha das Águas”, que vai sair às ruas no Arrastão do Círio. Na programação, a Roda Cantada do Batalhão da Estrela, Allan Carvalho + Ronaldo Silva + convidados e venda de CD, DVD, Camisa, Livro de Músicas, Caneca, Comidas.

Foto de divulgação: Fotoativa
A Fotoativa inicia cedo também, com aula de Yoga, com a instrutora Tunga, seguida de café da manhã no jardim e segue com uma série de oficinas para crianças, adolescentes e adultos, apostando no pagamento consciente - pagando quanto puder e contribuindo na medida certa entre o que lhe é possível e o necessário para o desenvolvimento de ações que contam com profissionais especializados.

A programação da associação conta com a presença da marca de acessórios Da Tribu, que encerrou sua Loja Morada, situada no Bairro da Campina, mas continua no Circular. Kátia Fagundes, a designer artesã da marca, vai ministrar uma oficina e expor suas peças.  O dia promete na praça das Mercês, onde está localizada a Fotoativa. No final da tarde, música ao vivo, com a Orquestra Pau e Cordista de Carimbó.

Exposições, Cinema e Música

Obra de Geraldo Teixeira, na exposição "Látex"
No Espaço Cultural Banco da Amazônia o público encontra a exposição “Látex”, que contempla uma das ações em comemoração aos 75 anos do Banco da Amazônia. Na programação, uma visita monitorada à exposição, com o artista plástico Emanuel Franco e, ao ar livre, um pocket show com o poeta, cantor e compositor Pedro Viana, no calçadão, em frente à sede do banco, na Av. Presidente Vargas.

A curadoria da exposição é de Heldilene Reale, com obras de Emanuel Franco, Geraldo Teixeira, Jorge Eiró, Marinaldo Santos, Nio Dias e Ruma de Albuquerque, que manusearam a borracha fazendo surgir novas formas e objetos. 

A Kamara Kó Galeria apresenta a 2ª Edição do projeto Minha Primeira Obra, com trabalhos de Bob Menezes, Octavio Cardoso, Roberta Carvalho e do mais novo fotógrafo agenciado pela galeria, o uruguaio, Martin Pérez, todas ofertadas ao público com descontos a partir de 30% na tiragem inicial, com objetivo formar um novo público apreciador e consumidor de arte.

No Centro Cultural da Justiça Eleitoral (Foto: Marcelo Lélis)
No Centro Cultural da Justiça Eleitoral, a exposição “Olhares sobre as Eleições” traz um panorama das ações de eleição no território do Pará. Já o Cine Olympia exibirá na sessão vespertina das 17h30, o filme “Outsider”, de Christiphe Barratier (classificação indicativa: 16 anos).

No Complexo Feliz Lusitania, à beira do rio Guamá, o Sistema Integrado de Museus abre com várias exposições e passeios monitorados no Complexo Feliz Lusitânia, no Museu de Arte Sacra, Galeria Fidanza, Forte do Presépio, Museu do Círio, Casa das Onze Janelas e Museu do Estado do Pará. Tudo gratuito!

Tem mais arte na programação. No Casulo Cultural estará em cartaz, a exposição “Universo de Si: canto e fotografia”, Lacuna Holística, com Agni Chandra, e  um pocket show Universo de Si.  Já na loja Discosaoleo, o público vai curtir pockets shows com Alex de Castro e Delcley Machado. O Casarão Viramundo também participa com o Bec Bloco, a partir das 18h, na esquina da Gurupá, com a Rodrigues dos Santos, na Cidade Velha. Vai concentrar e ficar por ali nas imediações do bar do Rubão.

Maquete do Centro Histórico

O Fórum Landi da UFPA também está no circuito e vai abrir com visitação à exposição Maquete de Belém, projeto que vem sendo desenvolvido desde janeiro de 2016, por meio de uma parceria com o escritório de arquitetura Estúdio Tupy, de São Paulo, chefiado pelo paraense Aldo Urbinati.

Representando o Centro Histórico de Belém, construída na escala 1:250, a maquete ocupa uma plataforma com 35m2, na sede do Fórum Landi. Participam dessa construção, alunos de Arquitetura das diversas faculdades com atuação em Belém. No domingo, 6 de agosto, eles estarão presentes e acompanharão os visitantes, ensinando como se faz o trabalho de montagem das construções urbanas do Centro Histórico de Belém. 

Mercado do Sal e Casarão do Boneco

O Casarão do Boneco dá oportunidade a quem quiser fazer uma aula de circo. A partir das 10h, a artista e professora Virginia Abasto do grupo residente “Vida de Circo” irá ensinar técnicas circenses. 

A oficina traz jogos, acrobacias de solo, malabares, perna-de-pau e aéreos em que, além das crianças, os acompanhantes também são convidados a brincar, gerando um espaço lúdico para qualquer idade.

Já o projeto Aparelho que ocupa o Porto do Sal, com ações de intervenção artísticas no Mercado do Sal,  contempla a garotada com a sua III Mostra de Contação de Histórias do Porto do Sal. 

A programação tem feito sucesso em todas as edições. Nesta, serão quatro histórias. Mel e Kiko, uma história de muitos nós”, com Leonel Ferreira, “Histórias sobre ter e ser”, do Coletivo Quintal, que reúne três palhaços-professores-contadores de histórias a narrarem suas peripécias.

"O Mercado do Choro" (Foto: Marcelo Lélis)
Também está na programação “Escola para Passarinhos”, com Cleber Cajun, que vai trabalhar com papelão, plástico, tecido e penas, causando interatividade com o público, e “Poemas para Crianças, de Fernando Pessoa”, com Vandiléia Foro. 

A história é narrada como uma conversa com um amigo invisível. Daí surgem os heterônimos do escritor, um dos maiores poetas de língua portuguesa. 

A música fica por conta do Mercado do Choro com roda musical e do Som de Vinil, com Cynara Scolymus e Anderson Formigosa. Será exibido o vídeo “Projeto Olhar Belém”, uma parceria Fotoativa e Iphan, e o público ainda confere a exposição “Ensaio de vidas póstumas”, uma individual de Débora Oliveira.

Arte, bate papo e gastronomia

O Espaço Cultural Valmir Bispo dos Santos apresenta a exposição de quadros e gravuras da coleção “Amazônia Oculta”, do artista plástico Luã Wanzeller; Cartões com ilustrações personalizadas de Cleber Cajun e a apresentação musical de Reginaldo Viana. 

Marca presença ainda, o cardápio do Toró – Gastronomia Sustentável, do Chef Wagner Vieira, trazendo leitura inspirada na cozinha do poetinha Vinicius de Moraes. 

O Stand Bar traz nesta edição um Brechó, uma rodada de conversa com jornalistas e comidinhas regionais, além de prometer um set musical bem diferente no bar. Aqui o clima é de comunicação. Já na Praça do Carmo, o Bar do Seu Salomão, o Nosso Recanto toca o melhor da MPB e oferece um bom cardápio para quem estiver entre a Campina e Cidade Velha. 

Para se alimentar também estão na circulação o Jota Lanches, os restaurantes Dona Joana e Retiro da Sé, o bar do Rubão e a Tapioquinha da Dona Cléia. Ah, sim, no Fotoativa também tem lanches e comidinhas e bebidinhas. Delicia, tudo. Você também encontra iguarias no Mercado do Sal e arredores, na programação do Aparelho.

No restaurante Dona Joana haverá duas apresentações musicais, do cantor Shannon e da cantora e compositora Joana Coutinho, além de venda de LPs, ao longo de toda a programação. Vale visitar o espaço, uma casa do século XIX, com 126 anos e tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

No bairro do Reduto, a Casa do Fauno oferece ao público uma feirinha de livros infantis (promoções) e oficina de percussão “Quero ouvir choro de criança”, para pequenos músicos a partir de 8 anos. Também tem Café (comidinhas e bebidas) e Comida de Bistrô, feirinha de artesanatos e acessórios e música ao vivo, com Filipe de Maria, que apresenta o show Iluminar. À noite, segue a programação domingueira com a exibição da nova temporada da série Game Of Thrones: Episódio 4, Sétima Temporada.

Confira a programação completa: 

26.7.17

"Sons da Beira" de Rondônia para o Sesc Boulevard

Concebido a partir de pesquisas sonoras em ambientes beradeiros, com laboratórios e audições in loco, relatos de ribeirinhos e indígenas e obras de compositores da região, "Sons de Beira" é um conjunto de timbres e ritmos que refletem sensações peculiares do universo amazônico. Em cartaz, dia 2 de agosto, às 19h, no Sesc Boulevard, com os percussionistas Bira Lourenço e Catatau.

Bira Lourenço e Catatau, exploram as diversas possibilidades sonoras do universo amazônico através da manipulação de instrumentos percussivos convencionais, alternativos e de objetos, dos quais buscam timbres que resgatam memórias auditivas de beiras de rios com seus mitos, lendas, causos, afazeres, ofícios e brincadeiras.

Os músicos seguem nesta jornada amazônica tendo na equipe a parceria de Chicão Santos na Iluminação e Jussara Assmann na direção geral. Artistas amazônidas, eles trazem sonoridades beiradeiras para dialogar com as manifestações culturais em terras Paraenses. 

Sons da Beira é um laboratório do universo sonoro amazônico. A apresentação integra a circulação pelas capitais da  Amazônia legal pelo Projeto Amazônia das Artes, uma iniciativa do SESC – Serviço Social do Comércio.

Rondônia será dignamente representada pelo projeto, sendo um trabalho construído nas referências que a natureza dos rios, das matas e das pessoas de nossa Amazônia nos oferecem cotidianamente.
Viva essa experiência.

Movidos aos sons da percussão de timbres amazônicos

Licenciado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Bira Lourenço é professor de percussão em projetos com alunos de escolas públicas, portadores de necessidade educacionais especiais, formação professores e ressocialização de apenados e egressos do sistema penal. 

Participa de discos de compositores locais, já desenvolveu vários trabalhos associados ao Teatro, em pesquisa sobre a dramaturgia sonora, e dedica-se a pesquisar possibilidades sonoras com a água, instrumentos de barro e objetos. Para saber mais sobre ele, acesse: http://artefontedeconhecimento.blogspot.com.br/2016/03/bira-lourenco-serie-nomes-na-historia.html

Catatau é baterista, e tem a música como profissão, traz de suas origens nordestinas um arcabouço rítmico que explora profissionalmente há mais de vinte anos através da percussão e bateria. Participou de gravações de CDs em estúdio e ao vivo, com grupos de gêneros diversos, além de integrar bandas em Projetos como Mostras e Festivais de Música e de shows de compositores da região. 

Participou da pesquisa sonora do Projeto “Conceito”, uma iniciativa que resultou em um show homônimo realizado em 2012. A pesquisa de sonoridades em objetos e instrumentos alternativos em ambientes à beira de rios conduziu à participação no Projeto Sons de Beira.

Serviço
Sesc Boulevard - Av. Boulevard Castilho França, em frente à Estação das Docas. "Sons de Beira", dia 2 de agosto, às 19h, com entada franca.

25.7.17

TV Cultura do Pará transmite "Festribal" no sábado

O Festival das Tribos de Juruti, que realiza diversas apresentações das tribos indígenas Muirapinima e Munduruku, será transmitido pela TV Cultura do Pará. A emissora acompanha o evento pelo quarto ano consecutivo. Veja neste sábado (29), a partir das 21h, pela televisão ou on line, pelo Portal Cultura.

O Festribal começou em 1986, com a apresentação de boi bumbás, cordões de pássaros, quadrilhas e carimbó, mas ganhou proporções maiores e tornou-se um espetáculo cheio de cor, dança, música, artes cênicas, alegorias e fotografias. No Tribódromo, as tribos Muirapinima e Mundurku usam de toda sua arte e criatividade para conquistar o título. Cada tribo tem três horas para se apresentar e ganhar as torcidas.

"A TV Cultura do Pará cumpre seu papel de difundir a cultura do estado porque nós levamos o Festribal para os 115 municípios que recebem o sinal da emissora. O Festribal hoje tem uma importância muito grande, pois também consegue atrair pessoas de  fora do Estado que se identificam com a nossa cultura. É um espetáculo grandioso, único, e que revela talentos da nossa terra também", destaca Paloma Andrade, coordenadora de produção da TV Cultura do Pará.

Este ano, mais de 30 profissionais da emissora estão envolvidos na transmissão do espetáculo, que deve durar mais de seis horas. A narração é do radialista Walmir Rodrigues e as reportagens são da jornalista Lenne Santos. Para dar mais ênfase nas curiosidades da festa, dois especialistas do Festribal também foram convidados para comentar as apresentações das tribos Muirapinima e Munduruku. 

"Todos os anos a transmissão é muito festejada pelos paraenses, principalmente do oeste do Estado. Muita gente fica ligada e manda mensagens para as redes sociais da Cultura parabenizando pelo trabalho. Então, esse é o papel da emissora, divulgar e engrandecer as coisas da nossa terra. Quem não puder assistir pela TV, vamos ter a transmissão por meio da tv online do Portal Cultura (www.portalcultura.com.br)", finaliza Paloma. 

Mais de 10 mil pessoas estão sendo esperadas para a festa, considerada uma das maiores manifestações culturais da região oeste paraense e patrimônio cultural do Estado desde 2008. O duelo entre as tribos exalta ainda os costumes e ícones indígenas da região, além de apresentar dança, interpretação, músicas e belas fantasias. 

Os jurados avaliam quesitos técnicos e artísticos que contemplam os seguintes itens: Apresentador, Porta Estandarte, Guardiã Tribal, Tuxaua, Índia Guerreira, Pajé, Canto Indígena, Regional, Evolução, Ritual Indígena, Alegoria, Tribo Originalidade, Tribo Coreografada, Originalidade em Conjunto, Harmonia e Galera.

21.7.17

Espetáculo mergulha na viagem poética do amor

Após uma trajetória de sucesso, chega a Belém o espetáculo teatral Manhã, do Grupo Domo, de Brasília. As apresentações oferecem acessibilidade e visitas guiadas, de sexta, 21, a domingo, 23 de julho, no Teatro Cláudio Barradas da UFPA. Ingressos R$ 20,00.

Em cena estão dois homens, que se amam e procuram, em um momento crise, compreender-se para reencontrar um vínculo mais duradouro e verdadeiro.  Uma viagem poética, sensorial e envolvente traz à tona as relações humanas e, ao mesmo tempo, lembra que amor é sempre amor, independente de credo, sexo e tradição. 

A peça se passa durante apenas uma noite na vida desses amantes, uma madrugada repleta de surpresas e decisões até o amanhecer, que traz a luz renovada, a claridade e a possibilidade de se fazer e ser o novo. A relação homoafetiva faz o pano de fundo da trama, mas os temas abordados são universais.

Com texto de André Garcia, a montagem levou um ano de trabalho contínuo, em um processo aprofundado de pesquisa e criação. A encenação traz à tona os aspectos objetivos e subjetivos dos personagens para compor atmosferas variadas, emocionais e simbólicas.

Elenco principal ganha auxilio de atores sombras 

Os atores principais são auxiliados por dois atores “sombras”, duas figuras vestidas de branco, que movimentam a estrutura cenográfica e os objetos de cena - ou até os próprios atores -, participando como “motores” de toda a encenação. Esses atores são uma releitura da figura do “kôken”, do teatro Noh japonês, além de se tornarem personagens “curinga” ao longo do espetáculo. 

Contemplado com o Prêmio FUNARTE Mirian Muniz em 2012, o espetáculo já passou pelas capitais Porto Alegre, Belo Horizonte e São Paulo, além de Brasília. E também foi selecionado para os festivais nacionais de teatro de Taubaté e Araçatuba, no interior de São Paulo, recendo cinco indicações a prêmios. Desta vez, o espetáculo vem a Belém patrocinado pelo Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal, que incentiva a divulgação dos artistas de Brasília no cenário nacional. 

Espetáculo oferece acessibilidade e visita guiada

Além de Belém, o espetáculo ainda passará pelas cidades de Salvador, Rio de Janeiro e Florianópolis, disponibilizando programas em braile, como acessibilidade aos portadores de necessidades especiais. Serão oferecidos também aparelhos de audiodescrição para deficientes visuais, além de uma visita guiada ao cenário, 30 minutos antes do espetáculo. 

Para reservar o aparelho ou agendar a visita, é preciso entrar em contato com a produção do espetáculo, através do e-mail: contato@grupodomo.art.br

O Grupo Domo é veterano. Fundado em abril de 1994 pelo ator e diretor André Garcia, vem contribuindo com a cena teatral brasiliense, desenvolvendo uma linha de pesquisa própria, baseada em um teatro autoral e reflexivo, sempre aberto à experimentação, com enfoque no constante aperfeiçoamento do trabalho físico, sensível e vocal do ator. 

O aspecto autoral realiza-se pela montagem de textos inéditos, escritos pelos integrantes, conferindo atualidade a cada montagem, o que permite o diálogo com o contexto estético, social e histórico contemporâneo. O viés reflexivo do grupo nasce da concepção do teatro como uma arte vasta, múltipla e comunicativa, capaz de pôr em foco aspectos de nossa condição social e humana, levando-nos a outros espectros de percepção de nós mesmos.

Ficha técnica “Manhã
  • Direção/ Texto: André Garcia
  • Assistente de direção: Leudo Lima
  • Elenco: André Garcia, Bruno Estrela, Leudo Lima, Guilherme Victor
  • Iluminação: Manuela Castelo Branco
  • Cenários/ Figurinos: André Garcia

Serviço
“Manhã”- espetáculo teatral Grupo Domo. De 21 a 23 de julho, às 20 horas, no  Teatro Universitário Cláudio Barradas. Ingressos: R$20,00 (inteira). Classificação Indicativa: 16 anos.

18.7.17

Daniel dú Blues e Vai Filipe na 2a Mississipi Night

Prestes a lançar EP, Daniel Dú Blues faz mais uma edição da Mississippi Night, com Vaifilipe, no Apoena, próxima quinta-feira, 20.  Enquanto apresentam os clássicos do blues, a dupla também traz um aperitivo dos trabalhos autorais que estarão disponíveis ao público em breve.  

Não é à toa que o Estado Norte Americano dá nome à noite de blues. Berço do estilo musical, foi em Mississipi que  surgiram os primeiros e principais cantores, como B. B. King e o lendário Robert Johnson. Mesmo depois de quase um século, os novos músicos de blues costumam se inspirar nos originais e as composições clássicas continuam sendo cultuadas.

Por isso mesmo, canções das décadas de 40, 50 e 60 voltam ao repertório da apresentação, após o sucesso do primeiro evento realizado em junho, quando Filipe Faraon também tocou duas de suas músicas autorais instrumentais, uma delas, "Kill Bill", foi lançada e consta na programação da Rádio Cultura; a outra está quase pronta e logo estará no Soundcloud do guitarrista.

Daniel Dú Blues tem cinco músicas prontas de seu primeiro EP, a ponto de sair da fábrica para ser vendido, com apoio do selo Ná Figueiredo. Há parcerias com Nilson Chaves, Vaifilipe e da banda Carcaça de Playboy, da qual Daniel fez parte e que volta à ativa como participação especial. Mas essas músicas prontas e ensaiadas não fazem parte do show de quinta-feira. 

Maurício Panzera e Vaifilipe
O guitarrista resolveu mesclar outras canções autorais, em meio aos blues clássicos que deve apresentar. "A gente vai fazer um grande lançamento do meu EP, por isso ainda não quero antecipar o que vai rolar. Mas tenho tocado outras autorais, que farão parte do álbum completo, quando for lançado", explica Daniel.

A segunda edição da Mississippi Night repete a participação especial de Arthur Bestene, que canta The Doors. A banda é composta por Alípio Catete, Rafael Faraon e Maurízio Panzera. Tem também participações especiais com Elias Cadete, DJ Sandro Picolé, DJ Kauê, o guitarrista Carlos Solaris e o gaitista André Araújo. Além da banda Carcaça de Playboy, com Beto Crimson e Ícaro Suzuki.

Serviço
Show Mississippi Night com Daniel Dú Blues e Vaifilipe. É no Apoena, quinta-feira, 20, às 20 horas. Ingressos R$ 10,00. Av. Duque de Caxias, 450 - Marco.

12.7.17

Festival abre espaço aos ritmos latino amazônicos

Guitarrada das Manas marca presença
O Festival Latinidade iniciou ontem, no anfiteatro São Pedro Nolasco, na Estação das Docas, com a discotecagem do DJ Azul, e o show de Félix Robatto + Guitarrada das Manas. Nesta quarta-feira, 12, tem Pinduca, que convida Bruno Benitez, e amanhã (13), Mundo Mambo, que convida o violonista Nego Nelson. Entrada franca.

Fotos: Caio Romano

O festival vai até amanhã. Em todos os dias, o DJ Azul marca presença, a partir das 18h. Ontem depois de seu precioso set de música paraense, Félix Robatto entrou em cena e não deixou ninguém parado e muito menos com medo de chuva. A água que caiu só serviu pra deixar a plateia mais agitada.

E hoje tem novidade. Para o show desta quarta-feira, 12, Pinduca preparou um repertório especial, com carimbós e músicas com pegadas mais latinas de sua obra. O músico e cantor Bruno Benitez diz que se sente honrado em dividir o palco com ele que é um dos grandes medalhões da música paraense.

Paraense não é tapioca, mesmo!
“Hoje é um daqueles dias que dá um frio na barriga. Terei a honra de cantar uma música com o grande Pinduca, um cara importante. Vou cantar “Cavalo Velho”,  que é um clássico latino. Pinduca me falou que estava passeando pela Colômbia, quando ouviu pela primeira vez, comprou o disco e se apaixonou. Fez uma versão que vamos cantar, ele em português e eu em espanhol”, diz Bruno Benitez.

O Festival Latinidade é mais um espaço que dá voz a um movimento musical cada vez mais notório, que nos traz de volta nossas raízes latino amazônicas. Tem muita gente compondo e tocando lambada novamente, guitarrada, cúmbia, que são as máximas desses gêneros que nos ligam com a América Latina. 

O evento vai encerrar nesta quinta-feira, 13, com show  do grupo Mundo Mambo, que já tem 15 anos de trajetória. O grupo nasceu com objetivo de tocar música latina e acabou sendo agraciado pelo novo movimento da música paraense que trouxe de volta os ritmos de influências latinas. Além de tocar seu repertório latino amazônico, o grupo vai receber um dos maiores violonistas paraenses, Nego Nelson, com trajetória de mais de 30 anos.

Muita ginga latino amazônica
“Também vou tocar com o Mundo Mambo, fui um dos fundadores, e hoje a gente se encontra pelos festivais e mostras de música. Vamos fazer um excelente show a ainda termos oportunidade de tocar com Nego Nelson, sou fã”, diz Brno Benites.

Idealização da MM Produções, com incentivo da Lei Tó Teixeira, Prefeitura de Belém e patrocínio da Unama, instituição do Grupo Ser Educacional, o festival iniciou em março, no Teatro Margarida Schivasappa, seguiu em mais quatro finais de semana, em junho, no Fiteiro, e está encerrando agora, ao ar livre, com entrada franca, na Estação das Docas. 

“O festival é mais um espaço para o reconhecimento da nossa pluralidade musical, que ganhou fôlego nos anos 40 e 50 pelas ondas do rádio”, diz Márcio Macedo, produtor e idealizador do projeto.

Festival de verão abriu com Félix segue até quinta-feira, 13
O festival não poderia estar encerrando de maneira melhor. A presença boa de público, mostra que, além da produção ter acertado nas atrações, que Belém esta carente de programações neste período. O local também foi acertado, pois oferece mais segurança e estacionamento para quem vem com a família de carro. 

“Para o ano que vem pretendemos aprimorar este formato que começa no teatro, passa pelos salões para dançar e encera ao ar livre, trazendo pessoas de todas as idades que curtem a nossa boa música paraense. Para os artistas esperamos que este seja mais um espaço para que mostrem suas produções. Ganhamos todos, estamos felizes”, finaliza Márcio Macedo.

Filipe de Maria mostra músicas de seu primeiro EP

Filipe de Maria apresenta o show “Iluminar”, que traz repertório variado, incluindo “Iluminar”, música que dá título do EP de estreia do cantor, cujas canções serão mostradas, em primeira apresentação pública, nesta quinta-feira, 13, a partir das 22h, na Casa do Fauno. O músico será acompanhado por Alexey Moreira, no contrabaixo, Edinho Quaresma, na guitarra, Johnathan Botelho, teclado e sanfona, e Samir Barroso, na bateria. E ainda, as participações das cantoras Lívia Mendes e Malu Guedelha.

O som de Filipe traz uma sonoridade livre de rótulos de estilo, que pode soar folk, rock, blues... soa mesmo como música que é feita sem compromisso com o pensamento usual e formas convencionais, mas com a verdade musical do artista. Além de cantar, Filipe também toca o violão e gaita.  Há dois anos trabalhando na carreira, uma fase de descoberta musical, onde ele pôde trabalhar em cima de composições que entraram no EP.

“Fiz uma busca por sonoridades, estilos e conceitos pra esse primeiro trabalho. O iluminar é o início de tudo, ele marca toda essa trajetória até o presente momento, além de ser também o início de um novo tempo na minha carreira. O EP traz cinco canções, que representam toda essa proposta envolvendo a música em várias dimensões, estilos e sons. O estilo é diverso envolvendo sons derivados do rock, do folk, blues além de uma linguagem pop da música brasileira que são bem presentes neste EP”, diz Filipe.

O EP contou com a parceria de músicos reconhecidos no cenário musical, como Tiago Belém, Joel Leal, Alexey Moreira e o guitarrista Kim Freitas que produziu com Filipe algumas das canções. “A pluralidade de ideias e a música multiforme foram os grandes segredos deste trabalho. No Iluminar, a união e a mistura fizeram a diferença no resultado”, comenta o artista. 

Após a apresentação do show na Casa do Fauno, o músico pretende circular com o trabalho em outros espaços. Em agosto (6), o EP será lançado no YouTube e SoundCloud e logo também estarão em outras plataformas e lojas virtuais, além da versão física que será vendida nos shows. 

“Nesta quinta faremos um pocketshow repleto de música e expressão. Além das canções do EP, mostraremos também algumas outras músicas que fazem parte desse processo de descoberta na carreira até aqui. Conto com uma banda de apoio afiadíssima, além da participação de duas grandes amigas e cantoras da nova geração, Lívia Mendes e Malu Guedelha”, reforça ele.

Serviço
Casa do Fauno. Aristides Lobo, 1061, entre Benjamin e Rui Barbosa. Mais informações: 91 98705.0609.

11.7.17

Tem “Amostra Aí” de Verão no Casarão do Boneco

Programação infantil de qualidade para a criançada. A dica é o Amostra Aí do Casarão do Boneco, com a história “O menino do rio doce” e o espetáculo “Sorteio de Contos”, além da exposição de bonecos, comidinhas e loja com brechó, livros, CD’s e DVD’s de produções locais. Neste sábado, 15, a partir das 18h30.

Leonel Ferreira, ator da Cia de Teatro Madalenas traz contação inspirada na obra de Ziraldo. Valendo-se de uma linguagem em que é poesia e prosa, ao mesmo tempo, a história conta a vida de dois personagens - um menino e um rio. “O menino tinha certeza de que havia nascido no dia em que viu o rio. Na sua memória, não havia nada antes daquele dia. Os dois se misturam e se completam como uma coisa só até que o tempo defina os caminhos por onde seguir.”

Logo em seguida, Lucas Alberto, ator integrante da Cia Sorteio de Contos, apresenta o espetáculo “ Sorteio de Contos”, estreando uma história nova que pode ser sorteada, pois o espetáculo conta com um jogo de cartas, que são sorteadas com o público e assim as histórias vão sendo contadas. É um espetáculo teatral fundamentado em 3 brincadeiras tradicionais de roda: O coco-de-roda, o samba-de-roda e a capoeira- angola.

Ambos os trabalhos são de integrantes do coletivo que ocupa o Casarão do Boneco, e que tem mantido programações mensais na casa, tanto para manutenção do espaço enquanto uma referência de apresentações teatrais buscando formação de plateia, mas também um local de pesquisa, ensaio e produções de diferentes linguagens.

A programação é PAGUE O QUANTO PUDER, você pode contribuir de outras maneiras entrando em contato com os organizadores que estarão presentes no dia do evento, e pra saber mais sobre as atividades que são desenvolvidas.

Serviço
Amostra Aí. Neste sábado, 15, a partir das 18h30, no Casarão do Boneco. Av. 16 de Novembro, 815. Ingresso: Pague o quanto puder.

10.7.17

Festival Latinidade esquenta o verão do paraense

Lambada, merengue, cúmbia, mambo, carimbó, guitarrada, salsa e música latina, com Félix Robatto, Pinduca, Bruno Benitez e Mundo Mambo. De terça, 11, a quinta, 13, a programação começa às 18h, com a discotecagem do DJ Azul, o cara o MusicaParaense.Org. As atrações iniciam às 19h30. Tudo com entrada franca, na Estação das Docas, ao ar livre, na beira do rio.

Félix Robatto abre a programação nesta terça-feira, 11, trazendo seu trabalho autoral, com músicas de seus dois discos “Equatorial Quente Úmido” e “Belemgue Banguer”, composições do grupo La Pupuña e ainda a participação de Renata Beckman, guitarrista que também atua na Orquestra Pau e Cordista de Carimbó, e da multi instrumentista Beá Santos, que compõem o projeto Guitarrada das Manas. 

O guitarrista e percussionista, que fundou a banda La Pupuña e produziu discos de Gaby Amarantos e Lia Sophia, e assina a direção musical do DVD Mestre Vieira - 50 Anos de Guitarrada, já vem animando as quintas-feiras de Belém com a Lambateria, no Fiteiro, e promete novas emoções para o Festival Latinidade, no qual se apresentará pela segunda vez, pois foi um dos convidados do show de lançamento do festival, ainda em março. 

O carimbó do rei e a veia latina do festival

A quarta-feira, 12, é dia de rei. Pinduca, que dispensa maiores apresentações, vai fazer um show bem “misturado”, como ele mesmo disse a pouco no telefone ao Holofote Virtual. 

“Vou pegar músicas mais antigas e mostrar um repertório mais latino, combinando com o festival”, afirmou. 

Será um show de grandes sucessos de sua carreira nos mais variados estilos musicais paraenses e também latinos como os merengues, comacheras, rumbas e outros. Neste show, ele terá como convidado o guitarrista e multi instrumentista, Bruno Benitez, 

O cantor e músico tem 38 discos gravados, em 44 anos de carreira, de 1973 a 2017, onde se inclui vinis e CDs, além do primeiro DVD, intitulado “40 Anos de sucesso do Rei do Carimbó”, gravado em junho de 2006 e o segundo, intitulado “Gente do Norte”, gravado em junho de 2013 no Portal da Amazônia. Pinduca já fez shows por quase todo o Brasil e apresentações na América Latina, África e Europa. 

O Mundo Mambo encerra o festival, na quinta-feira, 13, trazendo como convidado o violonista Nego Nelson. No repertório tem salsa tradicional, fusões de ritmos paraenses e releitura da obra dos compositores amazônicos.  O grupo é formada pelo músico Bruno Benitez: Percussão, guitarra e voz; Josibias Ribeiro: Trombone; Harley Bichara: Sax e flauta; Daniel Delatuche: trompete; Bruno Mendes: percussão; Daví Benitez: piano e Beto Taynara: Contrabaixo.

Itinerância iniciou em março

O festival é uma idealização da MM Produções, com incentivo da Lei Tó Teixeira, Prefeitura de Belém e patrocínio da Unama, instituição do Grupo Ser Educacional. 

Criado com objetivo de trazer ao público uma fatia generosa da produção musical paraense, com influência dos ritmos latinos em nossa região, o  Festival Latinidade foi lançado em março deste ano, no Teatro Margarida Schivasappa do Centur, com Bruno Benitez e participações de Ronaldo Silva, do Arraial do Pavulagem, e Félix Robatto. 

De caráter itinerante, voltou à cena no mês de junho, com quatro shows realizado no espaço Fiteiro. No dia 9 de junho, Bruno Benitez, o anfitrião do festival, recebeu a banda Warilou, e no dia 16, o Arraial do Pavulagem. Em seguida, no dia 23, o evento conotu com o show O Brega é Rock, com Joelma Kláudia e Mahrco Monteiro, e fechando o mês, na sexta-feira, dia 30, teve a participação do show da banda Fruta Quente.

Serviço
Festival Latinidade. Dias 11, 12 e 13 de julho, das 18h às 22h. No anfiteatro São Pedro Nolasco, Estação das Docas. Entrada franca.

2.7.17

Retratos Imaginários de Petchó Silveira em Belém

Antes mesmo de ser inaugurada oficialmente, a Vila Container recebe, na próxima quinta, 6, a exposição Retratos Imaginários,  de Petchó Silveira, inaugurando a galeria Azimute, que integra um novo empreendimento cultural na capital paraense. A visitação poderá ser feita até o dia 17 de agosto, gratuitamente.

Na série de obras, o artista usa pinceladas carregadas e cores fortes para expressar a fragilidade e a efemeridade humana. As referências dos trabalhos vêm de fotografias garimpadas em livros, revistas e na internet. “Uso essas imagens como ponto de partida para minhas pinturas, me apropriando de suas imagens e imaginando suas histórias”, diz o artista, que expõe individualmente pela primeira vez graças à galeria Azimute.

As experiências artísticas de Petchó Silveira começaram no início da década de noventa, quando encontrou na pichação uma maneira de se expressar. Pouco depois, naturalmente buscou contato com outras linguagens artísticas. Na fundação Curro Velho, se aprofundou nos estudos com a orientação de artistas plásticos como Jair Junior, Elliene Tenório, mestre Nato, Jocatos e Acácio Sobral.

Em 1999, participou do 8º Salão Primeiros Passos do Centro Cultural Brasil Estados Unidos (CCBEU), no qual veio a ser o primeiro colocado na edição de 2002. Em 2000, participou de oficinas de gravura e xilogravura, além de workshops de escultura no extinto Instituto de Artes do Pará (IAP).
Tem obras no acervo do próprio CCBEU, no de colecionadores particulares de Belém e de outros estados. Atualmente trabalha com pinturas figurativas.

Vila Container - O espaço tem inauguração oficial prevista para o mês de agosto e outras informações mais detalhadas devem ser divulgadas em breve.

Destinado a empreendimentos e eventos culturais em geral, tem como objetivo de movimentar e fomentar a produção cultural da cidade, tornando-se uma extensão do espaço público, apostando na consolidada tendência internacional de utilizar containers para juntar empreendedorismo e moradia.

“Nosso objetivo é fomentar arte e cultura em um ambiente privado com cara de público. É um espaço que será acessível a todos que queiram expor sua arte e ainda colaborar em outras instâncias. Queremos atrair pessoas dispostas a construir uma nova história de incentivo aos interesses do setor criativo da cidade”, comenta Almir Trindade, um dos idealizadores do Vila Container.

Serviço
Galeria de Arte Contemporânea Azimute - Vila Container - Avenida Magalhães Barata, número 62. Entre 14 de Março e Alcindo Cacela. Das  9h às 19h. Mais informações: (91) 99100-5634 / (91) 98017-9935. 

Escurinho realiza oficina e dois shows em Belém

O músico pernambucano Escurinho faz o show "Mùsica Nua", em Belém. Na sexta, 14, no Sesc Boulevard, e sábado, 15, além da apresentação, ministra uma oficina de percussão na Casa do Fauno. A inscrição já está aberta e custa R$ 35,00 e pode ser realizada no local. Vagas limitadas. Mais informações pelo fone 91 98705.0609.

Escurinho é compositor, cantor e percussionista, atuante também no teatro, como ator, e na criação de trilhas. Sua formação musical vem da infância quando acompanhava o pai, que se apresentava cantando em festas e a convivência com as manifestações populares do interior do nordeste. Em Catolé do Rocha, na década de 70, fundou com alguns amigos, entre eles o cantor paraibano Chico César, o grupo “Ferradura”, marcando os festivais e shows do sertão paraibano.

A oficina ministrada por ele será realizada das 14h às 17h, destinada a qualquer pessoa que se interesse em conhecer ritmos como o baião, xote, coco, ciranda, maracatu, forró e outros. Ele apresentará aos participantes, a utilização de instrumentos convencionais e não convencionais, do corpo e da voz, dando prioridade a elementos rítmicos da cultura Nordestina, tais como os instrumentos convencionais zabumba, pandeiro, triângulo, maracá, alfaia, agogô, caixa e outros, e instrumentos não convencionais, como chapas de zinco, cano de pvc, garrafas de vidro e plástico, cadeira, mesa e outros). 

“Este trabalho tem como objetivo despertar nas pessoas seu lado criativo através da musica, incentivar o interesse pelo trabalho coletivo através da formação de bandas e de grupos de estudos, incentivar o interesse pela cultura nordestina, como nossas crenças, danças, costumes e canções da nossa tradição e ajudar a compreender o corpo como fonte sonora”, diz o músico.

Escurinho tem um trabalho conhecido por agregar regionalismo com pesquisas de sons indígenas e africanos numa combinação explosiva com o rock. Interprete performático, pesquisador da música nordestina, com trajetória de quase 30 anos de carreira, quatro CDs, um DVD e turnês nacionais e internacionais realizados. 

Acústico traz repertório da carreira do músico

O show “Música Nua” traz em versão acústica músicas de diferentes épocas de sua carreira, com participação de Jr. Espínola. É um show de percussão, cordas e músicas com pouca roupa. 

“As canções nascem geralmente forjadas por um instrumento melódico ou de ritmo, ou simplesmente só pela voz. E permanecem por um tempo, nuas, quer dizer, sem arranjos que lhe der um sotaque, uma personalidade ou um estilo. Pressuponho que naturalmente, elas por si só já trazem tudo isso em se, mesmo nuas ou seminuas”, diz. 

“Para vesti-las com essa roupagem mínima trago, além da minha percuteria, o violão e a guitarra de Jr. Espinola, apresentando músicas do seu CD Cine Parahyba”, comenta o músico. “O público terá oportunidade de ficar mais próximo do palco e dialogar com as canções”, finaliza Escurinho. No repertório, estão músicas como Fantasma, Budismo Moderno, Savanas, Camisa Amarela, Boi Tungão, Cadê as Flores, Usura, Sai de casa e Lá vem a onda. 

Jr. Espínola é guitarrista paraibano, que começou a estudar música em 1978 em João Pessoa e já morou em vários lugares onde fez diversos cursos, dos quais se destaca Música Popular Brasileira, na Escola Música de Minas (MG), fundada por Milton Nascimento e Wagner Tiso.

Em Los Angeles (EUA), graduou-se em Guitarra e Engenharia de Som na GIT & RIT Musicians Institute. Cursou Engenharia de Som na escola Rio Música, no Rio de Janeiro, e no Instituto de Áudio e Vídeo (IAV), em São Paulo, já tocou com vários músicos paraibanos e atualmente faz parte do cash da banda de Escurinho.

Serviço
Oficina de percussão com o percussionista Escurinho, das 14h às 17h. Inscrições - R$ 35,00 -, na Casa do Fauno - R. Aristides Lobo, 1061. Mais informações: 91 98705.0609. O show "Mùsica Nua" será apresentado, na sexta, 14, às 19h, no Sesc Boulevard, com entrada franca, e na Casa do Fauno, às 22h, no sábado, 15 de julho. Couvert R$ 15,00.