31.3.19

Pedro Luis em Belém com homenagem a Melodia

Pedro Luis
Fotos: Nana Moares
“Vale Quanto Pesa” chega ao Teatro do Sesi, nesta semana, com duas apresentações, nos dias 4 e 5 de abril. Trazendo no repertório canções do disco Pérola Negra, entre outras, o show é uma super homenagem ao cantor e compositor Luiz Melodia, uma das inspirações e referências musicais de Pedro Luis.

No show há músicas de outros discos, como "Congênito", "Cara a Cara" e "Fadas", gravadas no CD, e outras como "Negro Gato" (de Getúlio Côrtes), "Farrapo Humano" e "Forró de Janeiro", ambas de Pérola Negra, mas que ficaram de fora do álbum. Delícia a emenda de “Estácio, Eu e Você", "Pérola Negra" e "Magrelinha", que se tornaram uma suíte. Os arranjos são bem diferentes dos originais, tendo como base a guitarra, piano/teclados, baixo e bateria. Também há percussões e cordas. Pedro Luís, aliás, toca banjo! 

“Não é que eu toque como um mestre da guitarrada”, brinca ele. “Eu fico batucando naquela pele também, fazendo percussão, gravei no disco”, complementa ele que encomendou o instrumento a um luthier de Belém, em ocasião que ele estava aqui produzindo o disco de Lia Sophia.

Pedro Luis sempre foi apaixonado pela obra de Melodia, desde que a conheceu, aos 12 anos, ouvindo pela primeira vez “Pérola Negra”. Era 1973. A música-título já tinha sido interpretada por Gal Costa e "Estácio, Holly Estácio", por Maria Bethânia, mas o LP ainda trazia outras oito músicas que também impressionaram por ser diferentes de tudo que se conhecia. E a interpretação também ímpar de Melodia.

“Melodia é um músico muito importante pra mim. Quando esse disco chegou em minha casa eu tinha só 12 anos, em 1973, e fiquei super apaixonado, comecei a aprender as canções que me acompanharam a vida toda. Melodia foi escola de violão, e escola vocal também”, diz o músico.

Em 2017, Pedro teve a ideia de levar ao palco o LP de 1973 e consultou o músico, ligou para sua esposa Jane Reis, que consultou o marido. "O Luiz está perguntando o que você está esperando", teria dito ela a Pedro Luis. O projeto seguiu e Pedro encontrou o produtor Rafael Ramos, que se animou com o projeto e, logo em seguida, os dois começaram a trabalhar no estúdio, mas não houve tempo de Luiz Melodia ver o trabalho. O músico morreu em 4 de agosto daquele ano, de câncer.

Luiz Melodia nasceu no morro de São Carlos, no bairro de Estácio, no Rio de Janeiro, o ator, cantor e compositor mesclou ritmos como MPB, rock, blues, soul e samba. Assim, criou um estilo único e se tornou um dos mais renomados artistas brasileiros pela criatividade e sensibilidade nas composições musicais. O álbum, batizado de "Vale Quanto Pesa – Pérolas de Luiz Melodia", saiu em dezembro de 2018, em todos os aplicativos de música e, em janeiro, em CD e em compacto duplo. 

Serviço
04 e 05 de abril. No Teatro do Sesi - Av. Almirante Barroso, 2540. Às 20h -abertura dos portões: 19h. Classificação etária: Livre. Setor 1: R$ 40,00 e  Setor 2 e 3: R$ 20,00. Ingressos on line: Bilheteria Oficial do Sesi.

27.3.19

Maxime Rovere bate papo e lança livro em Belém

No "Mês da Francofonia", a Aliança Francesa traz a Belém Maxime Rovere, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), para duas atividades, com apoio da Delegação Geral das Alianças Francesa do Brasil e parceria da Pró-Reitoria de Extensão (Proex) da UFPA. Entrada gratuita.

Na sexta-feira, 29, ele bate um papo sobre “Arqueofeminismo: mulheres filósofas e filósofos feministas”, às 19h, no auditório do Instituto de Ciências Jurídicas (ICJ) da UFPA, e no sábado, 30, lança seu novo livro “Que faire des cons? Pour ne pas en rester un soi-même” (Editora Flammarion), às 11h30, no salão cultural da AF Belém.

O evento de sexta-feira gira em torno de uma obra lançada em setembro de 2018, de mesmo nome da palestra, e que tem o objetivo de reequilibrar uma história exclusivamente masculina da filosofia. Trata-se de uma coleção de textos escritos por mulheres filósofas (Marie de Gournay, Olympe de Gouges) e pensadoras feministas (Poulain de la Barre, Choderlos Laclos), que busca reequilibrar uma história exclusivamente masculina da filosofia.

“A filosofia nunca teria sido possível durante dois ou três milênios sem as mulheres. O livro traz então textos dessas pensadoras, muitas vezes curtos e enérgicos, que geralmente lidam com os direitos das mulheres, mas também testemunham grandes questões filosóficas”, explica Maxime Rovere.

O bate papo conta com a participação de Lívia Noronha e Natasha Vasconcelos. A primeira é professora de Filosofia e Consultora Acadêmica, Bacharela em Filosofia (UFPA) e Mestra em Filosofia Contemporânea (UFPA), com pesquisa atual sobre Filosofias Feministas e Afrodiaspóricas. A segunda é feminista, ativista, mestranda em ciência política PPGCP/UFPA, integrante da Rede feminista de Juristas - DeFemde e criadora do Instagram @politicaparamulheres, com mais de 11 mil seguidores.

No sábado, o encontro literário conta com o lançamento do livro “Que faire des cons? Pour ne pas en rester un soi-même”, que apresenta escritos sobre uma nova ética para pensar e curar um flagelo do nosso tempo, a doença coletiva do veneno de nossas vidas individuais - com humor, benevolência e sabedoria. O evento terá mediação e participação especial do professor Dr. Ernani Chaves, da Faculdade de Filosofia da UFPA. Confira parte do livro na versão online!

História da filosofia e de grandes mulheres

Maxime Rovere nos oferece uma abordagem original à história da filosofia. Seus trabalhos sobre Spinoza (Métodos para Existir em 2010, O Clã Spinoza em 2017) transformaram a imagem de um gênio solitário em um grupo de amigos apaixonados e comprometidos. Já seus trabalhos sobre as mulheres, mostram o papel na história de grandes mulheres e redes muitas vezes ignoradas.

Com Mestrados em História da Arte, pela École du Louvre, Estética e Filosofia das Artes, pela Université Paris I-Panthéon Sorbonne, o palestrante possui Agrégation em Filosofia, pela École Normale Supérieure e Doutorado em História da Filosofia, na École Normale Supérieure. Tem experiência na área da Filosofia, com ênfase em História da Filosofia Moderna, Racionalismo, Spinoza, História dos círculos intelectuais e da circulação de ideias. 

O "Mês da Francofonia" é realizado pela Aliança Francesa de Belém, com apoio dos Ministério da Cultura e Ministério Ultramarino da França, Institut Français, Delegação Geral das Alianças Francesas no Brasil, Fundação Cultural do Pará (FCP), Faculdade de Línguas Estrangeiras Modernas (FALEM) da UFPA e a Faculdade Estácio-Belém.

Serviço
Evento: “Arqueofeminismo: mulheres filósofas e filósofos feministas", com Maxime Rovere, Lívia Noronha e Natasha Vasconcelos
Data: 29/03
Hora: 19h
Local: auditório do Instituto de Ciências Jurídicas (ICJ) da UFPA - 3º portão
Entrada gratuita!

Evento: encontro literário - livro “Que faire des cons? Pour ne pas en rester un soi-même”
Data: 30/03
Hora: 11h30
Local: salão cultural AF Belém (Tv. Rui Barbosa, 1851 - Batista Campos)
Entrada gratuita!
Mais informações: (91) 3224-3998 - contatos@afbelem.com

26.3.19

1a Mostra Nilza Maria celebra o teatro em Belém

Nilza Maria recebe bela e justa homenagem
Fotos: Joyce Curcino
O Dia Mundial do Teatro, nesta quarta-feira, 27, será celebrado, com muitas homenagens, na abertura da 1ª  Mostra de Teatro Nilza Maria. A programação, extensa, conta com 16 apresentações, em espaços do Parque da Residência e Teatro Waldemar Henrique, e vai até o dia 31 de março, com entrada gratuita.

Nilza Maria, atriz paraense de 96 anos de idade, 70 deles dedicados à arte de interpretar, recebe a justa e merecida homenagem por sua trajetória artística, que inicia pelas tradicionais novelas de rádio, veículo de comunicação mais popular do país entre os anos 40 e 50. Enquanto os folhetins radiofônicos faziam sucesso no Brasil, em Belém não era diferente e Nilza Maria estava lá, como intérprete pioneira na arte dramática daqui. Depois do rádio, ela se apaixonou pelo cinema e pelo teatro e chegou ao século XXI como ícone dos palcos no Pará. 

Os 16 espetáculos foram selecionados pela Secretaria de Cultura do Estado, por meio de um edital lançado há poucas semanas para todo o Estado, mas a maioria dos espetáculos que entraram na programação é de Belém. E um dos motivos para que grupos de outros municípios não tenham se aventurado até aqui é logístico. Todo mundo já ouviu falar do custo amazônico, não é verdade? 

Mesmo assim há espetáculos de Castanhal e de Ananindeua. Os selecionados receberão uma remuneração, a nível estritamente de ajuda de custo, para a montagem do espetáculo no valor de R$ 1.500,00, mas a Secult espera que a iniciativa traga de volta a efervescência das mostras de teatro que a cidade já teve nos anos 80 e início da década de 90, como reforça o Diretor de Artes Cênicas, Adriano Barroso.

"Ver a produção de outros artistas é extremamente importante para o aprimoramento da classe e deleite do público. A ideia é que todos os anos essa mostra seja, assim, voltemos a comemorar o Dia Mundial do Teatro, celebrado no dia 27 de março”.

Os grupos de Belém vêm de diversos bairros. "Um Homem sem Título", da Cabanagem - "Eu Mulheres", Terra Firme - "Menina Que Dá Com a Cara Na Parede", Sacramenta - "A Mário Quintana Com Ternura", Telégrafo - "A Pena e a Lei", Marco - "Sorteio De Contos", Canudos "Marahu", Pedreira - "Cada Qual No Seu Barril". Ananindeua chega com "Mukt Paier"; e Castanhal, com os espetáculos "Kaik Internamente", "Tremilikes, a Bruxa do futuro", "Guerra ao Terror" e "Viva o Circo".

Além da programação intensa, a 1a Mostra de Teatro Nilza Maria representa um dos primeiros passos da secretaria em direção a uma política de cultura para o Estado. Houve polêmica nos bastidores quanto ao edital, previsto inicialmente para encerrar dia 25 de março. O engano gerou uma errata publicada no Diário Oficial do Estado, mas nem todos os artistas interessados em participar, viram, o que causou ruídos e desconforto da classe nas redes sociais. Tudo resolvido, o que fica é a vontade de realizar e devolver à cidade algo que lhe é tão caro, o encontro do fazer teatral com o público. 

De acordo com a secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal, durante a 1ª Mostra, também será lançado um edital de pauta livre e salas de ensaio, abrindo, gratuitamente, os espaços da Secult aos artistas. "Nossa intenção é lançar em 2020 um edital de fomento – para montagens e circulação – e um edital para quem mantém seu próprio espaço, envolvendo todas as linguagens e todas as regiões do Estado".

"Estamos fazendo escutas da área cultural em Santarém e em abril chegaremos a Marabá e Breves, com o Governo Por Todo Pará. Precisamos ouvir esses fazedores de cultura que, por tanto tempo, foram invisibilizados por uma política de governo que não os contemplava. A gente quer construir juntos e transformar a resistência de muitos, na existência de todos".

PREMIAÇÕES E HOMENAGENS 

A jornada cênica que vai até domingo prevê outras homenagens. A Secult também irá premiar com troféus, 20 artistas que estão na luta pelo teatro há muitos anos, nas seguintes categorias:

Conjunto da Obra
Natal Silva
Geraldo Salles 
Henrique da Paz
Paulo Santana
Alberto Silva Neto
Salustiano Vilhena
Anibal Pacha
Astrea Lucena
Otavio Freire
Prêmio Especial Nilza Maria

Espaços de Resistência
Casa da Atriz
Casa Cuíra
Casarão dos Bonecos
Casa dos Palhaços
Espaço das Artes
Reator
Projeto Camapu
Espaço Ribalta
Espaço Atores em Cena
Teatro de Apartamento

HISTÓRIA DE RESISTÊNCIA

Nesta onda de celebração e reconhecimento, fui vasculhar a memória do blog. Para quem estiver interessado na leitura, selecionei algumas das matérias publicadas ao longo dessa década de cobertura da produção cultural e o fazer teatral nesta cidade:

PROGRAMAÇÃO

QUARTA-FEIRA, 27 
19h “Viva O Circo” (Cia. Foskaluz). 
Local: Teatro Gasômetro
20h30 – “A menina que dá com a cara nas paredes”, com Gláucia Pinto. 
Local: Teatro Waldemar Henrique.

QUINTA-FEIRA, 28
17h – “Guerra ao Horror” (Grupo Teatro Variete)
19h – “Mukt Paier- Pés Livres” (Direção: Ysmaille Ferreira)
20h30 – “Kaik, internamente” (Teatro ATorres).
Local: Teatro Gasômetro

SEXTA-FEIRA, 29
17h – “A Mário Quintana com ternura” (Gilberto de Andrade). Local: Teatro Gasômetro
19h – “Um Homem Sem Títulos” (Leonel Ferreira). Local: Teatro Waldemar Henrique
20h30 – “Eu mulheres” (Coletivo Jambuzada). Local: Teatro Waldemar Henrique

SÁBADO, 30
10h – “O jardim de Alice” (Projeto Camapú). Local: Teatro Gasômetro
11h30 – “Sorteio de contos” (Cia. Sorteio de Contos). Local: Anfiteatro Gasômetro
20h30 – “A pena e a lei” (Troupe Vira Rumos). Local: Teatro Waldemar Henrique

DOMINGO, 31
10h – “Tremilikes, a bruxa do futuro” (Cia. Sete da Arte). Local: Anfiteatro Gasômetro
11h – “Cada qual no seu barril” (Cia. dos Notáveis Clowns). Local: Teatro Gasômetro
19h – “Marahu” (Cia. de Teatro Madalenas). Teatro Waldemar Henrique
20h – Entrega de prêmios aos homenageados e lançamento oficial dos editais de Pautas Livres e salas de Ensaios. Local: Teatro Waldemar Henrique.

(Holofote Virtual com Assessoria de Imprensa da Secult)

25.3.19

Luchino Visconti no Centro de Estudos de Cinema

“O Cinema de Luchino Visconti”, expoente do cinema italiano, ganha atenção no Centro de Estudos Cinematográficos (CEC), com a participação do jornalista e especialista em Cinema, Augusto Pachêco, e coordenação do crítico cinematográfico, Marco Antônio Moreira. Nesta terça-feira, 26 de março, às 19h, na Casa da Artes, com entrada gratuita, bate papo com o público e emissão e certificados de participação.

Nascido em 02 de novembro de 1906 em Milão, em uma família abastada, Luchino Visconti é um dos maiores diretores de cinema de todos os tempos. Iniciou sua carreira com Jean Renoir, de quem foi assistente antes de dirigir seu primeiro longa, “Obsessão”, em 1943, filme que fez parte do movimento Neorrealismo. 

Os trabalhos seguintes também contemplaram o movimento neorrealista italiano e tratava sobre temas relativos às emoções e a luta das classes mais esquecidas. Essa primeira fase foi inspirada na militância no Partido Comunista durante a Segunda Guerra Mundial. Na década de 60, o realizador passou a se concentrar em uma realidade que conhecia bem, com filmes que tratavam de temas e cenários que remetiam à decadência da aristocracia, como “O Leopardo” e “Ludwig”. Essa fase iria até o final de seus dias.

O cinema de Visconti impressiona com seus enquadramentos e detalhes nas cenas que tornam seus filmes elegantes, mesmo no período neorrealista. O diretor também chegou a fazer adaptações de obras famosas como “O Estrangeiro” (Albert Camus), e “Morte em Veneza” (Thomas Mann), um dos seus maiores sucessos.

O diretor venceu a Palma de Ouro de Cannes (O Leopardo), o Leão de Ouro de Veneza (Vagas Estrelas da Ursa) e chegou a ser indicado ao Oscar por “Os Deuses Malditos”. Também se dedicou ao teatro e a ópera por mais de vinte anos. Visconti faleceu após sofrer um AVC em 17 de março de 1976, aos 69 anos.

Serviço
Centro de Estudos Cinematográficos apresenta “O Cinema de Luchino Visconti”. Dia 26 de março, às 7 da noite, na Casa das Artes. Entrada franca.

23.3.19

Artes cênicas ganha novo fôlego na cena cultural

Saiu o resultado do Edital da Mostra de Teatro Nilza Maria, o 1o lançado pela atual Secretaria de Cultura do Estado do Pará. Dos 54 grupos inscritos, 16 vão compor a programação, que será realizada de 27 a 31 de março no Parque da Residência - Teatro Gasômetro, Coreto e Anfiteatro – e no Teatro Waldemar Henrique, com entrada gratuita, comemorando o Dia Mundial do Teatro. O blog também publica o bate papo feito na semana passada com Adriano Barroso, Diretor de Artes Cênicas da Secult. Ele falou das ações da atual gestão na construção de uma política cultural para as artes cênicas e outras linguagens.

A lista publicada no Diário Oficial do Estado, nesta sexta-feira, 22, trouxe 17 espetáculos selecionados pela comissão formada por gestores da Secult e da Fundação Cultural do Pará, mas apenas 16 foram confirmados pela secretaria, que divulgou a noticia ontem, no final da tarde, pelas redes sociais. O espetáculo que fica de fora é “A Casa do Rio”, do Grupo Gruta, “uma das atrizes, não poderá participar”, informou ontem ao blog, Adriano Barroso, Diretor de Artes Cênicas da Secult.

Ficaram na programação, os espetáculos “Cada qual no Seu Barril”, da Cia. dos Notáveis Clowns; “Mukt Paier – Pés Livres”, de Paulo Roberto Alves, “Um homem sem títulos”, com Leonel Ferreira, da Cia. de Teatro Madalenas, que também entrou com mais um espetáculo na mostra “Marahú”, numa homenagem ao poeta Max Martins.

Também entraram “A Menina que dá com a cara nas paredes”, de Glaucia Pinto; “Solo de Marajó”, do Usina de Teatro, inspirado na obra de Dalcídio Jurandir; “A Mario Quintana com ternura”, de Gilberto Moura de Andrade; “Eu Mulheres”, de Patrícia Passos Nascimento; “Kaique, Internamente”, de Bruno Torres da Silva e “Guerra ao Horror", do Grupo Teatro Variete.

Fio de Pão, um dos espetáculos mais aplaudidos da In Bust
O público vai ver também “Viva o Circo”, da Companhia Foskaluz de Teatro; “A Pena e a Lei”, da Troupe Vira Rumos; “Sorteio de Contos”, com Lucas Alberto da Cunha, da Cia Sorteio de Contos; “Tremilikes, A Bruxa Do Futuro”, de Willian Furtado Souza; o engraçadíssimo “Fio de Pão - A Lenda Da Cobra Norato”, da In Bust – Teatro com Bonecos e “O Jardim de Alice”, do Projeto Camapu, estes dois últimos com trabalhos de atores, bonecos e marionetes.

A Secult espera que esta iniciativa traga de volta a efervescência das mostras de teatro que a cidade já teve na década de 1980, inicio da década de 90.  “Tínhamos um público enorme, os artistas todos se frequentando. Essa foi a ideia inicial para a construção desse edital. A ideia é que todos os anos tenhamos a mostra pra gente voltar a comemorar o Dia Mundial do Teatro”, diz Adriano Barroso, que também é ator e autor de teatro.

Marahú - Cia Madalenas de Teatro 
Uma homenagem à Max Martins
Ano que vem a intenção é lançar outros editais, um edital de fomento, para montagens e circulação, e um edital para quem mantém seu próprio espaço. Adriano explica que, neste caso, envolvendo todas as linguagens. 

“O que foi resistência até o ano passado, a gente quer que se transforme em existência. Temos poucas casas teatrais, ainda mais depois do desmonte que fizeram na politica cultural, separando Fundação Cultural do Pará e Secult, que são duas coisas independentes, mas que dividem a mesma verba para a cultura, então isso foi um crime que aconteceu. A Secult só gerencia o prédio do Teatro Gasômetro e o Theatro da Paz, em termos de espaço”, diz Adriano. 

Durante a Mostra de Teatro Nilza Maria também será lançado um “edital de pautas livres nos espaços da Secult. “Além do Teatro Gasômetro, o Museu do Estado, o Forte do Castelo e o Museu de Arte Sacra também serão palcos para espetáculos de todas as linguagens, não apenas as artes cênicas”, disse Adriano.

Adriano Barroso, em 2013, foi uma das vozes mais ativas no Movimento Chega, que exigia a saída de Paulo Chaves da Secretaria de Cultura. Na época, a classe artística repudiou a política de eventos, em detrimento do incentivo, o descaso com os fazedores de cultura, a falta de diálogo com a secretaria. Hoje, na diretoria de artes cênicas da Secult, ele reconhece que nem sempre querer é poder. Leia o bate papo com ele, que rolou na semana passada, logo após o lançamento do edital Mostra Nilza Maria.

Holofote Virtual: Adriano, o que mais te entusiasmou com o lançamento deste edital da Mostra de Teatro Nilza Maria, uma bela homenagem, aliás!

Adriano Barroso: De uma maneira mais ampla, eu te diria que minha empolgação é que eu tenho mais de 30 anos de carreira, uns 30 de militância, a gente viveu, nesse longo “inverno” que tivemos, um desmonte enorme da outra gestão. Éramos relegados à marginalidade, realmente, porque a gente não conseguia participar de nenhuma discussão, nenhuma conversa, a gente era invisibilizado.

Não competitiva, a Mostra Nilza Maria também será oportunidade para homenagear e entregar troféus. Decidimos premiar 20 pessoas. No dia 31, domingo, vamos fazer uma celebração para entregar uma placa para dona Nilza, agradecendo o empréstimo do nome e sua historia, além de 10 pessoas, por carregarem a bandeira do teatro há um tempo, e mais 10 por manterem seus espaços há pelo menos três anos, e que estão na resistência. Serão 20 prêmios para dizer muito obrigado por terem mantido essa chama acesa. É um troféu, não em dinheiro. E vamos juntos.

Holofote Virtual: De que maneira a Secult pensa em reverter essa situação? 

Adriano Barroso: Acredito nessa nova gestão, com a vinda da Úrsula (Vidal), que é uma pessoa que frequenta e que sempre frequentou os artistas, sempre esteve próxima aos artistas, entendendo os artistas, e que traz esse pensamento de que a gente ainda tem muito que fazer, construir, porque a máquina estava extremamente engessada. 

Precisamos ir tomando os primeiros passos. É um ano ainda atípico, que estamos vivendo com a herança da gestão passada, a gente faz o PPA para o ano que vem. Na verdade, a gente começa a trabalhar valendo no ano que vem. Esse ano eu acho que a ideia fundamental é quebrar esses conceitos de que a secretaria estava de costas para o artista, trazer o artista pra dentro para discutir coisas, chegar perto do artista. Acho que essa nossa função de facilitar o acesso entre o artista e seu publico é o que a gente deve fazer esse ano, mas queremos dar passos muito maiores.

Holofote Virtual: Vocês estão pensando em edital de fomento também e, claro, que chegue para todo o Estado, não só Belém. Como fazer isso dada às dimensões do Estado, como mudar a política de eventos tão criticada também na gestão anterior?

Adriano Barroso: Então, nós somos uma Secretaria Estadual. Estamos há três meses trabalhando. Esse mês, nós vamos fazer as escutas em Santarém, já em abril chegamos a Marabá, vamos integrar essa ideia do Governo Itinerante do Governador Helder Barbalho. 

Temos três sedes do governo. É o que nós queremos fazer mesmo. A nossa missão é fazer uma politica de cultura. Logicamente que estamos fazendo eventos, neste momento, mas essa relação não deverá ser a marca dessa gestão. A gente está fazendo eventos pontuais, que acho que são importantes para construir novamente um diálogo com os artistas, mas, mais do que isso. O artista é nosso meio. Nosso fim é o cidadão. A gente quer chegar com isso no cidadão. 

Holofote Virtual:: Nesta itinerância, como será feita a mobilização junto a produtores e artistas? São realidades diferentes em cada região, como vocês pretendem se instrumentalizar para realizar uma política de cultura que atenda as demandas?

Adriano Barroso: Sim, vivemos realidades muito diferentes. O sudeste do Pará, o Oeste do Pará e a capital são países diferentes, por isso estamos indo para fazer as escutas. Vamos a Santarém, e na verdade na região são 25 municípios. Estamos abrindo as escutas para entender a realidade e o que as pessoas querem.

Holofote Virtual: É preciso fazer esse mapeamento.

Adriano Barroso: Exatamente. A nossa ideia é essa. Ver o que já foi construído, em quatro, oito anos, e que já foi discutido, até na época do PT no governo. Há um mapeamento que foi iniciado, mas ficou engavetado. 

A nossa ideia é beber nestas fontes. E começar a facilitar as coisas. A gente tem hoje uma máquina burocratizada dentro da cultura, e isso é outro trampo que se tem que fazer, que é desburocratizar a cultura. É trampo pra caralho, mas que vamos fazer, queremos deixar esse legado. Facilitar artista e seu publico e a relação com o estado, neste momento, é um trabalho que estamos fazendo, mas vamos avançar.

1a reunião dos Fazedores de Cultura com a SECULT (janeiro)
Foto: Cláudio Ferreira
Holofote Virtual: No início do ano, a secretária Úrsula Vidal, em reunião histórica com os fazedores de cultura, no Teatro Gasômetro, alertou que não há recursos além dos que já comprometidos ainda na gestão passada e que o esforço será enorme para conseguir fazer algo além, ainda este ano. Como está esta situação? 

Adriano Barroso: A gente está revendo toda uma estrutura. Sabemos que o Governo do Estado tinha dois únicos eventos no ano, o Festival de Ópera e a Feira Pan Amazônica do Livro, e mais nada, e zero pra todo mundo e costas pra todo mundo. Então, a gente está revendo essas implicações. Temos dinheiro empenhado para estes dois eventos. Na teoria a gente não poderia nem fazer nada mais, porque só tem recurso pra isso mesmo. A gente conseguiu viabilizar essa mostra graças a um esforço enorme da secretária de pedir um dinheiro pra essas ações. 

Holofote Virtual: São estas as maiores urgências da categoria neste momento?

Adriano Barroso: Esse foi um ponto que discutimos na nossa setorial aqui, que acho que precisa de amadurecimento de todo mundo. Dos grupos, dos artistas, da secretaria de cultura. A Secult não tem que ser paternalista com essas pessoas. 

Precisamos que estejam organizados. Estamos trazendo uma parceria com o Sebrae pra dentro da secult, chamar os artistas para entender a economia criativa dentro da arte. Com o desmonte da cultura, principalmente o teatro, as artes cênicas, foram duramente golpeados. Estamos tentando devolver pro pessoal de artes cênicas essa fé de continuar o palco, de que vale a pena e que tem que ter público. É preciso vender o ingresso, o público precisa ser sensibilizado.

Adriano Barroso recepcionando artistas na reunião da Secult em 
janeiro. (Foto: Cláudio Ferreira).
Holofote Virtual: Adriano, e a tua carreira, em meio aos arranjos políticos e essa missão de fazer política cultural para este estado?

Adriano Barroso: Eu já estava morando em São Paulo, quando a Úrsula me chamou. Eu aceitei o convite porque tinham duas coisas que eu queria testar. Primeiro o nível do meu bocão, porque do outro lado era muito dedo e gritos e bocão, e realmente estou aprendendo que não é simples assim, querer aqui não é poder. 

A outra coisa recai sobre o que a própria Úrsula falou para todos nós que estamos hoje compondo a equipe. Que a gente é um grupo (eu conheço todo mundo que entrou) que está muito a fim de fazer a diferença, é um grupo muito coeso em relação a fazer política pública, entende, na pele, o que é ser artista. Esse papo foi delícia, pois queremos, com aval da secretária, chegar aqui e fazer algo de real importância pra cidade e para o estado. Perdi um filme, uma série (risos), mas entendi que não poderia dizer não a isso.

22.3.19

Oi Futuro busca incentivar mais projetos do Pará

Victor D'Almeida é o 3o, da esquerda para a direita, atrás.
Victor D´Almeida, Gerente de Cultura do Oi Futuro (RJ), almoçou em Belém, nesta quinta-feira, 21, com jornalistas convidados para um bate papo sobre o Oi Futuro e o edital do Programa Oi de Patrocínios Culturais Incentivados, cujas inscrições foram prorrogadas para o dia 5 de abril. 

A ideia de circular por algumas capitais do país para se comunicar mais diretamente com as cenas estaduais foi oportunizada com a prorrogação do edital, que encerraria nesta sexta-feira, 22. Belém foi uma das capitais escolhidas, sinalizando assim o desejo da empresa em contemplar mais projetos no Pará. 

“Historicamente, nós já patrocinamos muitos projetos do Pará. Na área da música, Gaby Amarantos, Jaloo, Felipe Cordeiro e a Gang do Eletro fizeram apresentações no Espaço Oi Futuro, em Ipanema, Rio de Janeiro. A Oi Futuro vê a cultura e a arte paraense, com um potencial enorme de grande importância paro país e para a companhia. Sempre estivemos perto da cultura paraense, mas existe o desejo de ampliar isso, não somente em relação aos formatos, mas também com relação às linguagens”, ressaltou Victor D’Almeida.

Podem ser apresentadas propostas de festivais, espetáculos, exposições, performances e outras manifestações criativas e originais, mas a Oi Futuro está em busca de propostas inovadoras. Esqueça a caixinha do produto cultural e pense em conectar ideias e emoções, trabalhar em rede e com pessoas.

“Projetos que provoquem a ocupação das cidades, de forma colaborativa, que provoquem formas e obras inovadoras, que provoquem uma reflexão de qual é o nosso papel e realidade que a gente vive hoje. Esperamos que a arte, pelo afeto, toque as pessoas e as faça repensar o seu papel”, exemplifica o gerente de patrocínio do Oi Futuro. 

Neste caso, a inovação desejada, não passa apenas pelo viés das multiplataformas digitais, mas por “propostas arrojadas, que pensem nas cidades como um espaço a ser ocupado e, nas pessoas, como uma rede a ser costurada”, ressaltou Victor.

Projetos com Carta de Incentivo

Jornalistas de veículos diferentes participaram do bate papo 
O programa Oi Futuro destina recursos para financiamento total ou parcial de projetos inscritos por proponentes com CNPJ, aprovados em leis estaduais e municipais de incentivo à cultura, seguindo duas linhas de seleção: uma para iniciativas de todo o país e outra voltada para a programação do Centro Cultural Oi Futuro, no Rio de Janeiro. 

Victor D’Almeida explica que não há uma quantidade fechada de projetos a serem aprovados este ano, mas a expectativa é fechar em torno de 100 projetos, tanto para a seleção nacional, quanto a programação do centro cultural.  

“A quantidade de projetos a serem incentivados depende de orçamento, ano a ano. Dada a diversidade de formatos e linguagens, a gente pede que os produtores pensem os melhores cenários para os seus projetos. A gente analisa tanto tecnicamente quanto artisticamente e, depois, do ponto de vista estratégico para a companhia”, diz Victor.

Na última edição do edital Oi, só dois projetos do Pará foram aprovados, o Festival Se Rasgum e o Festival Amazônia Mapping, mas este ano, Victor disse que se pretende ao menos dobrar este número. Ele espera que haja muitas adesões aqui, para que se concretize outro desejo da companhia que é aumentar o investimento.

“Nos últimos anos, estivemos retraídos, mas estamos em um novo momento, em que será possível retomar esse investimento. Por isso é importante alcançarmos um conjunto grande de projetos inscritos”, comentou Victor.

Resultado do edital x validade da carta

O resultado desta nova seleção deve sair até o final desse primeiro semestre. Logo, quem tem um projeto que se identifique com o perfil que busca o edital, aprovado pela Lei Semear, e também fizer a submissão ao Edital Oi, deve ficar atento, assim como o próprio Oi Futuro, que espera maior participação de projetos paraenses. 

As cartas já habilitadas da Lei Semear de 2018, aptas a captar até 200 mil reais por projeto, vão expirar em junho e o edital não permite prorrogação. Caso o resultado do edital não saia em tempo hábil, os projetos inscritos pelo Pará poderão ficar de fora. Ano passado, cerca de 190 projetos foram habilitados pela Lei Semear, de acordo com a PORTARIA Nº. 289, de 18 de junho de 2018, publicada no dia 28 de junho no Diário Oficial do Estado. 

Muitos deles ainda não foram captados e destes, nem todos têm como proponentes Pessoas Jurídicas, mas também buscam oportunidades de patrocínio. Vale lembrar que não haverá projetos inscritos no Oi Futuro pela lei de incentivo municipal, a Tó Teixeira, uma vez que desde o ano passado a prefeitura não publica edital.

Para quem gostou da proposta de inovação do edital do Programa Oi de Patrocínios Culturais Incentivados e ainda não estiver enquadrado na Lei, a boa noticia é que para a Seleção Nacional de Projetos Culturais 2019, o Oi Futuro não exige que os projetos já estejam previamente aprovados nas Leis de Incentivo à Cultura para a inscrição até 5 de abril, mas ficarão na dependência de que a Fundação Cultural do Pará - FCP - lance o edital da Semear ainda neste primeiro semestre e dê o resultado também, antes do final de junho, informação que até agora não é confirmada. Em 2018, o edital foi lançado ainda em fevereiro. O atraso jé é motivo de preocupação, por parte de artistas e produtores culturais paraenses que contam com isso para dar continuidade a seus trabalhos ou iniciar outros.

Serviço
16ª edição do Programa Oi de Patrocínios Culturais Incentivados. Inscrições prorrogadas até o dia 5 de abril, às 17h (horário de Brasília). Produtores culturais podem inscrever suas propostas por meio do site do Oi Futuro (www.oifuturo.org.br). 

20.3.19

Abujamra e Marisa Brito lançam versões de "Falas"

Foto: Fernanda Brito Gaia
O lado sombrio e a leveza da poesia da cantora e compositora foram explorados pelo músico André Abujamra. Eles lançam juntos na próxima sexta-feira, 22, o single-duplo que traz remixes da música “Falas”, escrita por Marisa e que está presente em seu EP homônimo. 

São duas faixas que trazem visões diferentes sobre a estética musical de Marisa Brito,  e mostram a profundeza das referências experimentais e do formato pop de suas canções. O single será lançado pelo selo paraense Urtiga.Uma faixa traz à tona o labirinto sonoro que é a mente de Abujamra, desafiando o público a acompanhar seu raciocínio e a visão quase que caótica sobre o experimentalismo. Já a outra, explora o potencial dançante e pop do som de Marisa Brito, que traz sempre refrãos para cantar alto e espantar demônios e energias ruins que podem estar presentes. 

“A diferença entre os dois remixes é que um é bem “fora da casinha” mesmo. Eu fui pra um lugar que eu adoro ir, que é um lugar desconhecido, até pra mim. E outro foi uma versão um pouco mais dançante, mais pop. Se bem que isso não existe mais, o que é pop e o que é dançante, né? Mas eu fiz um pouco mais “dentro da casinha”, se bem que meu lado “de dentro” da casinha já é bem “de fora”, explica André Abujamra sobre o processo de produção dos singles.

A parceria entre a cantora e compositora Marisa Brito e o músico, produtor e multi-instrumentista André Abujamra nasceu com o acaso, no meio da caótica e pulsante São Paulo. A partir de uma amizade unida pela música, surgiram diversas ideias de parcerias entre André, um dos maiores produtores e compositores da música paulistana (que criou, ao lado de Maurício Pereira, a lendária “Os Mulheres Negras”), e Marisa Brito, cantora e compositora que traz um frescor no trabalho solo, apesar de somar 20 anos de carreira entre São Paulo e Belém do Pará. 

"Quem sou eu pra não dizer o que se cala"

“'Falas’ eu fiz num momento que tava refletindo muito sobre um lado que a gente esconde mais, que são as sombras. Só que, ao mesmo tempo, ela fala de libertação, de olhar pra essa sombra e aceitar ela como algo libertador também, de você se aceitar como é, de não ter medo de mostrar quem é. Quando eu digo na música ‘quem sou eu pra não dizer o que se cala’, é como se perguntasse ‘por que você tá guardando tanta coisa aí dentro, guardando quem realmente você é?’ Tem essa dualidade, é uma letra sombria mas ao mesmo tempo é libertadora e traz uma leveza", explica a cantora. 

Além do single-duplo, André Abujamra está produzindo o primeiro disco solo de Marisa Brito, dividindo a produção com o instrumentista carioca Marco Suzano e a própria cantora. Nessa produção a seis mãos, eles estão explorando a originalidade e a potência pop nas canções de Marisa, que sempre surgem de um processo experimental. 

“É muito fácil e maravilhoso trabalhar com o Suzano e o André. Primeiro, porque a gente pensa muito parecido e sente muito parecido sobre música e sobre arte. E o legal é que é tudo muito fluido, natural e sem hierarquia. Realmente é uma troca artística e uma coisa muito prazerosa e gostosa de fazer. Eu posso dizer que eu tô vivendo o momento mais incrível e delicioso da minha vida artística”, conta Marisa.

O disco novo tem previsão de lançamento ainda para 2019. “Mesmo que a gente coloque referências portishead, ou o Marco Suzano coloque outras coisas e a própria Marisa coloque outras coisas, o trabalho dela é muito original, com certeza vai ser um trabalho que não tem cara de nada que tem por aí”, avisa André.

Lançamento
Acesse o single-duplo “Falas”, a partir de sexta-feira, 22 de março:
INSTAGRAM - http://instagram.com/cantamarisa 

(Holofote Virtual com assessoria de imprensa).

19.3.19

Cleber Cajun conta história na Casa dos Palhaços

Fotos: Gilberto Guimarães 
“Escola de Passarinhos” ganha apresentações, neste final de semana em Belém. Inspirada no livro “Meu pai sabe voar”, de Daniela Pinotti e Marcelo Maluf, a contação de história ganha livre adaptação de Cleber Cajun, na Casa dos Palhaços, em duas sessões, no sábado, 23, às 20h, e no domingo, 24, às 18h. Ingresso R$ 20,00.

Criatividade todo mundo tem, mas é preciso de asas para voar. E assim, não à toa, durante a contação de história "Escola de Passarinhos", surgem várias delas, cada uma feita com materiais como papelão, plástico ou tecido, trazidas pelo pai do menino Julio, o personagem principal. Um dia na escola, ele é indagado sobre a profissão do pai e sem saber o que responder diz que ele sabe voar, mas foi para casa intrigado e disposto a descobrir a razão de tantas asas. 

Trazendo um trabalho multifacetado que envolve contação de histórias, com encenação repleta de recursos plásticos e sonoplásticos, Cleber Cajun consegue transformar uma contação de história em um teatro criativo. O ator é uma das gratas surpresas da nova geração de artistas paraenses, despontando na cena teatral em Belém.

“Sou multi, conhecido assim, como um coringa que está em todas as linguagens, sou apaixonado por literatura, cinema, teatro e o teatro me oportuniza aprendizado de vida, é minha escola mais profunda. Gosto de borrar as bordas do teatro com as artes visuais. Eu gosto de fazer tudo, nem sei se faço bem, mas eu gosto de fazer”, diz.

A rua é seu melhor palco, e o brinquedo cênico, para ele, é possibilidade de tocar o coração das pessoas, suas memórias, despertando consciência, abrindo janelas para a imaginação, num outro nível de entendimento da vida e para todas as idades. “Acho que não existe uma faixa etária, de peça infantil ou não, porque acredito em textos  e peças universais. Todo mundo consegue se identificar com a trajetória de uma criança, porque já foi criança”, diz Cajun.

Das artes visuais ao encantamento pelo teatro mágico

Cajun se formou em Artes Visuais, pela UFPA, mas antes passou por uma iniciação teatral na Fundação Curro Velho, que depois o levou em busca de uma formação técnica em artes cênicas. 

"Eu me considero Cria do Curro, um lugar especial pra mim, atualmente sou professor lá, é um vinculo emocional que me acompanha. Fiz o curso de artes visuais, mas me apaixonei muito pelo fazer teatral. E eu já queria participar de grupos, espetáculos, mas ninguém me convidava, era novo, recém chegado a este mundo. Então resolvi fazer eu mesmo, criei texto, dirigi e encenei minhas próprias peças, e formei o grupo 'Cias Extraordinárias', com alguns amigos'", conta.

Foi esse desejo de aprender mais que o levou a São Paulo, onde conheceu e passou por um processo com o Pessoal do Faroeste, grupo criado por Paulo Faria, há mais de 20 anos, e que conta com uma sede, a Luz do Faroeste. O ator, que é paraense, vem de uma geração reconhecida por sua atuação politica no campo da cultura do teatro entre os anos 1960 e 1980, em Belém, a que pertence, também, Marton Maués, com quem Cajun teve oportunidade de estudar, fazendo o curso técnico da Escola de Teatro de Dança da UFPA.

O ator, diretor, Mestre e Doutor em Artes Cênicas, Marton Maués, é também fundador do grupo Os Palhaços Trovadores, pioneiro na pesquisa do teatro de clown na região norte. O grupo também mantém há alguns anos uma sede no bairro do Reduto, em Belém, onde Cajun vai apresentar “Escola de Passarinhos”.

“Minha experiência com Marton e Palhaços Trovadores foi muito importante, profundo, foi um marco, digo que sou contador de historia, palhaço, ator, bailarino, performer, desenhista e grafiteiro e os mestres sempre nos dão sua contribuição. Admiro muito também o trabalho de Paulo Faria, trabalhei no projeto do Pessoal do Faroeste, morei dentro do teatro. Devo bastante coisas a eles, são mestres que devem ser homenageados  reverenciados”, diz Cajun, que é herdeiro dessa geração de atores, ligados a um movimento social e político do fazer teatral.

Para Marton Maués, Cleber Cajun segue o caminho da Palhaçaria. “Ele foi um ótimo aluno, montamos um espetáculo com a turma dele, o Teatro em Caixas, com máscaras e cenas criadas pelos próprios alunos, mas depois do curso técnico ele se engajou num processo de pesquisa. Chegou a participar do meu grupo, e vem se apresentando sempre como palhaço no ‘Palhaçadas de Quinta’, projeto nosso, e agora tê-lo novamente na Casa dos Palhaços, com este trabalho, é muito legal”, comenta o professor.

"Pretendo me aprofundar cada vez mais e seguir neste caminho do lúdico, do fantástico, do realismo mágico”, finaliza Cajun. Quem quiser conhecer mais desse trabalho multifacetado, depois de ver "Escola de Passarinhos", pode ir conferir a exposição “Cigarras Elétricas”, que o artista apresenta no Sesc Boulevard, até dia 27 de abril, com textos de Alexandre Sequeira, curadoria de Carol Abreu. Artista convidado é Igor Oliveira com mediação de Juliene Martins.

Serviço
“Escola de Passarinhos”, na Casa dos Palhaços, no sábado, 23, às 20h, e no domingo, 24, às 18h. Na Trav. Piedade, n.  533 – Reduto/Campina – Próximo à Praça da República. Mais informações: 980411304.

Feira literária destaca obras para crianças e jovens

Olhos voltados para o futuro. É assim que chega a 1ª Feira Literária Infantojuvenil de Belém, a FLIB, trazendo como tema “Encantamentos, Assombrações e Visagens que Contam Histórias” e homenagens a Walcyr Monteiro, Daniel Munduruku, Lenice Gomes e Gildalti Júnior. Inicia na próxima semana, com ações nos dias 27 e 28, e programação intensa, de 29 a 31 de março, na Livraria da FOX - Trav. Dr. Moraes, 584 - Batista Campos . Entrada gratuita.

Aberta a escritores, ilustradores e artistas de todo o país, com ações e trabalhos voltados para crianças e jovens leitores, a FLIB também surge da observação sobre a produção literária paraense. Além da exposição do acervo de obras voltadas para crianças e adolescentes, a programação conta com bate papo, roda de conversas, contação de histórias e uma oficina, além de render homenagem a escritores que se destacam em suas trajetórias dedicados a este gênero de literatura. 

“A produção literária infantil no Pará é farta, muito rica, de excelente qualidade. Teremos incluso na programação, no domingo logo cedo, um bate papo com autores que estão produzindo Literatura Infantil e Juvenil no Pará. Será a Farinhada Literária”, diz Deborah Miranda,  uma das curadoras da feira, que contou ainda com Elizabeth Orofino e Andréa Cozzi. Fruto da experiência da Feira Literária do Pará - FliPA, realizada há cinco anos, na FOX, de acordo com a coordenação, a FLIB é o primeiro evento no Estado, voltado especialmente para esse público. 

“Os Homenageados são expoentes no tema da FLIB: Encantamentos, Assombrações e Visagens que Contam Histórias. Procuramos também trazer autores que além de ligados ao tema, tem uma produção profundamente ligada às suas raízes”, diz Deborah Miranda. “Gidalti Jr. é publicitário e quadrinhista, ganhou o Jabuti em 2017, na respectiva categoria e Walcyr Monteiro, por exemplo, tem um registro lindo sobre as nossas lendas e assombrações, reeditado inúmeras vezes”, conclui Débora.

Castanha do Pará, de Gidalti Júnior
Daniel Munduruku é vencedor do Prêmio da Fundação Bunger, em 2018, Lenice Gomes, penrnambucana formada em História e especialista em Literatura Infanto-Juvenil. Pesquisadora e contadora de histórias, é também autora de livros premiados. sendo uma das convidadas especiais da Área Infantil e Juvenil da 64ª Feira do Livro de Porto Alegre, realizada em novembro de 2018. 

O desenhista Gidalti Júnior, professor e artista visual, ganhou  holofotes com o lançamento do Castanha do Pará, uma 'comédia dramática em quadrinhos sobre a vida de um menino da periferia de Belém'", produzida via campanha de financiamento coletivo, ultrapassando, inclusive o valor de meta. Já Walcyr Monteiro,  dispensa maiores apresentações, ele é um dos maiores autoridades quando o assunto é causos e histórias de visagens paraenses, entre outras contações.

Ações também em escola e biblioteca comunitária

Ester Sá
Foto: divulgação
A FLIB também se mostra atenta a duas ações que vem se fortalecendo em escolas e espaços comunitários e leva à Escola Acreditar (Crianças Especiais), no bairro da Pedreira, a contação de histórias com Ester Sá, nos dias 27 e 28. 

“Eu vejo isso como uma iniciativa muito legal, de fazer a feira literária para crianças, visando esse publico. Vou participar da feira em ações externas à Livraria da Fox, contando histórias, uma ação que teve um crescente nessa relação com a leitura, e que alcançou vários espaços, como a Fox, fazendo com que esses trabalhos que ocorriam dentro das escolas, ganhem novos públicos”, diz a atriz, diretora, autora e contadora de história, Ester Sá. 

“Estou muito feliz em estar participando da FLIB, esse ponto de encontro pra molecada e para os adultos estarem em contato, juntos com as crianças, dessas questões concernentes à literatura infantil”. Ester também chama atenção para essa expansão da contação de histórias na cidade. 

“Antigamente a gente não ouvia muito falar nesse tipo de atividade, em palcos da cidade, e isso tá ganhando cada vez mais força. E há muitos motivos pra isso, mas eu percebo que surgem cada vez mais projetos ligados a cultura literária, a essa questão da criança manusear o livro, como o projeto Bambolê, da Marambaia, o espaço Nossa Biblioteca, no Guamá”, lembra ela.

Mestre Apolo, de Caratateua (Outeiro)
Foto: página do artista
O blog lembrei também da Biblioteca do Porto, na Cidade Velha, e de bibliotecas comunitárias que têm buscado caminhos que as afirmem em Belém, como é o exemplo da Tralhoto Leitor, onde a Flib também chegará, no dia 27, com a oficina “Livro de Artista”, de Murilo Nascimento.

A Biblioteca Comunitária Tralhoto Leitor, localizada na Ilha de Caratateua, é organizada e coordenada pelo Mestre Apolo, poeta, carnavalesco, compositor e cordelista, que precisa de apoio para continuar o trabalho desenvolvido com crianças, que envolve também um boi bumbum bumbá, o "Misterioso".

A FLIB conta com a chancela da Secretaria Especial de Cultura – Ministério da Cidadania, uma realização da Namazônia e Livraria FOX, em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), Movimento dos Contadores de Histórias da Amazônia e Fundação Cultural do Pará.

PROGRAMAÇÃO

Quarta e Quinta, 27 e 28
16h às 16h45h 
Contação de Histórias - Ester Sá 
Local: Escola Acreditar (Crianças Especiais) - Bairro Pedreira

Quarta, 27
9h às 11h/14h às 16h 
Oficina Livro de Artista - Murilo Nascimento 
Local: Biblioteca Comunitária Tralhoto Leitor Mestre Apolo 
Sargento Bastos 143,/ Ilha de Caratateua

NA LIVRARIA DA FOX

Sexta, 29
9h às 10h - Abertura
Boas vindas aos homenageados
Performance Teatral: Grupo LiterArt (com os personagens Dona Carochinha, Menino Maluquinho, Matinta Perera e Curupira)

10h às 11h30 
- Roda de conversa com os homenageados e sessão de autógrafos
Mediação: Salomão Larêdo, Edyr Augusto e Elizabeth Orofino

13h30 às 15h30 
- Oficina de Iniciação ao Desenho Grupo Argonautas, representado por Mário Zani

16h às 16h30 
- Espetáculo Teatral: O Jardim de Alice Projeto Camapu

17h às 18h 
- Sarau Palavra de Poetinha Movimento de Contadores de Histórias da Amazônia

18h30 às 20h
 - As Encantarias pedem Passagem Bate-papo com: Bel Fares, Juraci Siqueira e Carlos Aldemir Mediação: Paes Loureiro

Sábado, 30 

9h às 10h30 
- Alfabetizar letrando com a Tradição Oral Oficina com: Lenice Gomes e Movimento de Contadores de Histórias da Amazônia

11h às 12h30 
- Oficina Síntese na Aquarela Gidalti Júnior

14h às 15h30 
- Fantasia e Suspense na Literatura Infantojuvenil
Andrei Simões e Roberta Spindler
Mediação: Francisco Neto (Sooda Blog)

17h30 às 19h 
- Bate papo sobre o Universo Geek + GEEK Pará: RPG, Cosplay, Games, HO

18h às 20h30 
- Romaria das Palavras – Cortejo (Livraria da FOX à Fundação Cultural do Pará) - Movimento de Contadores de Histórias da Amazônia e Instituto Ocara.

Domingo, 31

9h às 10h30 
- Farinhada Literária: Conversa com autores paraenses: Andersen Medeiros, Alfredo Garcia, Heliana Barriga, Daniel Leite, Telma Cunha, Paulo Maués, Juraci Siqueira, Rosinaldo Pinheiro, Joécio Carvalho, Alda de Cássia, Miriam Daher, Rita Melem, Nazaré Mello
Mediação: Prof. Dra. Elizabeth Orofino (professora do Laboratório Sertão das Águas- Clube de Leitura Tertúlias do Grão Pará-UFPA/IEMCI)

11h às 12h 
- Show Pirulítero Heliana Barriga

14h30 às 16h 
- Oficina HQ Turma do Açai, representado por Rosinaldo Pinheiro

16h30 às 17h15
- Show Musical: Cantando e Aprendendo Eudes Fraga

18h às 19h 
- Espetáculo Infantil: Passeando em Outeiro

13.3.19

Assurini traz agenda Awaeté a Belém e Castanhal

O Despertar Consciência Humana a partir da Re Conexão com os Povos das Águas Terras e Florestas em Belém integra um circuito de troca de Saberes e Práticas, que fazem parte da Agenda Awaeté criada com objetivo de discutir perspectivas e caminhos de (re)ativar conexões para melhorar as relações em comunidade e com os povos indígenas. Nesta quinta-feira, 14, na Casa Sete, com Timei Assurini, Carla Romano e Norma Lacerda e, no dia 6 de abril, em Apeú-Castanhal, na Arte Fazenda Renascer. No dia 21 de março, tem ainda o Cine Debate "Depois da Inundação de Belo Monte", um papo com Carla e Timei, no Lab Pará, no centro histórico de Belém.

Intervenções, vivências e trocas de saberes num diálogo sobre a criação de possíveis caminhos e portas para a reconexão com a essência humana. Quem somos? Qual nossa cultura? Podemos cocria-la juntos? Vivemos para consumir ou podemos nos reconectar com o que nos matem vivo? São perguntas que impulsionarão a roda de conversa e as vivências com Timei Assurini, indígena Awaeté, como seu povo se autodenomina, e Carla Romano, uma carioca que mergulhou nessa questão que hoje é mais que urgente e necessária. 

Os Assurini do Xingu têm apenas 48 anos de contato, com histórico de resistência e luta junto aos impactados do contato com a civilização não indígena. Eles vivem no Médio Xingu  foram encontrados, de acordo com informações de Timei e Carla, pelos padres, no ano de inauguração de Rodovia Transamazônica, em 1972. De acordo com eles, "os anos seguintes foram marcados por envenenamentos durante a ditadura quando chegamos a 52 indígenas nos anos 80". 

Na sequência, segundo informa Timei e Carla, "o assédio de pesquisadores acadêmicos, governo, madeireiros, mineradores, empresários e evangélicos só pioraram com a construção da Hidrelétrica de Belo Monte e a mineradora Canadense Belo Sun".

"Agora mais do que nunca, necessitamos, para nossa sobrevivência física e cultural, construirmos um outro diálogo, decolonizado, com a sociedade brasileira pois salvaguardamos conhecimentos e territórios fundamentais para nós e para o mundo", diz ele que vem, há 4 anos, buscando entender a cultura que chega na aldeia.

Foi com esta intenção que foi criado o projeto “Agenda Awaete - Troca de Saberes Assurini do Xingu/PA”, que consiste no circuito “Descobrimento do Brasil”, que já percorreu 4 estados brasileiros​, realizando mais de 300 atividades.

A jornada, contam eles, iniciou sem muita pretensão, de forma autônoma. "Nesta caminhada, destacamos atividades como 'Tecendo Saberes' e  'Vivência de Cerâmica', onde buscamos a valorização das práticas e os saberes tradicionais do nosso povo. Além de atividades de Permacultura e Agrofloresta, onde nos conectamos com grupos e pessoas conscientes da importância da recuperação de conhecimentos tradicionais que já estão no movimento de diálogo com outras culturas, trocando saberes com os karai difundindo conhecimentos de formas sustentáveis de ocupar o planeta", explicam.

Em novembro de 2018, Timei recebeu um chamado de seus ancestrais e se tornou Pajé, sendo um momento de retorno ao seu território para frutificar a experiência e conhecimento adquiridos na jornada, com seu povo e, depois disso, começar um novo ciclo.  Além da aldeia de Timei, há cerca de 11 etnias na mesma área, além de ribeirinhos e demais povos da terra e da floresta. 

"Nosso objetivo é unir forças para a decolonização​ de nosso povo e demais povos da floresta frente a conhecimentos autodestrutivos que buscam a nossa aculturação para o fortalecimento do capital industrial", diz Timei. 

Nesta nova etapa, o objetivo maior é arrecadar recursos para iniciar um processo de base para a regulamentação do grupo, logística e construção de uma Casa de Troca de Saberes, sendo este um ponto de conexão na floresta da Agenda Awaete. 

"Para isso precisamos continuar trocando saberes e constelar mutirões locais para a criação e envolvimento com processos autônomos a partir da união dos conhecimentos tradicionais a demais tecnologias sociais nas áreas principalmente de saneamento ecológico, agrofloresta, energias renováveis, além de uma estação de monitoramento territorial", finalizam.

A narrativa completa sobre a Agenda Awaeté, você pode ler no evento criado no facebook. Clique aqui: http://bit.ly/2Uvgp0A

Novo governo traz mais injustiças à causa indígena 

A questão indígena hoje no país se agrava. Em janeiro deste fatídico ano, em carta enviada ao atual presidente do Brasil, lideranças indígenas dos povos Aruak Baniwa e Apurinã, do Amazonas, escreveram: "Quem não é indígena, não pode sugerir ou ditar regras de como devemos nos comportar em nosso território e em nosso país. Temos capacidade e autonomia para falar por nós mesmos". 

A carta foi escrita depois que o atual governo determinou que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ficasse responsável por identificar, delimitar e fazer as demarcações de terras indígenas, função antes da Fundação Nacional do Índio (Funai), numa clara manobra para beneficiar o agro negócios e a invasão de terras indígenas. E mais, a atual ministra Tereza Cristina, com apoio de Bolsonaro, autorizou a entrada de 54 agrotóxicos no mercado brasileiro. Outra autorização, de 11 de fevereiro, foi publicada no Diário Oficial da União pelo Ministério da Agricultura, para 19 produtos, dos quais 12 classificados como extremamente tóxicos. 

Ainda que diante de tantos desmandos a nossa constituição tenha sido rasgada, nunca é demais lembrar que o "direito dos povos indígenas às suas terras de ocupação tradicional configura-se como um direito originário e, consequentemente, o procedimento administrativo de demarcação de terras indígenas se reveste de natureza meramente declaratória. 

Portanto, a terra indígena não é criada por ato constitutivo, e sim reconhecida a partir de requisitos técnicos e legais, nos termos da Constituição Federal de 1988".

Agenda Awaeté 

Roda de Conversa
Nesta quinta-feira, 14, com participação de Carla Romano e Norma Lacerda, a partir das 19h, na Casa Sete – Travessa Eneas Pinheiro , 721 – Pedreira - Belém. Ingresso sugerido como colaboração a aldeia Janeraka – R$ 30,00. Mais informações: 91 972616638.

Cine Debate - "Depois da Inundação de Belo Monte"
No dia 21 de março, às 18h - contribuição sugerida de R$ 30,00 - No Lab Pará - Trav. Campos Sales, 705, Campina - Belém.

Vivência
Em abril, no dia 6, das 8h às 21h, também haverá uma vivência com Timei Assurini e Carla Romano, em Castanhal. O investimento é de R$ 250,00 (Diária com almoço e fogueira) ou R$ 350,00 (pernoite), na Arte Fazenda Renascer. Mais informações: 91 991912067

SABER MAIS E/OU PARTICIPAR DO PROJETO?
Fale com a gente agendaawaete@gmail.com
(21) 972616638