30.6.18

Alunos de cinema da UFPA lançam o primeiro longa

O coletivo Inovador Talvez Filmes, formado por estudantes do curso de cinema e audiovisual, lançam a Besta Pop no dia 4 de julho, às 16h, no Centro de Convenções Benedito Nunes da UFPA, com apoio da Reitoria, dentro das comemorações de aniversário de 61 anos da Universidade.

A história se passa em um futuro distópico, durante o último dia que antecede o apocalipse. Em meio a implementação de um governo totalitarista e a alienação social, um grupo de jovens decide burlar o toque de recolher buscando escapar do tédio de suas vidas, e tem seus destinos entrelaçados no melhor lugar para estar no fim do mundo. Eis o contexto de A Besta Pop.

A iniciativa ousada de realização de um longa-metragem em contexto universitário representa uma atitude pioneira nas faculdades de cinema do Brasil. O filme teve parte de seu orçamento obtido através do site de financiamento coletivo Catarse, ganhou o V Prêmio Proex de Arte e Cultura, investido na pós-produção do filme. Também conta com a parceria das produtoras locais Cabocla Produções, Visionaria Filmes e Gruta Filmes.

Desde o início, o projeto teve como princípio a forma colaborativa de produção, visando novos modelos de realização de filmes, a fim de driblar as dificuldades no custo e estrutura existentes em nossa região. E assim, seguiu até sua finalização, cooptando profissionais de diversas áreas relacionadas à produção audiovisual, proporcionando um ambiente de ensino, prática e troca de experiências em produção cinematográfica.

“Queremos que a iniciativa A Besta pop inspire outros produtores a se unirem em prol de projetos independentes e inovadores, que contribuam para o fortalecimento do audiovisual na região”, afirma o produtor executivo João Luciano

Serviço
Lançamento do longa-metragem A Besta Pop.  Dia 04 de julho, 16h, no Auditório Benedito Nunes. A entrada é gratuita e os ingressos serão distribuídos uma hora antes do início da sessão, na recepção do local.

(com informações da produção do filme)

29.6.18

A sexta é do Putadei DasPu "Por uma Zona Legal"

A iniciativa vem do GEMPAC e Rede Brasileira de Prostitutas. O evento anual, iniciou dia 7 e encerra nesta sexta-feira, 29 de junho, na sede do Grupo de Mulheres Prostitutas do Pará. Em sua 7a edição tem como objetivo celebrar e transar com cultura e arte as pautas políticas das Trabalhadoras sexuais, os direitos das mulheres, a sexualidade, a liberdade – a incidência política. A programação traz cinema, atos, performances, desfile de moda e carimbó, além da célebre corrida de calcinha. - Na Travessa Padre Prudêncio e Esquinas, a partir das 14h - o Quadrilátero do Amor da Zona Histórica de Belém.

O evento ocorre todos os anos em vários estados do Brasil de forma colaborativa e afetiva com uma diversa rede de aliados e parceiros, trazendo um sentido afirmativo ao Dia 02 de junho, celebrado internacionalmente como o Dia Internacional das Prostitutas, marco mundial da luta desse segmento que já está organizado a mais de 30 anos em Rede no Brasil.

Em 2018 com a DASPU (além de uma grife de moda da categoria, uma política cultural do movimento brasileiro de prostitutas) integra um afeto político importante para o movimento e para a sociedade, com a participação de membros da Rede Brasileira de Prostitutas(RBP) dos estados de Pernambuco, Amapá, Campinas, Minas Gerais, Rio Grande do Sul entre outros.

Peças icônicas do acervo e peças da última coleção da grife criada em parceria com os estilistas Ale Marques e Marcita com desenhos de Laerte estarão na passarela. A última coleção foi inspirada nos corpos sem gênero definido que se reinventam na relação com a cidade. Camisetas dessa coleção e uma nova edição da “Somos más podemos ser piores” e da “Daspu com Gabriela” além de compor looks do desfile, estarão à venda no evento. Uma nova coleção de calcinhas inspiradas na cultura e energias paraenses será lançada no evento. 

Além da puta programação que traz a Corrida da Calcinha, Desfile da DASPU, oficinas e performances de artistas, comunicadores e ativistas locais e nacionais, no Ato PutaDei, serão apresentados dados do Projeto Zona Legal sobre os direitos de Trabalhadoras Sexuais Cis e Transsexuais em Belém, desenvolvido com apoio do Fundo Brasil de Direitos Humanos-Edital 2017 e Fundo Semente AWID.

PROGRAMAÇÃO

14h
  • Preliminares e Gozos Políticos 
  • Putique Daspu – camisetas DASPU exclusivas da coleção com Laerte, reedição da "Somos Más Podemos Ser Piores" e da camiseta em homenagem à Gabriela Leite.
  • Ritual Putadei na Esquinas: Despachos De Amor, Afetos e Políticas
  • Santos e Flores - Grupo Auto da Lua Crescente
  • Exibição Pública do Filme: Santa Efigênia e seus Pecados de Thiago Mendonça
  • Exposição Filhxs da Puta: Afetos da Vida - Curadoria Leila Barreto, Leandro Veiga, Lilia Souza, Tiago Vaz E Elaine Bortolanza.
16h
  • Ato Puta Dei – Todxs por uma Zona Legal! - Tina Rovira – NEP Porto Alegre, Nancy Feijó e Vania Rezende – APPS Recife, Lourdes Barreto - GEMPAC Belém, Leila Silva – COETRAE-COETRAP- SEJU DH - PA, Betânia Santos- Mulheres Guerreiras Campinas, Edna Maciel- AMPSAP Macapá.
18h
  • Performances e Transas Culturais
  • Coreografia Kaiundê com Carmem Virgolino e Marina Trindade – Percussão Rodrigo Etnos - Boi Vagalume Cuité Marambaia 
19h
  • Corrida da Calcinha DASPU – Peformance de abertura do desfile com sorteio de 8 kits dei com concentrado de Jambu Erótico.
20h
  • Desfile DASPU – 20h00
  • Grupo Cobra Venenosa – Carimbó Produtora Subversiva 
21h às 00h00
  • Bailão Chitanazona Brasileira
  • Seleção Sacaninha - DJ Diego Santiago
  • Durante a programação, vozes de artistas produtores e comunicadores da amazônia brasileira no Quadrilátero do Amor
Parceiros
  • Governo do Estado do Pará
  • Secretaria de Justiça e Direitos Humanos
  • Prefeitura Municipal de Belém 
  • Referencia Tecnica De IST Aids e Hepatites Virais Nups – Sesma
  • Fundo Brasil de Direitos Humanos
  • Rede Brasileira de Prostitutas
  • Associação Mulheres Guerreiras
  • Nucleo de Estudos da Prostituição
  • Associação Pernambucana das Profissonais Do Sexo
  • Associação de Profissionais Do Sexo Do Amapá
  • DASPU/DAVIDA
  • DJ Dolores
  • Jambu Sinimbu
  • Curso de Moda – Unama
  • Jorane Castro – Tv Norte 
  • Leandro Veiga

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Amostraí traz tambores e lendas neste sábado

Nessa edição, a In Bust Teatro com Bonecos apresenta o espetáculo "Curupira", Lucas Alberto faz a contação de histórias "Quando Aqui Cheguei" e a Cia Lama, mostra "Bonecos & Tambores" resultado do edital SEIVA. A programação conta ainda com exibição do programa de TV Catalendas e a lojinha Dellarte. Neste sábado, 30, no Casarão do Boneco - Av. 16 de Novembro, 815, próximo à Praça Amazonas. Tudo a partir das 18h, pagando quanto puder.

"Curupira" foi o primeiro episódio do Programa Catalendas, em 1999, na TV Cultura do Pará e esteve em circulação nacional, em 2005, pelo Projeto Palco Giratório do SESC. Em cena os atores e manipuladores: Anibal Pacha, Paulo Ricardo Nascimento e Vandiléia Foro.

Sumano, Suprimo e a Dona Menina são os personagens que no espetáculo "Curupira" se utilizam de paródias das toadas de boi, carimbó e samba de cacete – ritmos das culturas paraenses, para contar uma lenda da conhecida lenda amazônica.  Rresentados por bonecos naturalistas com manipulação de vara, os personagens principais são acompanhados por bonecos máscara, mamulengo e outros mais.

A contação de história de Lucas Alberto da Cia Sorteio de Contos, "Quando eu aqui cheguei…" é inspirada numa história real que fala como os africanos trazidos forçadamente ao Brasil se encontram com as etnias indígenas. Na histórias, dois meninos se encontram na cidade e decidem se ajudar mutuamente, pois não queriam morar na rua. 

Um dos garotos é filho de pais vindos de Angola e o outro veio de uma família da etnia Kaypó. Longe de suas moradas e de seus parentes eles tem de realizar grandes feitos se ajudando mutuamente, para se manterem longe dos perigos dos senhores-donos-da-maldade e em busca de um lugar mágico e de grande proteção chamado: Quilombo. Dramaturgia e atuação: Lucas Alberto.

A Cia Lama traz o espetáculo Bonecos & Tambores resultado do edital de “Produção e Difusão” da Fundação Cultural do Pará – SEIVA. A obra de teatro de bonecos fez uma mini circulação por Mosqueiro, Icoaraci e Belém. 

Um trabalho de teatro de bonecos que conta a história do carimbó a partir da vida do Mestre Verequete, a proposta faz uso de bonecos de manipulação direta e também se utiliza dos instrumentos usados no carimbó como personagens para contar essa história, transformando toda cena teatral numa grande roda de carimbó. Em cena: Michel Amorim Rodrigo Ethnos, Carmem Virgolino, Diego Vattos.

Serviço
Amostraí. Neste sábado, 30 de junho, a partir das 18h. Pague quanto puder. Av. 16 de Novembro 815.Mais informações: (91) 32418981. 

"Rock da Martinha" de volta no EP de Nicobates

Um encontro de duas gerações em defesa da arte e da tolerância. Assim podem ser definidos o lançamento e show em torno da regravação da música “Rock da Martinha”, de Eloi Iglesias, pelo compositor e guitarrista Nicolau Bates, o Nicobates (ex-integrante da banda Norman Bates). O EP Rock da Martinha sai pelo selo Na Music e terá show de lançamento com a participação do autor da canção no dia 5 de julho no Núcleo de Conexão Ná Figueredo.

Composta por Eloi e os irmãos Cláudio e Cássio Lobato, que faziam parte do movimento Liberô Geral, a música foi lançada em 1987, no LP com o mesmo nome do movimento. “Todo mundo em Belém e também fora da cidade conhece ao menos uma música desse disco, que é ‘Pecados de Adão’, sem dúvida o maior sucesso de Eloi. Mas Rock da Martinha também é uma canção importante porque repercutiu muito, foi proibida de ser executada publicamente pela censura e era uma crônica de um momento histórico, social e cultural de Belém”, explica Nicobates.

O ex-guitarrista, que virou cantor de rock há três anos quando decidiu gravar suas próprias canções após a saída da Norman Bates, conta que ouvia Rock da Martinha aos 11 anos de idade e cantava todos os nomes da canção com entusiasmo sem nem sequer saber do que se tratava. “Eloi me contou que a canção foi baseada em uma matéria jornalística, que  denunciara os vendedores de maconha de Belém e que a ‘Martinha’ era, na verdade, uma corruptela de Matinha, o bairro onde o tráfico era mais forte”, conta o cantor, que também é jornalista de formação.

Música surge em momento de ebulição artística do Brasil

Quando se encontraram para gravar uma entrevista sobre o lançamento do EP, Eloi explicou a natureza da canção. 

“Essa música surgiu na banda Grupo de Risco, que fazia parte de um movimento pornográfico artístico, no momento em que todas as regiões do Brasil tinham suas manifestações artísticas, como a Tropicália, a galera do Ceará e o Clube da Esquina, nós tínhamos a Equatoriália e o Liberô Geral. E esse movimento tinha como intenção mexer com a cabeça das pessoas, fazê-las pensar, porque esse é também o papel da arte. Era a arte em defesa da própria arte, uma arte libertária”, conta o próprio Eloi.

“Baseado no que o Eloi conta, aquela era uma época em que tudo era mais romântico e a violência não era forte como hoje. Por isso, acredito que a música é mais atual do que nunca ao ser posta exatamente numa retrospectiva. Não apenas de revival da arte ou do gênero musical, mas um revival da sociabilidade. A canção é um registro de um tempo mas de forma nenhuma ela é datada. Ela nos mostra que houve um tempo diferente. Um tempo de uma sociabilidade que mudou pela postura repressora das autoridade no combate ao consumo”, pontua Nicobates.

Rock da Martinha sai nas plataformas de stremming de música ao lado de “Voo do Pensamento”, composição de Nicobates que tem a participação de Flávia Aquino e Antonio Novaes (A Euterpia). A arte da capa, baseada em histórias em quadrinhos e na estética rockabilly, foi feita pelo ilustrador paraense Paulo Victor Magno. 

Show conta com com a banda Os Amadores

O show conta na formação de Os Amadores, banda “flutuante” que vai ter na formação dois bateristas e dois baixistas se revezando entre os momentos mais dançantes e mais pesados do show. A formação completa inclui Carol Endres, Ana Paula e Iza Vedo (backing vocals), Charles Andi (guitarra), Moriel Prado (contrabaixo), Dan Ferreira (contrabaixo), Wagner Nugoli (bateria) e Marco André (bateria).

Além de cantar Rock da Martinha com Nicobates, Eloi Iglesias deve cantar seu maior sucesso e uma música inédita de seu repertório. O setlist da banda inclui ainda as músicas do álbum cheio que deve sair no final do ano e algumas releituras de Caetano Veloso e Elvis Presley, além do brega pop anos 1980.

Serviço
Rock da Martinha – Com Nicobates e Os Amadores e participação de Eloi Iglesias.  No Núcleo de Conexões Ná Figueredo (Pub) – Av. Gentil Bittencourt, 449. Dia 5 de Julho – Quinta-feira - A partir das 20h30. Ingressos: R$ 10 (valor de meia entrada). Informações e entrevistas: (91) 98168 7474.

(Holofote Virtual com informações da assessoria de imprensa)

Sábado de gastronomia e música no Na Figueredo

Depois da estreia Na Casa do Artista, em Icoaraci, o músico Naldinho Freire e a turismólogoa, pesquisadora e produtora cultural Auda Piani trazem ao centro de Belém o seu "Diário da Viagem de Belém a Cabo Verde”. Os dois promovem neste sábado, 30, no espaço Na Figueredo, uma programação gastronômica e musical, a partir das 20h. 

Não é de hoje que Cabo Verde flerta com o Pará. O amigo querido Bento Oliveira, quando morava aqui promoveu uma noite memorável no saudoso Café Imaginário, onde serviu a Cachupa, isso foi no finalzinho dos anos 1990. 

Em 2015, o jornalista caboverdiano Carlos Sá Nogueira Borges esteve em Bragança, no FICA - Festival Internacional de Cinema do Caeté, projeto lindo do Francisco Weyl, que aliás já morou em Cabo Verde. 

E agora Naldinho Freire, paraibano e está morando aqui há quase dois anos, que tem sido convidado especial de festivais culturais realizados por lá,  este ano convidou também os paraenses Auda Piani e Dan Bordallo para participarem, em maio, do Festival Festival Atlantic Music Expo - Cidade da Praia e nas comemorações dos 101 anos do Tarrafal. 

Naldinho e Auda têm compartilhado as experiências que tiveram por lá. Já houve ação em Icoaraci, Na Casa do Artista e neste sábado, chegam com uma programação para todos os sentidos, no espaço de Conexões Na Figueredo. Haverá degustação de pratos inspirados nos elementos da cultura alimentar caboverdiana e outras referências culinárias da pesquisadora Auda Piani. 

O ingresso, que custa R$ 50, dá direito a degustação do menu com 04 iguarias,  que será apreciado ao som do show “Sem chumbo nos pés”. A apresentação musical terá participação de Natália Matos e do Guitarrista Lucas Torres. “Vamos mexer com todos os sentidos”, dizem os anfitriões.

Para saber mais sobre as conexões do Diário de Viagem de Belém a Cabo Verde, leia matéria publicada aqui: http://bit.ly/2KwNmog

Serviço
Na Figueredo - Av. Gentil Bittencourt, 449 – Neste sábado, 30, às 20h. Entrada: R$50,00 com Menu degustação incluso (para 40 pessoas).

Guamá recebe o 1o cortejo "Conexões de Saberes"

O Bloco Nação Organ realizará seu primeiro cortejo cultural “Conexão de Saberes” neste sábado, 30 de junho, que percorrerá as ruas do Guamá com música e alegria, tendo como partida inicial da Sede do Pássaro Junino Beijar Flor, localizado na Rua Frei Daniel de Samarati, no bairro do Guamá, às 16h. O projeto conta com o patrocínio do Banco da Amazônia por meio de Edital Público. 

O objetivo é a salvaguarda de saberes e fazeres de mestres da cultura popular e o envolvimento das novas gerações e estimular o ensino, reconhecimento, valorização e a mistura da cultura popular, como o carimbo. Com isso, fortalecer a identidade e estimular a troca de informações e experiências entre mestre, músicos, brincantes, pesquisadores, produtores culturais e comunidade em geral. 

O bloco Nação Organ nasceu há dois anos, com uma mistura de cultura do Pará/Pernambuco que se dedica a promover as bandeiras da arte musical e cênica e da cultura popular e tradicional dos estados brasileiros, com a junção de ritmos como: carimbo, o pássaro, samba-reggae, entre outros estilos.

A ação que faz parte do projeto “Conexão de Saberes” dividiu-se em dois momentos. O primeiro é de formação, realização de oficinas contemplando o bairro do Guamá e o segundo, de apresentações artísticas. As oficinas serão diárias e iniciaram no dia 25 de junho, na quadra da Associação Carnavalesca Bole Bole.

Segundo a coordenadora Suellen Ferro, o projeto leva educação e mantém a cultura regional. “O cortejo vai mostrar às crianças e adolescentes inseridos ou não no projeto, a cultura, música, arte e educação e como esses elementos criam a consciência de caminhos melhores do que a criminalidade e drogas”, afirmou.

O cortejo será o momento de apresentar os resultados após o intenso período de formação ministrado. Para que o evento acontecesse, o bloco uniu forças com grupos e profissionais do mundo artístico e cultural de Belém, como o pássaro Junino Beija Flor e potencializar a vivência das tradições e manifestações culturais.

“Esperamos atingir um grande público e firmar a continuidade do projeto e manter forte as manifestações culturais que existe no bairro do Guamá e afastar ao máximo possível os jovens da criminalidade,” disse Suellen.

Para o coordenador de patrocínios do Banco da Amazônia, Ewerton Alencar, os projetos culturais, incentivados ou não por Lei Municipal, são voltados à Literatura, Eventos Culturais, Música, Audiovisual e Artes Cênicas. “A instituição é o maior incentivador da cultura e apoia todos os tipos e em todos os estados, é importante saber, que o projeto realiza ações voltadas para a educação e estimulo a cultura promovendo troca de experiências com os profissionais da área,” relatou.

Cursos de canto nas férias para adultos e crianças

Uma colônia de férias bem musical e divertida para as crianças e uma oportunidade para jovens e adultos que têm interesse em aprender ou aperfeiçoar suas técnicas vocais. As aulas iniciam nesta segunda-feira, 2, e vão até dia 13 de julho, na Escola Siga Cantos, da vocal coach Renata Del Pinho. As inscrições podem ser feita pelo link http://bit.ly/2N4DwvI.

Através de brincadeiras, jogos musicais e práticas de canto, a ideia da oficina de férias é estimular na criança percepções de ritmo, afinação, desenvoltura, consciência corporal, imaginação e criatividade. 

A Escola também inicio ao curso intensivo de férias para jovens e adultos interessados em aprender a respirar ou melhorar a sua respiração, sustentar notas, afinar a voz, atingir notas agudas, melhorar os graves, "soltar a voz", "tirar a voz da garganta", projetar a voz, melhorar sua dicção, melhorar seu desempenho no palco, aprender mais sobre interpretação e muito mais.

O curso para adultos terá como resultado uma apresentação. "É um dos objetivos da escola levar uma experiência mais completa aqueles que pretendem mesmo se jogar na arte do palco", diz Renata Del Pinho. 

A Siga Canto é um projeto inovador em sua estrutura, pensado detalhadamente para o cantor. De lá pra cá, já passaram pelo curso mais de cem vozes em busca de aprendizado, aprimoramento, terapia, ou apenas felicidade”, finaliza Renata Del Pinho.

Renata Del Pinho estudou Canto Lírico no Conservatório Carlos Gomes, é cantora popular, compositora, produtora e educadora. Já participou de diversos festivais, alguns com músicas autorais e com premiações. Já realizou inúmeros shows em teatros e casas de shows da cidade, além de produzir também eventos e shows como o Woodstok Old and New Festival (abril 2016) e Laurentino 90 anos (janeiro 2016). A cantora também assinou a direção vocal do Espetáculo “Narizinho”, da Cia Atlhetica, no Theatro da Paz, em novembro de 2017.

Anote:

Oficina de Férias Infantil.
De 2 a 13 de julho
Manhã: 8h às 12h
Faixa etária: 05 a 12 anos

Curso Intensivo de Canto
De 2 a 13 de julho (aulas de segunda a quinta)
Duas turmas:
Tarde: 16h30 às 18h
Noite: 19h às 20h30

Mais Informações: 91 98497-7713(wpp) /98078-4079 
Valor: R$ 150,00
Link de inscrição: http://bit.ly/2N4DwvI

25.6.18

Oi Futuro lança edital para residência LabSonica

Foto: Andre Hawk
Dois selos e gravadoras independentes irão ocupar durante três meses o laboratório de experimentações sonoras do Instituto de Inovação e Criatividade da Oi. As inscrições ficam abertas até às 17h, do dia 24 de julho, pelo site do Oi Futuro. 

Os selecionados terão acesso gratuito a toda a infraestrutura do LabSonica, incluindo o uso dos estúdios, apoio à divulgação dos projetos realizados no espaço e pitchings com produtores e curadores de festivais de música. Os sortudos terão toda a infraestrutura de equipamento e pessoal do LabSonica.

O laboratório ficará aberto aos residentes por 36 horas semanais, para o uso do estúdio. Cada selo ou gravadora selecionado também terá direito a utilizar duas posições de trabalho na área de coworking do Lab Oi Futuro, convivendo com os demais residentes de programas do instituto de inovação e criatividade da Oi, que também ocupam o espaço. E ainda haverá acesso a palestras e workshops sobre mercado da música e poderão ter seus projetos divulgados por meio da estrutura de comunicação do instituto.

O selo ou gravadora selecionado deverá realizar a gravação de um álbum, de um EP inédito e elaborará uma playlist com todas as músicas gravadas na residência em uma plataforma de streaming, a ser escolhida pelo Oi Futuro. Também está prevista uma apresentação única – que poderá ser um pocket show, uma performance ou qualquer apresentação sobre o processo de residência. Os pitchings serão realizados com curadores e produtores dos festivais de música patrocinados pela Oi e apoiados pelo instituto, como forma de aproximação e estabelecimento de uma rede de trocas com o ecossistema da música nacional.

O edital é para pessoa jurídica de todo o território brasileiro, incluem-se os Microempreendedores Individuais. Durante o período de residência, o selecionado pode fazer uso do estúdio com mais de um artista de seu casting, e os selecionados podem gravar mais de um álbum ou EP, desde que seja cumprida a carga horária semanal informada no edital, e de acordo com a disponibilidade do estúdio.

As inscrições são gratuitas, pelo site do Oi Futuro (www.oifuturo.org.br).

24.6.18

Cores e música da Amazônia no Buteco do Gugu

Olivar Barreto, o prato principal do cardápio musical
Fui conferir a apresentação do querido e talentosíssimo – vou superlativar mesmo - cantor Olivar Barreto, no Buteco do Gugu. Ele era o convidado especial do “Cores da Amazônia”, projeto pai d’égua, criado há seis anos, pelo músico e cantor Paulinho Mururé. É todo sábado, a partir das 15h, mas chegue antes, o espaço abre às 10h às 18h, na Pariquis entre a 9 de Janeiro e 3 de Maio. 

O Cores da Amazônia torna o Buteco do Gugu, mais do que nunca, um lugar de encontros, troca de informações, ideais e novidades da cena artística paraense, em conexões diversas. Além da atração principal tu ainda ouves uma geração veterana de músicos da cena autoral da cidade, tudo da melhor qualidade sonora, amparada pelo apoio técnico da Pro Music, de Moizés Freire

“Quando criei o projeto Cores da Amazônia era mesmo focado na música, mas comecei a perceber que também tinha cor autoral na poesia, artes plásticas e literatura de artistas de Belém”, me explica Paulinho, num papo já na margem da rua, porque na calçada e dentro do bar já não tinha espaço para colocarmos mesa. 

Gonzaga Blantez, Moizés Freire e Paulinho Mururé
“A cada sábado, abro a programação e vai chegando gente, pedindo pra tocar, pedindo pra cantar e eu vou dando a vez. Temos sempre um convidado especial que hoje foi o Olivar e convido alguém de outra linguagem pra lançar livro, declamar poesia, enfim. Isso aqui virou uma loucura, comecei tudo e hoje mal consigo tocar”, brinca o músico.

Ontem encontrei várias pessoas que já conhecia, mas também outras a que fui apresentada nas mesas amigas. Sérgio Salles, que é músico e também, escritor estava por lá autografando seu primeiro romance “Amor meu Grande Amor”, lançado em 2013 pelo selo Off Flip, em Paraty (RJ).  

Encontrei com Ronaldo Duque, cineasta, diretor do longa Conspiração do Silêncio, realizado aqui entre 2000 e 2002. Trabalhei  no departamento de elenco do filme junto com o ator e diretor e preparador de elenco, Cláudio Barros, um luxo. Fazia tempo que não o via.  Duque mora em Brasília, mas está por aqui realizando uma pesquisa, para um novo projeto na Amazônia. 

Ronaldo Duque e Pedrinho Callado
Também estavam na plateia e deram canja, os músicos Pedrinho Callado, o guitarrista Bob Freitas e outros, como Veloso e Gozaga Blantez. Cantores e compositores, um paraense e o outro amazonense, são autores de Ex mai Love, sucesso na voz de Gabi Amarantos, e “Curió do Bico Doce”, respectivamente, sucessos que fizeram parte de trilha de novela.

De calçada, por lá passam também pequenos vendedores ambulantes. Neste sábado encontrei Seu Manoel, bombomzeiro, uma fonte interessante de informações sobre o  movimento musical da cidade. Saiu dali em direção à Casa do Gilson. É isso, o Buteco do Gugu tem dessas e outras coisas. Lugar de saciar várias fomes, por isso não posso deixar de citar, para quem ainda não conhece esse boteco, o cardápio de lá, que oferece peixes, camarão, bolinhos e outros petiscos, além de refeições para almoço. 

Concorrência pouca é bobagem

Olivar autografa o CD em homenagem a Rui Barata, 
com Virgínia Maura e Messias Lyra.
O circuito de botecos em Belém está sempre em ebulição, dê uma olhada nos 23 que participaram este ano do concurso Comida di Buteco. E há novas iniciativas surgindo aí. Não é exatamente um boteco mas, no próximo sábado, dia 30 de junho, o Buteco do Gugu vai ter uma forte concorrência. 

O músico e compositor Messias Lyra e a produtora e empreendedora Virgínia Maura vão abrir as portas de sua casa, no bairro da Cidade Velha, com o Xibé Cultural, proposta que reúne musica e mostra cultural, além de um cardápio, aí sim, trazendo petiscos de boteco e cervejinha gelada.

Na programação de abertura, temos Armando Hesketh e Messias Lyra, apresentando o show Brasilidades, Adilson Alcântara, Bono Homobono, Márcio Montoril, Nean Galucio, Ocimar Moura, Pedrinho Di Britto, Roguesi, Renato Lú e Sérgio Salles (que deu uma canja  tocou Buteco do Gugu neste último sábado, com repertório de cantorias). Na Mostra Cultural, expõem André Mosh (pintura), Norma Teixeira (literatura), Paulo Emílio Campos (esculturas em papietagem) e Sandro Barbosa (fotografia). Anota o endereço: Rua Cametá, 113, entre Joaquim Távora e Pedro Albuquerque.

Gugu e Eudes Fraga, campeões do Comida Di Buteco
Concorrência, no entanto, não é problema para o Buteco do Gugu. Todos ali sabem que uma cena cultural só se torna forte quando há um circuito e as pessoas possam variar e circular por aí. 

Neste sábado, 23, Eudes Fraga, da Confraria do Fraga, foi até o Buteco do Gugu comer um peixinho frito do Gugu, mesmo tendo sido a dele, a cozinha a levar este ano, o primeiro lugar no concurso Comida di Buteco, uma experiência já vivida por Gugu, duas vezes, uma em 2012, com o petisco que virou a marca maior do espaço, o Peixe Frito, e outra em 2013, com um bolinho feito com massa de batata doce e recheio de charque. 

A Confraria do Fraga fica próximo, na Nove de Janeiro, entre Gentil e Magalhães Barata. É um espaço super aconchegante, com música mecânica e ao vivo em algumas ocasiões especiais. Ganhou o concurso Comida di Buteco com o petisco Bolinho do Baião da Mazé, receita da mãe de Eudes, uma homenagem in memoriam. Feito com Baião de Dois, é recheado de charque e queijo coalho, servido com molho de azeite de oliva, rapadura ralada e pimenta de cheiro.

Veloso, Messias e Virgínia + Sérgio Salles
Olha, ter saído ontem para comer um peixinho frito no Gugu foi mais do que ótimo. A gente matou a fome com a vontade de comer, literalmente. Agradecemos a Olivar Barreto, que nos avisou na quinta-feira passada que estaria se apresentando lá. 

Eu e Carlos Canhão Brito (baterista) o encontramos em outro clima musical, show da Railídia Carvalho no Sesc Boulevard. A cantora paraense, jornalista, radicada em São Paulo, por um triz não foi também dar uma canja no Gugu. Olivar bem que convidou, mas ela voltou para Sampa na sexta-feira mesmo.  Ficou para uma próxima, com certeza! 

Buteco do Gugu
Rua dos Pariquis, 3184 - entre Trav. 9 de janeiro e Av. Alcindo Cacela - Bairro Cremação. De quarta à sexta, das 17h às 23h, no sábado, das 10h às 18h e no domingo, das 10h às 15h. Telefone: (91) 3269-6024.

Confraria do Fraga - Travessa 9 de Janeiro, entre Gentil e Magalhães Barata - Bairro São Brás. De quarta a sexta, das 18h às 01h e sábado, das 12h às 17h.

Xibé Cultural - Inaugura sábado, 30 de junho, na Rua Cametá, 113, entre Joaquim Távora e Pedro Albuquerque. Vai funcionar de sexta a  domingo – a partir das 17h.

23.6.18

Deliquentes em campanha para lançar o 3o álbum

Foto: Christian Braga
“Brasil Mitônamo” inicia segunda-feira, 25, sua campanha de financiamento coletivo, pelo Catarse. Traz onze faixas do mais “raivoso e agressivo hardcore”, com apuro técnico traduzindo o novo e o 'antigo' na trajetória do grupo, que pretende lançá-lo em outubro, coincidindo com seu 34º aniversário.

Embora tenha mais de três décadas, a banda só lançou o primeiro disco no comecinho desse novo século. “Pequenos Delitos” inaugurou, em 2000, uma nova era na trajetória da Delinquentes que vem trazendo uma obra marcada pelo discurso de posicionamento politico perante as injustiças e atrocidades sofridas pelas causas humanitárias, entre outras questões. 

O último disco oficial, lançado em 2009,  “Indiocídio”, trouxe como carro chefe, e como o nome do trabalho já aponta, um discurso voltado a questão indígena. Depois disso, os Deliquentes gravaram, ao vivo, em 2012, com show na Praça da República, o DVD Planeta dos Macacos, lançado em 2013. De lá pra cá, houve lançamentos de singles e de EPs virtuais.

O terceiro álbum, "Brasil Mitônamo", aponta a ferida da mitomania exercida no Planalto Central, como já se pode ouvir na faixa principal disponibilizada no Youtube. O disco faz um passeio por fases desses trinta anos da banda, com músicas inéditas e outras tiradas lá do fundo do baú, além de outras mais recentes que vêm sendo disponibilizadas no universo da internet desde 2012. 

Está sendo gravado no Fábrika Studio, por Kleber Chaar, profissional que é conhecido na cena rock local, com produção do vocalista e guitarrista da banda Turbo, Camillo Royalle. A mixagem e masterização estão previstas para serem feitas com o goiano Gustavo Vasquez, do estúdio Rock Lab, conceituado por gravar muitas bandas nacionais de rock. 

Da fase punk às gravações já disponibilizadas em rede

Foto: Christian Braga
“Esse novo CD tem duas músicas novíssimas, que nunca foram gravadas, mas também contém duas musicas que são uma espécie de resgate nosso de lá dos tempos das demo tapes e fitas demo. Tem músicas dessa fase punk que a gente só gravou em demo e regravou agora, readaptou pro nosso tempo atual, sonoramente falando, fora as demais que foram pinçadas de singles e Eps virtuais que a gente vem lançando pela internet”, diz Jayme Katarro em entrevista via whatsapp ao Holofote Virtual.

“Estamos regravando tudo com maior qualidade, aprendemos a lidar melhor com estúdio, estamos nos redescobrindo em muita coisa”, continua o músico e proprietário fundador do Fábrika Stúdio. A adesão às novas tecnologias é um traço que levou a banda a entrar na onda do crowdfunding, uma estratégia altamente necessária nos nossos tempos em que falta uma política pública para a cultura que abrace de forma mais ampla todas as linguagens e liberdade de criação.

Entendendo com funciona o crowdfundign

Foto: Ana Flor
“Logo quando começou essa coisa de financiamento coletivo eu tinha muito pé atrás, porque eu ainda não tinha entendido o que era direito, achava que era só as bandas pedindo ajuda e isso me incomodava", diz Jayme. 

"Depois que eu vi algumas bandas de amigos fazendo é que eu fui compreender  melhor a historia do financiamento, fui estudar melhor isso. Ano passado algumas bandas próximas da gente fizeram o financiamento coletivo, como a 'Aeroplano' e 'Os Bandoleiros e a Cigana', que é banda muito nova, mas que estudou bastante pra fazer um projeto bacana e mais bonito do que muitas bandas mais antigas. Isso nos encorajou”, continua.

Jayme agora entendeu como funciona, mas ainda tem muita gente precisando compreender. De certa forma é pedir sim ajuda, mas esta não é filantrópica, como Jayme reconhece. Há contrapartidas e retornos aos investidores, que são normalmente os próprios fãs, amigos, familiares e pessoas que descobrem o trabalho pela plataforma e resolvem apostar. Os valores de financiamento muitas vezes não chegam ao valor de um ingresso para show, são acessíveis e há contrapartidas chamadas recompensas que estimulam as pessoas. 

Foto: não encontrei o crédito
“Sendo uma pré-venda, tu trabalhas de uma forma mais organizada, tu já vais prevendo um CD físico para aquela determinada quantidade de pessoas, e aí dá para realizar na medida para acolher aqueles que pagaram. Mesma coisa os prêmios, as recompensas, a gente faz a quantidade certa pra quem financiou”, explica.

No caso do álbum Mitônamo, quem financiar vai levar além do CD, ou uma camiseta, ou CDs antigos, no caso o Indiocídio, porque não temos mais nenhum Pequenos Delitos, e ao DVD. Para suprir a falta do primeiro CD fizemos uma coletânea, que se chama “A Verdadeira Face dos Deliquentes”, que traz músicas de todas as nossas épocas, incluindo áudios das músicas que stão no DVD. São prêmios bônus para quem colaborar", diz Jayme.

Jayme diz que também passou a ajudar outras bandas dessa mesma forma. “Eu como público, como fã, sempre que posso dou uma ajuda, porque é uma forma da banda driblar a cena atual, cenário do mercado. Não temos mais selos que banque nossos discos, temos que contar conosco e com os nossos fãs”, complementa.

Jayme diz que mesmo com tanto tempo de estrada, sempre será um desafio novo, como esse de agora que é encarar pela primeira vez um trabalho em que o próprio público e os fãs, possam participar de uma forma direta da feição do mesmo. “Essa também foi uma forma que a banda encontrou de poder sobreviver com dignidade nos tempos de independência do mercado atual”, finaliza.

Fique ligado na campanha

O endereço para quem quiser ajudar a banda Delinquentes a realizar mais essa conquista na cena rock paraense e no underground nacional é: www.catarse.me/Delinquentes. Para maiores informações sobre a banda, procurar na fanpage: www.facebook.com/delinquentes.hc.

22.6.18

Inscrições para o II Prêmio Mundie de Fotografia

Foto Marcelo Costa - 1º Premio Mundie de Fotografia 
- categoria foto única
A Mundie e Advogados, em parceria com a Fotô Editorial, premiará ensaio fotográfico com a publicação de fotolivro no valor de R$ 50 mil. O objetivo é promover as artes, a livre expressão e a fotografia contemporânea brasileira. A primeira versão do Prêmio, ocorrida em 2016, em comemoração aos 20 anos do escritório, teve 350 inscrições vindas de 21 estados brasileiros.

O II Prêmio Mundie de Fotografia, que está com as inscrições abertas até 30 de julho de 2018, visa valorizar o direito de cada ser humano “de participar livremente da vida cultural da comunidade e de fruir das artes”, como prevê a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Para tanto, essa edição irá premiar o melhor ensaio fotográfico com a publicação de um fotolivro inédito produzido pela Fotô Editorial (www.fotoeditorial.com), com custo estimado em R$ 50 mil.

Fotolivros passaram a ser, no cenário contemporâneo da produção artística em fotografia, um dos mais potentes veículos de materialização e divulgação da obra de fotógrafos autorais. O tema é livre e deve conter no mínimo 20 fotografias. O edital está aberto para fotógrafos profissionais e amadores, brasileiros ou estrangeiros residentes no Brasil.

Podem concorrer projetos de fotografia de caráter experimental ou documental. Não há restrição quanto à forma de captação de imagem ou aos métodos de pós-produção. O júri será composto por Elinor Cotait, sócia do Mundie e Advogados, Eduardo Muylaert, advogado e fotógrafo, mais um integrante do Conselho Consultivo da Fotô Editorial.  

Mais informações
Inscrições através do site www.mundie.com.br/premio.
Até 30 de julho de 2018
Anúncio do resultado: até 17 de agosto de 2018
Lançamento do fotolivro: dezembro de 2018

(Com informações enviadas pela assessoria de imprensa do prêmio)

19.6.18

Railídia de volta com show de sambas e batuques

Fotos: Débora Flor
Em São Paulo há duas décadas, ela está de volta para mostrar canções do 1o CD Cangalha, músicas inéditas e composições que integram as cantorias em bares e espaços culturais em SP. "Cangalha, outros sambas e batuques" conta com Paulo Godoy (violão 7 cordas) e Tiago Belém (bateria). Nesta quarta, às 19h, no Sesc Boulevard. Gratuito.

A cantora paraense esteve por aqui em outubro do ano passado, para lançar o CD Cangalha, com show no Teatro Waldemar Henrique. O trabalho é uma combinação de ritmos brasileiros de norte a sul,  incluindo composições como Nilson Chaves, Joãozinho Gomes, Val Milhomem, Douglas Germano, Lincoln Antonio e músicas de autoria da cantora também. Samba, música da tradição religiosa afrobrasileira, marcha-rancho, boi bumbá e ijexá são alguns dos ritmos presentes.

Para o show do Sesc Boulevard, Railídia leva um pouco do repertório que costuma cantar em rodas de samba, que não entraram no Cd. Entre essas músicas está Saudades do Pará, de Kazinho, compositor paraense que viveu muitos anos em São Paulo e teve músicas gravadas pelo sambista paulista Germano Mathias. 

"Volto pra comer camarão com açaí, pirarucu assado, pato no tucupi", diz a letra deste sincopado. Desta vez, o maestro Waldemar Henrique estará mais representado no repertório. "Nas rodas em São Paulo o maestro Waldemar é nossa estrela.

E as pessoas adoram as composições dele porque resistem ao tempo cm imensa excelência artística e uma qualidade de se incorporar em diversos repertórios ,do clássico ao popular, e sendo matéria-prima formidável para o processo criativo de qualquer artista". 

"A ideia é trazer esse espírito da roda de samba para o show no Sesc. A espontaneidade desse formato de fazer samba, de manifestação musical é o espírito do CD Cangalha. Uma música puxa a outra, ou pelo tema ou pelo tom ou pelo ritmo", comenta Railídia. Além dela, participam do show o compositor e violonista de sete cordas Paulo Godoy e o baterista paraense Tiago Belém, mais uma vez convidado. 

"Tiago tocou com a gente no lançamento no teatro Waldemar Henrique e demonstrou muita familiaridade com a nossa concepção de música e consolidou esse swing e vigor que aquelas composições do CD pedem. È tudo muito percurssivo e com muitos solos. Ele foi nosso norte naquele show e vamos repetir a dose com esse músico que é dos mais talentosos do Brasil", completou a cantora.

Railídia considera esse show uma homenagem a Belém, ao maestro Waldemar e aos ritmos do povo brasileiro.

"Essas expressões musicais popular forjadas entre o povo negro, pobre e que vive em condições materiais precárias e, mesmo assim, resiste com a poética do boi bumbá, com as rodas de partido alto, com os ritos da tradição afrobrasileira. De outro lado tem também a expressão popular mais urbana da canção, que me comove profundamente, os novos autores, meus contemporâneos, que contam a história desse povo, que nos dias de hoje voltou a ser massacrado. Um pouco de tudo isso estará no show".

Serviço
Show "Cangalha, outros sambas e batuques". Nesta quarta-feira, 21, a partir das 19h, no Sesc Boulevard - Av. Boulevard Castilho França, em frente a Estação das Docas. Entrada gratuita.

18.6.18

Bashô inspira imersão no ser de Miguel Chikaoka

Fotos de Miguel Chikaoka
Movido pelo desejo de conhecer as suas raízes mais profundas, Miguel encontrou na leitura de “Oku no Hosomichi”, o mais famoso relato de viagem do poeta japonês Matsuo Bashô (1644 – 1694), a inspiração para mergulhar na ancestralidade entregando-se à vivência dos opostos: o isolamento e a viagem. A pé e de trem, Chikaoka atravessou a ilha desde a costa do Mar do Japão até o Pacífico, numa viagem solitária que durou 45 dias, passando por pequenas cidades e vilas, zona rural e sendas do poeta.

Convidado pelo Café Fotográfico da Fotoativa, Miguel Chikaoka encontra com o público nesta  terça, dia 19, a partir de 19h, para conversar mais sobre as motivações, a real extensão dessa viagem na sua vida e os desdobramentos na sua carreira. “Falo de uma busca no sentido maior do que é estar aqui, no sentido político de ser”, revela o artista.

Miguel estudou engenharia na Universidade de Campinas (SP), onde se graduou em 1976. Morou entre os anos de 1976 e 1979 na cidade francesa de Nancy, onde frequentou a École Supérieure de Mécanique et Électricité, mas abandonou o curso antes de seu término. “Segui o rito, mas sempre numa inquietude, mesmo diante de conquistas consideradas importantes para os parâmetros da sociedade”, diz Miguel. 

Quando retornou ao Brasil, em 1980, preferiu se instalar em Belém, passando a desenvolver intensa atividade como fotojornalista, e anos depois em processos de arte-educação. “Não uso a fotografia para mostrar, mas para viver o processo. Um lugar potente, um lugar de experiência. O olhar para mim é lugar de percepção mais aguda, de ver e ouvir mais do que falar. Na busca pela prática cotidiana dos valores humanos descobri na fotografia a possibilidade real de aprofundar e expandir o sentido de ser e estar em movimento”, afirma.

Miguel nasceu na zona rural do município paulista de Registro, Vale do Ribeira, em uma comunidade essencialmente japonesa: família, alimentação, literatura, religião ainda mantinham as tradições da terra natal da maioria dos habitantes. Tratava-se de um momento de forte migração do Japão para diversos países, sobretudo o Brasil. 

Plantava-se praticamente tudo, e pouco se interagia com outras localidades, a não ser quando saíam para comprar peixes frescos, pescados, na sede do município, às margens do rio Ribeira de Iguape. Sua relação com o rio foi a primeira inspiração para um projeto de investigação pessoal, esboçado em 2015, para encontrar a suas raízes ancestrais. 

A busca se daria através da construção de um mapa afetivo e espiritual a partir do atravessamento de conexões geográficas, culturais entre o Rio Ribeira de Iguape e o Rio Mogami, que encontra o mar na cidade de Sakata, região de Tohoku, norte de Honshu, a maior das ilhas do arquipélago japonês, de onde, há mais de 80 anos, o seu pai partiu rumo ao Brasil, trazendo consigo um irmão mais novo, sonhando retornar em melhores condições. 

“Meu pai falava muito pouco, e pouco soube da história dele e seus ancentrais”, conta Chikaoka. E foi em terras brasileiras que ele casou e teve sete filhos. De sua mãe, que veio do Japão com a família para o Vale do Ribeira, Miguel traz lembranças de uma mulher que sempre colocava questões sobre o que seria “ser”. 

“Uma pessoa questionadora e que assumiu muito cedo a condição de mulher, quando perdeu a mãe, aos 12 anos”, conta Miguel. Ele diz que essa formação representa uma herança importante em suas decisões nos deslocamentos de uma vida mais convencional para o seu encontro com a arte.

O eixo dessa de sua investigação pessoal se deslocou quando Chikaoka vislumbrou uma centelha, no cruzamento da história de vida de 3 personagens: o seu pai, Koji Chikaoka, homem de fala reservada que chegou ao Brasil com 25 anos em busca de melhores condições; a sua mãe, Tadako Chikaoka, devota do budismo, dedicou boa parte da sua vida à escrita do haiku, composição poética mínima, de origem japonesa, que se funda nas relações profundas entre homem e natureza; e o poeta Matsuo Basho, considerado o mestre do haiku.

É autor do livro “Oku no Hosomichi” (literalmente caminho estreito para o interior profundo), um diário de uma caminhada em 1989,  que durou 5 meses, incluindo uma travessia pela região de Tohoku. 

O clima intimista desse cruzamento foi inspiração para a viagem solitária que o artista fez no ano passado, no sentido oposto àquele feito por Bashô.  “O ponto de partida para a minha viagem foi exatamente a cidade onde nasceu meu pai”, afirma Miguel. Foram quase dois meses passando por áreas rurais de característicos arrozais, que mantinham com primor e delicadeza as tradições japonesas, ou mesmo áreas urbanas de um Japão contemporâneo. 

“Bashô fez o caminho no sentido de busca interior. Fui por ele inspirado para buscar o meu caminho”, diz Miguel. Nesse cenário, Miguel produziu escritos e fotos em uma imersão íntima sobre memórias e afetos em que sua mãe e pai, e o poeta Bashô são potências que seguem alimentando o seu caminho.

Serviço
Café Fotográfico com Miguel Chikaoka. Nesta terça-feira, 19, a partir das 19h. No Casarão da Fotoativa, na Praça das Mercês - Bairro da Campina - Centro Histórico de Belém. Mais informações: 

(Texto de Yavana Crizanto, enviado da Comunicação da Associação FotoAtiva)

Projeto Jazz Oficial realiza a primeira Jam Session

A primeira Jam Session do Jazz Oficial será  nesta quarta-feira, 20 de junho. A noite conta com a cantora Cacau Novais e seu trio, formado por Bob Freitas (guitarra), Mario Jorge (contrabaixo) e José Sagica (bateria), que receberão vários músicos para dividir um momento espontâneo de música e diversão. A partir das 20h, com ingressos antecipados pelo sympla.

'Originalmente, o termo jam significa tocar sem saber o que vem à frente, de improvisação e é comum que os músicos presentes sejam convidados para subir ao palco e tocar junto com a banda sem nenhum ensaio prévio. Mas essa origem do termo também é controversa. Pode vir do inglês jam que significa geleia, em alusão à mistura de estilos que esta prática proporciona'. 

'Alguns também acreditam que vem das inicias da expressão Jazz after midnight - Jazz depois da meia-noite, pois a maior parte destas sessões acontecem bem tarde, quando o público pagante já se retirou. Com a popularização do termo e o aumento da proficiência dos músicos, o termo passou a ser usado também em outros gêneros musicais em que a improvisação é usada, como o rock e o choro...'  

Robenare Marques, confirmado na Jam Session
'Também durante o processo de composição, muitas bandas costumam utilizar jam sessions como forma de estimular a criatividade e criar material novo ou para conseguir gravações com interpretações naturais.' (Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Jam_session

"E é essa a ideia", diz Cacau Novais. Para essa primeira jam estão confirmados a cantora Gigi Furtado e o cantor Jeff Moraes, além do pianista Robenare Marques e o baixista Rafael Azevedo. 

"Espera-se ainda a presença de outros músicos convidados para essa noite repleta de sons, ritmos e os mais variados estilos de música", informa Cacau, pelo facebook do projeto. 

A Cervejaria Oficial Umarizal fica na Av.  Antônio Barreto, 1176 - entre 09 de Janeiro e Alcindo Cacela). Pra acompanhar o que vai acontecer é só acessar a fanpage JazzOficial. Os ingressos promocionais já estão à venda no sympla.  Informações, é só entrar em contato: 99120-2124/99116-7102.

(Holofote Virtual com informações enviadas por Cacau Novais).

14.6.18

Projeto traz ao debate a acessibilidade à cultura

Fotos: Marivaldo Pascoal
Acessar bens culturais e interagir socialmente é um direito de todos nem sempre exercido. Um exercício de cidadania que se torna mais raro quando o assunto é acessibilidade. São várias questões, mas na área da cultura, que espaços culturais públicos, privados ou coletivos, vocês conhecem, que tenham ações voltadas a esses públicos? 

Em Belém acho que dá até para contar nos dedos... de uma só mão. Vivemos num país que não educa as pessoas para lidar com as diferenças, tão pouco faz valer as leis de acessibilidade, como deveria. Esse é um campo arenoso, mas que felizmente de vez em quando encontramos iniciativas que nos permitem acreditar ser possível ressignificar as coisas com criatividade e sim, fazer a diferença!

É o caso do “Sinfonias e Inclusão”, um projeto de baixo custo, operacionalizado via Banco da Amazônia, mas que só funciona do jeito que foi pensado graças a um arranjo produtivo relativamente simples. O apoio do Theatro da Paz, que cede espaço e já possui um corpo de funcionários para atender visitações guiadas, é fundamental. As ações do ‘Sinfonias’ que são desenvolvidas, possuem um hiato de pelo menos um mês, entre uma e outra visita, e são marcadas nos dias em que já ocorrem os ensaios da OSTP.

A instituição que atende pessoas com deficiências físicas e intelectuais dialoga com a produção do projeto, previamente, sobre as necessidades para receber os alunos e viabilizam a ida deles até o teatro. Todos saem ganhando. O resultado é que neste arranjo produtivo os alunos se familiarizam com o espaço e os funcionários do teatro, por sua vez, também ganham prática de como atender esse público. Para os músicos da orquestra também é algo novo, poderiam aproveitar mais. 

O projeto iniciou em maio com participação dos alunos surdos do Instituto Fellipe Smaldone, que também trabalha com arte como ferramenta de apoio, desenvolvimento e inclusão dos deficientes auditivos. Nesta quarta-feira, 13 de junho, o Sinfonias de Inclusão recebeu a turma de musicalização da professora Rosana Furtado, que trabalha na UEE Álvares de Azevedo. 

“Este ano, ainda consideramos que seja um projeto piloto, pois todos nós estamos aos poucos percebendo a melhor maneira de proceder, buscando as melhores metodologias para essas visitas, de acordo com o perfil de cada público”, explica Paloma Carvalho, que coordena o projeto com Carmem Ribas, pelo Theatro da Paz.

Visita traz motivação aos alunos cegos

Falantes, curiosos, participativos, os alunos da Unidade Educacional Especializada Álvares de Azevedo chegaram alegres e bem humorados e nos deram muitas lições. Eram esperados 20 alunos, mas apenas doze participaram. Os que não saíram da unidade junto com a professora para a visita, não chegaram. 

É muito difícil, sem acompanhante, mas os que foram, aproveitaram muito. Diferente da turma do Smaldone, que tinham mais crianças, os alunos da UEE Álvares de Azevedo, era na grande maioria formada por jovens e adultos, que interagira do começo ao fim da visita, que começou no hall do teatro, quando a equipe de produção se apresenta. 

Carmem Ribas, produtora do Theatro da Paz, fala sobre a programação de concertos com entrada gratuita, e como eles podem ter acesso aos ingressos. “Publicamos no site do teatro a agenda dos concertos sempre um mês antes do período. Chegando aqui vocês serão sempre muito bem recebidos pela nossa equipe”, diz Carmem Ribas. Um dos objetivos do projeto é esse, fazer com que essas pessoas que estão participando das visitas voltem como púbico nos concertos da OSTP e Amazônia Jazz Band. 

Em seguida, ela os convida a tatear uma maquete feita para que eles possam perceber a arquitetura do Theatro da Paz. Eles então são conduzidos por Paloma, que vai falando um pouco da história do teatro que este ano completou 140 anos de fundação. Fala de sua construção, na Bèlle Époque Paraense, dá outros detalhes arquitetônicos, enquanto eles vão tocando cada lado da maquete. Vemos sorrisos. A visita segue adiante.

A cada passo adentro uma emoção diferente toma a ele e a todos nós - funcionários, equipe do projeto, professores da unidade e acompanhantes - cerca de 30 pessoas ao todo. A maioria dos cegos nunca havia entrado em um ambiente de teatro, muito menos conhecido a grandeza do Theatro Da Paz. De falantes na entrada, ao entrarem e tomarem seus lugares, na Varanda, eles fizeram um silêncio respeitoso e acompanharam atentos e emocionados um pouco do ensaio da OSTP. 

Próximo passo foi subir as belas escadas e acessar o salão nobre, o chamado Foyer do Theatro da Paz, onde foram recepcionados por dois violinistas, Igor Amaro e Renan Cardoso, da OSTP, que fizeram uma pequena, mas significativa apresentação para aquele público, que pôde depois tatear e até tocar nos instrumentos.

“Eles estão muito emocionados, essa é uma experiência que com certeza eles vão levar para o resto da vida e está sendo de grande importância para o desenvolvimento de cada um. Eles descobrem um novo mundo com a música e gostam de programações culturais, embora muitos deles não saibam exatamente o que isso significa, justamente porque as iniciativas ainda são poucas”, disse a profesora Rosana Furtado.

Ela reforça a questão que acabou permeando a visita. “A falta visão os impede de ir sozinhos a esses espaços, por isso têm pouca vivencia cultural. Muitos dependem de um acompanhante, mesmo os que têm a técnica da bengala, se sentem inseguros”, encerrou Rosana Furtado.

Acesso aos acompanhantes e audio descrição

Estive pela segunda vez acompanhando uma ação do “Sinfonias de Inclusão”. Desta vez, antes de iniciar a visitação, pude conversar por quase 20 minutos com duas pessoas que já tiveram visão e hoje fazem parte de um grupo seleto que busca garantias de direitos dos portadores de deficiência visual. 

Ednaldo da Silva, 48, perdeu a visão aos 30. Quando ele era vidente fazia teatro. “Fui um dos fundadores da encenação da Paixão de Cristo, realizada todos os anos pela Paróquia de Queluz, no bairro de Canudos”. Sério? “Sim”, me disse com um ar muito sereno e saudoso.  

Na UEE Álvares de Azevedo ele é um dos alunos do curso de musicalização, e está aprendendo a tocar teclado. “A gente está aprendendo, tentando melhorar a cada dia. Tenho base de Musicografia Braille, e já ‘arranho’ o teclado. Sempre me interessei por música, mas trabalhava muito e não tinha tempo, foi só a partir do momento em que perdi a visão, que surgiu essa oportunidade”, diz Ednaldo. 

Yolanda Yoko Miyke, 62, perdeu a visão aos 35. “Eu tenho filhos que estudaram na Fundação Carlos Gomes, mas não moram mais aqui e faço parte do Coral da Unidade com a professora Rosana, estou aprendendo, mas tenho dificuldades de dicção por causa de minha língua também, embora eu ache o meu português até razoável”, comenta.

Ednaldo e Yolanda fazem parte de associações que defendem os direitos do portador de deficiências. “Temos associação e conselhos de defesa de direitos de pessoas com deficiência, em nível municipal, estadual e federal, e também há pessoas se preparando para participar melhor desse tipo de grupos, porque é preciso conhecer bem as leis para atuar nessa área. As leis existem, mas ter obrigatoriedade na execução é o que ainda falta, e para isso acontecer também precisa de um pouco de boa vontade. Tem algumas pessoas pontualmente lutando por isso, mas são muito poucos ainda”, diz Yolanda.

Uma questão importante ficou muito clara nesta visitação. A figura do acompanhante, como item básico de acessibilidade nestas programações culturais e para isso eles pedem que ele também seja contemplado com a gratuidade, ou em casos de eventos gratuitos, tenha autorização para retirar dois ingressos quando há distribuição antecipada, o que facilitaria bastante as coisas para eles. 

“Às vezes tem shows que a pessoa com deficiência tem gratuidade na entrada, mas para um deficiente vir a noite sozinho para um evento é meio complicado, queríamos conversar com a direção do Theatro da Paz para que haja permissão do acesso de um acompanhante conosco, gratuitamente, isso seria bastante importante. Muitos de nós não frequentamos estes ambientes porque não tem essa garantia”, reivindica  Ednaldo.

Yolanda concorda e diz que já tinha ido ao Theatro da Paz algumas vezes e que é sempre muito bem recebida pelos funcionários. “Quanto a isso não tenho queixas”. Ela informa ainda que há alguns espaços já em Belém, que basta apresentar a carteirinha de deficiente ou das associações para a gratuidade do acompanhante. “Mas isso é acordo de cavalheiros, não é lei, como queremos que seja”, reforça.

Outra questão é a presença de áudio descrição nessas programações. Ter rampa, elevador apropriado, gratuidade são itens obrigatórios, nem sempre cumpridos com rigor, mas que não bastam por si, porque ainda que se tenha acesso aos locais de apresentações, é necessário que estas também sejam acessíveis para o entendimento dessa plateia.

Ednaldo lembra que há uma Lei Federal que fala da aplicação da áudio descrição em cinemas, apresentações de teatro, mas isso não acontece. “Infelizmente não há um áudio descritor em nenhuma dessas situações. Algumas TVs trazem esse programa para áudio descrever jornal, novela, mas falta fazer mais”, diz ele.

Os 12 alunos do Álvares de Azevedo, não só esperam como lutam para que essas questões e outras possam ser incluídas na pauta da cidade. No caso deles, a perda visual gera uma dificuldade de interação com o mundo exterior e a música, assim como a arte, o teatro, saber tocar um instrumento, cantar num coral são coisas que ajudam muito. “A gente perde mais o acanhamento, cria mais coragem de se lançar para fora e buscar conhecer melhor o meio ambiente e mundo exterior e isso acaba também ajudando na sua profissionalização, no relacionamento com família, com os colegas”, finaliza Yolanda.

As próximas visitas serão no segundo semestre. Na vez estão moradores de rua e idosos que vivem em casa de apoio. A iniciativa do projeto “Sinfonias de Inclusão” tem realização do Governo do Estado do Pará, por meio da Secretaria de Cultura do Estado e Academia Paraense de Música, e com apoio do Banco da Amazônia. Para maiores informações: 91 4009.8752.