30.9.11

Homens e Deusas em cartaz no Cine Estação

O filme entra em cartaz no Oi Cine Estação, a partir deste sábado, 1°. Produção do diretor francês, Xavier Beauvois, Homens e Deuses foi um dos filmes escolhidos para concorrer ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2011. 

No ano anterior, o filme foi contemplado com o Prêmio do Júri no Festival de Cannes. “Homens e Deuses” tem sessões nos dias 1°, 2, 12, 13 e 14 de outubro, com horários às 18h e 20h30, com matinal às 10h no domingo. 

A trama, baseada em fatos reais, transfere para as telas a história de sete monges franceses que foram assassinados na Argélia em 1996. Os cantos gregorianos e cistercienses funcionam como o coro na tragédia grega, já que o país vivia uma guerra civil entre a população e o governo – que na época ainda era submetido ao regime da ditadura. Mesmo com a situação caótica em que a Argélia se encontrava, os monges decidiram ficar junto a comunidade em que viviam, mesmo sabendo que a morte poderia ser uma consequência.

Uma das preocupações de Xavier Beauvois era não transformar o filme em uma santificação dos monges, e sim abordar suas dúvidas, medos e prioridades quando o dilema era ficar no meio da guerra ou partir. 

A intenção do diretor era humanizar os monges em uma situação de risco, e mostrar que mesmo o indivíduo inclinado a trabalhar com seus ideais, quando o assunto é a própria vida, ele pode fraquejar. O filme também busca discutir alguns dos assuntos mais comentados da atualidade: o terrorismo, a ideia de “benevolência” dos países ocidentais para com os orientais e o valor que a religião ainda possui. 

Apesar de ser baseado em uma história que ocorreu há 15 anos, ainda é possível imaginar casos como o dos monges franceses acontecendo hoje em dia. “Homens e Deuses” é um filme em que o desenvolvimento é mais importante que o final. 

Dessa maneira, faz com que o público reflita sobre as provocações do diretor. Indicado a categoria de melhor filme estrangeiro ao BAFTA e ao Independent Spirit Awards, o fiilme também foi premiado com o César como melhor filme, ator coadjuvante (Michael Lonsdale) e melhor fotografia.



Sessões

1° de outubro (sábado): às 18h e 20h30

2 de outubro (domingo): às 10h, 18h e 20h30
12 de outubro (quarta): às 18h e 20h30
13 de outubro (quinta): às 18h e 20h30
14 de outubro (sexta): às 18h e 20h30

Serviço
Entrada: R$ 7,00 (com meia entrada para estudantes). Realização: Governo do Estado, Secult e OS Pará 2000. Trailer: http://www.sonyclassics.com/ofgodsandmen/

29.9.11

Texto de Caio Fernando Abreu na Casa da Atriz


Resultado de uma oficina promovida pela Companhia Teatral Nós Outros em parceria com o coletivo, a Leitura Dramática deste mês na Casa da Atriz será o texto “Reunião de Família”, do escritor gaúcho. Nesta quinta e sexta-feiras, às 19h30, com entrada franca.

12 de setembro de 2011. Há 15 anos morria o autor de clássicos como “Morangos Mofados”, Caio Fernando Abreu. Seus contos, novelas, poemas e peças estão repletos de almas inquietas, de religiosidade quase ecumênica, críticas ferinas, deliciosamente debochadas.

O texto é na verdade uma adaptação teatral de Caio F. (como o autor gostava de ser chamado) para texto de Lya Luft. A peça estreou no Clube da Cultura, em Porto Alegre, com direção de Luciano Alabarse. Aqui, ela é resultado de dois meses de estudo com o ator, diretor e dramaturgo Hudson Andrade, que contou ainda com o apoio do ator Leoci Medeiros, na assistência de direção, do escritor Carlos Correia Santos e da cantora Cacau Novais.

“Pareceu o momento ideal para trazer Caio ao público. Sou apaixonado por sua obra e desejava há muito compartilhá-la.” Justifica Hudson, coordenador da oficina e das leituras dramáticas d´A Casa da Atriz.

Desafio - Diante da plateia, onze pessoas, homens e mulheres tornados atores e atrizes pelo estar em cena, vão trazer ao público um final de semana da vida de uma família comum. Seus personagens, uma ninhada de cachorros prontos a se devorar uns aos outros, na fala do próprio autor. Bichos de focinho sujo, procurando se refletir no espelho do outro. 

Perigosamente enclausurados. Implorando, mudos, por perdão. “Quero trazer minha família para assistir a leitura.” Confessou o cenógrafo Néder Charone. 

“Temos muito que aprender com essas pessoas.” Célia Chagas, participante da oficina, que, no princípio, pediu para não estar em cena, hoje se empolga: “É muita coragem apresentar um texto assim. Estou ansiosa.”

As atrizes Jéssyka Sampaio e Ediane Jorge, que protagonizarão uma cena especialmente criada para esta leitura, afirmam: “Não conhecíamos a obra de Caio Fernando, mas nos identificamos muito com ela e temos procurado ler tudo o que encontramos do autor”.

Estão ainda no elenco da leitura Adrilena Ribeiro, Anastácio Santos, André Lima, Davi Maia, Flávia Nascimento, Naldo Matos, Nilton Cézar e Waldredo Teixeira. Além da ambientação cênica de Néder Charone, o trabalho conta com Iluminação de Marckson de Moraes, vídeo de Brends Nunes e produção de Yeyé e Paulo Porto. “Pirandello diz que morre o criador, o instrumento, mas sua criatura, jamais. Ousamos discordar, porque a Arte dá a todos os artistas o condão da imortalidade”, conclui Hudson Andrade.

Serviço
Leitura dramática do texto “Reunião de Família”, de Caio Fernando Abreu. Dias 29 e 30 de setembro de 2011, sempre às 19h30. Direção: Hudson Andrade. Produção de Yeyé e Paulo Porto. Contatos: casadaatriz@gmail.com / 8199 1322 / 8290 3165 / 8290 3166 / 8733 2067. Na Casa da Atriz - Rua Oliveira Belo, nº 95, entre Generalíssimo e D. Romualdo de Seixas.

28.9.11

“Bartleby” chega para curta temporada em Belém

Inspirado no conto de Herman Melville, autor de Moby Dick, o espetáculo chega por aqui, depois de passar por mais de 120 cidades e já contar com três anos de estrada. Selecionado pelo Programa Petrobras Distribuidora de Cultura 2011/2012 e indicado a duas categorias no Prêmio Shell 2008 São Paulo (Melhor Atriz e Melhor Cenário), pode ser visto no Teatro Gasômetro hoje, 28, e amanhã, 29. Entrada franca.

Dirigida por Joaquim Goulart e Daniela Carmona, a montagem é baseada na literatura do século XIX e teve sua adaptação feita pelo dramaturgo espanhol José Sanchis Sinisterra. O espetáculo mostra a relação entre Bartleby, interpretado pela atriz Cácia Goulart, e o advogado, interpretado por Rodrigo Gaion, numa curiosa inversão de papéis. Bartebly resiste às ordens do patrão, usando sempre de forma cortês a frase “Prefiro não”, que desperta uma série de acontecimentos e derruba o sistema de normas, valores e referências de seu superior.

O espetáculo convida o espectador em meio a lirismo, humor e intelectualidade a refletir sobre temas como: o materialismo exacerbado, a difusão da violência, o fracasso ideológico, o individualismo contrastando com a perda da identidade, o nada de vontade, as relações de trabalho e poder em uma sociedade capitalista e alienante.

O cenário é simbólico. Divisórias monocromáticas e pranchetas transparentes retratam a monotonia do ambiente de trabalho e da vida de Bartleby, contrastando com os figurinos, que possuem cores fortes que sintetizam os estados emocionais de cada personagem. A iluminação dá a sensação de um mundo seco e áspero e a trilha sonora busca dar unidade a esse clima do espetáculo.

Para Cácia Goulart, a frase “Prefiro não” mostra a resistência do protagonista, que aos poucos tira a situação de poder do advogado. “Da perda de identidade à impessoalidade nas relações de trabalho, são muitas as questões implícitas no texto. O voluntarioso advogado e o retraído Bartleby figuram como tese e antítese da noção de status, estratificação social e possibilidades de mudanças no mundo contemporâneo”, comenta.

A relação de poder entre padrão e empregado são questionadas. “A cada resposta evasiva de Bartleby, abre-se a fresta para a entrada do insólito nas atitudes e sentimentos despertados no advogado. Contra essa cortês e inexplicável resistência pacífica do copista estilhaça-se todo o sistema de normas, valores e referências de seu superior. Algo da operação de cópia se corrompe. Agora já não é Bartleby que copia para o advogado, mas o advogado que copia Bartleby”, explica Cácia.

E no meio dessa “conturbada” relação encontramos, além dos momentos de reflexão, cenas hilárias. “O retrato da personalidade excêntrica e inativa de Bartleby garante momentos hilariantes ao espetáculo. E o desconcerto que ele provoca em seu superior não é menos engraçado. O empregador é um homem civilizado e não sabe agir à recusa do súdito (isenta de maldade, ironia ou qualquer sentimento humano). Perde pouco a pouco a compostura. Descontrola-se num desespero crescente, que ironicamente quase lhe rouba a humanidade, transformando este advogado de admirável polidez num ser animalizado. E na mesma medida o conteúdo e a linguagem proposta pela encenação revelam um drama profundo e de alta qualidade”, avalia a atriz.

O processo de construção dos personagens foi cuidadosamente realizado em parceria com o diretor Joaquim Goulart e a preparadora de atores Inês Aranha. Para dar vida à Bartleby, Cácia buscou um olhar inexpressivo e movimentação repetitiva, quase robótica. Já Rodrigo Gaion levou intensidade ao advogado. “O jogo cênico e a construção das personagens sintetizam, sob bases não-realistas, o discurso poético do texto original”, define Cácia.

Serviço
“Bartleby”, da companhia paulista Núcleo Caixa Preta. Dias 28 e 29 de setembro, às 19h, no Teatro Gasômetro (Av. Magalhães Barata, 830). Entrada gratuita (retirar o ingresso com uma hora de antecedência na bilheteria do teatro). Censura: 14 anos. 

(com informações do Caderno Você, do Diário do Pará)

27.9.11

Mais três coletivos de DJs na Balck Soul Samba

A galera da Black Soul Samba não dorme em serviço. A semana só começou e já está na rua a divulgação da festa que rola todo final de semana no bar Palafita. E tá certo. Com tantas opções nas noites de sexta-feira é bom já espalhar a notícia, que desta vez anuncia a presença de mais três coletivos de DJs, que leverão MCs para complementar seus sets, além dos Djs residentes Eddie Pereira, Fernando Wanzeler, Uirá Seidl, Homero da Cuíca e Kauê Almeida.

O mês parece que foi maior. Teve cinco sextas-feiras, mas a Black foi implacável. Começou setembro em sintonia com os ritmos africanos, trazendo o grupo Batükéh. Na semana seguinte, meteu lambada, carimbó e lundu com pitada de ska e rock ‘n roll, apresentando o show contagiante do “Metaleiras da Amazônia”.

Depois rasgou a SEDA pro pessoal do audiovisual, que levou para o Palafita shows circenses, intervenções de vídeo, performances e exposição fotográfica. E na semana passada homenageou o grande e inesquecível Tim Maia. A festa intitulada “Racional” teve show de Roguesi, marcando assim os 69 anos de vida que o cantor faria este mês. Que saudade!

O que virá em outubro, mês de Círo de Nazaré... Mas agora atentos. É hora de dançar mais dub, groove, afrobeat e música brasileira nesta sexta derradeira de setembro, com a presença dos coletivos de DJs convidados Kizomba Groove (Castanhal) e do 3º Mundo e Rui Montalvão do Coletivo Rádio Cipó, ambos de Belém.

Formado em 2010, o Coletivo 3º Mundo, tem organizado festas voltadas para o “Dub, Rocksteady e Groove Jamaicano”, estilos oriundos da Jamaica, no final da década de 60 e que inicialmente era apenas uma forma de remix de músicas reggae, nos quais se retirava grande parte dos vocais e se valorizavam o baixo e a bateria. Outras vezes se incluía efeitos sonoros como tiros, sons de animais, sirenes de polícia, etc.

O que se chamou remix teve, na verdade, suas bases usadas posteriormente em todos os estilos de música eletrônica moderna, inclusive o rap, que teve sua criação diretamente ligada ao dub. Isso, quando Jamaicanos migraram para os EUA e divulgaram a técnica. Hoje em dia o dub é considerado um estilo musical. 

Rato Boy acima, em plena atividade no RC
Rui Montalvão traz hip hop e soul para a pista da Black. Vocalista do Coletivo Rádio Cipó (RC) e radialista, o DJ que é mais conhecido como Rato Boy promete apresentar as novas gerações da música brasileira.

O Kizomba Groove, coletivo vindo de Castanhal, atua na cena desde o início de 2010, e também tem forte ligação com o dub, além do afrobeat nigeriano e da funky music norte americana do final dos anos 60 e início dos 70.

“Os coletivos de Dj´s que organizam e produzem festas e eventos culturais têm um importante papel no fortalecimento da cena musical da cidade, pois abrem portas para dezenas de bandas, novas e antigas, mostrarem seus trabalhos. Essa simbiose tem sido marcante no atual momento da cena musical paraense e tende bastante a se fortalecer mais”, diz Uirá Seidl.

Serviço
Black Soul Samba convida DJs Rui Montalvão, Kizoomba Groove e 3º Mundo. Nesta Sexta, 30 de setembro, a partir das 21h. No Bar Palafita - Rua Siqueira Mendes, ao lado do Píer da Casa das 11 Janelas. Ingresso: R$ 10,00 (metade para as 50 primeiras pessoas). Informações: (91)

26.9.11

Dança, hibridismo e experimentações perfurmadas

Depois de passar por Recife (PE), Itacaré (BA) e Viçosa (MG), o projeto de circulação “Perfume para Argamassa” chega em Belém (PA), nesta terça-feira, 27, trazendo como proposta uma intervenção poética em paisagens urbanas. Em outubro, os artistas envolvidos seguirão para a cidade de Fortaleza, no Ceará.

Recursos tecnológicos (vídeo,audiovisual e projeção), artes plásticas e movimentos corporais para falar de natureza, de animais e plantas com muita poesia. Na cena, bailarinos que se multiplicam pela sombra de seus corpos, evoluem como os insetos e dançam para e com as plantas: ele (Kleber), abelha satisfeita e ela (Viviane) uma libélula empertigada, se encontram como beija-flores um tanto curiosos, um tanto autônomos. O público entra, literalmente, correndo por esse jardim, em busca do espetáculo.

Eis um pequeno resumo do espetáculo “Perfume para Aragamassa”, que reúne num só projeto uma instalação que será inaugurada nesta terça-feira, 27, no Museu Casa das Onze Janelas, uma roda de conversa com os artistas e idealizadores do projeto, que ganhará espaço na quarta-feira, 28, no Estúdio Reator (Nando Lima) e duas intervenções, nos dias 29 e 30, na Estação das Docas e no Forte do Presépio.

A intervenção Perfume Para Argamassa estreou em julho de 2009 dentro da programação do Seminário de Teatro e suas Antropologias, da Escola de Musica e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás, e participou de festivais como: Goiânia em Cena, Bienal Internacional Sesc de Dança, Festival de Dança do Triângulo em Uberlândia, TENPO – Festival de Teatro de Porangatu, Festival Diagnostico de Anápolis, Marco Zero em Brasília e Motevideo Sitiada, no Uruguai.

Recentemente foi contemplado com o Prêmio Klauss Vianna de Dança da FUNARTE para realização de circulação nacional e pela Lei Goyazes (Programa de Incentivo à Cultura do Governo de Goiás) para circulação pelo interior do Estado e outras cidades brasileiras.

Intervenção - De acordo com seus idealizadores, a intervenção é como adubo orgânico para imaginação poética, uma transposição da experiência de jardim por meio de projeções no espaço urbano, irrigação luminescente de superfícies, materiais compostos e estruturas metálicas. É plantio de mudas imaginárias que lançam o olhar para genialidade, preciosidade e originalidade das formas botânicas e ainda traz reflexões sobre as distâncias entre arquitetura, natureza e o corpo humano.

A escritura do movimento desapegada de categorias, de formas vazias e hierárquicas da composição coreográfica institucionalizada, se revela a partir da fragilidade, da pulsão e do respeito ao acaso, como um desejo de escutar arbustos e pulverizar aromas alimentados pela memória de viveiros.

Vídeo - O vídeo instalação “Descoberto Incolor” traz uma proposta sensorial onde o público participante pode transitar “dentro” de fotografias. As imagens são projetadas sobre uma estrutura retangular de profundidade rasa, coberta com fina camada de água.

O observador é convidado a ocupar e deslocar sobre este “espelho d’água”, de forma a distorcer, movimentar e descobrir novas percepções, apreensões e compreensões da imagem. Assim como de sua ausência revelada na transparência camuflada de seu suporte. Um meio despretensioso e descontraído de estimular a sinestesia e o imaginário por meio de performatividades metafóricas como caminhar sobre a imagem.

Oficina - Na oficina, Corpo Cartoon (oficina) a ideia é instaurar um ambiente de investigação pela aproximação de abordagens e problematizações da dança e do desenho animado. Um lugar de trânsito e inferências, que instigue os participantes a experimentar possibilidades de diálogo e contágio entre os estágios de configuração, projeção e fruição da imagem, com a modelagem do movimento e a proposição de ações corporais.

O trabalho traz estudos direcionados para estimular a criatividade e a inventividade dramatúrgica através da imersão e ocupação dialógica em instalação interativa e propõe a experimentação em distorção de imagens, formas, proporções e a hibridez
antropomórfica presente nos cartoons.

Trupe Perfumada – O projeto tem Guilherme Wohlgemuth - artista plástico, produtor cultural e bacharel em Direito pela PUC-GO, que já contribuiu em diversos projetos culturais nas áreas de artes visuais, cinema e dança. Tem também Kleber Damaso, artista, pesquisador e professor da Escola de Música e Artes Cênicas da UFG.

Graduado em Dança pela UNICAMP, integrou a Cia. Domínio Público e a Quasar Cia. de Dança. Desenvolveu residências coreográficas pelo Centro Dramático de Aragon (Espanha) em 2006 e 2007 e atualmente coordena o programa de residências transestéticas “Conexão Samambaia”.

Já Raoni Gondim é graduado em Fotografia e Imagem, pós-graduado em Artes Visuais e professor tutor pela Universidade Federal de Goiás-FAV-EaD. Ele, que já integrou o Núcleo de Pesquisa em Artes Cênicas do Espaço Quasar, traz em seu trabalho diálogos relacionados à percepção, transversalidades, organicidade, duração, rito e meio ambiente.

E Viviane Domingues, bailarina e pesquisadora transdisciplinar há mais de dez
Anos. É arte educadora licenciada pela UFG e aprendiz de aromaterapia. Ela já dançou no Balé Jovem do Estado de Goiás por oito anos (1995 a 2002) e integrou o Núcleo de Pesquisa em Artes Cênicas do Espaço Quasar de 2003 a 2007.

Como pesquisadora, atuou no projeto “Intersecções entre os Sentidos e a Ausência”. Mais recentemente iniciou seus estudos de Vj em Paris com o grupo TerratoneVision e em 2010 recebeu o Prêmio FUNARTE de Dança Klauss Vianna.

Programação

27 / 09 – Instalação. Museu Casa das Onze Janelas: 91 4009-8711
27 / 09 –.Oficina (das 09h às 13h). informações: 91 4009-8711
28 / 09 – Roda de Conversa. 19h. Estúdio Reator: 91 8112.8497
29 / 09 – Intervenção. 20h. Estação das Docas / Forte do Presépio.
30 / 09 – Intervenção. 20h. Estação das Docas / Forte do Presépio.

Sem Fastio estreia no Cine Alexandrino Moreira

A marcha que tomou as ruas de Belém em 2009
Experiência de produção coletiva, criativa e técnica entre o Núcleo de Produção Digital do Pará e o Núcleo de Produção Digital de Belém, o filme aborda o primeiro Fórum Social Mundial ocorrido na Amazônia, em 2009.

O objetivo do documentário não foi expor soluções, mas abrir um debate entre os participantes do fórum sobre as esperanças, insatisfações e indignações com a situação mundial. O trabalho traz imagens e depoimentos colhidos ao longo do fórum, realizado em duas universidades, em Belém, e na marcha de abertura do FSM, na qual, segundo a organização, cerca de 100 mil pessoas caminharam pela paz.

Para o coordenador do Núcleo de Produção Digital do Instituto de Artes do Pará, Afonso Gallindo, o filme também traz a importância do audiovisual para a sociedade. “Agora todos, não somente quem estava lá, vão poder ver o evento. São opiniões e debates relevantes sobre a América Latina e o mundo”, ressalta.

Equiep entrevista um ativista
Roger conta que o filme mostra o pensamento formado que vários participantes tinham sobre temas contemporâneos discutidos no Fórum, como educação, sustentabilidade, saúde. Indagado se o grande evento poderia ser considerado um divisor de águas nas discussões sociais na Amazônia, Afonso ratifica que foi “o início de um longo percurso a se seguir”, conclui.

Serviço
“Sem Fastio – Você tem fome de quê?”, com direção de Juliana Machado e Roger Elarrat. Hoje, às 19h, no Cine Alexandrino Moreira, auditório do IAP (ao lado da Basílica). Entrada franca.

¼ The Bosch de volta à Casa dos Palhaços



Seguindo a mesma linha do primeiro encontro, Uma Noite de Amor e Poder trará cenas do cotidiano com dublagens, musicais, cenas de teatro e dança. Participarão deste encontro os atores da Companhia Cênica de Cínicos - C.C.C. e dos Palhaços Trovadores, além de convidados especiais.

Encontros que acontecem quando surge uma nova idéia. É assim que a Companhia Cênica de Cínicos (C.C.C.) define o projeto ¼ The Bosch. 

Nada de organização padronizada, e sim uma padronização da bagunça. De acordo com Adriano Furtado, um dos integrantes do grupo, este é “um encontro de artistas desvairados que não buscam nada e não têm intenção de coisa nenhuma. Apenas o deboche impera”. 

O show "1/4 de bosch" não conta com cenário, mas com uma iluminação simples e o uso de recursos visuais, como o data-show. Em uma hora, a ideia é proporcionar muitas risadas a partir de situações do dia a dia, cenas de novelas, política e até mesmo histórias eróticas. Escrito por toda a equipe, há um roteiro mantido em segredo pois o fator surpresa é o que garante os bons momentos e o bom resultado no final.

A apresentação acontece no dia 28 de setembro (quarta), às 20h na Casa dos Palhaços Trovadores, na Tv. Piedade esquina com a Tv. Tiradentes. Qualquer dúvida pode perturbar o Adriano pelo telefone 81118658. Ingresso: R$ 5,00 (cinco reais).

25.9.11

Pepeu quer saber mais sobre a Guitarrada do Pará

Fotos: Taiana Lauin/Conexão Vivo
A etapa Conexão Vivo Pará 2011, em Castanhal, superou todas as expectativas. Os dois shows mais aguardados da noite de sexta-feira, 23, contaram com Marco André, que teve participação do guitarrista baiano Pepeu Gomes, e com a banda Madame Saatan, que recebeu como convidado o guitarrista Zé Mário, de Castanhal. Eles lotaram a Praça da Estrela. Pepeu Gomes derramou simpatia e talento nos bastidores e no palco. Em entrevista para o jornalista Fabrício Rocha, ele falou da surpresa que teve ao conhecer esse novo momento da música paraense, bateu um papo com Ícaro Suzuki, que se disse fã incondicional do artista, e revelou o desejo de conhecer mais sobre as guitarradas do Pará.

No final dos anos 1960, o Brasil passava por um dos períodos mais férteis e efervescentes de sua produção musical. Nesta época, mais exatamente entre 1969 e 1979, acontece “Os Novos Baianos”, grupo que mais bem traduziu aquele momento, e do qual o guitarrista Pepeu Gomes, agora comemorando seus 40 anos de carreira, fez parte.

O músico esteve no Pará neste final de semana, ficando um dia em Belém, onde ensaiou para a participação que fez na sexta-feira, 23, em Castanhal, no show de Marco André. E foi uma grande aparição a de Pepeu, que empunhando sua guitarra, tocou entre outras músicas, dois grandes sucessos, “Eu também quero beijar” e “Mil e Uma Noites de Amor” para delírio total e absoluto da platéia.

Aliás, é difícil dizer o que não é sucesso em sua carreira. Ao completar 60 anos, o guitarrista está em ótima forma pelo que se viu em sua performance no palco. Mais cedo, a caminho da Cidade Modelo, ele comentava que estava com a agenda cheia de compromissos. Tive a sorte de acompanhar ele e a produtora Simone Sobrinho, em um táxi, saindo de Belém, por volta das 17h, para a Cidade Modelo. Às vésperas de sua participação, no dia 30, no Rock In Rio, eles trabalhavam mesmo em trânsito.

Pepeu está envolvido em vários projetos. Nas telas dos cinemas, ele figura no documentário “Filhos de João – o admirável mundo novo Baiano”, que retoma a história do grupo “Os Novos Baianos”, em cartaz desde julho no circuito comercial nacional.

Este ano, comemorando seus 40 anos de carreira, o músico lança um CD que mistura ritmos brasileiros, como chorinho, baião e samba, com ritmos norte-americanos, do techno ao hip-hop e prepara-se para gravar com a Sinfônica de Belo Horizonte.  Tem mais. Ele acaba de gravar também o DVD ‘Pepeu Gomes Toca Novos Baianos’, em São Paulo, onde faz uma leitura do repertório do grupo, com uma pegada mais rock and roll.

No dia 10 de outubro, a Warner uma caixa com 10 CDs trazendo toda a obra do guitarrista, com direito a título inédito, chamado ‘Eu Não Procuro Som’, registro perdido de um show no teatro Tereza Rachel, em 1979. O músico também tocará na abertura da Copa do Mundo em 2014, mandando na guitarra uma versão heavy metal do hino nacional. 

A ideia de Marco André em convidar Pepeu Gomes para seu show tem a ver com a nova cena da música paraense. Os artistas chegaram a ter o mesmo empresário alguns anos atrás e já se conheciam, mas ainda não tinha acontecido de fazerem algo junto. “É muito bacana porque o Pepeu como guitarrista se encaixa exatamente na atual cena contemporânea da música do Pará, que tem a ver com a guitarra e como o meu trabalho também tem uma postura rock’n rol dentro do carimbo, é perfeito. Foi uma sintonia maravilhosa, estou muito feliz de ter ele aqui”, disse Marco André ao Holofote Virtual.

Dizendo-se impressionado com a música do Pará, Pepeu disse que está mesmo trocando algumas idéias com Marco Andre, a fim de levar a música paraense a outros palcos. Além disso, ele recebeu convite para participar de um show de Mestre Vieira pelo projeto 50 Anos de Guitarrada (Conexão Vivo - Lei Semear), na Bahia. Vamos ver se vai mesmo rolar.

No camarim, minutos antes do guitarrista subir ao palco, eu e Ícaro Suzuki acompanhamos tudo.  "Cara, quando eu fiz onze anos ele veio fazer um show na Escola de Educação Física, em 1900 e guaraná... com rolha ainda (risos). Eu não andava só, meu pai me levou no show e até hoje ele reclama 'caramba perdi meu ouvido esquerdo por causa do Pepeu Gomes'. Isso é lindo de ver, onde a gente pode chegar, as pessoas que a gente pode conhecer na estrada. Estar na frente desse cara hoje em dia pra mim é uma grande honra e graças a ele eu também estou nesta estrada há muito tempo", disse Ícaro. Depois disso, os deixamos nos bastidores e corremos, eu e Fabrício, para curtir show, que ficará na história.

Pepeu no camarim com Fabrício, Ícaro e Luciana Medeiros
A seguir, a entrevista de Pepeu concedida a Fabrício Rocha, da Rádio Cultura, que gentilmente a cedeu, na íntegra, para transcrição no Holofote Virtual.

Fabrício Rocha: Vamos falar do novo momento da tua carreira, com gravação de um CD instrumental...

Pepeu Gomes: Esta é uma das ações de comemoração. Estou fazendo 40 anos de carreira e entre estas comemorações vai haver o relançamento de toda a minha obra, que a Warner vai fazer lançar dia 10 de outubro. 

Tem o disco instrumental, que vai ser gravado pela orquestra sinfônica de Belo Horizonte e o “Pepeu Toca Novos Baianos”, que é o DVD gravado em São Paulo, onde faço releitura do trabalho do grupo, que também faz 40 anos este ano.

Fabrício Rocha: Fala dessa tua relação com as novas gerações da música brasileira...

Pepeu Gomes: É verdade eu tenho vivido isso, a chegada de novos parceiros como o Arnaldo Antunes, o Nando Reis, a Zélia Ducan. Está todo mundo compondo comigo. E com o Arnaldo a gente teve até uma indicação pro Prêmio Grammy (Grammy Latino de 2002) com a música “Alma”, gravada por Zélia Duncan. Isso é tudo muito bacana porque eu estou tentando, inclusive com esta parceria com o Marco André, da gente se juntar, trocar idéias e tentar levar a música do Pará para outras partes do Brasil.

O Brasil é muito grande e a música do Pará está muito bem, viu. Eu fiquei impressionado com o que eu ouvi, com o pouco tempo que eu estou aqui. Eu achei muito interessante e como produtor, divulgador, artista e formador de opinião, eu acho que está na hora do Brasil conhecer o Pará direito.

Fabrício Rocha: Temos aqui ao lado, o Ed Guerreiro (guitarra) e o Ícaro Suzuki (baixo) que são do Madame Saatan e já tocaram contigo. O Ícaro disse que o primeiro show da vida dele foi teu...

Pepeu Gomes: Fiz uma participação com eles em São Paulo, no Centro Cultural Banco do Brasil. Foi bem legal e foi um desafio, porque eles tocavam uma música dos Novos Baianos, que era difícil de tocar, chamada “Caia na Estrada e Periga Ver”. Daí eu falei pra Simone (produtora de Pepeu) “eu quero ver isso porque é um desafio”. Cheguei lá e eles estavam tocando a música como um rock’n roll. Fiquei pirado, cara. Foi muito legal e agora estamos aqui.

Ícaro Suzuki: Eu sou muito suspeito pra falar e se eu estou aqui hoje é por conta desse cara. Ele me apresentou a guitarra elétrica através dos Novos Baianos. Eu era moleque quando comecei a ouvir aquilo e disse “um dia eu quero tocar guitarra”, só que eu não tive competência para evoluir na guitarra e hoje eu toco baixo (risadas geral no camarim), mas enfim, isso tudo foi através dos Novos Baianos. Fui e sou fã desse cara sempre. Eu andava de bicicleta, moleque aos nove anos, cheio de talco. Na rua me chamavam de Pepeu. 

Pepeu Gomes: Esse é o melhor cachê do mundo. Eu acabei de ganhar o melhor cachê do mundo. Não tem Rock in Rio, não tem um milhão de dólares. Não tem nada, porque isso aí vem do coração, entendeu? E é isso que eu digo. Esse coração que o Pará tem, é o que eu to levando comigo.

Fabrício Rocha: Fora o Madame Saatan, o Pará tem um forte história com as guitarras, da guitarrada e do rock’n roll. Tens alguma experiência ou relação com isso?

Pepeu Gomes: Vou ter... vou passar a ter. Pela aula que o Marco André me deu nestas últimas 48 horas, eu entendi tudo e acho que me encaixo bem neste perfil, porque eu sou um guitarrista que prezo muito por esta não vergonha de ser brasileiro, de ser um músico e guitarrista brasileiro e querer levar a guitarra do Brasil pra fora.

Eu sou o único artista do Brasil que participou de todos os Rock in Rio, tocando guitarra, porque eu digo “se vocês me quiserem, tem que ser desse jeito”. Meu show abre no dia 30 (setembro: palco Sunset no Rock In Rio) com “Brasileirinho”, tocando em ritmo de samba funk, porque eu estou no Rio de Janeiro e me adequando ao astral da cidade. Então me aceitem como sou e acho que essa história toda que acontece com os guitarreiros aqui é uma coisa que acontece muito comigo. Quero estudar profundamente isso.

Porcas Boboletas invade o Café com Arte

Perdeu o show da Porcas Borboletas neste sábado, 24, em Castanhal pelo Conexão Vivo? Não tem problema, a banda mineira aceitou o convite feito pelo Coletivo Megafônica e realiza mais uma apresentação no Pará, neste domingo em Belém, 25, no Café com Arte.

A noite ainda contará cp, a participação da banda IZA, o novo projeto de Izabela Jangoux, (ex-Stigma) e de Ivan (também ex-Stigma) e da Stereoscope, uma das bandas importantes do cenário do rock paraesnes e que lançou recentemente o CD "Conjunto de Rock". Com vários hits no bolso, a banda com certeza não vai deixar nada a desejar neste show de domingo. Fazendo o som na boate do Café com Arte, o Dj residente Roberto Figueiredo e Dj Tusa Montenegro, do coletivo Megafônica.

Porcas Borboletas - A banda Porcas Borboletas, de Uberlândia-MG, apresenta uma sonoridade
inventiva e uma presença de palco vigorosa. Reconhecido como um os principais nomes da nova cena da música independente brasileira, já lançou os álbuns “A Passeio” (2009) e “Um Carinho com os Dentes” (2005), circulou pelos principais festivais independentes nacionais e apresentou sua música em palcos de Londres e Paris.

Seu disco mais recente, “A Passeio”, reúne canções como “Menos”, parceria com Clarah Averbuck eleita uma das 25 melhores músicas nacionais de 2009 pela Rolling Stone BR, “Nome Próprio”, tema do filme homônimo de Murilo Salles (melhor filme Festival de Gramado), e “Super-Herói-Playboy”, com participações de Leandra Leal, Arrigo Barnabé e Junio Barreto. Já o álbum de estreia, “Um Carinho com os Dentes”, apresenta as marcantes “Cerveja” e “Lembrancinha”, além de “Eu”, poema de Arnaldo Antunes musicado pelo grupo.

Desde o lançamento do primeiro CD, a banda circula por todo território nacional, tendo passado por vários dos principais festivais independentes do país, tais como Goiânia Noise, Calango, RecBeat, Jambolada, Varadouro e Bananada, dentre outros. No exterior, foi uma das atrações do Festival Brazil, realizado no Southbank Centre, em Londres, fazendo o show de abertura para o consagrado grupo tropicalista Os Mutantes.

Além deste show, se apresentou no Festival Lovebox (Londres) e no pub L’Internacional (Paris). A banda faz parte ainda da coletânea inglesa “Oi – A Nova Música do Brasil”. Figurando entre os artistas do projeto Conexão Vivo, o Porcas Borboletas já realizou shows tendo como convidados artistas como Otto, Arrigo Barnabé e Arnaldo Antunes.

Além disso, a banda realiza o show “Às Próprias Custas S.A”, com participação especial de BNegão, em que faz uma releitura do segundo álbum do cantor Itamar Assumpção. Este show foi concebido a convite do SESC-SP, para o lançamento da Caixa Preta, que reúne a discografia completa do compositor paulistano. Ouça, baixe, assista e conheça mais sobre o Porcas Borboletas, aqui.

Serviço
Megafônica apresenta: Porcas Borboletas (MG). Com as bandas: Stereoscope e IZA. Neste domingo, 25/09. No Café com Arte (Rui Barbosa, entre Braz de Aguiar e Nazaré). Horário: 18hs. Ingressos: R$ 15,00.

23.9.11

Castanhal recebe shows do Conexão Vivo

Pepeu Gomes, hoje em Castanhal
Pela segunda vez na “cidade modelo”, o Conexão Vivo traz a Praça Estrela, em Castanhal dois dias de shows de graça, nesta sexta e sábado. O público vai ver Madame Saatan, Porcas Borboletas e seu convidado especial, Otto, além de Pepeu Gomes, Trio manari, Adriana Cavalcante , Toni Soares e mais.

Castanhal receberá os shows de Elder Effe (Ataque Fantasma e Suzana Flag), do paranaense Deco Sampaio, de Marco André (com seu convidado especialíssimo Pepeu Gomes) e MG Calibre, da banda de heavy metal Madame Saatan, além das locais Beto Frosk e Banda, com o convidado Jurandir. Quem também aparece por lá é a banda mineira Porcas Borboletas, que convida ao palco o pernambucano Otto.

Os shows de Antônio e Comitiva (Toni Soares), Juca Culatra & Cristal Reggae também estão na programação. O projeto Conexão Vivo é uma iniciativa da Vivo com realização da Cria Cultura! E Ampli Criativa, projeto incentivado pela Lei Semear, com patrocínio do Governo do Estado, Secretaria de Cultura do Estado.

A rede Conexão Vivo é iniciativa da operadora Vivo, dedicada ao desenvolvimento do setor produtivo da música, e, pelo terceiro ano consecutivo, compartilha os propósitos e os desafios da interiorização e da circulação de novos nomes da música brasileira.

Quem abre a noite nesta sexta-feira, 23, é Toni Soares e Comitiva, que está lançando disco pelo selo Na Music, com patrocínio da Vivo, por meio da Lei Semear.

Porcas Borboletas, de BH
Na Music – Falando nisso, dentro da programação, o selo Na Music promove o lançamento do CD “Daime Soul”, projeto do instrumentista Magrus Borges e da cantora Adriana Cavalcante. O show será realizado durante o programa Conexão Vivo, neste sábado 24, na Praça da Estrela, em Castanhal. Daime Soul saiu este ano, patrocinado através da Lei Semear, programa de incentivo à Cultura do Governo do Estado.

É a primeira vez que a dupla apresentará o trabalho ao vivo. Magrus Borges é baterista e produtor musical nascido em Belém e formado nos Estados Unidos. Já tocou e gravou como nomes tão importantes quanto diversos como Jimmy Page, Johny Alf, Maria Bethania, Caetano Veloso, Elza Soares, Grace Jones e Shakira. Adriana Cavalcante é cantora desde a adolescência e passou por bandas como Batom Carmim e Tempero da Tribo, além de ter uma próspera carreira solo como cantora e atriz.

Os dois realizaram o projeto Daime Soul durante dois anos. Magrus potencializou a musicalidade sensível de Adriana com uma produção sofisticada, que inclui ainda as participações especiais do guitarrista Mark Lambert, do contrabaixista MG Calibre, do Trio Manari, Daniel Delatuche e Fabrício Cavalcante. “O Magrus tem, pela experiência dele, a capacidade de fazer música com propriedade pop, sendo comercial sem perder a alma, sem deixar de ser de bom gosto e de qualidade”, comenta Adriana.

Adriana diz que usou a influência de sua espiritualidade e de suas andanças pela América Latina para compor faixas como “People”, que abre o disco e é cantada em inglês, espanhol e português. A intenção “global” também é defendida por Magrus. “Nós fizemos esse disco para o mundo. Esse é um disco de Amazon Word Music”, explica.

Na primeira vez que o projeto será apresentado ao vivo, Magrus toca bateria e MG Calibre, contrabaixo, a banda completa inclui ainda Igor Capela (guitarra), Bruno Mendes (percussão) e Nego Jô (teclado e trombone). O show do projeto Daime Soul é no dia 24, a partir das 19h na Praça Estrela em Castanhal.

22.9.11

Para curtir o melhor de Roberto e Erasmo Carlos

Os Carlos no Schivasappa (foto: Fabrício Rocha)
Depois de levar as canções imortais de Roberto Carlos e Erasmo Carlos para o projeto ¼ de Música, o grupo Os Carlos será a atração desta e da próxima sexta-feira, 24 e 30, no Centro Cultural SescBoulevard, a partir das 19h, com entrada franca.

Formada por Toninho Gaia (vocais e violão), Dan Bordallo (teclado e vocais), Jonatas Gouveia (contrabaixo), Pepeta (bateria) e Rafael Ishack (guitarra e saxofone), a banda recebeu um ótimo público no Teatro Maragrida Schivasappa, nesta ´´ultima quarta-feira, 21, com repertório de grandes sucessos da Jovem Guarda. “Eu sou terrível”, “Splish splash” e “Pega na mentira” não faltaram. Algumas das músicas, porém, ganharam uma releitura e de puro iê iê iê, se transformaram também em tango, funk, bolero e até samba-canção. 

O grupo foi formado há seis meses, com inspiração na banda de Recife (PE) Del Rey. “Vi um show deles na Lapa e deu vontade de trazer a ideia para Belém. A diferença é que a banda Del Rey só toca Roberto Carlos. Nós adicionamos o trabalho do Erasmo Carlos”, explica o vocalista Toninho Gaia. “Sempre escutei muita música de Jovem Guarda indo para o colégio. Tinha aquele programa ‘Roberto Carlos em detalhes’. Essa música ficou na minha vida por osmose”, diz o músico.

Apesar de a banda ser novata no circuito de festas de Belém, seus integrantes já percorrem uma longa estrada com trabalhos paralelos voltados para a música. Gaia, o idealizador e vocalista de "Os Carlos", por exemplo, é bastante conhecido pelo público pelo seu trabalho em outras bandas.

A criação do grupo e a ideia de tocar apenas composições de Roberto e Erasmo Carlos surgiu a partir de uma viagem. "O Gaia foi para o Rio e viu uma banda tocando apenas músicas do Roberto e do Erasmo, só que o som dos caras era mais pesado, independente. Quando voltou, ele explicou e discutiu a ideia e gostamos.", lembra Rafael.

"O show é bem agitado. As letras são as mesmas, mas a melodia foi transposta para o ritmo do jazz e do blues, com uma pegada meio Beatles", conclui o guitarrrista.

Serviço
“Os Carlos” - dias 24 e 30 de setembro, no Centro Cultural Sesc Boulevard – Castilhos França, em frente a Estação das Docas, a partir das 19h. Entrada franca.

21.9.11

Ricardo Andrade fala de suas inquietações e origens artísticas

Encerra hoje no Espaço Cultural Banco da Amazônia, a exposição “Do Silêncio do Gabinete”, do artista plástico Ricardo Andrade. Os 16 trabalhos, que transitam entre a pintura, o desenho e outras técnicas mistas, fazem parte da mostra que ganhou o Prêmio Banco da Amazônia Arte Visuais em 2011. Em entrevista ao Holofote Virtual, o artista fala de suas influências, de suas origens, das lembranças de seu avô, o folclorista paraense Armando Bordalo da Silva e de suas andanças e experiência pelos anos 1970, que influenciam de maneira direta sua obra hoje e sempre.

Aos 48 anos, Ricardo, que nasceu em Brasília, veio morar em Belém ainda criança, e passou parte de sua vida entre a capital e a cidade de Bragança, com a qual tem fortes laços familiares. Neto de Armando Bordalo da Silva, um dos nomes mais expressivos do folclore paraense, Ricardo diz que se sente um iniciante, que vive experimentando a vida em seus diversos aspectos e ângulos dos quais extrai suas idéias para expressa-las em sua arte.

“Vivi nos anos 70, curti de tudo, mas sobre tudo ouvi muita música e rock’n roll. Vi luta contra a guerra do Vietnan, contra as ditaduras e todos os movimentos maravilhosos que derivaram a partir de então. Mas não acho que isto seja tudo. O que quero colocar com o meu trabalho é a observação que faço de que certas coisas não mudam nunca”, diz o artista.

Muito ligado a sua história familiar, também sobrinho neto de uma educadora que o ensinou artes e principalmente lhe incentivou à pintura, ele acredita que aquilo que mais o motiva a pintar mesmo são as suas inquietações.

“A gente é obrigado a aceitar um sistema velho e falido, um sistema político que sempre (em todos os tempos) foi implantado como forma de imobilizar o sistema social e manter o poder nas mesmas mãos. São os mesmos erros, os mesmos vícios, a mesma ganância. Isso pira a minha cabeça e eu preciso mostrar com o meu trabalho, que existe um parentesco entre os astros e os seres vivos, pelo menos através das formas geométricas”, explica.

Em suas obras, estas inquietações e contestações estão refletidas em formas geométricas, mas também são raízes, na forma de um raio que se propaga, ou num reflexo de raio de sol debaixo d'água. São nervuras, veias.

Ricardo já expões desde 1976, quando venceu o primeiro lugar numa coletiva chamada “Expoarte”, no NPI (Núcleo Pedagógico Integrado) da UFPA, da qual também participavam grandes expressões das artes plásticas paraense, como P.P. Condurú, Simões e Alexandre Sequeira.

Foi só em 2009, que ele realizou a primeira individual, "Árvore Cósmica", no Espaço Cultural Ná Figueredo e no ano passado realizou a segunda, chamada "Relatividade", montada na extinta Taberna São Jorge (Cidade Velha).

Formado em Medicina Veterinária, Ricardo buscou com a exposição "Do Silêncio do Gabinete", chegar a um público mais amplo, dando-lhe um caráter mais profissional e contando com a curadoria do artista visual Neuton Chagas. A seguir um bate papo com o artista que despede hoje, até 19h, do Espaço Cultural do Banco da Amazônia.

Holofote Virtual:  De cara, conta um pouco dessa tua origem e trajetória.

Ricardo Andrade: Por parte de mãe, minha família é de Manaus, e por parte de pai, todos são paraenses com exceção de alguns bisavôs, que eram portugueses e que moraram a maior parte da vida em Bragança e em Belém. Nasci em Brasília, mas vim recém nascido para Belém.

Holofote Virtual: Qual é tua relação com Bragança? Quais tuas heranças familiares ligadas à Pérola do Caeté?

Ricardo Andrade: Tive por parte de pai, um avô chamado Armando Bordallo da Silva e que casou com uma moça chamada Marilda que era uma das 08 filhas do casal Benedito Hatayde Cardoso (bisavô) e Rosa Medeiros. Armando Bordallo da Silva, caboclo de Bragança, era médico ginecologista e foi professor de antropologia por 25 anos na UFPA. Membro da Academia Paraense de Letras, ele foi durante muito tempo diretor do Museu Emílio Goeldi, pesquisador e responsável pela vinda do CNPQ aqui pra Belém.

Holofote Virtual: Armando Bordallo da Silva foi seu avô? Ele foi um dos nomes mais expressivos dos folclores paraense. Produziu ensaios, cartas e livros que deixaram um grande legado a todos nós. Conta esta história.

Ricardo Andrade: É. A paixão dele era o folclore brasileiro e em especial o folclore paraense e mais ainda em especial o folclore bragantino. Era filho de uma portuguesa chamada Maria do Céu (bisavó Cotinha) e de um caboclo de Bragança chamado Manoel que vieram para Bragança via Maranhão. Manoel era comerciante, dono de lojas de tecido em Bragança. Teve três filhos, o Armando, meu avô, e ainda o Bolívar e a Almira Bordallo.

O Bolívar era formado em Direito e, como professor de história e diretor do colégio Paes de Carvalho, escreveu alguns livros de história do Pará. Enquanto isso, meu avô escrevia alguns livros de poesia, antropologia e mais especificamente sobre folclore, focou bastante a Marujada bragantina.

Minha tia avó Almira, que considero minha segunda mãe, era dona de um colégio muito especial na época, o Colégio Nossa Senhora do Rosário de Fátima, que adotava métodos pedagógicos avançados (Montessorianos). Ela era muito talentosa ao piano e pintura e foi quem me alfabetizou e me incentivou à leitura, à música e claro à pintura e ao desenho.

Holofote Virtual: Então a arte vem em ti desde criança. Como foi que você começou a pintar?

Ricardo Andrade: Senti esta necessidade desde muito pequeno, queria me expressar através de meus desenhos e pinturas e acredito que, devido à época em que vivi minha adolescência e juventude (anos 70), me tornei um tanto quanto intenso em tudo que fazia, e porque não dizer exagerado.

Holofote Virtual: O que você quer dizer com isso, tem a ver com posicionamento políticos refletidos na tua obra?

Ricardo Andrade: Tem sim. O fato é que por volta de 1974 (quando eu tinha 12), com a efervescência cultural forte no país, eu tive contato com cinema, música, artes plásticas, cênicas e existia um mote comum na época que era a necessidade de mudança em quase todos os aspectos sociais.

Talvez daí venha o cunho político que costumo imprimir em meus trabalhos. Por acreditar que apesar de se ter conseguido muitas vitórias, não há como negar que a humanidade caminha a passos de formiga e acredito que isto se dá devido a ininterrupta perseguição que sofre a educação e a cultura no mundo. Para reverter isso precisamos provocar profundas mudanças no pensamento humano.

Holofote Virtual: Quais as tuas principais influências?

Ricardo Andrade: Como já falei, os anos 70 fundiram muita coisa, então não houve como escapar das influências maravilhosas da genialidade brasileira de Portinary a Oiticica, de Boulemarx a Joarez Machado, de Valdir Saruby a PP Condurú. Tudo isso para mim foi e é influencia. A Bossa Nova, Jazz, New Age, Reggae, Funk. Enfim, taí Gilberto Gil que não me deixa mentir. Então procuro expressar nos meus trabalhos aquela coisa progressiva que relaciona as energias vitais e invisíveis e que harmonizam a vida do planeta.

Nisso já tem também elementos de astrologia que estudei durante um bocado de tempo,como também procuro evidenciar a relação entre a visão (sobre todas as coisas) de índio e de minhas origens mais remotas, com a visão mais clássica (música clássica, H. Vila Lobos, Egberto Gismont) de brasilidade.

Holofote Virtual: Você vê a arte como algo revolucionário. Isso está no teu trabalho?

Ricardo Andrade: Acho que alguns artistas e estudiosos (cientistas) de todas as épocas sempre fizeram tentativas no sentido de tentar mudar o pensamento "convencionado", sempre tentaram forçar uma reflexão contestatória, mas acredito que isto se intensificou no pós-guerra com as gerações de escritores Beatniks, com os movimentos contestatórios (Dylan) e com as correntes filosóficas antigas que até os dias atuais pregam a paz e o amo.

Foi nesse contexto que surgiu o pensamento "progressivo", o Rock progressivo e o pensamento anárquico e irônico do Rock "Metálico", duas vertentes do Rock que muito influenciam meu trabalho.

(contato com o artista, envie e-mail para rldeandrade@hotmail.com)

Projeto "Atrito" de volta à Galeria Theodoro Braga

Alexandre Sequeira no Atrito desta semana
Em sua sétima edição, o evento traz hoje para a Galeria as experimentações dos artistas Pedro Vianna (literatura e música), Léo Chermont (música), Ulisses Parente (fotografia e vídeo) e Netto Dugon (performance, teatro). Para participar do debate foram convidados o artista visual, professor e Ms. Alexandre Sequeira, e a artista visual Daniely Meireles. Nesta quarta-feira, 21, a partir das 19h.

O Atrito: arte rito grito, que se notabilizou como um espaço único de experimentação artística em Belém, está de volta à Galeria Theodoro Braga, após um recesso de dois anos. O evento, que consiste na reunião de artistas das mais diversas linguagens no espaço expositivo da Galeria para um confrontamento de proposições estéticas, retorna com força total, em novo horário, dentro da programação de encerramento da exposição Ciclos, do artista visual Diogo Vianna.

O Atrito é um espaço de inter-relações, no qual a criação, como base do fenômeno artístico, é colocada em foco, tendo como premissas a espontaneidade do ato criador e o improviso: trampolim estético e impulso comunicativo. É também uma experiência regida por sensações sinestésicas, pelos transportes possíveis à justaposição de manifestações artísticas diversas, em busca de uma resultante que revele suas mútuas provocações. Ou seja, o Atrito popõe um choque entre linguagens artísticas.

Tendo como ideia básica, levar os artistas a uma interação e interferência mútua entre suas linguagens, sem temas amarrados, e sem regras rígidas, a sétima edição do projeto contará com a participação dos artistas Léo Chermont (música), Pedro Vianna (literatura, música), Ulisses Parente (vídeo, fotografia) e Netto Dugon (teatro, peformance). 
 
Léo Chermont, experimentação na música
O evento conta também, em sua estrutura, com a presença de dois debatedores convidados, o artista visual, professor e Ms. Alexandre Sequeira, e a artista visual Daniely Meireles, que assistirão, junto ao público, a toda a performance dos artistas, e se incumbirão de, ao fim da primeira parte do projeto, provocar um debate sobre questões como o ato criador, arte contemporânea, inter-relação de linguagens, e o que mais ocorrer. Haverá ainda, ao longo do evento, a intervenção-passagem do grupo de passeio ciclístico Eart.

Serviço
Projeto Atrito: arte rito grito - Sétima Edição. Com Léo Chermont, Ulisses Parente, Netto Dugon e Pedro Vianna. Dia 21 de setembro, às 19h, na Galeria Theodoro Braga da Fcptn Centur. Entrada Franca. 

(Fonte: Equipe da Galeria Theodoro Braga)

Primeiro longa de Saraceni em cartaz no Espaço Benedito Nunes da Livraria Saraiva

Realizado em 1962, o drama Porto das Caixas,  filme de estreia do cineasta Paulo Cesar Saraceni, será exibido nesta quarta-feria, 21, dentro da Mostra “Cinema Moderno Brasileiro (re) visitado”, a partir das 19h, na programação do Espaço Benedito Nunes - Livraria Saraiva (2o. Piso do Boulevard Shopping). Entrada franca.

Baseado na história original de Lúcio Cardoso, Porto das Caixas conta a história de um crime ocorrido no município de Itaboarí, no Rio de Janeiro. Uma mulher muito pobre, maltratada por um marido ignorante e bruto, resolve assassiná-lo e para isso utiliza seus encantos femininos. A mulher que tanto anseia sua liberdade é o símbolo da insurreição, do estar disposta, a qualquer custo, a ser livre. Isso leva seus atos para longe dos valores morais.

Cinema Moderno - Algumas das principais e mais básicas características do cinema moderno são o desapego a uma narrativa contínua de causa e conseqüência e a presença do ambiente ou espaço como deflagrador das ações das personagens. No caso de Pôrto das caixas, primeiro longa-metragem de Paulo César Saraceni, esses dois elementos estão fortemente presentes a cada cena, a cada plano do filme. Apesar de o enredo funcionar com acúmulo de situações (mulher vai sendo maltratada pelo marido até não agüentar mais e decidir livrar- se dele), importa menos a Saraceni como sua protagonista vai conseguir resolver a situação do que o envolvimento e a interação dela com tudo que está ao seu redor.

Pôrto das caixas serve como estopim do Cinema Novo, movimento que já surgia forte e iria explodir no ano seguinte, com a trinca Vidas secas, Os fuzis e Deus e o diabo na terra do sol. Porém, diferente destes três, Pôrto das caixas focava o ambiente urbano e retratava de maneira direta, sem maiores cargas de simbolismo, as angústias de pessoas à margem dos grandes centros e das possibilidades de ascensão. 

A personagem principal, interpretada com grande expressividade por Irma Álvarez, é reflexo disso: dona de casa submissa, ela tenta, por meio do forte poder de sedução, fugir do aparente determinismo no qual está enjaulada. No caminho, ela se insinua a vários homens, conspira contra o marido, movimenta-se pelo espaço onde vive, nas redondezas de uma estação de trem que parece servir de principal fonte de renda da região.

Saraceni mistura ficção com um tom realista marcante, em especial ao se fixar no rosto de pessoas comuns, prováveis moradores incorporados à própria realidade criada pelo diretor. É o típico cinema que coloca a câmera nas ruas, em contato com o povo e, dali, ilustra sua própria temática. 

A fotografia e os enquadramentos de Mario Carneiro, junto à trilha sonora de Tom Jobim, colaboram para o tom melancólico e triste que perpassa todo o filme. Triste, sim, mas jamais piedoso. 

Saraceni não demonstra compactuar com sua protagonista. Ainda que o andamento do filme pareça dar razão a ela por querer desaparecer com o marido violento, a construção tanto da mulher quanto do homem guarda ambigüidades que evitam o maniqueísmo.

(com informações da crítica de Marcelo Miranda: crítico de cinema dos sites Digestivo Cultural, Cinequanon e Filmes Polvo).

20.9.11

Doc finalizado retorna para exibição no Marajó

Filmado junto à população marajoara o documentário "Expedição Viva Marajó" será apresentado em todo o arquipélago, a partir do dia 24 de setembro.

Foram dois meses de trabalho pelos municípios que compões o arquipélago marajoara, fechando uma produção de 54 minutos. Agora, com iniciativa interessante e necessária, a equipe retorna com o filme pronto para ser mostrado a toda a população.  Dirigido por Regina Jehá, da Lauper Films, para o Programa Viva Marajó, do Instituto Peabiru, e patrocinado pelo Fundo Vale para o Desenvolvimento Sustentável, o documentário foi  lançado em Belém, ainda no mês de agosto. 

Durante o lançamento itinerante, muitos terão a oportunidade de assistir ao cinema em tela grande, pela primeira vez na vida, em sessões gratuitas e realizadas em ambientes especialmente produzidos para exibições públicas, como praças, ginásios, escolas e inclusive, para manter a aura mágica do cinema, a pipoca também está garantida.

Exibir o Expedição Viva Marajó em todas as sedes dos municípios marajoaras faz parte do conjunto de ações de devolução dos resultados do Programa Viva Marajó às comunidades e àqueles que contribuíram com suas histórias de vida para a construção do documentário, que é mais uma ferramenta de mobilização social na discussão da melhoria da qualidade de vida local - daí a escolha da linguagem visual, de rápida compreensão.

Roteiro - Breves será a primeira cidade marajoara a receber o filme. Depois, viajando por rios, igarapés, lagos, terras e ar, a aventura de lançamento do Expedição Viva Marajó aportará em Breves, Melgaço, Portel e Bagre; seguidos por Santa Cruz do Arari, Cachoeira do Arari, Salvaterra, Soure e Ponta de Pedras. Chaves, Afuá, Anajás e Gurupá compõem o terceiro polo de apresentação do filme e ainda Muaná, São Sebastião da Cachoeira e Curralinho, que encerram o ciclo do lançamento, previsto para acabar em 15 de novembro.

Assim, milhares de pessoas terão a oportunidade de ver o que foi produzido em tempo recorde (dois meses entre o início da pesquisa e a finalização dos 54 minutos), realizado em ambientes e cotidianos diferentes da região, como a zona costeira; as regiões de floresta; o preparo da pesca; o manejo de peixes e quelônios; ribeirinhos e suas tradições de extrativismo. Tudo é apresentado e narrado pelo próprio marajoara, que ao falar de si, encanta e leva à reflexão sobre os marcantes contrastes entre a riqueza natural e a pobreza histórica, impostas ao ser humano.

O Expedição Viva Marajó tem direção musical e trilha de Egberto Gismonti, criada a partir do canto de pajelança Caruana, e fotografia e câmera de Emerson Bueno. O filme vem participando de festivais internacionais, como o Festival International de Films "Pêcheurs du Monde"; o 6º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo; o 9th F Ischia Film Festival., at the section: Documentaries out of the Competition e o 24 FIPA - Festival International de Programmes Audiovisuelles - Panorama da Criação Internacional.