29.6.16

Eu Patrocino lança sistema para facilitar captação

A cada novo projeto, um desafio em comum entre produtores: a captação de recursos. O caminho entre a iniciativa idealizada e o financiamento que viabiliza a proposta nem sempre é encontrado. E bons projetos nem saem do papel. Mas há uma solução no mercado que promete facilitar a vida de gestores e realizadores.

A equipe da plataforma paraense Eupatrocino acaba de lançar uma ferramenta que torna essa relação entre produtores e patrocinadores mais assertiva, com um sistema inteligente que conecta o projeto cultural ou esportivo ao financiador certo. Com o sistema, o Eupatrocino faz o intermédio no diálogo entre quem precisa de financiamento para concretizar suas ideias e quem tem verba e quer investir em um projeto com retornado garantido. 

Quando uma proposta é cadastrada, a plataforma automatiza todas as informações preenchidas pelo proponente do projeto, filtra e classifica os setores atraentes para investimentos, o fluxo de caixa para o financiador, o retorno do patrocínio e a viabilidade da proposta cultural, com dados e informações financeiras que auxiliam o financiador em potencial na tomada de decisão. O Arrastão do Pavulagem 2016 vai sair às ruas já como primeiro projeto realizado com sucesso pela plataforma, com a captação de recursos feita com a operadora de telefonia Oi.

O filtro do sistema envolve aprovações em leis de incentivo e também recebe propostas para patrocínio direto. Já são 43 iniciativas cadastradas, a maioria delas do segmento musical. Rodrigo Viellas, sócio da produtora Ampli Criativa, especializada em escrever e gerenciar projetos culturais no Pará, aposta no potencial da ferramenta.

“O grande gargalo não só de Belém, mas de todo o setor cultural, é a captação, é fazer com que bons projetos cheguem aos patrocinadores para que eles possam ser efetivamente realizados. Achamos que com essa ferramenta é possível facilitar esse diálogo”, diz Rodrigo. O produtor enxerga ainda a possibilidade de criar uma rede de contatos com o uso da plataforma. 

“Estando na ferramenta, se posicionando como uma empresa com know how aqui em Belém pra essa gestão, a gente acredita que, mesmo em projetos não inscritos por nós, a gente pode acabar pegando trabalhos de produção executiva, de gerenciamento de carreira, se serviços oferecidos na Ampli”, avalia Rodrigo Viellas.

Cadastro e vantagens - Para se cadastrar, o produtor precisa fazer uma descrição breve do projeto e o quantitativo financeiro de cada etapa. Com isso, o sistemas converte os dados em números de retorno financeiro para o patrocinador, comparando o desempenho financeiro dos projetos com o retorno esperado pela poupança.".

“Chegamos a esse sistema depois de um período de avaliação. Conversamos com muita gente e interpretamos os editais de patrocínio existentes hoje, para entender o que o mercado quer e fomos aprimorando”, afirma Mauro Matos, fundador do Eupatrocínio. “É uma ferramenta importante também para profissionalizar o mercado e tornar os projetos mais atraentes para os patrocinadores”, destaca Rodrigo Viellas. 

Depois de inscritos, os projetos cadastrados passam por uma primeira análise da equipe. “Checamos se o projeto existe e conferimos as informações cadastradas pelos produtores culturais, propondo e sugerindo ajustes quando detectamos que algum dado possa ter sido preenchido desvalorizando o projeto, quando seu valor é maior do que o está escrito”, ressalta Mauro Matos.

O trabalho do Eupatrocino não se encerra no ambiente on-line.  A rede de contatos é off-line também, com a permanente busca de novos patrocinadores e a parceria com agências de comunicação. “Queremos ampliar as possibilidades de patrocínio, quebrar esse raciocínio de ir apenas atrás do patrocinador tradicional, para trazer novos patrocinadores. Mostrar para que os que costumam nem investir, que com valores de R$ 10 mil, por exemplo, o patrocinador pode ter um retorno muito positivo de seu investimento. No final, ganha o produtor, ganha o investidor e o mercado”.  

Serviço
Para conhecer o sistema e se cadastrar, acesse:  http://leisdeincentivo.eupatrocino.com.br

28.6.16

Festival Vozes do Brasil no Oi Futuro de Ipanema

Já na terceira edição em Belo Horizonte, o Festival Vozes do Brasil expande suas atividades para fora do berço mineiro e desembarca pela primeira vez no Rio de Janeiro, nos dias 1,2 e 3, e 8 e 9 de julho, no Espaço Oi Futuro em Ipanema. Ingressos a R$ 30.

Pra quem estiver na capital do Rio de Janeiro, serão cinco shows inéditos: Qinho e Mart’nália (dia 1), Ava Rocha e Juliana Perdigão (dia 2), Gustavito e a Bicicleta e Sérgio Santos (dia 3), Thiago Delegado e Marcela Mangabeira (dia 8) e Fernando Temporão e César Lacerda (dia 9). 

Idealizado pela produtora Danusa Carvalho em parceria com a jornalista Patrícia Palumbo, criadora do programa de rádio homônimo, o Festival Vozes do Brasil segue promovendo encontros entre artistas mineiros e de fora do estado e agora, amplia a ação para a cena carioca que, desde os tempos do Clube da Esquina, dialoga com a sonoridade mineira. 

"A diversidade da música brasileira tem sido a pauta do Vozes do Brasil nesses 18 anos de rádio. No festival a gente segue a mesma linha. Esse ano, com grande destaque para a música de Minas Gerais que está com uma geração muito talentosa espalhada pelo país. E é um festival de encontros, sempre. De estilos e gerações. Estamos felicíssimas de estrear no Rio de Janeiro já com dois finais de semana. É uma alegria levar essa festa de encontros musicais para ares cariocas", diz a curadora Patrícia Palumbo.

Tanto o programa quanto o festival são reconhecidos como importantes plataformas de circulação para artistas e bandas independentes – e nem tanto. Artistas de peso, como Zélia Duncan, Paulinho Moska e Marina Lima se juntaram aos mais jovens Tiê, Marcelo Jeneci, Karina Buhr, Anelis Assumpção, Flávio Renegado e Mariana Aydar, entre outros, nas duas edições anteriores. Deu tudo tão certo que chegou a hora de crescer. 

Mais do que um punhado de shows bacanas, o Vozes do Brasil é uma celebração do momento histórico da música brasileira, realizada através de uma série de encontros, que reúnem artistas tão diversos quanto similares. “Tenho um orgulho muito grande de, além de ser parceira da Patrícia Palumbo, que é uma comunicadora incrível, criar junto parcerias que enaltecem os jovens artistas que dão continuidade ao legado da nossa riquíssima MPB”, diz Danusa Carvalho, da Casulo Cultura. 

Neste ano, o festival traz mais uma inovação: a parceria com a recém-inaugurada Rádio Vozes. Com 24 horas por dia de programação via web (www.radiovozes.com) e aplicativo (iOS e Android), a rádio apresenta interatividade e conteúdo de qualidade através da transmissão ao vivo ou da escuta sob demanda, em streaming musical gratuito e podcasts (programas em áudio) que abordam temas como meio ambiente, gastronomia, mobilidade urbana, cotidiano e música para todos os gostos.

PROGRAMAÇÃO

  • Dia 1 de julho:. Qinho + Mart’nália

O cantor e compositor Qinho tem o seu nome garantido no circuito independente do Rio de Janeiro. Em seus disco atual, “Ímpar” (2015), ele avança em uma nova sonoridade, recheada de notas dissonantes, elementos eletrônicos e letras poéticas, que deslizam do pop ao experimentalismo.

Mart’nália, por sua vez, frequenta desde pequena as rodas de samba de Vila Isabel, Bonsucesso e de Madureira, na companhia do pai, o bamba Martinho da Vila. Foi assim que nasceu a paixão pelo gênero que a acompanha durante a sua carreira, registrada, até então, dez álbuns e quatro DVDs que caíram nas graças do público e da crítica.

  • Dia 2 de julho:. Ava Rocha + Juliana Perdigão

Ava Rocha é uma das grandes promessas da música brasileira. Com o disco “Ava Patrya Yndia Yracema” (2015), ganhou o prêmio Multishow na categoria Artista Revelacão e a faixa “Você Não Vai Passar”, de própria lavra, venceu na categoria Melhor Hit. Filha de Glauber Rocha, Ava é uma artista multimídia, com passagens pelo teatro e pelo cinema.

No “Álbum Desconhecido” (2102), a cantora, flautista e clarinetista Juliana Perdigão registrou inéditas de compositores da nova geração da canção brasileira. Atualmente vive em São Paulo, atua no Teat(r)o Oficina e se apresenta ao lado da banda Os Kurva em shows cujo repertório passeia, novamente, por autorais e músicas de contemporâneos. Juliana Perdigão e os Kurva se preparam para entrar em estúdio a fim de gravar o segundo disco solo da artista mineira.

  • Dia 3 de julho:. Gustavito e a Bicicleta + Sérgio Santos

Gustavo Amaral é Gustavito, importante nome da cena musical independente de Belo Horizonte. Como compositor, Gustavito (também multiinstrumentista e arranjador) demonstra um estilo marcado por uma sonoridade refinada, com melodias e harmonias inusitadas, mesclada à influência de ritmos populares como samba-reggae, ijexá e maracatu. Gustavito está lançando “Quilombo Oriental”, disco independente produzido com a banda "A Bicicleta", que acompanha o compositor há três anos.

Intérprete, violonista e compositor, Sérgio Santos acumula mais de 30 anos de carreira. Só com Paulo César Pinheiro compôs mais de 250 canções, muitas delas foram gravadas por nomes como Leila Pinheiro, Alcione e Dori Caymmi. O mineiro Sérgio lançou oito discos, entre eles o elogiado “Triz”, com Chico Pinheiro e André Mehmari.

  • Dia 8 de julho:. Thiago Delegado + Marcela Mangabeira

O violonista Thiago Delegado se apresenta em formato quarteto explorando todas as possibilidades do seu sete cordas. No repertório, composições de “Viamundo”, o seu terceiro álbum solo, além de releituras de compositores consagrados.

Reconhecida e elogiada por personalidades como Roberto Menescal, Nelson Motta e Gal Costa, Marcela Mangabeira vem conquistando o seu lugar como cantora e integrante do grupo 4 Cantus. No disco “Colors of Rio” (2013), Marcela combina músicas pop em inglês com arranjos brasileiros.

  • Dia 9 de julho:. Fernando Temporão + César Lacerda

Dois anos e meio depois da bem-sucedida estreia solo, com o lançamento do elogiado “De Dentro da Gaveta da Alma da Gente” (2013), o cantor carioca Fernando Temporão aprofunda a investida no pop contemporâneo em “Paraíso” (2016), no qual se firma como um dos compositores mais políticos da sua geração. 

O mineiro César Lacerda passou a sua adolescência em Belo Horizonte e já vive no Rio de Janeiro há alguns anos.  Estreou em disco em “Porquê da voz” (2013), com doze faixas autorais e as participações dos mestres Lenine e Marcos Suzano, por exemplo. O trabalho foi reconhecido pela crítica especializada, o que deixou expectativa para o segundo álbum, “Paralelos & Infinitos” (2015).

Serviço
Teatro Oi Futuro Ipanema - Rua Visconde de Pirajá, 54, em Ipanema. Informações pelo (21) 3131.9333. Ingresso: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada para estudantes e maiores de 65 anos). A casa dispões de 92 lugares e a classificação é livre.

Cia do Feijão traz espetáculo inclusivo para Belém

Dona de uma sólida trajetória de 18 anos na cena teatral de São Paulo, a Companhia do Feijão desembarcará em Belém para uma série de atividades no mês de julho. O grupo apresentará, no Teatro Experimental Waldemar Henrique, nos dias 09 e 10 de julho (sábado e domingo), a partir das 20h, com entrada gratuita, uma das principais montagens de seu repertório, “Nonada”, espetáculo escrito e dirigido por Pedro Pires e Zernesto Pessoa, que em 2016 completa seu 10º aniversário. No elenco: Fernanda Haucke, Fernanda Rapisarda, Flávio Pires, Guto Togniazzolo, Pedro Pires e Vera Lamy.

Fora de um tempo ou lugar, “Nonada” conta como o dono de uma espécie de circo do mundo dos mortos manipula um personagem desmemoriado, levando-o a descobrir sua trágica origem.  A revelação surge de um perverso jogo de gato e rato por uma labiríntica trajetória de encontros com personagens de grandes escritores brasileiros de épocas diversas, como Machado de Assis e Mário de Andrade. 

Concebido a partir das “memórias” destes personagens, o espetáculo simboliza o processo de “modernização conservadora” que gerou a difusa identidade brasileira. “Nonada” estreou em 2006 e é resultante da pesquisa “Um lugar chamado Brasil - sua história a partir das almas de suas personagens”.

Primando pela acessibilidade ao portador de deficiências da visão e cegos, as apresentações do espetáculo Nonada contarão com apoio da Associação Paraense para Pessoas com Deficiência - APPD, que levarão grupos de cegos para assistir às apresentações.  Todas as sessões de “Nonada” contarão com recursos específicos de acessibilidade - legendagem e audiodescrição - transmitidos pelo aplicativo WhatsCine diretamente a smarthphones e tablets. Serão disponibilizados até cinco tablets caso o espectador com deficiência não esteja portando qualquer aparelho.

Além do espetáculo o encontro com público e artistas

Tendo o compartilhamento artístico e social como um dos pilares de seu trabalho, a Companhia do Feijão inclui neste projeto ações ligadas à formação artística e de público, praticadas pelo grupo desde a sua fundação. Serão dois tipos de encontros, com o acesso gratuito e limitado à capacidade do espaço ocupado em cada local, sem necessidade de inscrição prévia.

Por isso, além das sessões do espetáculo, o grupo realizará ainda um bate-papo com o público (em que darão detalhes do processo teatral) no Casarão do Boneco, permitindo a integração com artistas locais que poderão conhecer o histórico artístico da Companhia do Feijão. 

No encontro com o público, os integrantes da Companhia do Feijão fazem uma explanação sobre o fazer teatral em geral, com apontamentos a respeito da fruição e discussão temática de uma peça teatral, além de passar ao público informações específicas sobre o espetáculo Nonada. 

Já no encontro com artistas, a companhia fala sobre o histórico e o projeto do grupo, seu método de trabalho criativo (artístico e técnico) e sua forma coletiva de gestão. A cia já recebeu os Prêmios APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) e Shell, além de diversas premiações individuais de seus integrantes, prêmios-estímulo e projetos contemplados pelo Programa de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo.

Pesquisa –  A partir das metodologias básicas da Companhia do Feijão, para o treinamento do ator e a composição do espetáculo – a criação em processo – foram realizados estudos cênicos de obras e autores literários representativos de quatro períodos históricos brasileiros.

A escolha das obras literárias de cada período histórico teve como base a presença de personagens com a alma marcada pelo momento histórico em que viveram e pela dinâmica social então vigente. Alma marcada: a expressão evoca as impossibilidades de realização pessoal, de sonhos e vontades, ou sua ausência, como uma característica desta alma. Uma marca pelo avesso. 

Os atores realizaram experiências com vários personagens e, como contraponto, como campo de observação, foram buscar em suas próprias experiências de vida, em suas almas, o paralelo histórico entre almas antigas e contemporâneas. Durante estes estudos a Companhia buscou idiossincrasias, semelhanças e antagonismos presentes na condição de “ser brasileiro”, a partir do olhar de escritores que se mostraram bons observadores das realidades de suas épocas. 

A literatura é tomada pelo grupo como o principal meio de conhecimento da história do Brasil, como o órgão epistemológico por excelência da cultura brasileira. Ou, utilizando uma expressão de Roberto Schwarz, a literatura como espelho de nossas “ideias fora do lugar”, do eterno descompasso de nossas “modernizações conservadoras”.

Sobre a Companhia do Feijão - Desde 1998, tendo um reconhecido trabalho continuado de desenvolvimento de linguagens teatrais e criação em equipe, utilizando como tema de base o estudo do homem e das realidades brasileiras, o grupo intercepta, em suas criações, a observação crítica de fatos sociais contemporâneos e uma permanente investigação sobre a história e a memória nacionais. 

Sempre em busca de procedimentos que possam servir como referência para um real desenvolvimento de políticas públicas no que se refere à existência de manifestações culturais não contempladas por ditames mercadológicos. Tem em seu currículo doze espetáculos que procura levar a lugares onde normalmente o teatro não chega, tendo percorrido grande parte do território brasileiro, além de Portugal, Espanha e Cabo Verde, e atendendo a um amplo espectro de público que vai de grandes metrópoles a mínimas comunidades rurais.

Ficha Técnica

  • Elenco: Fernanda Haucke, Fernanda Rapisarda, Flávio Pires, Guto Togniazzolo, Pedro Pires e Vera Lamy
  • Direção e Dramaturgia: Pedro Pires e Zernesto Pessoa
  • Direção Musical: Julio Maluf e Flávio Pires
  • Cenografia: Petronio Nascimento
  • Figurinos: Carol Badra
  • Iluminação: Eric Nowinski e Zernesto Pessoa
  • Música Original: Flávio Pires, Julio Maluf, Pedro Pires, Vera Lamy e Walter Garcia
  • Audiodescrição e legendas: BRDN Conteúdos Acessíveis e Mais Diferenças

Serviço
Apresentações do espetáculo "Nonada" da Companhia do Feijão (SP). Dias 9 e 10 de julho, sábado e domingo, às 20h. (com encontros prévios com público e debates após as apresentações).  No Teatro Experimental Waldemar Henrique - Av. Pres. Vargas 645, Praça da República – Campina – Belém (PA). Bate-papo com artistas e público para troca de experiências. Dia 10 de julho, domingo, às 10h. No Casarão do Boneco - Avenida 16 de Novembro, 815. Apoio: Cia Madalenas, Miriti Ecopousada, Casa de Antônia e Rádio Cultura.

Cineamazônia leva oficina de Pinhole ao Guaporé

Parece mágica. E é.  Um minúsculo buraco em uma caixinha comum. E um processo mágico se faz com a luz. Fotografia. O princípio básico. Essa talvez seja uma definição simplista, mas precisa, da técnica de fotografia Pinhole. Essa captura mágica de um momento será repassada a crianças em oficinas realizadas em comunidades quilombolas e ribeirinhas banhadas pelo Rio Guaporé durante a itinerância do Cineamazônia 2016, que inicia no dia 13 de julho e se estende até o dia 24 do mesmo mês.

A oficina será ministrada pela jornalista e fotógrafa Bete Bullara. Formada em Cinema pela Universidade Federal Fluminense faz parte da equipe do CINEDUC desde 1975, onde participou de cursos para crianças e adolescentes, treinamento de professores, mesas redondas e palestras, tanto no Brasil como no exterior. Preparou materiais didáticos, tanto teóricos como de exercícios. Atualmente é Secretária Executiva da entidade.

“A proposta da oficina é mostrar como funciona a luz, o nosso olho, a câmera escura, os processos químicos e por fim realizar a magia de registrar imagens com uma caixinha comum. Os participantes farão suas próprias fotos, que serão então reveladas e colocadas em papel usando o sistema químico anterior ao digital”, explica a fotógrafa.

Literalmente ‘pinhole’ significa ‘buraco de agulha’. É justamente esse o tamanho do orifício a ser feito nas caixinhas dos participantes da oficina. O processo é o princípio básico da fotografia em seus primórdios, muito antes de se pensar em digitalização.

“Hoje o mundo nem pode ser pensado sem esse registro de imagem com o qual estamos diariamente em contato, ou vendo ou fazendo. Fotografias, filmes, vídeos, TV, imagens feitas por profissionais, por amadores, nas revistas e jornais, na internet, na parede das casas e das lojas, no nosso celular, o mundo é farto de imagens que nos trazem notícias de longe e de muito perto, como nos casos das selfies”, analisa Bete Bullara.

Entender de onde vem esse fascínio pela imagem, pode ser mais fácil quando se busca compreender a origem de tudo. Bete Bullara defende a ideia de que, mesmo com toda a tecnologia disponível se desenvolvendo em ritmo alucinante e colocando no mercado a todo momento um novo produto, sempre houve quem utilizasse recursos mais simples e bem antigos para criar e se expressar artisticamente. “A fotografia pinhole feita com uma pequena câmara escura e sem lentes é um deles”, diz ela.

“Para a fotografia ser inventada, foram necessárias inúmeras descobertas científicas que propiciaram muitos inventos. Inicialmente foi fundamental entender cientificamente como a luz se comporta. E então surgiu o invento da câmera escura, ao que tudo indica já no século V”, explica.

A técnica é surpreendentemente simples. Sabendo que a luz se desloca em linha reta, foi criada uma caixa totalmente fechada, com um pequeno orifício para permitir a entrada da luz. 

A caixa tinha de ser toda pintada de preto por dentro, com exceção  da parte de trás, onde a luz se reflete. A câmera escura teve muitos usos práticos, de experimentos científicos a artísticos. Leonardo Da Vinci foi um dos que usaram a caixa. Estavam dados os primeiros passos para o surgimento da fotografia.

“O trabalho da oficina é de estímulo à criatividade e ao olhar atento para o entorno. Mas também falaremos um pouco da ciência”, explica Bullara, com a experiência de quem já ministrou 67 oficinas para professores e para jovens de 16 estados brasileiros.

O Cineamazônia Itinerante 2016 tem o patrocínio do BNDES, Governo Federal, Ministério da Cultura, Secretaria do Audiovisual, Lei Rouanet.  Apoio Cultural da Prefeitura de Porto Velho, através da SEMA e FUNCULTURAL.

(com informações da assessoria de imprensa)

27.6.16

OSTP encerra temporada de concertos no Da Paz

Fotos: Elza Lima
Para encerrar a agenda de concertos do mês de junho, a Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (OSTP) apresenta concerto regido por Edilson Ventureli, maestro da Orquestra Sinfônica de Heliópolis (SP), pela primeira vez à frente da OSTP, no dia 30, às 20h, no Theatro da Paz, com entrada franca.

O repertório é formado por composições dos russos Mikhail Ivanovitch Glinka e Piotr Ilitch Tchaikovsky. Segundo Ventureli, as peças são desafiadoras, “a abertura ‘Ruslan and Ludmila’, composta por Glinka, é uma abertura muito empolgante e bastante virtuosística para a seção de cordas. A sexta sinfonia de Tchaikovsky, ‘Patética’, é uma das obras basilares do repertório sinfônico, que exige um amadurecimento artístico elevado da orquestra para se possa criar as atmosferas propostas por Tchaikovsky”, antecipa o maestro convidado. 

Edilson também comenta sobre o diferencial da segunda peça, “o compositor veio a suicidar-se alguns dias após a estreia dessa sinfonia, que, fugindo da forma habitual onde as sinfonias terminam com um allegro, tem em seu último movimento um adagio, bastante introspectivo, triste. Será que Tchaikovsky estava antevendo sua morte quando compôs essa sinfonia?”, indaga Ventureli.

Edilson Ventureli iniciou seus estudos musicais aos cinco anos de idade no curso de piano. Aos treze, ingressou no Coral Baccarelli, um dos mais tradicionais e conceituados corais de São Paulo. 

Sete anos mais tarde, assumiu o cargo de preparador e regente associado da Orquestra de Concertos de São Paulo e do Coral Baccarelli, posição que ocupou até o ano 2003. 

Estudou regencia coral com o Maestro Silvio Baccarelli, recebeu ensinamentos teóricos do Maestro Sergio de Vasconcellos Corrêa, estudou violino com Dorisa Teixeira de Castro, e aperfeiçoou sua técnica pianística com a concertista Iara Ferraz. Em 2015 passou a ocupar o cargo de maestro titular da Orquestra Juvenil Heliópolis, mesmo ano em que foi homenageado pela Câmara Municipal de São Paulo, em seção solene, “pelo seu carinho e dedicação à Música e à Comunidade”. Em 2016 recebeu a comenda da Ordem Cultural Carlos Gomes, na categoria Comendador, por sua atuação como maestro.

O maestro fala sobre a expectativa de vir pela primeira vez à capital paraense, e elogia a qualidade da OSTP. 

“O meu contato com esta Orquestra sempre se deu à distancia, eu os acompanhava pelo Facebook e Youtube. Estou ansioso por esse primeiro encontro pois pelo que observo se trata de uma excelente orquestra e que, assim como a Sinfônica de Heliópolis é formada por músicos muito interessados em realizar concertos com alto índice de excelência", diz. 

"O Theatro da Paz é um dos palcos tradicionais do Brasil, que mantém um dos mais importantes festivais de ópera do país. Minha expectativa é a de conseguir uma empatia, uma sinergia, com os músicos da OSTP de forma a conseguimos fazer um lindo concerto. Espero que nossa música  proporcione momentos de pura elevação às pessoas que vierem a prestigiar nossa música, e que todos, ao término do concerto, estejam em paz”, anseia Edilson.

Serviço
Concerto da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, com o maestro Edilson Ventureli. Local: Theatro da Paz. Endereço: Avenida da Paz, s/n – Campina. Informações: (91) 4009-8766/8754. Entrada franca, com distribuição de ingressos na bilheteria do teatro, a partir das 9h, do dia do evento.   

24.6.16

Um arraial de guitarradas em Noite de São João

Na apresentação da Caixa Cultural (RJ)
Foto: Rodrigo Romano
Mestre Vieira, 81, será homenageado, nesta sexta-feira, 24 de junho, a partir das 20h. No palco do Teatro Margarida Schivasappa, Os Dinâmicos, uma das primeiras bandas formadas por Mestre Vieira, lança CD e recebe os convidados Pio Lobato, Félix Robatto, André Macleuri, Bruno Rabelo e Ximbinha. O guitarreiro não estará presente. Por recomendações médicas, Vieira ficará em Barcarena. O público também vai assistir o trailer inédito do documentário "Coisa Maravilha, a invenção da guitarrada", que abre a noite do Arraial da Guitarrada.

O grupo que lança CD nesta noite de São João foi uma das primeiras bandas formadas por Joaquim de Lima Vieira, ainda nos anos 1970 e que acabou se tornando Vieira e Seu Conjunto, ao gravarem os primeiros LP, em 1978, “Lambada das Quebradas Vol. 1”. Foram 37 anos sem tocar juntos, desde o fim de Vieira e Seu Conjunto, grupo que fez sucesso entre os anos 1970 e 1980, no Pará e no Nordeste. 

Em 2011, eles se reencontraram em uma entrevista para o documentário Coisa Maravilha. Dali surgiu o show com “Mestre Vieira e Os Dinâmicos”. Dejacir Magno, Lauro Honório, Luis Poça, Idalgindo Cabral e Mestre Vieira fizeram vários shows em 2012. Dois anos depois, entram no estúdio e gravaram o primeiro CD. Atualmente com nova formação, Os Dinâmicos tem também Jairo Rocha, na bateria, e Cassiano Neto, no baixo e, apresentando, o guitarrista solo, o jovem Dhosy Marques.

A produção musical é de Joaquim de Lima Vieira, Mestre Vieira, que também é autor de sete composições do disco. Gravado em Barcarena, no Studio Hobson Gravações, teve lançamento pela Na Music. As faixas trazem Guitarradas e Cúmbias, com solos de teclados, e muita Lambada. São Lambadas, Carimbós com Guitarrada e Cúmbias. 

Homenagem e apoio a Mestre Vieira

Dejacir, de Os Dinamômicos e Mestre Vieira (DVD 50 anos)
Foto: Renato Chalú
O Arraial da Guitarrada é beneficente, vai arrecadar recursos em apoio ao tratamento de saúde do músico.  A ideia foi trazer o show de lançamento do CD de Os Dinâmicos,  que teve produção musical de Vieira, e reunir guitarristas que tem a trajetória cruzada com a guitarrada e com Mestre Vieira. Já gravaram ou tocaram com ele.  

Antes das apresentações musicais será exibido o trailer do documentário “Coisa Maravilha, a invenção da guitarrada”, filme que traça o início da carreira de Mestre Vieira.  O filme será lançado no segundo semestre. Além de música, não faltará o tradicional banho de cheiro e nem o mingau de milho. De caráter beneficente, o Arraial da Guitarrada vai arrecadar recursos para apoiar o tratamento de saúde do músico, numa temporada em Belém. 


Guitarrada é pra todas as idades - Guitarreiro do Mundo - Caixa Cultural - RJ. 

Foto: Rodrigo Romano
Quem quiser pode levar pro teatro, no dia do show, uma lembrança, uma carta ou o que quiser que ele receba. É só procurar alguém da produção e entregar que vai chegar nas mãos dele.

Outra maneira de ajudar o mestre é adquirindo produtos no local do show. Estarão à venda o DVD “50 Anos deGuitarrada” e o DVD “Visceral Brasil” (com exclusividade, pois não se encontra à venda em Belém). Também é possível encontrar CDs de “Os Dinâmicos” e “Mestre Vieira”, além de camisetas com a marca Na Figueredo. 

Arraial da Guitarrada
  • Mestre Vieira - Homenageado
  • Os Dinâmicos - Dejacir Magno, Lauro Honório, Cassiano Neto, Jairo Gomes e Luis Poça.
  • Convidados: Pio LObato, Félix Robatto, André Macleuri, Bruno Rabelo, Ximbinha.
  • Produção: Ana Clara Lima, Edvaldo Souza, Renata Del Pinho, Produtores Criativos, Andrea Rocha e Fátima Sobrinho e equipe. 
  • Assessoria de comunicação: Sonia Ferro. 
  • Produção de palco: Taca Nunes
  • Roadie: Patrick Moares
  • Luz: Thiago Ferradaes e Zezinho
  • Som: Silvio Amorim e Sérgio Brito
  • Coordenação produção: Luciana Medeiros e Carlos Canhão Brito.
  • Realização: Central de produção Cinema e Vídeo na Amazôni
  • Apoio Cultural: Casa de Antônia, Cultura Rede de Comunicação -  TV e Rádio Cultura do Pará -, Blog Holofote Virtual, Espia Comunicação e Produção Cultural, Macieira Filmes, Matapi Produções, Musicaparaense.Org., Na Figueredo, Rádio Liberal, REC Filmes, Refry, Santé e VJ Lobo Cenografia Virtual.
  • Apoio Institucional: Fundação Cultural do Pará - Governo do Estado, Prefeitura de Barcarena.
  • Agradecimentos: Família Vieira, Erveiras do Ver-o-Peso - Izabel e Emira, Ótima Solar, Lanchonete Thiane, Prefeitura de Barcarena.

 Serviço
Arraial da Guitarrada - 24 de junho, às 20h, no Teatro Margarida Schivasappa do Centur, dentro da programação do Arraial de Todos os Santos. Venda antecipada: R$20,00 (+ 20,00 leva um DVD 50 anos de guitarrada) e R$ 10,00 a meia-entrada (+ 20,00 leva DVD 50 Anos de Guitarrada). Venda no dia do show: R$ 30,00 e R$ 15,00 (meia). A produção do artista está fechando outros apoios que também beneficiarão o músico. Interessados em somar com esta iniciativa, entrar em contato no (91) 98134-7719 ou producaomestrevieira@gmail.com.

23.6.16

Cuíra pra Dançar faz festa de um ano no Apoena

Valorizar os sons paraenses. Esse é o maior propósito dos músicos JP Cavalcante (voz e percuteria), Kleyton Silva (voz e violão), Daniel Serrão (baixo, sax e teclados) e Milton Cavalcante (guitarra), com o projeto Na Cuíra pra Dançar. A data escolhida para comemorar oficialmente o aniversário de um ano do grupo não poderia ser mais simbólica: 24 de junho, Dia de São João. O show será no Apoena, a partir das 22h, com direito a Barraca do Beijo e Correio do Amor e todo o clima junino. 

A banda surgiu em junho de 2015 e foi acolhida pelo Espaço Cultural Apoena, lugar onde tudo começou.

“Cada show tem sido diferente. Cada apresentação da banda traz um público novo, que quer conhecer esse trabalho que é tão inovador. Sabemos que ainda têm muito por vir. Temos orgulho em poder dividir bons momentos junto com o grupo. A Na Cuíra faz parte do nosso sonho. Falamos a mesma língua, acreditamos na força da nossa cultura e estamos olhando pra mesma direção”, afirma Anderson Moura, proprietário do espaço Apoena, que apostou no trabalho da banda.

Os convidados para celebrar este um ano de estrada junto com o grupo são: Nego Ray, Luizinho Lins, Renato Torres e, na discotecagem, o DJ Herôn Black. Também, nesta semana de aniversário, o grupo lançou na Internet e em algumas rádios locais as músicas “Pequena Chata” e “Depois da Chuva”. A expectativa do quarteto é continuar a levar os sons da raiz da música paraense. 

“Espero que nós sigamos trabalhando e descobrindo – ao passo que construindo – uma linguagem que seja síntese das vivências e habilidades que os quatro integrantes do projeto trazem. 

Uma síntese que se materialize na música, mas como diferente não poderia ser, que expresse os conflitos e riquezas culturais das diferentes periferias urbanas de Belém, latentes em nós. E que isso se materialize em músicas gravadas, em conversas com outras pessoas (músicos, público, etc). Sobretudo, minha expectativa é continuar tendo tesão em fazer e estar com a banda Na Cuíra Pra Dançar”, afirma o músico Kleyton Silva, um dos idealizadores do projeto.

Para Milton Cavalcante fazer parte da banda está sendo bastante produtivo. “Estou aprendendo muito com todos. E os estilos diversificados também estão enchendo-me os olhos. Está sendo uma experiência nova pra mim, pois eu nunca tinha me aprofundado muito nos estilos regionais. Tocar tudo isso da forma que nós tocamos é bem legal e é divertido. Temos uma energia fantástica! A música é o nosso lazer e isso nos faz um bem danado”, enfatiza. “A gente toca e ao mesmo tempo se diverte. Somos amigos e um está aprendendo bastante com o outro. Essa troca de conhecimento musical está sendo muito boa para nós todos, assim como a interação entre a gente em cada show”, ressalta Daniel Serrão. 

De acordo com o JP Cavalcante, a ideia, após ter o primeiro CD e videoclipe prontos, é circular com esse material Brasil afora. “Temos muitos amigos em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, enfim. Em lugares onde a nossa cultura e os nossos ritimos não chegam. Principalmente o nosso jeito de tocar toada, o nosso Carimbó, o nosso brega, os xotes, reggae-bois, enfim, as nossas composições. O que queremos é isso: dá visibilidade às nossas músicas, à forma da nossa expressão cultural através do projeto Na Cuíra Pra Dançar.”

Campanha para o 1º CD

Os músicos estão contando com o apoio dos fãs e amigos para captar recursos e produzir o 1º CD da banda. As recompensas vão desde download completo do CD até show vip. O grupo precisa de 12 mil reais e já está em processo de gravação no estúdio Casarão Floresta Sonora. 

A Na Cuíra Pra Dançar já fez diversos shows em apoio à campanha de crowdfunding. Agora, o projeto de financiamento coletivo, disponível na plataforma do Catarse, é “Flex”, ou seja, terá mais tempo para os internautas contribuírem.

A produtora cultural Adriana Camarão, responsável pela campanha de crowdfunding da banda, conta como está sendo produzir o projeto de financiamento coletivo do primeiro CD do grupo. “Um dos grandes desafios é fazer com que as pessoas entendam seu papel na cidade como incentivadores da cultura local. 

Não adianta reclamarmos que não há espaço para os artistas e deixarmos de contribuir com projetos como o da Na Cuíra pra Dançar, que valoriza a sonoridade regional. Precisamos nos dar as mãos e fortalecer a cena independente, e, o crowdfunding dá esse poder de você contribuir com o que merece ser realizado. Acredito muito que este CD merece chegar ao público. Estamos nos empenhando bastante. Captar recursos financeiros em plena crise econômica também se torna um grande desafio, mas estamos confiantes de que o projeto será bem sucedido”. 

Serviço
Show de aniversário de um ano da banda. Dia 24 de junho (sexta-feira), no Apoena (Duque de Caxias, 450, esquina da Antônio Baena, Marco – Belém). A partir das 22h. Ingressos: R$ 15,00
Informações: (91) 98135-7458. Acesse o site e saiba mais sobre a campanha: catarse.me/nacuirapradancar.

21.6.16

Gawronski encena a performance de um canibal

Fotos: Jorge Etecheber
É a primeira vez que Gawronski vem a Belém com um trabalho, mas já esteve algumas vezes aqui a passeio. “Queria muito vir com um espetáculo pra cá, conheço alguns paraenses que moram no Rio", diz o ator e diretor, que chega a Belém para apresentar "Ato de Comunhão - Login/Logout”, nos dias 25 e 26 de junho, às 20h, no Teatro Gasômetro. O espetáculo é uma livre adaptação da história real de Armin Meiwes, um serial killer que caçava vítimas na internet. Em 2001, na Alemanha, ele foi condenado à prisão perpétua após confessar e relatar seus crimes.

Tribunal, psiquiatria e relações afetivas construídas na internet. Em cena, tecnologia, conexão, solidão, instinto e civilização, que permeiam uma história verídica. A espetáculo estreou em 2011, no Rio de Janeiro e tem direção do próprio Gilberto Gawronski em parceria com Warley Goulart.

Escrita pelo argentino Lautaro Vilo, com tradução de Amir Harif, “Ato de Comunhão- Login/Logout” aborda com elaborada delicadeza, algumas complexidades perturbadoras da vida contemporânea. Em sua performance, Gilberto Gawronski impressiona pela frieza e meticulosidade com que leva ao palco o relato feito pelo protagonista. 

No palco, um homem relembra três momentos de sua vida: o aniversário de oito anos, a morte da mãe e um jantar bastante peculiar com outro homem que conhecera pela internet. O ator desenha traços psicológicos da figura representada, mantendo quase sempre o mesmo tom de voz e a mesma cadência rítmica, tanto nas passagens mais horripilantes quanto naquelas em que o humor predomina. 

Gawronski  conta que ficou impressionado com a construção do texto, que transforma um fato verídico, explorado de forma sensacionalista pela imprensa, em dramaturgia. "Por se tratar de um tema de tribunal, chama atenção de estudantes de direito. Por ser um caso intrigante como é o do canibalismo, também interessa a psicólogos, psiquiatras e por trazer uma visualidade plástica, também é de interesse para artistas visuais", diz o ator e diretor.

O uso de recursos audiovisuais, operados em cena por ele, também tem recebido elogios da crítica especializada pelo refinamento na técnica. “Construímos um ambiente abstrato e tudo que é plasticidade e tecnologia, em cena, funciona como dramaturgia e não apenas como um recurso visual. Isso sempre me incomodou em espetáculos que se utilizam da tecnologia, como algo ilustrativo pra cena”, diz Gawronski.

 A dramaturgia foi buscar na primeira infância cheia de traumas do personagem não uma justificativa, mas ao menos uma explicação para que ele chegasse a fazer o que fez. Meiwes, o “Canibal Alemão”, considera ter feito um favor à sua vítima, já que o outro desejava ser devorado. O encontro foi marcado através de um site de relacionamentos. “Ninguém vai ver carne no palco”, explica o ator, “Há muita delicadeza artística para passar esta coisa tão sórdida, um fato tão bizarro e atroz”, comenta.

Pelo sexto ano em circulação com este espetáculo,  Gilberto Gawronski, diz que embora seja um teatro intimista, o público gosta muito da performance, porque ela aborda um tema atual, que trata das relações afetivas pela internet. “As pessoas se identificam, não com a bizarrice da história, mas por causa dessa ferramenta de encontros, em que mergulham cada vez mais e sem comedimentos. Tudo no espetáculo traz reflexão à respeito ”, diz o ator.

Sobre Gilberto Gawronski

O ator e diretor nasceu em Porto Alegre, mas está radicado no Rio de Janeiro. Apresentou durante quinze anos a criação performática do conto “Dama da noite”, de Caio Fernando Abreu, em vários países e diferentes idiomas. 

Recriou todo o universo pop através da encenação de “Pop by Gawronski”, em que conduziu uma trupe artística, usando figurino inspirado em Andy Warhol. Ironizou a si próprio no espetáculo “Quero ser Gilberto Gawronski”. Dirigiu dança contemporânea, ópera e textos teatrais. O diretor, cenógrafo e ator tem em seu currículo os prêmios Shell, Mambembe, Sharp, APCA, Qualidade Brasil e Açorianos.

Atualmente Gilberto assina a direção de ator da mais nova série da Tv Globo, Super Max, que se passa numa prisão de segurança máxima no meio da Amazônia, mostrando 12 pessoas que participam de um reality show. Cada um traz em seu passado um crime que precisa esconder dos outros. 

Ficha Técnica 

Texto: Lautaro Vilo
Tradução: Amir Harif
Direção: Gilberto Gawronski e Warley Goulart
Atuação: Gilberto Gawronski 
Fotos: Paulo Severo e Jorge Etecheber 
Vídeos: Jorge Neto
Iluminação: Vilmar Olos
Gravação de Áudio e efeitos sonoros: Rodrigo Marçal do Studio ARP.X
Produção Geral: Wagner Uchôa
Produção Local: João Guilherme Ribeiro (Companhia dos Notáveis Clowns)
Operação de som e projeção: Amir Harif
Realização: GPS Produções Artísticas LTDA

Serviço
Ato de comunhão - Sábado, 25, e domingo, 26 de junho, às 20h, no Teatro Estação Gasômetro – Parque da Residência  - Av. Gov. Magalhães Barata, 830 - São Brás. Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Informações: 91 4009.8721 (bilheteria do Teatro).

20.6.16

Oficinas, projeções e passeio no Centro Histórico

O Festival Amazônia Mapping (FAM) chega a sua segunda edição com a proposta de ressignificar a relação da população com a cidade de Belém e ocupar a arquitetura histórica da cidade com a tecnologia das projeções audiovisuais. Além disso, a programação traz oficinas, passeio pelo Centro Histórico e projeções em prédios púbicos.

Caio Fazolin virá pela primeira vez a Belém a convite do Festival Amazônia Mapping (FAM), para ministrar uma oficina voltada para artistas e curiosos. O laboratório “VVVV - Ambiente de Programação Gráfica” é uma introdução aos conceitos de programação que servirão de base para performances, instalações, controle de luz, som e vídeo em shows e espetáculos, e também para a criação de animações para vídeo e produção de peças gráficas. Inscrições para laboratório são gratuitas.

O artista veio de São Paulo para ministrar um laboratório gratuito em Belém, de 22 a 24 de junho. Desenvolvedor de arte gerativa, ele vai demonstrar técnicas de programação de bits para a criação de viodeomapping e abordará conceitos básicos de como criar seus próprios programas de computador, que servirão de base para projetos artísticos. “Acredito que o bit seja a tinta do artista contemporâneo”, defende o artista visual Caio Fazolin. 

Fazolin“VVVV é um ambiente de programação em tempo real híbrida - visual e textual-, para fácil prototipagem e desenvolvimento. Ele é projetado para proporcionar a manipulação de grandes quantidades de mídia, utilizar interfaces físicas, gerar gráficos animados em tempo real e interagir som e imagem”, explica Fazolin.

Projeção - Inspirado nos 400 anos de Belém, Fazolin desenvolve a inédita projeção “Espectro”, criada a partir de imagens de fotografia artesanal pinhole, do acervo da Associação Fototativa. O artista explica que a aleatoriedade e o acaso são elementos que norteiam sua produção, então contou com o olhar da Fotoativa, que selecionou as imagens e repassou a Fazolin.

“Nas minhas peças audiovisuais, deixo grande parte das ‘escolhas’ estéticas para o computador. Conversando com a curadoria do festival, decidimos deixar esse ‘acaso’ nas mãos da própria Fotoativa, não sabia que material seria escolhido por eles. Isso trouxe um elemento muito importante para o trabalho Espectro: frames de luz, recolhidos por diversas pessoas em diversos momentos. 

Dessa forma, consegui conectar o ‘espírito’ da cidade, que foi colhido por uma infinidade de pessoas, com os outros momentos do espetáculo, que tem como tema central aquilo que é invisível, que não existe mais ou que nunca existiu”, comenta Fazolin a respeito do conceito da projeção que será exibida na fachada do Museu do Estado do Pará (MEP) no dia 25 de junho.

No mesmo dia, haverá ainda a projeção do argentino Javier del Olmo “Circular de Dibujos”. O artista busca se relacionar com habitantes da cidade a partir de trocas de desenhos. Javier transpõe as ilustrações para espelhos e com a luz solar realiza projeções, numa performance que conta com a participação dos participantes.

Na fachada do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, ainda na noite do dia 25, Astronauta Mecanico faz projeções na fachada do Instituto Histórico e Geográfico do Pará. A artista apresentará uma performance audiovisual ao vivo, onde manipulará som e imagem em tempo real.

Também no dia 25, o prédio do IHGPA ganha traços caboclos. As imagens são fruto da viagem de Alexandre Sequeira à Nazaré do Mocajuba, pequena vila de pescadores no município de Curuçá, nordeste do Pará. Alexandre transpôs, em tamanho real, retratos dos moradores impressos em seus próprios objetos: redes, mosquiteiros, lençóis, cortinas. Os retratos dos tecidos ganharão ampla dimensão na inédita projeção audiovisual.

Festival Amazônia Mapping: arte, cidade e resistência

O FAM 2016 aposta na resistência cultural das ruas e vai transformar cartões-postais da capital em palco de experiências artísticas, que misturam a fotografia artesanal com projeções high-tech, ícones indígenas e batidas eletrônicas, e crônicas urbanas do rap à dança de rua. Além das projeções ao ar livre, a programação, que ocorre até o dia 25 de junho, inclui ainda laboratórios com artistas visuais do Brasil e da Argentina.

“A ideia é que o centro histórico receba a intervenção de tecnologias avançadas de vídeo projeção, na busca de integrar a arte à arquitetura e ao espaço público. É um convite ao despertar a um espaço que diz respeito a nossa própria identidade cultural, como paraenses e amazônidas, e revisitá-lo de uma maneira surpreendente, que rompa com o modo trivial de lidarmos com a cidade”, diz Roberta Carvalho, curadora do FAM.

Este ano, o festival ocupará o entorno do Museu do Estado do Pará – MEP, cuja fachada será espaço de grandes apresentações. O Palácio, que possui traços do estilo neoclássico, do século XVIII, foi projetado pelo arquiteto bolonhês Antônio Landi, para servir de sede e moradia dos governadores e capitães generais do Pará. Atualmente abriga um importante acervo da região.

“O MEP está como um parceiro importante e conecta-se na perspectiva de um museu vivo, atento às questões da rua e da possibilidade e exercício de novas linguagens nas artes”, comenta Roberta. Além do Museu do Estado do Pará, outros prédios de grande importância arquitetônica e histórica integrarão o circuito do Festival, como o prédio do Instituto Histórico Geográfico e Histórico do Pará.

A segunda edição do Festival Amazônia Mapping conta com o patrocínio da Oi, com apoio cultural do Oi Futuro, via Lei de Incentivo à Cultura SEMEAR, e do Boulevard Shopping Belém, via Lei Municipal Tó Teixeira. Parceria do Museu do Estado do Pará (MEP), Sistema Integrado de Museus (Sim) e Secretaria de Estado de Cultura do Pará (Secult), Governo do Pará.


Roteiros Geo-Turísticos pra conhecer Belém

Em seus 400 anos, Belém enfrenta diversos desafios para descortinar sua história e valorizar sua identidade cultural e arquitetônica. A Universidade Federal do Pará (UFPA) convida a um mergulho na trajetória da cidade, percorrendo cartões-postais e espaços não-convencionais de turismo, mas que revelam capítulos emblemáticos da capital paraense. 

O roteiro do Grupo de Estudos de Geografia do Turismo (GGEOTUR), da UFPA, propõe um passeio pelos bairros antigos da cidade num estímulo ao resgate da memória social, histórica e geográfica dos bairros da Cidade Velha, Campina e Reduto. A programação é gratuita, aberta ao público e será realizada nesta quinta-feira (23), com saída do Forte do Presépio, às 16h. 

A visita será guiada pela pesquisadora Maria Goretti da Costa Tavares, coordenadora do GGEOTUR, e integra o Festival Amazônia Mapping 2016, que ocupa o centro histórico de Belém com arte, tecnologia e cultura urbana, propondo uma reconexão da população com a cidade.

“Os trabalhos de arte irão ocupar o espaço geográfico da Belém antiga. O passeio guiado se aproxima dessa história.

A ideia é não apenas ocupar o espaço com arte, mas tomar conhecimento e ter consciência de como a cidade se construiu nesse espaço, conhecer a sua trajetória e a sua realidade”, diz a artista visual Roberta Carvalho, idealizadora e curadora do festival, realizado pela 11:11 Arte, Cultura e Projetos.


A construção do roteiro busca contribuir para o planejamento de ações turísticas para a cidade de Belém e a revalorização histórica patrimonial, cultural, ambiental, material, imaterial e turística da cidade, que assiste a perda de muitos prédios seculares.

“O centro histórico apresenta ampla diversidade de vidas que o produzem, para além das poucas edificações reformadas. Estão presentes atividades comerciais (formais e informais), espaços em deterioração, lixo, festas, atividades portuárias, etc. Essa diversidade diz muito mais sobre o passado e o presente da cidade de Belém”, defende Goretti.

Programação FAM

Laboratórios
22 a 24 de junho | Museu do Estado do Pará
9h - 13h

LAB 2: VVVV – Programação Computacional para Artistas
Facilitador: Caio Fazolin
Vagas: 15
Inscrição aberta no site

23 A 25 DE junho | Museu do Estado do Pará
23 e 24/6, de 14h às 18h.
25/6 , de 9h as 13h.

LAB 3: AV - Mente de Principiante
Facilitador: Astronauta Mecanico
Vagas: 15
Inscrição aberta no site

23 de junho - Cidade Velha - Centro Histórico
Mini roteiro turístico pela Cidade Velha com a Profª Goretti Tavares
Saída: Forte do Castelo e Chegada Instituto Histórico e Geográfico do Pará

Apresentações artísticas

24 se junho | Mercado do Ver-o-Peso (próximo ao Solar da Beira)
11h30
Ação Urbana
Performance "Circular de Dibujos"
Artista: Javier del Olmo (ARG)

25 de junho | Museu do Estado do Pará
Horário 17h30
Conversa / Mesa: Arte e tecnologia reconfigurando a paisagem urbana
Participantes: artistas do Festival Amazônia Mapping 2016

25 de junho | Praça Dom Pedro II
Ocupação Centro Histórico
A partir das 19h

"Espectro"
Artista: Caio Fazolin (SP)
Video Mapping
(Em colaboraçao com Associação FotoAtiva)
Local: Fachada do MEP

"Sólidos Platônicos [Água] Capitulo 1: O rio."
Artista: Astronauta Mecanico (SP/MA)
Audio Visual ao Vivo

Circular de Dibujos
Artista: Javier Del Olmo (ARG)
Performance - Intervenção Audiovisual
Local: Fachada do MEP

Fachada do Instituto Histórico e Geográfico do Pará
Artista: Uaná System (PA)
Audiovisual Ao Vivo

Chegô!
Artista: Cia Mirai de Dança (PA)
Videomapping + Dança + Música

Performance musical e poética
Artista: Pelé do Manifesto + TQSS Crew (PA)
Videomapping + Dança + Música

Vida Estampada
Artista: Alexandre Sequeira (PA)
Instalação Audiovisual
Local: Fachada do Instituto Histórico e Geográfico do Pará

Serviço
Festival Amazônia Mapping - FAM 2016, até  25 de junho, no Centro Histórico de Belém. Programação completa e informações: amazoniamapping.com. O Roteiro Geo-Turístico por Belém, realizado pelo Grupo de Estudos de Geografia do Turismo (GGEOTUR) da UFPA, nesta quinta-feira, 23, às 16h, terá saída do Forte do Presépio. Participação gratuita e aberta a todos os públicos. A segunda edição do Festival Amazônia Mapping conta com o patrocínio da Oi Futuro, via Lei de Incentivo à Cultura SEMEAR, e do Boulevard Shopping Belém, via Lei Municipal Tó Teixeira.

17.6.16

O Selvagem da Ópera recebe homenagens da OSTP

A Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (OSTP) apresenta “O selvagem da ópera: obras de Carlos Gomes para canto e orquestra”, para os 180 anos de seu nascimento. O concerto será regido pelo maestro convidado Silvio Viegas, com participação dos solistas Rosana Lamosa, Antônio Wilson Azevedo e do ator Thiago Losant.

Rubem Fonseca, em seu livro O Selvagem da Ópera, descreve a partida de Carlos Gomes de Campinas para o Rio de Janeiro de D. Pedro II, e depois para a Itália, onde encontraria a glória e o fracasso. Na capital brasileira e no país da ópera como se constroem e destroem reputações, mas também como um jovem “selvagem”, vindo dos trópicos, pode levar sua mistura de música erudita e brasilidade à altura dos maiores nomes da época. 

O compositor brasileiro, do século XIX, foi autor de óperas como “O Guarani” e “Fosca”. No programa do concerto, no dia 21, que também terá um ensaio aberto, às 11h, para um publico de 200 alunos de escolas de Belém, entre outras obras, o púbico vai ouvir trechos de óperas como Lo Schiavo e Il Guarany, e músicas como “Come serenamente” e “Sento uma forza indomita” .

"O Thiago Losant interpretará o próprio Carlos Gomes e dará uma costura cênica e teatral e este belo concerto”, antecipa Silvio Viegas, que é maestro titular da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e professor de regência na Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais.

Para Silvio Viegas este repertório vai exigir muito da Orquestra e mostrar o verdadeiro Carlos Gomes, “vamos tocar suas mais brilhantes aberturas e trechos de ópera, além de canções especialmente orquestradas. 

O público vai prestigiar sua veia dramática e operística. Reger Carlos Gomes é sempre um desafio, pois precisamos encontrar as cores corretas de cada drama, assim como acontece com Verdi, por exemplo. São compositores com muitas similaridades”, avalia.

O maestro titular da OSTP, Miguel Campos Neto, comenta a participação de Viegas à frente da Orquestra, “ele já é um conhecido do público paraense, e o nosso convite a ele se da dentro da política de nos relacionarmos com artistas de renome nacional e internacional, tanto pela qualidade da arte que eles exercem como pelo aumento da visibilidade nacional da própria OSTP”, afirma.

Serviço
Concerto da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (OSTP), em homenagem a Carlos Gomes. Maestro convidado: Silvio Viegas. Dia 21 de junho, às 20h. Local: Theatro da Paz. Endereço: Avenida da Paz, s/n – Campina. Informações: (91) 4009-8766/8754. Entrada franca, com distribuição de ingressos na bilheteria do teatro, a partir das 9h do dia do evento.  No dia 21, às 11h, haverá ensaio da OSTP para um público de cerca de 200 pessoas, exclusivo para alunos de 4 escolas de Belém, entre públicas e particulares.

16.6.16

Cuia inaugura com Félix Robatto e Los Picoteros

Cuia, um objeto tão comum aos paraenses e que ao mesmo tempo agrega de Norte ao Sul, do Tacacá ao Chimarrão e abrange o que há de melhor Brasil adentro. É assim, com a ideia de abrangência reunida que chega o projeto "Cuia" numa proposta de trabalhar o melhor da música e que já começa com um grande expoente desse som: Félix Robatto, que ao lado dos DJs Edvaldo Souza e Zek Nascimento - a dupla Los Picoteiros - fará o primeiro show do Cuia. A festa será no dia 18 de junho, a partir das 21h, no Bar Palafita.

Idealizado pelas irmãs Cacau e Marcê Novais, o Cuia nasceu com a necessidade de trabalhar diversas linguagens culturais e também aumentar a visibilidade para os artistas, abrangendo diversos estilos, do rock à guitarrada, do carimbó à música popular; assim como outras formas do fazer artístico, passando pelo artesanato e cinema.

A cantora e produtora Cacau Novais explica que o Cuia foi pensando a partir da ligação que tanto ela quanto a irmã, Marcê, possuem. "Ela vem do cinema e eu da música, nós pensamos então em unir nossas experiências e desenvolver um projeto com várias linguagens. Eu já tinha a ideia de começar com festas e que podem ser com artistas daqui, mas também com artistas de fora. Neste momento estamos iniciando, mas aos poucos vamos aumentar as possibilidades incluindo mostras de vídeo, feira de artesanato e outras parcerias que estamos buscando", informa.

Para o primeiro show e lançamento do projeto, Cacau e Marcê chamaram Félix Robatto e a dupla de DJs do Los Picoteiros, marcando o pulsante da música produzida no Pará e a relação com a música latina. "O Félix trabalha muito com a lambada e a guitarrada e os Los Picoteiros trazem a música caribenha. Então queremos que esse primeiro evento tenha essa característica bem festiva, bem pra cima", conta Cacau Novais.

A festa é pra todo mundo dançar

Guitarrista e percussionista, Félix Robatto fundou, em 2004, a banda La Pupuña que apresentou a “guitarrada progressiva” para o Brasil, Estados Unidos e Europa. Produziu o primeiro CD de Gaby Amarantos, “Treme”, indicado ao Grammy Latino 2012. 

A produção do novo CD da cantora Lia Sophia também é dele. É o autor do “The Charque Side of the Moon”, releitura com gêneros amazônicos do clássico “The Dark Side of the Moon” do grupo Pink Floyd. Em 2015, lançou seu primeiro disco solo “Equatorial, Quente e Úmido”. Está em fase de pré-produção do segundo disco “Belemgue Banguer”, que será lançado no segundo semestre de 2016 com turnê de lançamento que vai passar pelo Pará, Rio de Janeiro e São Paulo.

Já o duo Picotero surgiu para agitar as festas de música paraense em Belém, em julho de 2015, quando realizou as Quartas Picoteras durante as férias no Espaço Cultural Apoena. 

O intuito era criar opção de entretenimento para a cidade no meio da semana em um espaço onde o público possa dançar com músicas paraenses contemporâneas, que vão desde a guitarrada, o tecnobrega e o eletromelody de aparelhagem, até bregas e lambadas clássicas de décadas anteriores. 

No set dos djs também há ritmos de outros países da América Latina como Chile, Colômbia, Bolívia e Guiana. Atualmente, a dupla se dedica a uma pesquisa voltada para o brega paraense, os movimentos, a evolução no decorrer das décadas, a utilização de tecnoogias e as danças.

Cacau conta ainda que após esse primeiro momento, o Cuia vai trazer bandas de rock, como o Suzana Flag, já para o mês de agosto. Segundo ela, "a gente quer mostrar o máximo possível de vertentes. Vamos colocar todo mundo nessa Cuia".

Serviço
Lançamento do projeto Cuia com shows de Félix Robatto e Los Picoteros. Quando: 18 de junho de 2016 - sábado -a partir das 21h. Onde: Bar Palafita - Rua Siqueira Mendes. Quanto: R$20,00. Informações gerais: (91) 98151 5910 // 98313 0097.
Informações para imprensa: (91) 98425 6171 // 98190 8270