30.11.18

Arte Pela Vida reúne vários artistas neste domingo

Epaminondas Gustavo
O pescador Epaminondas Gustavo, personagem criado pelo juiz Claudio Rendeiro, que vem arrastando multidões às gargalhadas nos últimos tempos, é uma das principais atrações do Show Arte pela Vida de 2018, no Teatro Margarida Schivasappa, dia 2 de dezembro, às 19h. Ingressos: $20/$10 (meia) ou 3k de alimentos não perecíveis.

Há 22 anos o comitê homônimo trabalha em prol de Pessoas Vivendo com o HIV-Aids (PVHA) realizando ações de valorização e solidariedade, como os cafés de acolhimento que seus voluntários realizam mensalmente na Uredipe Belém, onde circulam mais de 200 pessoas em uma única manhã .

“Os anos de luta nos fez perceber e participar ativamente na luta contra a AIDS. Passamos a ajudar mais pessoas vivendo com HIV/AIDS, no início, principalmente o Paravida que necessitavam de muita ajuda como alimentos, remédios específicos, aulas de teatro e chegamos a criar ate um mini teatro lá dentro”, lembra Francisco Vasconcelos, coordenador do grupo ha 21 anos.

Cia de teatro mãos livres (atores surdos)
Ele diz que depois foram surgindo novas ações como bazares, chás beneficentes e exposições, cuja renda era toda destinada a causa. Nesse tempo todo já foram doadas inúmeras cadeiras de roda, remédios, cestas básicas e até coisas que ajudavam as pessoas a voltarem a ganhar sua própria renda, como rede de pescar, isopor com água e refrigerantes para recomeçarem suas vidas. 

“Estávamos vendo um número grande de abandono de tratamento e com a ajuda das psicólogas e assistentes sociais, iniciamos o café mensal de acolhimento na URE DIPE, onde é feito o tratamento. No início, eles nem levantavam a cabeça para receber as doações, como pães, café com leite, frutas e etc. Agora, após mais de três anos, mensalmente, eles já interagem e sentimos as melhoras dentro da unidade”, diz Chico. 

O coordenador lembra que barreiras foram rompidas ao longo do tempo. “Agora eles fazem questão de dar depoimentos durante o evento. Para mim, a pior doença que veio com a AIDS, foi a doença social, a doença do preconceito e estamos aos poucos quebrar com este estigima!”, diz.

Joelma Kláudia
O show é uma das ferramentas de arrecadação de recursos do grupo: as doações serão transformadas em cestas a serem entregues aos pacientes no Café de natal. Mas também é o momento de culminância dos trabalhos do comitê, que sempre realiza o espetáculo no início de dezembro, pra lembrar o dia mundial de luta contra a aids, e chamar atenção para o avanço da doença entre os jovens, principalmente, e a premência de políticas mais eficazes a fim de conter a epidemia.

“A gente reúne excelentes atrações e durante o espetáculo serão passadas informações muito relevantes sobre HIV/AIDS e por tudo isso vale muito a pena ir, além de vai ajudar no natal das pessoas vivendo com HIV/AIDS”, diz Chico.

Música, teatro, dança, mímica, performance, poesia e humor são as expressões que o público assistirá no espetáculo, com a participação ainda de Joelma Klaudia, Cacau Novais, Cia. de Teatro Mãos Livres, Sarah D Montserrat, Renato Torres e Renato Gusmão, Cia. de Dança Waldete Brito, Anibal Pacha e Mariléa Aguiar, Danniel Lima e a Cia. de Dança Lucinha Azeredo. A direção é de Nando Lima. 

Para quem quiser acompanhar mais o trabalho do Arte Pela Vida, pode acessar a fanpage no facebok comiteartepelavida, onde há sempre várias informações sobre as ações do Comitê Arte Pela Vida e informações relevantes sobre HIV/AIDS. Há contato também pelo telefone 91 982802188.

SHOW ARTE PELA VIDA 2018
Direção: Nando Lima
Som: Paulo Miranda e Miranda Jr.
Luz: Luciana Porto
Roadie: Lúcio Oliveira
Cenografia: Nando Lima e Afonso Gallindo
Roteiro: Maria Christina
Logística: Davidson Porteglio
Divulgação: Comitê Arte pela Vida
Arte gráfica: Afonso Gallindo/ Matapi Produções
Produção: Comitê Arte Pela Vida

ARTISTAS CONVIDADOS
Anibal Pacha
Epaminondas Gustavo
Cacau Novais
Cia de dança Lucinha Azeredo
Cia de Teatro Mãos Livres
Cia Experimental de Dança Waldete Brito
Danniel Lima
Joelma Kláudia
Marcos Puff Cardoso
Mariléa Aguiar
Renato Gusmão
Renato Torres
Sarah D Montserrat
Yeyé Porto
Músicos ( ou banda base)
Figueredo Junior (guitarra)
Jônatas Gouveia (baixo)

APOIOS
Teatro Margarida Schivasappa / Governo do Estado
Gráfica Garrido
Malicia Pub
Cultura Rede de Comunicação
Holofote Virtual
Distribuidora Estrela do Norte
Eti Mariqueti
Stúdio Reator
Matapi Produções
Holofote Virtual e imprensa em geral

AGRADECIMENTOS
Claudia Pinheiro e equipe técnica do Teatro Margarida Schivasappa 
Adelaide Oliveira
Amélia Garcia
Ana Flor
Beto Paes
Cary John
Célio Fernandes
Francisco Vasconcelos
Gabriel Patrick
Jacqueline Schalken
Luciana Medeiros
Renata Alves
Renata Taylor
Serginho Pinheiro
Silvia Malheiros

SERVIÇO
Show Arte pela Vida. No Teatro Margarida Schivasappa. Domingo, 2 de dezembro, às 19h. Ingressos: R$ 20/ R$10 (meia) ou 3k de alimentos não perecíveis.

27.11.18

2o Prêmio Mundie de Fotografia já tem vencedor

A obra será lançada dia 03 de dezembro no MIS em São Paulo. “Um corpo-consciência transita entre imagens desdobradas de si mesmo evadindo-se das estruturas racionalizantes. Levita em direção ao pensamento sobre o imponderável da existência e o que persiste segredado como mistérios ágrafos. É o que parece perguntar a artista Sheila Oliveira nesta obra Biblioteca Íntima. Um corpo em transmutações a pensar sobre o nada".

O texto acima, assinado pelos editores Eder Chiodetto e Fabiana Bruno revelam um pouco dos questionamentos da artista vencedora do 2º Prêmio Mundie de Fotografia, patrocinado pela Mundie e Advogados. De acordo com os editores, “A obra de Sheila Oliveira, é invariavelmente, uma reflexão obstinada a vasculhar, nas dobras da existência, o que nos é essencial.”

O fotolivro Biblioteca Íntima reúne imagens feitas por Sheila Oliveira em 7 anos. Segundo a artista “a ideia de como um livro pode nos afetar mudando todo o percurso de vida é eminente. Meu trabalho fala sobre isso, sobre possiblidades de transformações."

Durante a cerimônia de premiação, também serão projetados para o público os trabalhos que receberam menção honrosa do júri: "Por Onde Nunca Andei" de Fernanda Zgouridi, “A Última Travessia do Navio Azul" de José Diniz e “Cura Áspera” de Léo Sombra.

O 2º Prêmio Mundie de Fotografia reitera o intuito dos sócios de Mundie e Advogados em promover as artes, a livre expressão e a fotografia contemporânea brasileira. O valor total do Prêmio foi um investimento direto do escritório em cultura, sem contar com leis de incentivo. 

Sheila Oliveira nasceu em São Paulo, em 1968, formou-se em Biblioteconomia e Documentação pela FESP, com Pós-Graduação em Arteterapia.  Dedica-se a fotografia profissional desde 1995. É sócia fundadora do estúdio Empório Fotográfico, dirigido à fotografia de gastronomia e atualmente dedica-se a fotografia de arte pesquisando assuntos que se referem ao sentir e pensar, pensar e agir e todas as conexões e reações no corpo e na alma, utilizando-se na maioria das vezes de autorretratos.

BIBLIOTECA ÍNTIMA
700 EXEMPLARES
2018 Sheila Oliveira| 2018 Fotô Editorial
FOTOGRAFIAS E REPRODUÇÕES
Sheila Oliveira
EDIÇÃO E TEXTO
Eder Chiodetto e Fabiana Bruno
COORDENAÇÃO EDITORIAL
Elaine Pessoa
DESIGN GRÁFICO
Fábio Messias
PUBLISHER
Eder Chiodetto
IMPRESSÃO
Ipsis Gráfica e Editora

Serviço
Lançamento do fotolivro Biblioteca Íntima e Cerimônia de Premiação do 2º Prêmio Mundie de Fotografia.
Quando: 03 de dezembro, às 19h
Onde: MIS-SP, Av. Europa, 158, Jardim Europa
Evento exclusivo para convidados
Estacionamento gratuito

Pio Lobato: trabalho novo nas plataformas virtuais

Foto: Renato Reis
Na sexta-feira, 30, as plataformas virtuais de música como deezer e spotify recebem  o EP “Brinquedo”, novo trabalho do guitarrista Pio Lobato. Além do disco, o músico também lança um videoclipe no canal do YouTube e faz audição das músicas na Kasa Koentro, a partir das 22h.

Com produção artística e direção musical do próprio Lobato, em co produção com Leo Chermont, “Brinquedo” apresenta quatro músicas, sendo uma delas a suíte que dá nome ao trabalho. A canção “Casa Velha” virou videoclipe com produção da Montagem Paralela e Equipe Reduzida. O lançamento também será na sexta, 30, no canal oficial do artista, o PioTube. Para a execução de Brinquedo, Pio Lobato chamou os músicos Clenílson Almeida “Vovô”, na bateria; Ziza Padilha, no violão; Camila Barbalho, no baixo; e Nazaco Gomes, na percussão.

Filmado durante um único dia e com a colaboração de diversos amigos e parceiros de longa data, o clipe de Casa Velha contou com a direção do jornalista Ismael Machado e também estreia nesta sexta-feira, dia 30, pelo canal oficial do músico na internet, o PioTube, no endereço http://bit.ly/2KkFOFQ

No elenco estão emblemáticos personagens da Cidade Velha - bairro histórico de Belém - como Rubão; além de músicos que acompanham a trajetória de Pio Lobato, como Jayme Katarro (banda Delinquentes), Keila Monteiro (bandas Cais Virado e Coisa de Ningúem) e Lázaro Magalhães, do Cravo Carbono.

Elenco:  Andréa Reis , Breno Oliveira, Caroline Cardias, Clenilson Vovô, Davi Lobato, Didiane Trindade, Edpaulo Cardoso, Edvaldo Souza, Hellen Pompeu, Igor Alves, Ivan Braga, Jayme Katarro, Lucas Estrela, Keila Monteiro,  Marcos Machado, Marco Tuma, Melissa Alencar, Nátia Ney Machado, Pamella Lavôr, Paulo Silber, Raissa Gabriele, Raimundo Pacó, Roberta Mártires, Rosana Benfica, Rubens Lobão (Rubão), Thayná Varella e Wellington Carlos

Técnica do Videoclipe:
Produção | Equipe Reduzida e Montagem Paralela
Realização | MúsicaParaense.Org
Direção | Ismael Machado
Direção e Montagem | Márcio Cruxx
Direção de Fotografia | Edson Palheta
Produção Geral | Michelle Maia
Cenário e Produção de Locação | Roberta Mártires
Cinegrafistas | Éder Monteiro e Edson Palheta
Produção | Daiana Ribeiro e Yasmim Maia
Produção Executiva | Edvaldo Souza
Fotografia | Tiago Silveira 
Poema | Guaracy Brito Júnior

Agradecimentos: Leo Bitar, Discosaoleo | Roberta Mártires, Multifário Artes | Casa Velha, Marco Tuma | Rosana Benfica e Ivan Braga, Genuína. Cachaça com Jambú | Rubão, Bar do Rubão. O disco "Brinquedo" tem direção artística e Produção Musical de Pio Lobato; Coprodução de Leo Chermont; Produção Executiva de Edvaldo Souza; Assessoria de Imprensa de Dani Franco (PA) e Lui Machado (RJ); Release de Ismael Machado, Produção Audiovisual da Montagem Paralela e Equipe Reduzida. Além da versão virtual, o trabalho recebeu ainda Projeto Gráfico de Blue; Poemas de Guaracy Brito Júnior com traduções de Camila Barbalho e fotos de Tiago Silveira. Patrocínio do Natura Musical.

Serviço
Lançamento virtual de “Brinquedo”, de Pio Lobato. Lançamento do videoclipe de "Casa Velha". Sexta-feira, 30 de novembro em todas as plataformas virtuais. 
Audição do disco: festa H2K2 - Sons das baiúcas - 19h
Na Kasa Koentro - Travessa Angustura 2579, entre Duque e 25
Entrada: 5 reais até às 21h; 10 reis depois
DJs:  Azul, Gersinho paixão, Jeft Saudade
Acompanhe nas redes :: Twitter, Instagram, Facebook e YouTube: @piolobato e @opiolobato

Um papo com as atrizes Lucinha Lins e Tania Alves

Depois de publicar aqui o papo com Virgínia Rosa, que integrou a lendária Isca de polícia, de Itamar Assumpção,  o blog traz Lucinha Lins e Tania Alves. As três chegam a Belém nesta quinta-feira, 29, à noite, para apresentação do espetáculo "Palavra de Mulher", que estará em cartaz no Teatro do SESI nesta sexta, 30, e sábado, 1º de dezembro, às 21h, e no domingo, 2 de dezembro, às 19h.

Palavra de Mulher é um misto de show e teatro que há dez anos desde que estreou vem conquistando a crítica, sendo indicado, em 2014, em quatro categorias ao Prêmio Bibi Ferreira, e arrebatou o público por onde passou – e não foram poucos os palcos em que foi apresentado, passando por mais de 50 cidades país afora, visto por mais de 200 mil pessoas.  Lucinha Lins, Tania Alves e Virgínia Rosa interpretam as personagens femininas presentes na obra de Chico Buarque. 

Cantoras e atrizes, elas emprestam corpo e voz a tantas outras mulheres para, num clima de cabaré, falar, através da música, de amores, dores de amores, esperança, solidão, encontros, desencontros, sedução, felicidade, força, abandono, liberdade, sonhos e conquistas. No repertório, cantado com música ao vivo, estão “À Flor da Pele”, “Teresinha”, “Meu namorado”, “Palavra de Mulher”, “Bem-Querer”, “o Meu Amor”, “Folhetim”, “Atrás da Porta”, “Tango de Nancy”, “Tatuagem”, entre muitas outras. 

Lucinha Lins comemora a chegada do espetáculo na Região Norte. “Depois de três anos de muita luta, conseguimos vim para o Norte e Nordeste, Graças a Deus, e com o patrocínio da Vivo. E chegamos por estas bandas com muito amor, com muita honra, passando por teatros, meu Deus, como eu sonhava em passar pelos palcos destes teatros que fazem parte da Cultura deste país de uma forma deslumbrante”, diz a atriz e cantora. 

Ela conta que tem sido uma receptividade fantástica, e que a plateia canta junto todas as músicas, se emociona e ri, entrando no espírito do espetáculo já na primeira música, quando Virgínia Rosa entra em cena, ao som de Ópera do Malandro. Para as atrizes tem sido um privilegio estar 10 anos em cartaz circulando em várias cidades brasileiras. 

“Nesses 10 anos foi grande o amadurecimento do espetáculo. O Chico é uma “coisa” incrível, atemporal, desde que ele apareceu é unanimidade. É puro deleite pra nós que estamos cantando, e pra quem assiste é muita emoção garantida, é muita diversão, e entretenimento da máxima qualidade”, diz Tania Alves.

Para interpretar as músicas de Chico Buarque, celas contam com uma super banda que não sai do palco um só instante. “É um trio fantástico com o Ogair Júnior, maestro, arranjador e diretor musical, Ramon Montagner na bateria, Roberto Carvalho no contrabaixo, e com a direção magistral do Fernando Cardoso que foi tirando da gente o lado mais romântico e fantástico, no sentido da fantasia, da viagem que é a obra de arte”, continua Tania Alves.

Lucinha Lins cita um momento bem intenso quando ela divide uma música com Tânia Alves, só com o piano do Odair Júnior, até que abanda entre toda encorpando o som. 

“Falar de uma só emoção é pouco, porque esse espetáculo tem um repertório fora do comum, que mexe comigo, mexe com a plateia, e faz parte da trilha sonora de nossas vidas”, diz Lucinha Lins que ficou já tarimbada pela música “A História de Uma Gata”, papel que ela interpretou no filme Saltimbancos Trapalhões, lá nos idos anos 1980. Eu vi!

“A História de uma gata, meu Deus, essa música já tem o quê? Há 04 gerações que cantam essa música? Já não sei mais (risos). É um dos momentos do espetáculo que mais me emociona, quando a plateia se transforma em criança, independente das idades, todos viram crianças e cantam a história de uma gata junto comigo, tem dias que realmente eu tenho que segurar o choro, porque é muito emocionante”, diz ela.

A atriz já encenou Chico Buarque cantando também, “Viver de Amor”, em Ópera do Malandro. “É uma das músicas que dá o tom de cabaré, e que é uma delícia, porque eu imito um pouco do que fazia na primeira vez que interpretei essa obra do Chico. Já faz parte da minha vida. Eu fiz o Corsário do Rei, que é outro espetáculo teatral maravilhoso, que eu canto também neste espetáculo e por aí vai”, continua Lucinha.

Revisitar o universo feminino a partir das canções de Chico Buarque é também uma oportunidade para refletir sobre tão relevante tema na atualidade. O espetáculo, atual e oportuno, traz em Chico uma voz feminina, mas Tania faz questão de ressaltar que em meio a questões femininas elas tratam tudo com os sentimentos de acordo com determinadas relações.

“O Palavra de Mulher tem uma pegada teatral como postura, porque as músicas são tão ricas emocionalmente, que nos dá muito pano pra manga, na interpretação, mas depois do espetáculo tem um bate papo, uma espécie de “talk show” de 15 a 20 minutos. Daí falamos de tudo, até das questões femininas, já que elas são interpretadas no palco, durante as canções do Chico”, conclui.

Serviço
Espetáculo Palavra de Mulher. Os ingressos estão à venda a R$ 60,00 (inteira) e R$ 30,00 (meia entrada, inclusive aos trabalhadores do SESI), na bilheteria do teatro e na bilheteria digital:

Dia 30 Nov: http://bit.ly/2T3hA6R 
Dia 1º Dez: http://bit.ly/2PXZeG1 
Dia 2 Dez:  http://bit.ly/2qCxHv8 

26.11.18

Unama comemora o 1o ano do Museu de Arte

O Museu de Arte da Universidade da Amazônia comemora um ano com programação especial. Nesta semana haverá oficinas e palestras abertas à comunidade interessada. As inscrições estão disponíveis gratuitamente no site www.extensao.unama.br. A abertura será nesta terça-feira (27), às 9h, no auditório 1, do Campus Ananindeua.

No primeiro dia haverá mesa de debate sobre a importância dos museus na sociedade, com a exibição de documentários do projeto “Vídeo Memórias” e mostra do acervo UNAMA: Dalcídio Jurandir, Pedro Veriano, Gileno Chaves, Benedito Nunes, Clara Pinto, Juraci Siqueira, Paulo André Barata e as Damas do Rádio. O vídeo será projetado no átrio da Universidade, e uma feira de artesanato e Economia Solidária estará aberta para o público.

De acordo com a coordenadora do Museu de Arte da UNAMA, professora Veridiana Valente, este é um grande momento de celebração na Universidade. “A programação pretende destacar a memória de identidade amazônica, por meio da exibição de documentários sobre a vida e obra de escritores, pensadores, artistas e professores paraenses”, afirmou.

Nesta semana de aniversário, o museu conta com a exposição "Coração", que estará aberta à visitação do público em geral. Segundo a curadora do Museu de Arte UNAMA, professora Jonise Nunes, “a exposição completa um ano desde a inauguração e conta com uma vasta reflexão sobre os afetos e as sensibilidades no campo da arte paraense."

O Museu de Arte UNAMA fica no Campus Ananindeua da instituição, localizado na BR 316, KM 3, Ananindeua. Confira a programação da Semana de Aniversário do Museu no site www.unama.br 

Tv Cultura exibe série de animação "Os Dinâmicos"

Tá estreando nesta segunda-feira, 26, na TV Cultura do Pará, a série de animação “Os Dinâmicos”, uma grande homenagem a Joaquim de Lima Vieira, músico que ficou conhecido como Mestre Vieira, o criador da guitarrada, falecido em fevereiro deste ano, em Barcarena-PA. Os 13 episódios, cada um de 5 minutos, serão exibidos de segunda a sexta, às 16h, com reprise às 19h, para todo o Pará, até o dia 12 de dezembro. 

Depois de estrear nacionalmente pela TV Brasil, que não é transmitida no Pará em TV aberta, a série de aventura musical "Os Dinâmicos" chega enfim as nossas telinhas, exibida pela Tv Cultura do Pará. Inspirada na obra de Joaquim de Lima Vieira e nas animações dos anos 1970 e 1980, que traziam séries animadas com heróis e bandas musicais, é também uma homenagem ao grupo Vieira e Seu Conjunto, que existiu entre os anos 1970 e 1990 e lançou 14 LPs.

A série foi realizada entre 2016 e 2017 pela Central de Produção Cinema e Vídeo na Amazônia, produtora paraense, por meio do edital de financiamento Prodav 08 – 2014 - Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Audiovisual Brasileiro, que apoia a produção de conteúdos para Tvs públicas.  

Episódio "A Impostora"
Cada episódio inicia com ensaios da banda, num estúdio-casa que fica na copa de uma Samaumeira, próxima a uma praia na cidade de Barcarena. A aventura começa quando nossos músicos são  interrompidos com a cirene acionada, trazendo o pedido de socorro de alguma criança, sempre que a floresta está em perigo. Aí a palavra mágica é pronunciada: “DI NA MI ZAR”!! Mestre Vieira empunha sua guitarra mágica transformando todos em super-heróis.

Guitarreiro (Mestre Vieira) é o líder que aciona o poder da guitarra Milagrosa, já Spectro (Idalgino) consegue ficar invisível. Enquanto Ciclone (Lauro) tem a velocidade do vento; Alado (Dejacir) ganha asas; Ja nosso Trakitana (Poça) é o mestre das tecnologias, e Aprendiz (Batera), como o nome enuncia, ainda está aprendendo a ser super-herói. 

Episódio "A Lambda da Baleia"
As aventuras dos Dinâmicos revelam, através do mágico universo da animação, as características, o linguajar, os costumes e as lendas da Amazônia presentes na obra de Mestre Vieira, como a  história de uma baleia que encalhou em 1974 na praia em frente a cidade e se tornou letra da música "Lambada da Baleia", gravada no primeiro LP de Vieira e Seu Conjunto. Essa história já faz parte do imaginário da população de Barcarena, eternizada nessa música, então era sem dúvida era um episódio obrigatório.

O "Esse Bode dá Bode" é inspirado na música Melô do Bode, sucesso do segundo LP de Vieira e Seu Conjunto que estourou nas paradas de sucesso no Nordeste, vendendo mais de 300 mil cópias. Nem sempre, porém, a trilha sonora está diretamente ligada à história. Em "A Impostora", uma bruxa americana se traveste de Matinta Pereira para praticar suas maldades na Amazônia, a música tema é "Melô do Bandolim". 

Episódio "A Magia da Voz"
É também importante dizer que não  se roteirizou a história das lendas ou as letras das músicas, que são o pano de fundo das aventuras.  A ideia era tratar de forma sutil, engraçada e educativa as várias questões que temos na Amazônia.  Então se tratou do desmatamento no episódio ‘Pernas pra que te quero’, onde o Curupira (Lambada do Curupira), guardião da Floresta se vê em apuros.

O tráfico de animais silvestres está no episódio ‘Uma Boquinha’, que traz o Mapinguari (Lambada do Mapinguari) como herói. No episódio "Dragão Engolidor de Açaí" falamos da exploração indevida de nossas iguarias. Há episódios de botos e cobra grande, as lendas do Pretinho da Bacabeira e do Uirapuru. E lendas de fora da Amazônia. A do Cabra Cabriola, lenda nordestina, no episódio Esse Bode dá Bode, e a do Ipupiara, lenda contada no sudeste, e que está no episódio “Monstrinho de Estimação”. 

As vozes que deram vida aos Dinâmicos animados!
Uma animação se faz em várias frentes de trabalho, envolve muitos processos, ainda mais quando se trata de uma série. Foram 18 meses de dedicação, reuniões, decisões a serem tomadas, leitura de roteiros, com os atores que escolhemos para dar voz a nossos heróis, a gravação dos diálogos e a edição de som, a animação em si, até a finalização com acessibilidade.

Com argumento, direção geral  e produção executiva de Luciana Medeiros, roteiro de Adriano Barroso, também com direção de Afonso Gallindo, a série conta com atores Marton Maués, que faz a voz de Mestre Vieira; Henrique da Paz, a do Lauro; e Mário Filé, a do batera. 

Da nova geração, convidamos Leoci Medeiros, que vem desenvolvendo carreira no cinema, e que fez um Dejacir espirituoso, além de Lucas Alberto Cunha, interpretando um Poça sensacional, vocês vão ver. Tivemos um não ator, o baterista e produtor Carlos Canhão Brito, para a voz de Idalgino. Gravamos os diálogos no Ápice, com o Assis. 

Na equipe de animação, temos Cássio Tavernard, e os meninos do estúdio Muirak, coordenados por Gustavo Medeiros, Eliezer França. Na edição e finalização de som, contamos com Leo Chermont e Dan Bordalo, do Floresta Sonora. Os primeiros episódios foram sonorizados por Victor Jaramillo.

EXIBIÇÃO NA TV CULTURA DO PARÁ
26 de novembro a 12 de dezembro
De segunda à sexta
16h com reprise 19h

SINOPSES

EPISÓDIO 1 – ESSE BODE DÁ BODE (5”)
Vieira e seu Conjunto ensaia na Casa da Árvore, quando toca o telefone trazendo um estranho convite para fazer um show no Ceará. 

EPISÓDIO 2 – A IMPOSTORA (5”)
Um menino denuncia uma falsa Matinta Pereira, que está aprontando na floresta. Ela acaba encarando nossos heróis. 

EPISÓDIO 3 – A MAGIA DA VOZ (5”)
O grupo Vieira e Seu Conjunto é convidado para fazer um grande show em Belém, mas durante os ensaios, Dejacir perde a voz. 

EPISÓDIO 4 – CONFUSÃO NA BACABEIRA (5”)
Os Dinâmicos recebem um chamado desesperado de uma criança que está sendo castigada por um encantado raivoso.

EPISÓDIO 5 – A QUEBRADEIRA DO AMOR (5”)
Mestre Vieira fica encantado quando uma jovem passa por ele, com um perfume mágico. Enfeitiçado, ele perde o contato com o resto do grupo.

EPISÓDIO 6 – O DRAGÃO ENGOLIDOR DE AÇAÍ (5”)
Um monstro terrível está engolindo todo o açaí da ilha, trazendo sérios danos à floresta e à produção  e sobrevivência ribeirinha. 

EPISÓDIO 7 – UMA BOQUINHA (5”)
Depois de um almoço regado a muito açaí, Os Dinâmicos recebem um chamado de uma criança para salvar pássaros e outros animais da jaula de um colecionador.

EPISÓDIO 8 - A LAMBADA DA BALEIA (5”)
Uma baleia está encalhada na praia de Barcarena. Uma criança tenta salvá-la da fúria da população que já a enxerga como almoço. 

EPISÓDIO 9 – O MONSTRINHO DE ESTIMAÇÃO (5”)
Uma menina e seu amigo boto lançam um chamado desesperado aos Dinâmicos. Um monstro desconhecido está capturando vários botos. 

EPISÓDIO 10 – PERNAS PRA QUE TE QUERO (5”)
Os Dinâmicos recebem um chamamento para salvar uma criança e o Curupira das máquinas devoradoras da floresta.

EPISÓDIO 11 - BOITATÁ NÃO É BUMBÁ (5”)
Vieira e seu conjunto estão ensaiando pra tocar no "Festival Bumbá de Barcarena", quando recebem o chamado denunciando a floresta em chamas. 

EPISÓDIO 12 – A DOR DE BARRIGA DA COBRA GRANDE (5”)
A Cobra Grande está com uma baita dor de barriga e vem se comportando com fúria, colocando em perigo os pescadores.

EPISÓDIO 13 - LAMBADA DO FANTASMA (5”)
Os Dinâmicos estão se preparando para lançar um novo disco, quando são acionados para resolver um problema de assombração. 

FICHA TÉCNICA

DIREÇÃO
Luciana Medeiros/Afonso Gallindo

ARGUMENTO 
Luciana Medeiros

ROTEIRO
Adriano Barroso/colaboração: Mariana Paz Barroso 

TRILHA MUSICAL
DVD Mestre Vieira – 50 Anos de Guitarrada 

ANIMAÇÃO 
Muirak Studio LTDA 

Direção de Animação - Cássio Tavernard / Eliezer França 
Direção de Arte - Cássio Tavernard /Gustavo Medeiros 
Desenho Sonoro e Finalização de Som - Victor Jaramillo/Casarão Floresta Sonora
Produção Executiva - Luciana Medeiros 
Coordenação de Animação - Gustavo Medeiros / Eliezer França 
Designer de Personagens - AD Gomes/ Everton Leão 
Riggins - AD Gomes 
Animadores - Eliezer França / Everton Leão/ Moaccyr K./ AD Gomes 
Cenários - Cláudio Cordeiro/ Duann Paluma 
Storyboard/ Animatic - Eliezer França 
Composição e Edição de Vídeo - Gustavo Medeiros 

PRODUÇÃO EXECUTIVA
Luciana Medeiros

ELENCO/VOZES/HERÓIS
Marton Maués (Mestre Vieira – Guitarreiro) 
Henrique da Paz (Lauro – Ciclone) 
Mário Filé (Batera – Aprendiz) 
Leoci Medeiros (Dejacir – Alado) 
Carlos “Canhão” Brito (Idalgino – Spectro) 
Lucas Alberto Cunha (Poça – Trakitana) 

ELENCO/VOZES/LENDAS, VILÕES E CRIANÇAS
Adriana Cruz 
Ester Sá 
Astréa Lucena
Luana Medeiros Weyl 
Lucas Tavernard 
João Pedro Pinheiro Bittencourt 

REALIZAÇÃO
Central de Produção Cinema e Vídeo na Amazônia 

INFORMAÇÕES
Cel. 91 98134.7719.
E-mail: lume.com@gmail.com

22.11.18

Do Isca de Polícia ao feminino em Chico Buarque

Virgínia Rosa (Fotos: João Caldas)
Bisneta de índia e filha de mineiros, Virgínia Rosa nasceu e cresceu em São Paulo – mais exatamente no bairro da Casa Verde Alta, zona norte de São Paulo.  Começou a cantar na década de 1980 como vocalista da banda Isca de Polícia, de Itamar Assumpção e seguiu carreira musical, lançando CDs e realizando inúmeros shows pelo país, mas aqui em Belém será a sua primeira vez. 

Virgínia Rosa integra o elenco do espetáculo “Palavra de Mulher”, que será apresentado no Teatro do Sesi, nos dias 30 de novembro e 1º de dezembro, às 21h, e no dia 2 de dezembro, às 19h. No palco, junto com ela, mais duas atrizes e cantoras, Lucinha Lins e Tania Alves.  Há dez anos circulando o país, esta é a primeira vez que o público do Nordeste e Norte tem a oportunidade de vê-lo. 

“É um show de música teatralizado, como nós dizemos, no qual interpretarmos as canções que o Chico Buarque compôs especialmente para personagens femininos. Vão surgindo diversos tipos de mulheres, através dos sentimentos, da postura. Há uma dinâmica muito interessante”, conta Virgínia Rosa.

O espetáculo tem emocionado o público por onde passa. Mais de 50 cidades, um público de mais de 200 mil pessoas. Abre com o instrumental de "Ópera do Malandro". Neste momento, as atrizes, uma a uma vão entrando num ambiente que reproduz a luz baixa e avermelhada de um cabaré, com objetos de cena e alguma mobília. Os músicos, no palco, tocam ao vivo. Ogair Júnior, maestro, arranjador e diretor musical, Ramon Montagner, na bateria, e Roberto Carvalho, no contrabaixo completam o clima necessário. O público aplaude. A direção é de Fernando Cardoso.

As três cantoras atrizes em cena
A partir daí, o repertório envereda por “À Flor da Pele”, “Teresinha”, “Meu namorado”, “Palavra de Mulher”, “Bem-Querer”, “O meu Amor”, “Folhetim”, “Atrás da Porta”, “Tango de Nancy”, “Tatuagem”, entre outras. Quem nunca se viu revirada do avesso nas canções de Chico Buarque, que soube compreender e interpretar a alma feminina, traduzi-la de forma poética, quase lírica e musicalmente provocante. 

Ao mesmo tempo, revisitar o universo feminino a partir de suas canções e emoções, num momento em a mulher está no centro do debate político do país, também é oportunidade para refletir, mas a atriz ressalta que para além de tudo, o espetáculo encanta, porque faz cantar, rir e chorar. 

“Acho que, muito mais do que levantar uma bandeira sobre as questões feministas, a grande essência desse espetáculo é a alma feminina que o Chico escreve tão bem, com toda sua complexidade, as emoções, os sentimentos, ou seja, como a mulher se posiciona diante da vida, de como ela exercita seus sentimentos, através ou diante das perdas, das frustrações, desencontros, desafetos, injustiças sociais”, diz. 

Além das questões femininas, de forma geral, passamos por momentos de retrocesso do pensamento crítico e da importância da arte e da cultura como fatores sociais. Essa ideia repassada pela mídia global e redes sociais parecem se tornar a única verdade, mas basta acionar o off line e dar uma volta neste país. Virgínia conta que durante a turnê do “Palavra de Mulher”, pelo Norte e Nordeste, tem vivenciado e constatado um grande interesse do público pela Cultura.

“Nós fazemos um bate papo de 15 a 20 minutos, após o show, e as pessoas além de darem seus depoimentos sobre o espetáculo, perguntam como foi concebido o show, perguntam sobre nossas carreiras individuais, perguntam o que achamos da situação atual da Música Popular Brasileira, como funciona a lei Rouanet”, diz a cantora.

Música e identidade cultural por este país

Cenário traz o ambiente de um cabaré
A identidade cultural nas regiões Norte e Nordeste chamou atenção da artista. “As pessoas têm orgulho da própria cultura, nos apresentam outros artistas, a comida local, suas tradições”, comenta  atriz. “É uma troca muito importante, porque às vezes a gente fica só no eixo Rio-São Paulo”, afirma. 

Virgínia diz que a turnê, além de quebrar esse eixo, tem sido uma oportunidade para conhecer o Brasil. “Temos uma cultura muito diversificada. Cada estado tem a sua particularidade, tem o seu sotaque, tem a sua tradição local, o que mostra a força cultural do Brasil, que está sempre muito latente, muito visceral, e sem Cultura um povo não tem identidade, a Cultura é que faz a ‘cara’ de um país, né? De uma Nação”, diz.

Virgínia iniciou a carreira de atriz recentemente em 2015. A estreia foi na televisão, na novela de Gilberto Braga, Babilônia, exibida na Rede Globo, onde também fez em 2017, Pega-Pega. No palco, Palavra de Mulher, é o primeiro trabalho. Embora envolva música, que é a sua praia, ela também precisa atuar e faz isso muito bem, de acordo com a crítica especializada.

4 CDs, inúmeros shows e turnês pela Europa

Virgínia em mais momento de Palavra de Mulher
A carreira solo de Virgínia iniciou nos anos 1990, fazendo diversos shows. O primeiro CD foi Batuque (1997) – com canções de Itamar Assumpção, Luiz Gonzaga, Lenine e Chico Science – lhe valeu a indicação de Cantora Revelação no Prêmio Sharp. Em 2001, veio o segundo disco, com músicas de Thomas Roth, Chico César, Herbet Vianna, Gilberto Gil e Luiz Melodia: A Voz do Coração.  Já em 2006, lançou Samba a Dois, onde cantou Cartola, Candeia e novos compositores. No quarto disco, homenageou o inesquecível Monsueto. 

Versátil, apresentou-se com a Jazz Sinfônica, de São Paulo, e com a orquestra da Paraíba. Cantou com Zeca Baleiro, Marcos Sacramento, Ney Matogrosso, Ná Ozzetti, Lucinha Lins, Célia, Fernanda Porto, Fabiana Cozza, Lenine, Chico César e foi acompanhada por músicos como Geraldo Flach e Dino Barioni.

Parabenizou a cidade onde nasceu e cresceu cantando com Jair Rodrigues em frente ao Prédio do Banespa, marco da cidade, em Alguma Coisa Acontece no Meu Coração – show comemorativo dos 454 anos de São Paulo. Interpretou canções de Paulo Vanzolini, Cartola, Candeia, Clara Nunes e muitos outros. Vale também dizer que antes da carreira solo, também nos anos 1980, Virgínia tornou-se vocalista do grupo Mexe com Tudo, com o qual trabalhou por sete anos e excursionou para França e outros países da Europa. 

Serviço 
Palavra de Mulher. Dias 30 de novembro e 1º de dezembro, às 21h, e 2 de dezembro, às 19h. Ingressos: R$ 60,00 e R$ 30,00 (meia), na Bilheteria no Teatro do SESI - Almirante Barroso, com entrada pela Dr. Freitas - e na bilheteria digital. Patrocínio: VIVO. Pessoas com carteira de identificação do SESI pagam meia entrada.

19.11.18

O Forró das Três e meia mostra "Tocador de Pífano"

O show "Tocador de Pífano", da  banda Forró das Três, mistura as tradições da música nordestina com os toques sonoros da cultura nortista. A noite conta com a apresentação do projeto Cantos de Areia e participação dos cantores Lariza, Otânia Freire, Cyro Almeida, Armando Hesketh, Thalia Sarmanho e de músicos convidados. Nesta sexta-feira, 23, a partir das 20h, no Núcleo de Conexões Na Figueredo. Entrada é R$ 10,00.

“O Tocador de Pífano” surge de um delírio em meio às estradas e caminhos do Brasil. O Forró das Três e Meia começou como o relato da história de Reebs Carneiro, sanfoneiro e viajante, enquanto descobria os segredos e magias do acordeon na cultura nordestina. Por isso, o trabalho conta através da música e da tradição nordestina com uma grande dose de relatos pessoais, tristezas acumuladas e lições aprendidas em meio aos quase três anos de experiência por veredas do sudeste e do nordeste. 

Com o retorno de Reebs a Belém, o projeto ganhou corpo criando uma tessitura sonora completamente tradicional, remetendo a rica sonoridade dos regionais de choro que compunham as primeiras formações de forró; mas, segundo Carneiro, também “indicando uma invasão sutil da sonoridade nortista que transborda destes amazônidas que compõem este forró, transcendendo fronteiras e sincretizando culturas populares”, afirma.
Canções populares conhecidas do baião e forró de pé de serra, e também algumas das músicas autorais que estarão em seu primeiro EP a ser gravado em breve pelo Selo Na Music, estão no repertório, dentre estas: “Suas Asas”, que no show será interpretada pela cantora Lariza, “Se Alguma Coisa”, cantada por Otânia Freire e “Forró Praiano”, que terá a voz de Cyro Almeida.

O show terá ainda participação da cantora Thalia Sarmanho e de Armando Hesketh cantando uma das músicas que integram a trilha do espetáculo teatro Verde Ver-o-Peso; assim como dos músicos Thales Branche, no violão de 7 cordas; Marcos Sarrazin, na flauta; e Rodrigo Ethnos na percussão. Ao lado do multi-instrumentista Reebs Carneiro e de Mari Morhy no triângulo, todos eles compõem o grupo para a apresentação do dia 23.

O projeto Cantos de Areia, que abre a noite, traz os músicos Reebs Carneiro e Mateus Moura como norteadores de suas canções. Através dos ventos das praias do Nordeste brasileiro, do frio das serras do semiárido, pelos picos nevados das cordilheiras e pelos mercados lotados de repúblicas bolivarianas, os dois artistas se utilizam daquilo que viram e atravessaram para compor a trilha deste espetáculo, definido por eles como “um apanhado das experiências e dos amores que as almas latino-americanas compartilham entre si”.

Ficha técnica:
Artistas convidados para Banda: Thales Branche, Marcos Sarrazin, Rodrigo Ethnos e Cyro Almeida
Artistas da banda: Reebs Carneiro e Mari Morhy
Abertura: Projeto Cantos de Areia com Mateus Moura e Reebs Carneiro
Participações especiais: Lariza, Otânia Freire, Thalia Sarmanho, Armando Hesketh e Cyro Almeida
Assessoria de Comunicação: Dani Franco
Produção, fotografia, audiovisual e arte gráfica: João Urubu

Serviço:
O Forró das Três e Meia apresenta O Tocador de Pífano
Dia 23 de Novembro de 2018 – sexta-feira – 20h
No Núcleo de Conexões Na Figueredo – Avenida Gentil Bittencourt, 449
Ingressos: R$15,00 (com meia-entrada)
Venda antecipada Loja Na Figueredo a partir de 12 de novembro: R$10,00

(Holofote Virtual com informações da assessoria de imprensa)

15.11.18

Fábulas ganham versões da Drag Queen Xirley Tão

Xirley Tão, persona de Adriano Furtado, surgiu há sete anos com a fundação da Companhia Cênica de Cínicos. Experimentando a diversidade poética, estética e cômica de uma Drag Queen, o performer investiga uma linguagem própria. Em “ContRação de Histórias”, espetáculo lúdico baseado na dublagem de fábulas infantis populares em discos de vinil das décadas de 70 e 80, o ator dubla e utiliza recursos cênicos como fantoches e formas animadas para conduzir o espectador ao mágico universo das fábulas.

Não iludam, porém. Embora esse gênero literário se caracterize por um caráter educativo, apresentando sempre uma lição de moral no final, as 'contrações' de histórias de Xirley Tão trazem delas novas versões, mergulhando no glamour e na versatilidade do universo Drag. A performer envolve ainda o público e astros como Mariah Carey, Whitney Huston, Cauby Peixoto, Martinho da Vila e até uma Escola de Samba.

Dentre as histórias selecionadas, estão “A Formiguinha e a Neve”, uma pobre formiguinha que tem o seu pezinho preso por um floco de neve e solicita ajuda a todos os que estão a sua volta; “A Lebre e a Tartaruga”, trata de uma corrida muito animada no reino da bicharada e “A Cigarra e a Formiga”, que narra as aventuras de uma cigarra cantadeira e uma formiga trabalhadeira.

Quando e que horas mesmo? 
Hoje (15), Sexta (16) e Sáb. (17) - Às 20h

Onde?
No Teatro Experimental do Pará Waldemar Henrique - Presidente Vargas, Praça da República

Direção: COMPANHIA CÊNICA DE CÍNICOS
Iluminação: Marckson de Moraes
Sonoplastia: Beto Benone
Figurinos: Zezé Furtado

Ingressos: R$ 20,00 (inteira)
R$ 10,00 (meia)
Antecipados R$ 10,00

Informações: 
98111-8650 (Adriano Furtado)
98803- 5508 (Marckson de Moraes)
98443 9212 (Beto Benone)

14.11.18

A edição de mais dois livros de Dalcídio Jurandir

Editora paraense toca o terceiro projeto de financiamento coletivo para relançar os livros do romancista Dalcídio Jurandir. Após o sucesso das duas campanhas realizadas no último ano, agora serão relançados Chove nos campos de Cachoeira e Chão dos Lobos, ambos esgotados há décadas. A campanha fica no ar até 19 de dezembro, no site Catarse.

Já foram reeditados e lançados os livros Ponte do Galo, Três Casas e um Rio e Os Habitantes. Todos, até então, esgotados há muitos anos. A Pará.grafo Editora segue seu projeto de recolocar nas estantes brasileiras as demais obras esgotadas do autor. São edições com apurado acabamento gráfico, ilustrações internas, e versão em e-book. 

Os apoiadores recebem como recompensa exemplares numerados, miniaturas do autor, camisas, ilustrações originais e únicas usadas na edição, a possibilidade de ter o nome impresso no livro, entre outras opções. Também há a opção de livrarias e em- presas apoiarem a iniciativa, com condições especiais.

Dalcídio Jurandir (1909-1979) nasceu em Ponta de Pedras, Ilha do Marajó, e faleceu no Rio de Janeiro. Escreveu onze romances, dos quais dez formam o chamado Ciclo do Extremo-Norte. Recebeu com eles o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra, em 1972. Teve edições em Portugal e na Rússia. Colaborou como jornalista e cronista em diversos jornais e revistas regionais e nacionais. É considerado por muitos o maior romancista da Amazônia e um dos principais autores brasileiros do século XX.

Os livros:

Chove nos campos de Cachoeira foi o primeiro  romance  escrito  por Dalcídio Jurandir e, mais tarde, tornou-se o primeiro volume da série chamada Extremo-Norte. Nele se inicia a saga de Alfredo em busca de estudo e uma vida melhor. Dalcídio, através de um habilidoso narrador em terceira pessoa, nos descortina uma região do Pará pouco conhecida em seu cotidiano, tanto na época como atualmente, da vasta maioria da população brasileira: a Ilha do Marajó, especialmente a localidade, e posteriormente município, de Cachoeira do Arari.

Concluída a primeira versão em 1929, foram necessários 12 anos de depuração, revisões, idas e vindas na vida do autor até que o livro fosse publicado. Considerado um marco da literatura de seu tempo, em especial modernista regionalista, sua publicação veio por meio do Prêmio Vecchi - Dom Casmurro, em júri composto por autores renomados da literatura brasileira, como Jorge Amado e Rachel de Queiroz. Esta edição será a baseada nas duas primeiras edições publicadas em vida.

Chão dos Lobos é o nono romance da série Extremo-Norte, sendo o seguimento da obra dalcidiana, em termos de romance, em longos anos de fervor e solidão. A raiz da saga amazônica está em Marajó, a grande ilha na foz do Amazonas, onde Alfredo, personagem principal, desde Chove nos Campos de Cachoeira, atravessa paisagens e costumes, girando em torno de humildes seres de pé no chão, de figuras de casarão e latifúndio. 

Neste livro, Alfredo, em plena juventude, encontra-se em Belém, a cidade mágica e injusta, manipula sonhos, faz e desfaz esperando, se deixa envolver pelos encantos das primeiras surpresas, solto e aflito no descobrimento do amor, da injustiça, da incompreensão, da pobreza extrema. O romancista, nesta obra, reúne quadros e situações de intensa dramaticidade, conflitos e cenas em que se movimentam esquivos e pungentes personagens de extraordinário realismo.

Café Literário aborda a obra do escritor

Antes de dar uma olhada na campanha de financiamento, vai uma dica para quem quem quiser mergulhar nas águas profundas de Dalcídio Jurandir. No próximo dia 22 de novembro, o professor Dr. Paulo Nunes e professora Dra. Maíra Maia estarão no Café Literário da Casa do Fauno, levando à roda o tema “Dalcídio Jurandir – Entre Bandeiras e Mastros”. A partir das 19h, entrada franca. A seguir um pouco mais sobre obra do escritor.

Ciclo do Extremo-Norte:

Nos livros do Ciclo, através da saga do menino Alfredo, o autor, com grande intensidade narrativa, descreve o horizonte amazônico a partir do contexto humano e geográfico com a riqueza de suas imagens, suas expressões linguísticas típicas, a cultura e, até mesmo, as concepções sociopolíticas. Retrata com plasticidade a existência humilde de personagens que são pequenos proprietários de terra, barqueiros, ribeirinhos, pescadores, vaqueiros, enfim, a matéria humana a que Dalcídio chamava a sua "criaturada do Marajó". Compõem o Ciclo:
  • Chove nos Campos de Cachoeira (1941)
  • Marajó (1947)
  • Três Casas e um Rio (1958)
  • Belém do Grão Pará (1960)
  • Passagem dos Inocentes (1963)
  • Primeira Manhã (1967)
  • Ponte do Galo (1971)
  • Os Habitantes (1976)
  • Chão dos Lobos (1976)
  • Ribanceira (1978)

Equipe:

Chove nos campos de Cachoeira: 
Armando Teixeira – Fotografia
Edilson Pantoja – Prefácio
Mael Anhangá – Ilustração
André Fernandes e Dênis Girotto – Edição, diagramação e design.

Chão dos Lobos: 
Nayara Jinkings – Fotografia
Fernando Farias – Prefácio
Tainá Maneschy - Ilustração
André Fernandes e Dênis Girotto – Edição, diagramação e design.

A Pará.grafo Editora, localizada em Bragança-PA, visa a reedição de obras literárias importantes do Pará e da Amazônia que se encontram fora de circulação. Além de Dalcídio Jurandir, de quem pretende relançar todos os títulos, a editora vai trabalhar com outros autores fundamentais da nossa cultura cujos livros se tornaram raros ou completamente esgotados.

13.11.18

Camila Honda se reinventa com novo trabalho

A cantora e compositora faz show de novo single e videoclipes no próximo dia 18, às 19h, no Teatro Experimental Waldemar Henrique, em Belém. 

* Por Ana Clara

Um tempo de recolhimento e busca por um novo caminho musical preparou o terreno para o single que a cantora e compositora Camila Honda acaba de lançar nas plataformas digitais e celebra agora, com esse show no Teatro Experimental Waldemar Henrique. Ela emerge do mergulho mais densa, contemplativa, transitando entre a poética singela que bebe na cultura popular e a urbanidade dos sintetizadores e guitarras. 

São duas canções, após quase dois anos do lançamento do último trabalho – o EP “Onça Pintada”. A faixa-título, “Borboleta Azul”, é uma parceria de Camila com Leo Chermont, que também assina a produção musical. A gravação nos conduz entre a beleza e o mistério, carrega a simbologia da transformação e traduz um momento significativo de reflexão sobre vida e morte e inspiração para traçar novos rumos. Já em “De que jeito você vê a lua?”, de autoria do Trio Manari com Marco André, o mistério assume contornos da ambiência amazônica, os segredos da natureza, o movimento das águas. Camila escolheu a faixa pela referência que o Trio Manari representa para ela desde a infância. “Essa música, tão curtinha, é muito poderosa e me traz uma sensação de querer enxergar o outro na sua verdade.”

Os arranjos foram construídos em conjunto, sob a direção artística de Carlos Eduardo Miranda, que foi um grande incentivador da artista, com as guitarras de Leo Chermont, teclado e synth de Dan Bordallo, bateria de Júnior Feitosa, percussão de Márcio Jardim, violino de Armando de Mendonça e harpa de Diana Todorova. “Ganhando cor a cada nova presença”, segundo Camila. “Foi uma aventura gravar harpa no Theatro da Paz, tirar a bateria da sala de gravação, gravar vocais no corredor do estúdio... Fomos experimentando juntos.”

Cada faixa originou um vídeo: “Borboleta Azul” dirigido por Luiza Chedieck e Camila Honda e “De que jeito você vê a lua?”, por Luiza com Léo Platô. Em preto e branco, ambos trazem a mesma tônica artística e experimental, com a atuação da cantora. Transitando por várias linguagens, Camila deixa sua impressão estética em todas as etapas do processo, assinando a capa do single e intervenções sobre as fotografias de divulgação feitas pelo Estúdio Tereza e Aryanne. Neste trabalho, que representa um fechamento de ciclo na carreira, todo o material é atravessado por uma dimensão mística, uma atmosfera de intimidade e renovação e pela força do feminino – direção que a artista deve aprofundar nos próximos projetos.

As faixas e clipes já estão disponíveis desde o dia 08 de novembro nas principais plataformas digitais, com links nas redes sociais e no site da artista: www.camilahonda.com.br. O projeto foi realizado através da Lei Tó Teixeira e tem o selo Na Music. 

Ficha Técnica/Single:
Produção musical: Léo Chermont
Direção artística: Carlos Eduardo Miranda
Produção executiva: Victor Kato
Preparação vocal: Thales Branche
Edição de voz: Silvera
Gravado nos estúdios Casarão Floresta Sonora e Apce Music. 
Mixado por Diego Fadul e masterizado por Fernando Sanches.
Capa: Camila Honda
Fotos: Tereza e Aryanne Fotografia
Direção de arte e intervenção: Camila Honda

Ficha Técnica/Clipes

Borboleta Azul
Música: Camila Honda/ Léo Chermont
Direção: Luiza Chedieck e Camila Honda
Câmeras: Luiza Chedieck, Tereza Maciel, Gilberto Filho, Camila Honda
Ilustrações: Camila Honda
Finalização/Colorização: Rodolfo Mendonça (Pluvia Filmes)

De que jeito você vê a lua?
Música: Trio Manari/ Marco André
Filme de Luiza Chedieck e Léo Platô

Faixa a faixa:

Borboleta azul (Camila Honda/ Léo Chermont)
Voz e efeitos: Camila Honda
Teclado e synth: Dan Bordallo
Guitarra: Léo Chermont
Bateria: Junior Feitosa
Harpa: Diana Todorova

De que jeito você vê a lua? (Trio Manari/ Marco André)
Voz: Camila Honda
Percussão: Márcio Jardim
Violino: Armando de Mendonça
Teclado: Dan Bordallo
Guitarra: Léo Chermont

Serviço
Show de lançamento do single “Borboleta Azul”, de Camila Honda.
Local: Teatro Experimental Waldemar Henrique
Data: 18 de novembro
Hora: 19h
Ingresso: R$ 15. Venda: Lojas Imaginarium (Boulevard Shopping e Shopping Bosque Grão Pará) e na bilheteria do Teatro Experimental Waldemar Henrique no dia do evento.

*Ana Clara Matos é cantora, compositora e radialista paraense

A festa do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade

Afeto, identificação e a gestão compartilhada do patrimônio cultural brasileiro. Em resumo estas palavras definem a cerimônia de entrega do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, realizada na ultima sexta-feira, 09, no Theatro da Paz. Foi de tirar o fôlego, repleta de surpresas e boas falas para o público e representantes dos oito projetos premiados pelo Iphan.

O Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade é realizado desde 1987, tendo como missão reconhecer projetos que contribuam para a manutenção daquilo que há de mais importante na sociedade, o seu patrimônio cultural. "Todos os anos esse prêmio nos mostra que simples ideias se tornam projetos transformadores, comprovando a necessidade de que cada vez mais, o patrimônio cultural deve ser construído e gerido coletivamente, vivenciado todos os dias”, disse a presidente do Iphan, Kátia Bogéa.

Foram mais de três horas de pura emoção e sentimentos de identidade. Na entrada, informação. A Revista do 31o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade era distribuída ao público, trazendo textos e entrevistas sobre os projetos vencedores. Se você não foi, é possível conseguir um exemplar na sede do Iphan, em Belém.

Já na sala de espetáculo, no também grandioso templo da cultura erudita, a primeira emoção, depois de ver a casa cheia, cheia de cor, diversa, foi ouvir o hino nacional cantado em língua Ticuna, pela cantora indígena, de belíssima voz, Denizia Araújo Peres –  Djuena Tikuna, acompanhada pelo instrumentista Diego Janatã Pinheiro Pereira. 

A presidente do Iphan, Kátia Bogéa, também nos surpreendeu ao chamar ao palco toda a sua equipe nacional que esteve em Belém ao longo da semana, participando também do Seminário Internacional de Gestão do Patrimônio Cultural Norte, realizado no início da semana, no Teatro Maria Sylvia Nunes, e da 90ª reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio, realizada no MEP. Foram entrando um a um. Diretores, gerentes, assessores, além dos sete superintendentes do Iphan na região Norte. Do Pará, Cyro Hollanda de Almeida foi bastante aplaudido pelo público. E em sua fala, Kátia Bogeia destacou que em 2018, o Iphan dedicou uma atenção especial a Região Norte do Brasil. 

“Este ano a proposta do Iphan foi realizar uma série de ações para valorizar o patrimônio do norte do país. Falar dessa região é ir muito além de suas florestas, rios e faunas. É falar primordialmente de seu povo. Um passado, no presente, pensando no futuro. Em seu conjunto, a importância do patrimônio cultural do norte do Brasil está em sua rica gama de bens”.

São 11 bens registrados, 45 tombamentos, entre edificações e conjuntos urbanos, e mais de 5 mil sítios arqueológicos cadastrados, além das expressões culturais como o Círio de Nazaré, no Pará, e a arte gráfica e pintura corporal dos índios Wajãpi do Amapá, que são ainda patrimônio cultural imaterial da humanidade. 

“É extremamente importante proporcionarmos a todos os brasileiros, a oportunidade de conhecer a diversidade patrimonial cultural do norte”, enfatizou, deixando claro o tipo de gestão que o Iphan propõe, compartilhada com as pessoas, pois sem estas não há patrimônio material ou imaterial que sobreviva. Kátia e todos que também tiveram momentos de fala foram incansáveis em afirmar que o futuro se constrói no presente, preservando o passado

A região Norte esteve em evidência na cerimônia, que prezou pela representatividade do patrimônio cultural do Norte no palco. Entre outros momentos de referência, foram apresentados como atração, o Coletivo de Mestres de Carimbó (PA), o Marabaixo (AP) e os bois Garantido e Caprichoso, de Parintins (AM).  Vale ressaltar também que dos oito premiados, três iniciativas são do Pará.

Premiados aproximam comunidade e patrimônio

Entre uma atração e outra, foram sendo chamados ao palco os representantes dos oito projetos contemplados pelo 31º Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, selecionados entre 302 inscritos em todo o país e depois, entre 94 projetos finalistas.

A premiação, além de um aporte financeiro de R$ 30 mil, traz o reconhecimento nacional, a visibilidade das comunidades envolvidas, a aproximação com outros parceiros e investidores, além da possibilidade de continuidade de suas iniciativas.

Do Pará os três contemplados foram o projeto Circular Campina Cidade Velha, que íntegro, e que tem como espaço geográfico o centro histórico de Belém; o Letras que Flutuam, da Mapinguari Design, realizado com artistas abridores de letras e o Oca - Origens, Cultura e Ambiente, realizado no município de Gurupá pelo Museu Goeldi, mas que já rendeu frutos, o grupo Os Guardiões. Makiko Akao, do Circular, enfatizou a importância da sociedade civil envolvida. "Um patrimônio só tem valor, a partir do momento que a sociedade reconhece o seu valor”, disse a galerista e produtora cultura, que recebeu a premiação.

Fernanda Martins, do Letras que Flutuam, protagonizou um dos momentos mais emocionantes da cerimônia quando em sua fala pediu que acendessem as luzes do teatro para que os abridores de letras presentes na cerimonia se levantassem para receber o aplauso da pateia.

"Junior, Marinho, José Augusto, Odir, Mestre Ramito, Valdir. Esse prêmio veio para dizer que a arte de vocês é parte desse patrimônio brasileiro. O que vocês sabem e fazem todos os dias, é importante e por favor resistam, sigam com sua arte".

Helena Lima, do Museu Emílio Goeldi, ressaltou o aprendizado que o projeto Oca trouxe a todos os envolvidos. "Aprendi com o Oca, que se pode atingir grandes objetivos com soluções criativas e de baixo custo. Necessitamos do comprometimento e engajamento de pessoas e instituições e isso felizmente nós conseguimos em Gurupá. O premio permitirá visibilidade, novas parcerias e também fortalecerá a continuidade das ações, estreitando ainda mais os laços entre o Museu Goeldi e a comunidade do Gurupá. Foi um prazer estar ao lado de outras grandes projetos, de enorme excelência para com o patrimônio brasileiro". 

Outro vencedor que visa a integração da sociedade com a gestão pública é o projeto Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco, da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) que cria um espaço de debates interdisciplinares e interinstitucionais sobre as diversas questões essenciais para a compreensão e difusão das formas de valorização, reconhecimento preservação e salvaguarda do Patrimônio Cultural de Pernambuco. 

"Eu não poderia deixar de registrar a nossa preocupação com este momento do país, as noticias que temos sobre o Ministério da Cultura, sobre o seu futuro em nosso país", disse Renata Martins, representando a Fundarpe. 

Neste momento. uma salva de palmas e gritos vindos da plateia 'ele não'. "Um estado que não tem em sua política pública, o desenvolvimento da Cultura, a valorização da cultura, da identidade cultural de seu povo, ele perde muito. Compartilho essa preocupação com vocês. Sei que cultura é resistência", enfatizou e saiu mais aplaudida.

Do eixo sudeste está o Projeto Vila Maria Zélia – 100 anos, da Associação Cultural Vila Maria Zélia, que celebrou os 100 anos da fundação dessa vila operária e, mais do que isso, debateu sua história e atual situação enquanto patrimônio histórico da cidade de São Paulo. As 210 famílias da pequena Vila transformaram suas memórias em um Centro Cultural, em livro, filme e exposição.

O Projeto II Caravana do Museu Indígena Tremembé é do Ceará, desenvolvido por meio do Conselho Indígena Tremembé de Almofala (CITA) que desta forma, contribuiu para a preservação da memória, do Patrimônio Cultural e para a difusão da cultura dos povos indígenas do Ceará, por meio da realização de uma série de oficinas, palestras, rituais sagrados, danças e apresentações artísticas.  O prêmio foi recebido pelo cacique João Venâncio e pelo pajé Luís Caboclo.

Do Recôncavo Baiano veio o Projeto Restauração e Revitalização da Fazenda Engenho D’Água (BA) que, com a obstinação de Mário Augusto Nascimento Ribeiro e sua família, restaurou a fazenda e tornou o Patrimônio Cultural acessível, viável e autossustentável. Renascida das ruínas, a propriedade é hoje referência de sustentabilidade econômica para a região. 

Já os sons que povoam a vida dos sertanejos estão reunidos no projeto Sonário do Sertão, onde a pesquisadora Camila Machado Garcia de Lima trouxe ao conhecimento de todos os sons do cotidiano, da natureza, de práticas religiosas, de narrativas dos sertanejos, ladainhas e músicas como uma harmoniosa orquestra que torna os sons do sertão um retrato de seu Patrimônio Cultural.   

"Este prêmio vai possibilitar a continuidade do projeto, praticando a cultura de ouvir, e o sertão que tá dentro da gente será ouvido por outras pessoas e sempre, desde sempre, ninguém solta a mão de ninguém", disse Camila Machado, responsável pelo projeto. 

Mais três bens culturais do norte ganham reconhecimento

Além das premiações, foram anunciadas mais três bens culturais da Região Norte que foram reconhecidos como Patrimônio Cultural Brasileiro, o Marabaixo, o Complexo Cultural Boi Bumbá e o Geoglifo localizado no Sítio Arqueológico Jacó Sá, em Rio Branco, no Acre. 

Foi um belíssimo espetáculo, com direção de Júnior Braga que, ao levar essas atrações para um palco composto por projeções de imagens que remetiam tais manifestações a seus lugares de origens, conseguiu nos causar identificação. Lia Sophia convocada para encerrar a festa, apresentou um show potente. Sofisticada e contemporânea, misturou carimbó e guitarrada, com as batidas do zouk e do eletrônico.

É preciso dizer que a cerimônia foi impecável. E a plateia, atuante e implacável. Vaiou a fala do presidente da Fumbel quando este citou o nome do prefeito Zenaldo Coutinho e o aplaudiu quando fez referência ao superintendente do Iphan no Pará. Um claro recado sobre a consciência da população acerca dos desmandos em relação ao patrimônio cultural de Belém. 

O público também cantou junto com Caprichoso e Garantido, se emocionou com as mulheres do Marabaixo, e fechou a noite carimbolando na plateia, nas frisas e camarotes, algo que eu só tinha visto antes, na gravação do DVD de Mestre Vieira, em 2012. 

Foi catártico. Ninguém queria sair dali, ninguém queria e nem vai soltar a mão de ninguém. O Circular Campina Cidade Velha já tem data para sua 24ª edição, no domingo, dia 02 de dezembro. A programação está sendo construída pelos gestores dos espaços que integram o circuito nos bairros da Campina, Cidade Velha e Reduto e em breve estará nas redes sociais e no site (www.projetocircular.com.br).