26.6.09

"Mãos de Outubro" traz um novo olhar sobre o Círio

Por Juliana Maués da redação do Guiart
(www.guiart.com.br)


Elas protegem, machucam, alimentam, escondem, curam. São uma parte tão fundamental do corpo para a maioria das pessoas que, a costume de tudo aquilo que se torna comum, adquiriram certo tom de banalidade. Mas, em muitas culturas, são vistas como o instrumento pelo qual o homem contata o Universo. “Por que as pessoas esticam as mãos para o céu, em diversas religiões? Por que essa sensação de poder por meio das mãos, vista nos gestos de curandeiros a padres? (...) Como o material e o espiritual podem estar tão fortemente presentes em uma só parte do corpo, mesmo que ajamos de forma inconsciente?” As perguntas são de Vitor Souza Lima. Nesses questionamentos está centralizado o filme que ele lança no segundo semestre de 2009. “Mãos de Outubro” sugere uma nova ótica do Círio de Nazaré, visto pela perspectiva das mãos.

A idéia veio, assim, de repente. Um dia, em 2005, analisando imagens e fotografias no computador, Vitor Lima percebeu que poderia fazer um filme retratando apenas as mãos do Círio: dos fogueteiros às bordadeiras do manto da Santa. Durante a Festa de 2008, com o trabalho de uma equipe integralmente composta por profissionais paraenses e produção da “Cabocla Produções”, as mãos de todos que participam da grande procissão foram transpostas da realidade à película. O filme é o primeiro trabalho em cinema de Vitor Lima, artista visual reconhecido no cenário paraense por seu trabalho em fotografia e videoarte. E ele começa já com muita responsabilidade: na direção.

“Vídeo é isso. É apenas uma espécie de chave com a qual se pode abrir portas e janelas de ideias, conceitos”, afirma o diretor. No caso de “Mãos de Outubro”, a ideia foi quase um achado: uma em milhões de outras que poderiam ser utilizadas para abordar o mesmo acontecimento, tantas vezes narrado. “Eu posso dizer que dá pra fazer 2 milhões de filmes tendo o Círio como tema. O Círio é inspiração inesgotável”, continua Vitor Lima.

Além do enfoque nas mãos, que proporciona uma narrativa anti-convencional, cuja proposta se enche de lirismo, a obra se diferencia em outro aspecto: a opção do diretor de filmar em preto e branco. No filme “O Estado das Coisas”, de Wim Wenders, o personagem interpretado por Samuel Fuller, diz uma frase que seria muitas vezes citada: “a realidade, certamente, é em cores, mas o preto e branco é mais real”.

Para Vitor Lima, que optou pela ausência de cores por um motivo de afinidade estética, “a imagem do preto e branco é mais verdadeira. (...) as imagens dessaturadas permitem uma compreensão melhor, a supressão dos detalhes – como as cores – facilita o nosso olhar, direciona”. Assim, “Mãos de Outubro” traz, nas palavras do seu diretor, “ao invés de cores esfuziantes, traços, linhas, pontos, contraste de luzes”.

O filme, que está em processo de finalização em estúdio carioca, terá duração de 25 minutos. Deve estrear próximo ao Círio deste ano, quando a multidão novamente tomar as ruas de outubro, acompanhada das vozes que clamam a confortável doçura advinda das mãos daquela que faz tantos pés caminharem.

Fotos: Divulgação / Ana Flor

Serviço: “Mãos de Outubro”, 25 min, dirigido por Vitor Lima e produzido pela “Cabocla Produções”. O filme foi um dos três vencedores do 1º Prêmio Estímulo de Realização de Curtas-Metragens do Museu da Imagem e do Som (MIS). Previsão de lançamento em outubro de 2009.


25.6.09

Circuito Revelando os Brasis mostra filme produzido no município de Chaves - Marajó

A primeira exibição já aconteceu ontem, no Palácio Antonio Lemos - Sede do Museu do Estado do Pará. A outra acontece amanhã, sexta-feira, dia 26, na Praça Dalcídio Jurandir, a partir das 20h. O Circuito de Exibição Revelando os Brasis Ano III realizará também sessões de Cinema no município de Chaves, colocando o Pará em sua rota de exibições. O projeto está passando por 58 cidades, em todas as regiões brasileiras, percorrendo quase 30 mil quilômetros para promover exibições gratuitas.

O Revelando os Brasis é um projeto da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, realizado pelo Instituto Marlin Azul, com patrocínio da Petrobras e parceria do Canal Futura. Todos os vídeos da programação do Circuito foram realizados por moradores de pequenas cidades que participaram desta terceira edição do projeto.

Desde 2004, este projeto viabiliza a produção de filmes em cidades com até 20 mil habitantes. No Pará estará em destaque o vídeo produzido no estado. No município de Chaves foi realizado o vídeo “Sou Teu Maninho! Um Grito Marajoara”, de Daniel Vieira Corrêa. A ficção narra a história de Natiara, uma menina que vive com a família nas margens do Amazonas e precisa enfrentar uma viagem de três dias com o pai doente pelas águas do rio. Além da ficção serão exibidos mais três vídeos produzidos nesta terceira edição do projeto. Cada vídeo possui aproximadamente 15 minutos.

O Circuito - O circuito de Exibição Revelando os Brasis está viajando pelo Brasil desde 14 de maio, levando sessões de cinema gratuitas para 40 municípios e 18 capitais. São três caminhões percorrendo quase 30 mil quilômetros levando cadeiras, projetores e telas de cinema para exibições em ruas e praças. Uma das rotas está passando pela Bahia, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Pará. Por causa da dificuldade em embarcar o caminhão para a Ilha de Marajó, onde está situado o município de Chaves, no Pará as exibições serão feitas sem o caminhão.

O segundo caminhão está cumprido a rota do Espírito Santo ao Acre, promovendo exibições também em Minas Gerais, Goiás, Tocantins e Rondônia e o terceiro roteiro está passando por Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Informações: Wanderson Lobato – cel. 91 9912.9899

Festival reúne produção recente de teatro e ocupa espaços criativos de apresentações em Belém

Serão oito dias intensos, onde a experimentação cênica, a ousadia e o talento de nossos artistas ganharão espaço e visibilidade. O Festival Territórios de Teatro, em sua segunda edição, será aberto na próxima semana, dia 1º de julho, reunindo a mais recente produção teatral da cidade de Belém. Na ausência de festivais e outros encontros mais freqüentes de teatro em Belém, esta será uma oportunidade e tanto para se conhecer o que está sendo produzido no teatro paraense.

Até dia 8 de julho, vários espaços alternativos, consistentes e de referência para o teatro paraense independente, serão devidamente ocupados pelos 20 espetáculos incluídos na programação. A realização é da Intimídia, em parceria com IAP -Instituto de Artes do Pará, com patrocínio da Caixa Econômica Federal e apoio cultural do Hotel Regente, Confeitaria Tívoli, Sol informática e Funtelpa.

Territórios - Além do Teatro Porão Puta Merda, do Casarão do Boneco, do Teatro Cuíra e do Anfiteatro da Praça da República, que receberam um público de 8000 (oito mil) pessoas em 2008, graças ao patrocínio da Caixa Econômica Federal, o Festival acontece, este ano, também na Casa da atriz Margareth Gondim, no Mercado do Ver-o-Peso e em um quarteirão da Rua Dr. Malcher, ambos no bairro histórico da Cidade Velha.

A opção por espaços em motivo evidente, todos são espaços conquistados pelos artistas, que optam por utilizá-los de forma lúdica e criativa transformando-os em Teatros, que estão fora do controle administrativo do poder público. Quase todos os edifícios-teatros da capital paraense têm pautas superlotadas, o que muitas vezes torna difícil o acesso para estes grupos e
companhias se apresentarem.

Abertura - A abertura conta com a apresentação conta com o teatro popular do Grupo de Paixão de Cristo de Canudos (Belém/PA), às 19h, no Anfiteatro da Praça da República. “Nosso pensamento é provocar o encontro da cultura popular com os artistas de teatro de Belém, possibilitar essa troca de vivências, o que traz aprendizado mútuo”, diz a atriz, diretora, pesquisadora e coordenadora do festival, Ester Sá.

Os outros espetáculos apresentados em locais fechados terão como ingressos a doação de 1 Kg de alimento não perecível que serão doados para a instituição PARAVIDA.

A Crítica - A coordenação do festival, de Ester Sá e Nando Lima , não esqueceu também da produção intelectual e colocou na pauta do evento, a crítica. E para falar sobre isso, suprindo a carência que Belém sofre nesta área, o festival convidou o crítico Kil Abreu, que acompanhará o festival no blog: www.territoriosdeteatro.blogspot.com, onde postará o panorama dos espetáculos do dia, e realizará ao final dos 7 dias do festival a “Conversa Critica” com estudantes e profissionais de teatro sobre os espetáculos.

Para quem não conhece Kil Abreu é jornalista, paraense, radicado em São Paulo. É pesquisador do teatro, pós-graduado em Artes pela USP. Foi curador do Festival de Teatro de Curitiba, crítico do jornal Folha de São Paulo e Diretor do Departamento de Teatros da Secretaria de Cultura/SP, na gestão de Marta Suplicy.

Atualmente ele faz parte do júri do principal prêmio do teatro brasileiro, o prêmio Shell. Além disso, é curador do Festival Recife do Teatro Nacional e escreve para a revista Bravo!. Para fechar, mais ma informação sobre ele: Kil coordena o Núcleo de Estudos do Teatro Contemporâneo da Escola Livre de Teatro de Santo André. Estudantes de artes cênicas, jornalistas e público interessado no assunto não deve perder este bate papo, que acontecerá no dia 8, no IAP, às 14h.

PROGRAMAÇÃO

DIA 01 de julho- Quarta
Abertura do Festival

Espetáculo “Paixão de Cristo” do Bairro de Canudos
Local : Anfiteatro da Praça da República
Endereço: Praça da República, S/N
19h

DIA 02 de julho – Quinta

Espetáculo Amor Palhaço
Local : Anfiteatro da Praça da República
Endereço: Praça da República, S/N
20:00h

Espetáculo Quando a Sorte te solta um Cisne na Noite
Teatro Cuíra
Endereço: Rua Riachuelo, esquina com a 1º de março
21:00h

Espetáculo A Mulher das Sete Saias
Casarão do Boneco
Endereço: Avenida 16 de novembro, 815
19:00h

Espetáculo A Mulher-Peixe que Queria Voar
Mercado do Ver-o-peso
19:00h

DIA 03 de julho – Sexta

Espetáculo Do Barro ao Boneco
IAP – Instituto de Artes do Pará
Endereço: Praça Justo Chermont, s/n (ao lado da Basílica de Nazaré)
19:00h

Espetáculo A Comédia dos Erros
Anfiteatro da Praça da República
Endereço: Praça da República, S/N
20:00h

Espetáculo Catolés e Caraminguás
Casarão do Boneco
Endereço: Avenida 16 de novembro, 815
19:00h


DIA 04 de julho – Sábado

Espetáculo Em Busca de um Lugar na Corda
Anfiteatro da Praça da República
Endereço: Praça da República, S/N
20:00h

Espetáculo Popporn
Teatro Cuíra.
Endereço: Rua Riachuelo, esquina com a 1º de março
21:00h

Espetáculo E ai, Macaco?
Casarão do Boneco
Endereço: Avenida 16 de novembro, 815
19:00h

Espetáculo Sábado Passado
Espaço Margareth Gondin
Endereço: Av. 16 de Novembro, 277 (fundos)- entre Tamandaré e Avertano Rocha
19:00h


DIA 05 de julho – Domingo

Espetáculo itinerante Natureza no Asfalto
Anfiteatro da Praça da República
Endereço: Praça da República, S/N
10:00h

Performance Os Buchudos - Grupo de Teatro da Unama
Anfiteatro da Praça da República
Endereço: Praça da República, S/N
10:00h

Espetáculo O Outro e a Mulher Morta
Casarão do Boneco
Endereço: Avenida 16 de novembro, 815
19:00h

Espetáculo No Olho da Rua
Rua Dr. Malcher - no Bairro da Cidade Velha
Endereço: Rua Dr. Malcher (entre Tv. Joaquim Távora e TV. Cap. Pedro Albuquerque)
19:00h

DIA 06 de julho – Segunda

Espetáculo Ágora Mandrágora
Anfiteatro da Praça da República
Endereço: Praça da República, S/N
20:00h

DIA 07 de julho – Terça

Performance A volta de Averrois - Escola de Teatro e Dança da UFPA
Anfiteatro da Praça da República
Endereço: Praça da República, S/N
19:30h

Espetáculo Carro-Céu
Anfiteatro da Praça da República
Endereço: Praça da República, S/N
20:00h

Espetáculo Querela-Eu
Teatro Cuíra
Endereço: Rua Riachuelo, esquina com a 1º de março
21:00h

DIA 08 de julho – Quarta

Conversa Crítica
Bate papo com Kil Abreu – Sobre crítica teatral
Local: IAP
Endereço: Praça Justo Chermont, s/n (ao lado da Basílica de Nazaré)
14:00h

24.6.09

Mestre Laurentino no Casarão Live

A dica desta quinta é o Casarão Live, que acontece no Café com Arte, que fica na Rui Barbosa com a Braz. Abaixo, leia o convite!

Por Leo Chermont

Galera, mais uma edição do Casarão Live, em cima da hora pra não perder o costume. Desta vez com a temática voltada pro Rock resolvemos interagir com as bandas que estão fazendo a cabeça dos mais doidões, da nossa querida Belém.

Bom, dessa vez o núcleo achou por bem "limar" o Juca Culatra, visto que o rapaz precisa de um tempo para poder curtir sua noite gaúcha. Então, o power trio, fíel escudeiro do guerreiro “Culatra", irá se apresentar com seu Rock / Jazz / Clássico / viajante, som. O digníssimo Mestre Laurentino vai mostrar porque é o rockeiro mais maluco do mundo.

Clepsidra - Renato Torres, Maurício Panzera e Arthur Kunz - vai mostrar um pouco do seu
material novo, que fará parte do terceiro CD, "Independente", em fase de pré-produção, além de algumas pedras dos seus dois primeiros discos. E o Jungle Band quebrando tudo na pegada instrumental, com Marcio Arêde, Leo Chermont, Junhão e Dan Bordallo.

Depois de um estudo magnífico nosso criador de assuntos grandiosos, Marcio Arêde, preparou um supertelão feito de um material incrível, meu Deus! Bom, isso é só o começo, Ulisses Parente vai jogar uns vídeos pra lá de alucinantes, que por sua vez vai interagir com o som dos nossos colegas Jungle Band e Power Trio.

Na parte da frente do Café com Arte nosso querido Marcel Arede vai comandar nas carrapetas. No set, a pegada forte, inovadora e já conhecida do produtor Se Rasgum. Já do núcleo Blacksfera, Pro Efex como sempre vai surpreender com seu Raga, hip hop, dub. Lendo no bolso Bagao!!

Depois de ter assumido o posto da identidade visual do Casarão cultural floresta sonora, Renato Reis promete mostrar através de seus registros um pouco da 2º edição do Festival Se Rasgum. O espaço promete revelar o melhor do evento que esta por vir. Ainda Ana Flor expondo Power Rock.

Não perca! essa quinta feira promete bombar. Trata-se de apenas 10 reais, eu disse dez contos, galera. Pior que tem nego que chora por cinco. Lá rola uma super promoção de enlouquecer qualquer cidadão normal. Saque só, com 10 reais tu compras cinco latinhas, OOooOOOO Louco. Muito Foda!

To lá, espero vocês também!

Léo Chermont

23.6.09

CCAA Fest está com as inscrições abertas só até 30 de junho!

O festival de rock independente CCAA FEST chega a sua 4ª edição mais uma vez abrindo espaço para as bandas autorais locais. Este ano, além do incentivo às novas produções, o CCAA Fest investe na profissionalização dos músicos que participam das 15 bandas que são selecionadas e concorrem aos prêmios do festival.

Serão realizadas em parceria com a Escola de música AM&T e a Associação Pro-Rock, oficinas com focos na produção executiva, formação de roadie, manutenção de equipamentos e divulgação da banda na imprensa das quais vão participar os integrantes das 15 bandas selecionadas. “Ainda estamos fechando mais parcerias para incluir outras oficinas que são fechadas aos participantes das bandas selecionadas, mas faremos ainda ciclos de palestras abertas ao público. Será um momento pra discutir e refletir sobre o profissionalismo da cena musical independente no Pará, como produtora de cultura, mas também como geradora de emprego e renda”, diz a produtora Gláfira Lôbo.

Inscrição - Para fazer a inscrição, até dia 30 de junho, as bandas devem preencher e imprimir a ficha de inscrição disponível no site www.ccaabelem.com.br, onde estão também o edital e com o regulamento do evento deste ano. Depois, o responsável pela inscrição deve levar a ficha preenchida à AM&T e pagar uma taxa de R$ 20,00 até dia 1º de julho.

Antes de preencher a ficha de inscrição, é preciso ler atentamente o edital disponível no site (www.ccaabelem.com.br) e ver se a sua banda está apta a participar do festival. O cronograma de audições estará disponível no site do CCAA a partir do dia 4 de julho. É importante lembrar que todas as bandas que participarem das audições sairão do teste com um DVD gravado e editado com o material da audição, que já pode ser usado para divulgação da banda.

Após a inscrição, as bandas passam por uma seleção rigorosa que dura cerca de um mês, entre as audições, em estúdio de som e áudio e uma comissão formada por músicos e produtores culturais escolhem as quinze melhores bandas que irão participar do show que acontecerá no dia 12 de setembro.

Premiação - Este ano o festival ganhou nova parceria com a escola AM&T, juntando-se aos já parceiros Ná Figueredo, Foto Keuffer e Iesam. Quanto à premiação deste ano, fica assim: A 1° colocada ganha uma Gravação de Cd e Lançamento pelo selo Ná Music; o 2° lugar ganha a Gravação de um Vídeo Clip, ofertada pela Digital Produções e o 3° colocado ganha uma Vale compras da Loja Foto Keuffer.
Todas as bandas participantes recebem uma bolsa de inglês do CCAA para um de seus integrantes e o guitarrista revelação leva uma Bolsa para estudar música na Escola AM&T.

Histórico - O CCAA Fest teve sua primeira edição realizada em 2006, e desde então, vem sendo aclamado por público e crítica. Além do festival ser considerado um grande celeiro de novas bandas, ele vem sendo prestigiado por ser um dos responsáveis pelo fortalecimento da cena independente, fazendo com quem muitas bandas valorizem as suas composições e sintam-se felizes em sair da garagem para mostrar as suas músicas para o público.

O ecletismo é um ponto marcante deste festival, que vai do gênero ao tempo de existência, passando pela origem das bandas. Das quinze que se apresentaram no festival do ano passado, todas trouxeram influências variadas do rock'n roll, que iam do balanço do pop rock, até os acordes mais altos do heavy metal. Bandas como o Vinil Laranja (na foto no início desta matéria) que este ano fizeram show até nos Estados Unidos, e o Tenebrys, (foto logo acima) que veio com a proposta pesada e cadenciada do Doom Metal, estilo bem peculiar, foram agraciadas com o primeiro e segundo lugar, respectivamente.

Serviço
Inscrições para o CCAA Fest 2009. Até dia 30 de junho pelo site www.ccaabelem.com.br. A confirmação deve ser feita até dia 1 de julho, com pagamento da taxa de R$ 20,00 na escola de música AM&T - Trav. Rui Barbosa 607, entre Tiradentes e Aristides Lobo -, das 9h às 12h e 14h às 19h. Mais informações: Gláfira Lobo - (91) 9962-9509 e (91) 8812-0436.

18.6.09

Depois de Veneza Luiz Braga prepara-se para abrir exposição na Galeria Leme em São Paulo

Sim, ele foi um dos dois artistas selecionados para representar o Brasil na 53ª Bienal de Veneza, que abriu no ultimo dia 7 e poderá ser visitada até novembro. Mas agora Luiz Braga prepara-se para uma nova e inédita exposição no Brasil.

No próximo dia 24 ele abre uma individual, e será a sua primeira vez, na Galeria Leme, em São Paulo. Mas não espere algo que já conhece deste fotógrafo que tem a luz e as cores vibrantes como marcas de sua obra. Nesta mostra há algo de novo.

As 17 fotografias, que estarão na cidade de São Paulo na próxima semana, trazem imagens que avançam noite adentro e se tornam bem diferentes das que caracterizaram toda a sua trajetória. Desta vez, ao invés das cores vibrantes e magnéticas, ele opta pelo tom crepuscular, mesclando luz natural e artificial.

É um contraponto, sem dúvida. O trabalho que será apresentado na Galeria Leme faz parte de uma seleção de imagens noturnas, e revelam um novo momento em sua obra. Na etapa atual, o instantâneo do final do dia é banido para dar lugar a tempos mais generosos de captação, em busca das luzes que estariam ocultas aos olhos mais apressados.

Surge então uma série de imagens noturnas povoadas pelo brilho de estrelas, folhagens inquietas, luas estridentes e barcas distantes, todas elas abrigadas pelo negro-azul inequívoco das noites equatoriais.

“É a primeira vez que mostro o novo trabalho no Brasil. Minha expectativa, portanto, é de uma estréia”, diz Luiz Braga. A nova produção surge, segundo ele, de sua habitual inquietude, mas também surge de uma reflexão crítica.

“No trabalho atual, assim como nos outros, o que eu busquei foi expandir a luz da minha fotografia. No entanto, há que se registrar que a violência de Belém e a insegurança para realizar meu trabalho com a paz necessária, acabaram me empurrando para lugares no interior onde ainda existe tranqüilidade”, comenta.

Este recurso, da longa exposição, permitiu a Luiz Braga não só o aprofundamento na busca de novas formas de fotografar - uma constante em sua trajetória - como manteve a experimentação do uso e dos efeitos da luz sobre o mundo visível. Traduzidas no olhar ampliado, são imagens que se livram da restrição territorial que caracterizou de alguma maneira, a linguagem do artista até então.

Luiz Braga não aborda apenas a geografia, as referências culturais, as tradições populares e os habitantes do Norte do Brasil, mas transmite uma marcante carga afetiva, imbuída de valores humanos e livre de exotismo e de estereótipos, justamente pela originalidade e domínio com que capta o confronto entre a luz natural e a luz artificial, povoando o território do olhar - um lugar intransferível - de lembranças, cores e cheiros.

Serviço
Exposição Luiz Braga . Na Galeria Leme em São Paulo, a partir do dia 24 Junho , 19h. Fica aberta até 08 Agosto. Rua Agostinho Cantu, 88 - São Paulo | Brasil | 05501.010. Seg - Sex das 10h às 19h. Sab das 10h às 17h. Informações: + 55 11 3814 8184. info@galerialeme.com
www.galerialeme.com

Os desenhos de Ricardo em “Relati-Vidade”

Está em cartaz na Taberna São Jorge a nova exposição de Ricardo Luiz de Andrade. Aberta na última terça-feira, 16, "Relati-Vidade" apresenta desenhos e pinturas que ficarão expostas até o dia 15 de julho.

Esta é a 3ª exposição individual do artista, que começou a desenhar aos cinco anos de idade. “Eu tinha uma tia avó a prfª Almira Bordallo da Silva, que me alfabetizou e que me incentivou muito nos estudos e principalmente a pintar e desenhar. Nesta exposição uso as técnicas do Nankin sobre papel, pastel sobre papel, acrílica sobre papel e tela e óleo sobre tela”, diz Ricardo que também é veterinário. “A veterinária foi e é muito importante, porque pela ciência das coisas a gente se emociona, faz relação, aprofunda e expande a fé, e aí é pé quente e cabeça fria”, brinca..

Serviço
Exposição “Relati-Vidade”, de Ricardo Luiz de Andrade. Até 15 de julho, na Taberna São Jorge. Na Rua Félix Rocque, s/n – Cidade Velha.

Ágora Mandrágora agora na Praça da República. Não perca!

Depois de ter colorido e enchido de boas gargalhadas o Forte do Presépio, “Ágora Mandrágora Ou Santa Maria do Grão Agora”, do grupo Usina Contemporânea de Teatro chega à Praça da República, com apresentações em seu anfiteatro, de quinta a sábado, às 19h. Nos três dias em que esteve em cartaz no Forte do Castelo, o espetáculo já foi visto por mais de 700 espectadores.

Inspirado em uma das comédias mais famosas da dramaturgia universal, A Mandrágora, de Nicolau Maquiavel, o espetáculo ganhou nova versão do grupo que está celebrando 20 anos de atividade. O resultado desta longa estrada está na cena e por trás dela. O elenco é afinado e a equipe técnica madura.

Apesar do texto de Maquiavel ter sido escrito há cerca de 500 anos pelo dramaturgo e filósofo italiano, a peça discute temas atuais, como as relações de poder e a falta de ética que impera na sociedade quando os interesses pessoais e de pequenos grupos prevalecem sobre os interesses coletivos.

“O que o público assiste não é a peça que o Maquiavel escreveu, mas sim a versão que o Usina está dando à história”, diz Milton Aires, um dos atores da peça. “Lemos muitas vezes a peça, mas na hora de montar as cenas, criamos estruturas narrativas que partiram de improvisações. Preferimos chamar de uma versão contemporânea para a dramaturgia do Maquiavel”, explica.

Em cena também estão os atores Cláudio Melo, Gilberto Andrade, Landa de Mendonça, Andréia Rezende, Ronalda Salgado e Astréa Lucena que se desdobram sempre em mais de um personagem.

Montagem - E isso é uma das coisas interessantes desta montagem. Há personagens interpretados por dois atores, simultaneamente, ou por atores diferentes em cada cena, provocando o espectador, que tentar descobrir a cada momento as regras do jogo.

O espetáculo também traz uma proposta diferente de cenografia. Vários objetos como escadas, bacias, guarda-chuvas e mesas estão arrumados pelos quatro cantos do espaço de encenação, uma arena, e vão sendo utilizados pelos atores ao longo do espetáculo. O público vê tudo, assim como início presenciamos exercícios de concentração e aquecimento do elenco antes de começar o espetáculo.

Com muitos tecidos usados para várias simulações de cena, boa luz e excelente trilha, o espetáculo é lúdico e envolvente fazendo com que o tempo de 1h30 passe quase despercebido.

Trama - Na trama escrita por Maquiavel, Calímaco é um jovem que deseja a mulher de um velho e rico advogado. Para chegar ao seu objetivo de seduzir a moça, ele arma uma farsa que conta com a colaboração de outros personagens. O resultado é que todos enganam a todos em benefício próprio.

De acordo com as informações do grupo, atentos às profundas críticas contidas no texto, o Usina optou por uma encenação alegórica que faz referência a realidade política e social da Belém e do Pará da atualidade. Tanto é verdade que a montagem chama-se Ágora Mandrágora ou Santa Maria do Grão Agora, fazendo alusão ao nome que Belém recebe na obra do escritor paraense Vicente Cecim.

“Não vimos sentido em localizar a trama em Florença, como na obra original, e decidimos que o momento era oportuno para discutir nossa realidade mais imediata”, argumenta o cenógrafo Nando Lima, um dos fundadores e diretores do grupo.

“O teatro também possui essa função de estimular um debate sobre questões de interesse público”, completa o ator Cláudio Melo, que interpreta Calímaco.

A encenação da peça é assinada por Alberto Silva Neto, mas foi gestada num processo bastante colaborativo com todos os criadores, e não possui nada de convencional. O espaço em forma de arena sugere uma quadra esportiva e os figurinos de Maurício Franco fazem forte referência às práticas esportivas. “O esporte também é uma metáfora da arte”, justifica Maurício.

O desenho de som é de Leo Bitar e a música de Felipe Cordeiro. A montagem conta ainda com produção executiva de Nani Tavares, assistência de produção de Cristina Costa, apoio de Tiago Pinto e fotos de Alberto Bitar.

Serviço
Ágora Mandrágora ou Santa Maria do Grão Agora, do grupo Usina Contemporânea de Teatro. De 18 a 21 e de 25 a 27 de junho, sempre às 19 horas, no anfiteatro da Praça da República. A montagem é resultado do prêmio Cláudio Barradas de Fomento às Artes Cênicas, da Secult, e tem apoio cultural de Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves, Instituto de Artes do Pará – IAP, Art Laser Digital, ACD Gráfica, Midiainplay, Ná Figueredo, Guimas Top, Afro Brasilis, Abelhuda e Casa das Tortas.

17.6.09

O Jazz e a Bossa de Cacau Novaes e Minni Paulo Trio

Cacau Novaes e Minni Paulo Trio estão juntos, nesta sexta-feira, a partir das 22h30, no Baiacool Jazz Club, escolhido este ano pela Veja Belém como o melhor lugar para ouvir música ao vivo. Quem quiser conferir está aí a dica para este final de semana. O repertório de Cacau traz Bossa Nova com composições clássicas de Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Edu Lobo, além da sofisticação de tradicionais standards de jazz .

Cacau Novais é um dos talentos que vem da música erudita, mas que nos presenteia nas noites de Belém. Graduada em Educação Artística com Habilitação em Música pela Universidade do Estado do Pará (Uepa), é também formada no Curso Técnico de Canto Lírico do Conservatório Carlos Gomes onde foi aluna das professoras Márcia Aliverti, Malina Mineva e Mariana Mihai.

Cacau já participou de grupos como o Madrigal da Uepa, Coral Marina Monarcha, Coro Carlos Gomes e Madrigal Experimental de Repertório do Instituto Carlos Gomes, que se destacam no cenário lírico da cidade de Belém. Vale conferir sua performance mais popular e jazzística. O Baiacool Jazz Club fica na fica na Avenida Tamandaré em frente à Praça do Arsenal.


Última semana de "Valsa com Bashir" no Cine Líbero Luxardo


O Cine Líbero Luxardo exibe só mais essa semana o longa de animação-documentário "Valsa com Bashir", de Ari Folman.

Resultado de quatro anos de muito trabalho, esta co-produção entre Israel, Alemanha, França e Estados Unidos teria custado US$ 1,5 milhão, e até agora concorreu a 18 prêmios e ganhou outros 18. Entre os últimos, estão o Globo de Ouro como melhor filme estrangeiro; vencedor na mesma categoria pela opinião da crítica do prêmio da Broadcast Film Critics Association e no British Independent Film Awards. Além de ser a primeira animação candidata ao Oscar de melhor filme estrangeiro.

Ao se dá conta de que algumas partes de sua vida tinham se “apagado” de sua memória, mas exatamente o período que ele serviu ao Exército de Israel e que participou como soldado da invasão do país ao Líbano, em 1982, o diretor Ari Folman resolveu fazer um filme que o esclarecesse o que realmente aconteceu. Para isso, entrevistou amigos, colegas e testemunhas dos combates e do massacre de dois campos de refugiados palestinos, e assim, confrontou as diversas versões do acontecimento.

O fato do filme levar para a animação a linguagem do documentário é no mínino interessante. Sete de nove personagens que aparecem na tela são verdadeiros, e apenas os amigos Boaz e Carmi quiseram que seus nomes reais não aparecessem no filme. É justamente esse hibridismo apresentado de maneira muito emocional, criativa e original que é um dos maiores méritos de “Valsa com Bashir”. Graças à utilização desse formato, Folman pôde transformar em imagens relatos de enorme força poética.

Serviço
Valsa com Bashir”, de Ari Folman (ISR / ALE / FRA / FIN / SUI / BEL / AUS / EUA, 2008). Quinta a Domingo – 18/06 a 21/06- às 19h30. Ingressos: 5 reais (Meia Entrada para estudantes). Na quinta-feira, a entrada é franca para estudantes com carteirinha. Cine Líbero Luxardo - Fundação Tancredo Neves – Centur - Av. Gentil Bitencourt, 650, Térreo (esquina com Rui Barbosa). Informações: tel (91)32024321.

Evento literário marca inauguração do Centro de Convenções da UFPA

Uma imersão aos encantos da prosa de Dalcídio Jurandir e à emoção da poesia de Paulo Plínio Abreu. Essa será a dinâmica do I Ciclo do Extremo Norte da Literatura, que ocorrerá no próximo dia 19 de junho como o evento inaugural do Centro de Convenções da Universidade Federal do Pará. A programação tem como objetivo divulgar a obra desses importantes escritores paraenses, trazendo-os para a cena das discussões acadêmicas e também apresentando-os aos gostos de quem não dispensa um banho num bom mar de letras.


Além do lançamento dos livros “Marajó”, de Dalcídio Jurandir (490p., R$30); “Poesia”, de Paulo Plínio Abreu (243p., R$20) e “Três sentidos fundamentais na obra de Paulo Plínio Abreu” (156p., R$15), de Célia Bassalo, o evento trará palestras, minicursos e mesas-redondas.

A conferência de abertura, marcada para as 11h, terá o mesmo tema do evento, “A Prosa de Dalcídio Jurandir – A Poesia de Paulo Plínio Abreu”, e será proferida por outro grande literato paraense, Benedito Nunes, professor emérito da UFPA. Tanto a conferência, quanto todas as outras atrações do evento terão entrada franca. Haverá entrega de certificados para os participantes.

Palestras - À tarde, a programação contará com as palestras “O Marajó de Dalcídio Jurandir”, a ser ministrada às 14h pela professora Rosa Assis, organizadora do “Marajó”, coeditado pela Editora da UFPA e pela Fundação Casa de Rui Barbosa; e “Três sentidos fundamentais na obra de Paulo Plínio Abreu”, às 15h20, ministrada pela professora Célia Bassalo.

Em seguida, ocorrerá mesas-redondas com a participação de vários pesquisadores da UFPA abordando os temas “Imaginário e Cultura em Dalcídio Jurandir” e “Paulo Plínio Abreu, Poeta e Tradutor”. O dia de atrações se encerrará com a performance teatral do grupo Pau Corda, da Escola de Teatro e Dança da UFPA, sobre a obra “Marajó”, e com a recitação de trechos de “Poesia” pelo grupo Parlavore. O lançamento dos livros será na sequência.

De acordo com Laís Zumero, diretora da Editora da UFPA, o Ciclo do Extremo Norte virá para homenagear esses grandes escritores. “Dalcídio é um escritor nacionalmente reconhecido e premiado por obra espetacular sobre a realidade sociocultural da Amazônia, mas Paulo Plínio Abreu, que é tão brilhante quanto, precisa ser mais divulgado”, afirma.

Após o lançamento, os livros referentes aos autores em questão estarão à venda nas livrarias universitárias: uma, localizada no Campus Guamá e a outra, no Instituto de Ciências da Arte (ICA), situado na Praça da República. Na entrada do Centro de Convenções, no dia 19, haverá uma exposição dessas e de todos os outros importantes livros lançados pela Editora da UFPA durante os últimos oito anos.

Serviço
A programação do I Ciclo do Extremo Norte da Literatura deverá voltar em cartaz no dia 23 de junho, com o minicurso “Paulo Plínio Abreu – Poeta e Tradutor”, que será ministrado pelo professor Sílvio Holanda, das 15h às 18h. No dia 30, haverá comunicações de trabalhos científicos sobre Dalcídio Jurandir, também das 15h às 18h.

PROGRAMAÇÃO

19 de Junho de 2009
Local: Centro de Convenções da UFPA (ao lado da Reitoria)
Programação Cultural da Inauguração do Centro de Convenções da UFPA

Manhã:
11h00: Conferência: Ciclo do Extremo Norte da Literatura: A Prosa de Dalcídio Jurandir
– A Poesia de Paulo Plínio Abreu
Benedito Nunes (Prof. UFPA)

Tarde:
14h30: Palestra: O Marajó de Dalcídio Jurandir
Rosa Assis (Profª. UFPA/Unama)

15h20: Palestra: Três sentidos fundamentais na obra de Paulo Plínio Abreu
Célia Bassalo (Profª. UFPA)

16h20: Mesa-redonda: Imaginário e Cultura em Dalcídio Jurandir
Heraldo Maués (Prof. UFPA)
José Guilherme Fernandes (Prof. UFPA)
Paulo Nunes (Prof. Unarna)
Coord. Sílvio Holanda (Prof. UFPA)

17h25: Mesa-redonda: Paulo Plínio Abreu, Poeta e Tradutor
Nilson Oliveira (Escritor/Editor Polichinello)
Sílvio Holanda (Prof. UFPA)
AmarílisTupiassú (Profª. UFPA/Unama)
Coordª. Josebel Fares (Profª. UEPA)

Noite: Local: Livraria do Campus

18h30: Performance: Paulo Plínio Poesia
Paulo Vieira e Alessandra Nogueira (Grupo Palarvore)
19h00: Performance: Marajó – Fragmentos
Grupo Pau e Corda (Escola de Teatro e Dança da UFPA)

19h30: Lançamento de Livros
Marajó – Dalcídio Jurandir
Poesia – Paulo Plínio Abreu
Três sentidos fundamentais na obra de Paulo Plínio Abreu – Célia Bassalo

23 de junho de 2009

15 às 18h: Minicurso: Paulo Plínio Abreu – Poeta e Tradutor
Sílvio Holanda (Prof. UFPA)
30 de junho de 2009

15 às 18h: Encontro com Dalcídio Jurandir: Comunicação de trabalhos científicos
sobre o autor

18h00: Performance: Marajó – Fragmentos
Grupo Pau e Corda (Escola de Teatro e Dança da UFPA)

Fonte: Assessoria de Comunicação da UFPA - Jéssica Souza

Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz faz neste final de semana as duas únicas apresentações do semestre!


Neste final de semana há várias programações bacanas em Belém. Uma delas é a apresentação da Orquestra Sinfonica do Theatro da Paz, nos dias 19 e 20 de junho de 2009, sexta-feira e sábado, às 20 horas, no Theatro da Paz, com entrada franca. Na foto de Elza Lima, está Matheus Araújo, que rege a orquestra e luta por mais investimentos para concretizar sua excelência internacional como vocês vão ler nas próximas linhas.

Repertório - O repertório destes dois concertos tem três elementos. Em homenagem aos 50 anos da morte de Villa-Lobos, o programa abre com uma de suas obras mais emocionantes: as Bachianas Brasileiras n.5, que o consagraram como nosso compositor nacional. É uma música para soprano e conjunto de violoncelos, na qual a soprano começa simplesmente vocalizando em “ah” na famosa cantilena e depois se entrega à dança do segundo movimento num virtuosístico final com poema de Manuel Bandeira constituindo assim, em cerca de 10 minutos, um retrato da natureza e do espírito brasileiro. As sopranos Luciana Tavares e Dione Colares serão as solistas nos dias 19 e 20 respectivamente.

Ainda na primeira parte do programa, a orquestra celebra os 200 anos de nascimento de um dos maiores compositores da fase inicial do Romantismo, Mendelssohn, que também foi um dos primeiros regentes da história e organizador da profissão de músico de orquestra. Desse grande mestre, a orquestra executa três peças orquestrais para “Sonho de uma Noite de Verão”: a Abertura, (composta aos 17 anos), o Scherzo, e a famosérrima Marcha Nupcial.

Desafio - Na segunda parte a OSTP enfrenta o seu maior desafio: a Sinfonia Patética de Tchaikovsky, escrita em 1893, considerada a maior sinfonia russa. É a primeira vez que a orquestra executa uma sinfonia de Tchaikovsky, e no caso desta sexta e última sinfonia, além das dificuldades técnicas, a concentração e a energia são exigidas ao extremo. É uma obra em quatro movimentos de quase 50 minutos de duração na qual o compositor intencionou representar o drama da vida com uma emoção sem precedentes.

“Para ser ouvida com o coração”, segundo o compositor, a sinfonia tem uma forma atípica: o primeiro movimento tem cerca de 20 minutos, o segundo movimento é uma espécie de valsa, mas não em compasso de 3, mas de 5, o terceiro movimento é uma crescente marcha balé e o finale: o adagio lamentoso.

A orquestra tem 68 músicos e é aproveitada em todas as nuances para exprimir os sentimentos mais contrastantes, ansiedade, desejo, explosões, romantismo, delírios e desespero. O próprio compositor, exaurido de suas forças, morreu aos 53 anos, uma semana após reger a estréia dessa obra transcendental.

O maestro titular da OSTP Mateus Araujo diz que, além de ter escolhido esse repertório, ainda reserva ao público paraense mais surpresas para a noite, e afirma que nunca houve um concerto tão imperdível no Theatro da Paz.

Theatro da Paz - Segundo o maestro, as cidades que tem um teatro desse porte, no caso o terceiro do Brasil, construído especialmente para a ópera e com uma acústica ideal para a música sinfônica, invejada por outras orquestras nacionais e internacionais, mereceriam ter concertos todas as semanas. Entretanto, estes são os primeiros concertos da OSTP em 2009 e os últimos do semestre.

“O universo da música sinfônica é tão infinito e grandioso que somente agora, depois de 4 anos de trabalho consecutivos, estou começando a imprimir na OSTP o som do meu ouvido interno. Cada orquestra tem o seu próprio som, criado pelo seu maestro. E se eu quisesse levar essa orquestra ao Everest, posso dizer que acabei de chegar em Katmandu, e neste momento estou de pé, em frente ao Himalaia, ainda nublado e assustador na minha frente. Digamos que é complicado viajar até o Nepal, foi um longo caminho... mas por outro lado, mal chegamos ao sopé da montanha...", diz Matheus.

Dinamismo - De acordo com ele, o trabalho na orquestra é muito dinâmico, tem parâmetros de especialização internacionais e os bastidores requerem uma estrutura de apoio, planejamento e marketing tão afinados quanto a música. "A confrontação com outras orquestras é inevitável, porque a música é uma linguagem universal. Por isso acredito que, mais do que o meu repertório eclético, a qualidade sim, ainda é o maior trunfo da orquestra. E quanto maior for a qualidade, - pois não há limites - mais poderemos popularizar e fazer jus ao nosso talento, repensar o desenvolvimento humano oferecendo esperança para as próximas gerações, e honrar a tradição musical paraense", continua.

Investimento - Matheus acredita que a OSTP chegou a um ponto de mostrar que possui um trabalho de competitividade internacional, mas ainda precisa de investimentos. "Com a participação da sociedade e com mais concertos semanais ou quinzenais desse nível, a repercussão da orquestra começaria a acontecer. As consequências sociais de um investimento maior refletiriam imediatamente na diplomacia internacional, na visibilidade do estado, na educação e principalmente na qualidade de vida da população, em todos os setores! ”, conclui o maestro.

10.6.09

Edital Pontos de Cultura contempla São Caetano de Odivelas

A Secult divulgou hoje no final da manhã, o resultado do Edital de Seleção para Pontos de Cultura do Estado do Pará. A lista dos 60 projetos contemplados está no Diário Oficial de hoje. É possível consultar toda a lista no site do DIOE (www.ioepa.com.br) e no site da Secult (www.secult.pa.gov.br).

Um dos projetos contemplados é da Associação Cultural e Ambiental Mestre Bené - Ambené, cujo foco será o "Boi de Máscaras", considerada uma das principais manifestações da cultura popular do Estado do Pará.

O Ponto de Cultura será fundamental para dar continuidade ao trabalho que há anos vem sendo desenvolvido pela Ambené, que ajuda a cultivar e manter a tradição dos mestres de boi de máscaras no município, repassando saberes aos jovens de São Caetano de Odivelas. A Ambené oferece à comunidade cursos e oficinas de artesanato, geração de renda e formação, principalmente para crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social. Agora, como Ponto de Cultura, todas estas atividades se ampliam.

Com sede de atuação em São Caetano de Odivelas, a Ambené trabalha com atividades sócio-culturais e ambientais desenvolvidas através de seus grupos associados que são: Manifestação Folclórica "Boi Faceiro"; Grupo Teatral "Art da Terra"; Grupo de Danças Folclóricas "Sauatá" e Quadrilha Junina "Roceiros da Baltazar".

O "Boi Faceiro" (foto ao lado) é o mais famoso da Associação "Mestre Bené", além de ser um dos mais tradicionais grupos de boi de máscaras da Cidade de São Caetano de Odivelas, ao lado do Boi Tinga.

A Quadrilha Junina "Roceiros da Baltazar", apesar de ser mais uma das centenas de quadrilhas do interior do Estado, é considerada um ícone da Quadra Junina de São Caetano de Odivelas, sendo uma referência para os outros grupos juninos do Município.

O Grupo de Danças Folclóricas Sauatá também é considerado um dos principais grupos culturais de São Caetano e desenvolve trabalho com danças folclóricas do Município e do Estado.

O Grupo Teatral Art da Terra tem como principal trabalho o Auto da Paixão e Morte de Cristo, desde 1997. O "Auto" é parte integrante da programação católica da cidade, juntamente com as celebrações e procissões realizadas no período. A apresentação é realizada pelas principais ruas da cidade utilizando os prédios públicos e históricos como cenário da encenação.

O Edital Pontos de Cultura é uma criação do Ministério da Cultura (Minc), através do Programa Cultura Viva, criando novos espaços para o incentivo e acesso à cultura através de repasses de recursos para instituições que atuem na produção artístico-cultural no Estado.

O Pará foi o terceiro estado a lançar o Edital, após os estados da Bahia e do Maranhão. As inscrições para a seleção de Pontos de Cultura no Estado do Pará foram feitas de 09 de outubro até 15 de novembro de 2008.

O Edital prevê o repasse de até 180 mil reais às instituições que atuem na produção artístico-cultural há pelo menos dois anos (com comprovações de mídia ou declaração, bem como comprovação jurídica necessária, em consonância com o Edital) contribuindo para a inclusão social e a construção da cidadania; seja através da geração de emprego e renda, seja por meio de ações de fortalecimento das identidades culturais.

De acordo com as informações da Secult, no Pará foram inscritos 161 projetos, que foram avaliados em três etapas: Análise de Documentos, Análise Técnica e Análise de Mérito Cultural, por uma comissão tripartide, formada com representantes do Ministério da Cultura, Governo do Estado do Pará e da Sociedade Civil. Nesse sentindo, todas as regiões tiveram projetos contemplados (Metropolitana, Xingu, Caetés, Tapajós, Baixo Amazonas, Tocantins, Lago do Tucuruí, Capim, Marajó, Carajás, Araguaia e Guamá).

Os pontos selecionados têm 30 dias para entregar a documentação referente ao convênio no Protocolo da Secult ou pelo correio para o endereço da secretaria: Av. Magalhães Barata, 830, CEP: 66063-640. Caso a instituição não apresente a documentação em tempo hábil, a Secult convocará os projetos suplentes classificados nas mesmas regiões de integração.

Informações sobre a seleção dos Pontos de Cultura no telefone: 4009 8712 – 8234 6418 (Zhumar) ou no e-mail: pontosdeculturapa@yahoo.com.br.

5.6.09

In Bust leva espetáculos ao Acará e bairros do Jurunas e Cidade Velha

Os espetáculos "Curupira - Um Milhão de Nós" e "Os 12 Trabalhos de Hércules" do In Bust, chegam neste final de semana às comunidades de Boa Vista, no Baixo Acará, e dos bairros da Cidade Velha e Jurunas. A programação faz parte do projeto Sábado Comunidade que neste final e semana acontece também no domingo, dentro da 22ª Feira da Paróquisa de Nossa Senhora da Conceição. O projeto teve início no mês de abril e segue até final de junho, com patrocínio do Banco da Amazônia.

A apresentação no Baixo Acará será no sábado e ocupará a área externa de lazer da Escola Municipal de Boa Vista, a partir das 10h. De acordo com a diretora da escola, a professora Lailda Teles, educadora na área a 28 anos e nativa de Boa Vista, a nova direção da escola tem procurado fazer um trabalho de educação extensivo aos dias de aulas. “Procuramos trazer para cá a questão cultural esquecida pelo tempo e até mesmo pelos pais destas crianças. Tentamos, com isso, reforçar a educação cultural, sempre em períodos de festividade e datas comemorativas, como a alusão que vamos fazer ao Dia do Meio Ambiente, comemorado no dia 5. E o espetáculo do Curupira que o In Bust vai mostrar, que tem uma temática ambiental, vem somar com a gente. Estamos ansiosos e a comunidade já está mobilizada”, diz.

Além do Acará, distante cerca de 1 hora de barco, partindo do porto da Palha em Belém, o grupo também faz um Sábado Comunidade Especial, neste domingo, a partir das 16h, na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, dentro da programação do da FEPACON - Feira da Paróquia da Conceição, evento que tem por objetivo a confraternização entre os fiéis e a arrecadação de fundos para as obras que estão acontecendo na paróquia.

Por isso, além do espetáculo “Os 12 Trabalhos de Hércules”, o público que comparecer ainda vai poder usufruir das deliciosas comidas típicas que serão vendias nas barraquinhas. “Esta será a 22ª Feira que realizamos e como já conhecíamos o In Bust, a partir de outras apresentações no bairro do Jurunas, fechamos a parceria com este espetáculo que também fala de trabalho”, diz o Sr. Eduardo Rodrigues, funcionário da paróquia.

O projeto Sábado Comunidade do In Bust chega, com isso, a sua 4ª apresentação, desde que iniciou em abril e seguirá até o final do mês de junho, sempre em comunidades longe do centro urbano de Belém e com menos acesso a cultura.

O trabalho é desenvolvido cuidadosamente. A produção sempre faz um levantamento das comunidades cadastradas pelo grupo e realiza visitas técnicas, onde conhece o espaço e conversa com seus dirigentes a fim de escolher, junto com eles, o espetáculo que será apresentado. Fazem parte do projeto Sábado Comunidade, três espetáculos: “Curupira, Um Milhão de Nós”, “Os 12 Trabalhos de Hércules” e “Fio de Pão – A lenda do Cobra Norato”, três dos mais assistidos pelo público desde que estrearam.

Serviço
Projeto Sábado Comunidade, do In Bust. Apresentação do espetáculo “Curupira – Um Milhão de Nós”, neste sábado, 6 de junho, às 10h, na Escola Municipal Boa Vista, no Baixo Acará e especialmente, neste domingo, com “Os 12 Trabalhos de Hércules”, na programação da Feira da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, às 16h - Rua Cesário Alvin, 565, esq. da Trav. de Breves. Em ambos as apresentações, a entrada é franca e aberta ao público. Mais informações: 8878.4137 (Escola Municipal de Boa Vista), 3222.7273 (Paróquia N. S. da Conceição) e 3241.8981 (Casarão do Boneco).