30.4.16

Woodstock gera Festival de rock autoral em Belém

Já disseram que toda unanimidade é burra. Opiniões contrárias são bem vindas, te permitem mudar de ideia ou quem sabe ter cada vez mais certeza do que pensa, ouvindo o outro. Opinião é atitude, a pegada do rock and roll. No Woodstock Old and New Festival, neste sábado, 30, vamos ter bons exemplos no palco que receberá 12 trabalhos autorais, cada um com sua história e luta por um espaço ao sol, trazendo diversas cores.  Chegou o dia!

A programação começa às 14h, quando abrem os portões da Insano Marina Club, com Espaço Mix, Food Trucks, Tatoo, ao vivo, Feira de vinil e muitas emoções, incluindo aí, os sets dos Djs Azul e Uirá, os shows Tributos e o anúncio da banda que vai gravar um EP pelo selo e editora Na Music. O público é quem decide, mas a votação on line feita na página do evento no Facebook já encerrou, agora será preciso ir para a plateia e votar presencialmente.

“A gente se inscreveu porque é cara de pau. Temos 14 anos de estrada, achamos que não íamos ser chamados, que não íamos entrar, mas foi uma boa surpresa e qualquer iniciativa que incentive as bandas autorais é bacana, é legal”, disse Renato Torres, da banda Clepsidra, na reunião que aconteceu no Espaço Mestre Laurentino na loja Na Figueredo, no último dia 26, quando foi feito o sorteio e organizada a ordem de apresentação das bandas.

“Só gostaria que o espaço das bandas autorias fosse maior ou igual, porque vivemos um império de bandas cover muito forte nesta cidade e todas as bandas autorais sabem do que estou falando, é muito difícil achar espaço, e reunir bandas que estão fazendo sua própria musica é louvável estamos juntos”, acrescentou o músico.

Não foi só Renato Torres que falou sobre o tempo de apresentação.  A organização do festival havia estabelecido 20 minutos de apresentação para as bandas autorais e 40 minutos para os Tributos convidados. 

Várias pessoas se manifestaram no facebook acerca da mesma questão, fazendo com que ao final, ficassem com 30 minutos de apresentação para A República Imperial, Álibi de Orfeu, Cactus ao Luar, Casa de Folha, Clepsidra, Dharma Burns, Dislexia, Groover, Sokera, The Steamy Frogs, Velhos Cabanos e Vinyl Laranja. E também os Tributos a Janis Joplin, Jimi Hendrix, Creedence, The Who e ainda o Tributo 3 em 1 de Os Mutantes, Novos Baianos e Secos e Molhados.

Daniel Dú Blues também esteve na reunião do sorteio para a ordem de apresentação das bandas. “Queria agradecer o convite, vou fazer o tributo a Jimi Hendrix, e gostaria dizer que no meu caso eu não faço cover. 

Este é um trabalho artístico muito intenso porque é um trabalho repleto de improvisação na parte da guitarra, então eu espero que a cada improviso meu, dentro da musica do Jimi, seja autoral, porque eu não estou ali só repetindo o trabalho do Jimi Hendrix, nota por nota, e sim criando música, ao vivo, então eu agradeço e parabenizo, vai ser show de bola, não vejo a hora”, contestou o guitarrista.

Entre surpresas, encontros, gritos e psicodelia

“Pra gente está sendo uma satisfação enorme participar do festival, compartilhando experiência que agente vem adquirindo ao longo do tempo, conhecer pessoas novas, escutar o som de todos. É muito satisfatório”, disse Ismael Rodrigues, percussionista do Casa de Folha.

“Jogar cada vez mais junto é o que a cena precisa”, opinou André Butter no grupo de whatsapp destinado a discussão das bandas autorais selecionadas com a organização do festival. 

“Esse trampo da produção é um papo bem denso e quase obrigatório ao artista, didático sabe. Acho que todo artista devia fazer esse corre uma vez na vida pra sacar toda essa engrenagem. É maluco! Depois a gente sente a gratificação em coisas mínimas. Acho foda rolar tanta gente tocando em um mesmo espaço, gente diferente, que a gente não saca e não conhece e perceber que somos parte disso.  É isso que se estende nesse Festival”, complementou o músico.

“Venho agradecer esse festival que vai reunir várias vertentes e ajudar na divulgação dos trabalhos, vai ser muito importante pra nós todos”, acredita o vocalista Bruno Barros, da banda Cactos ao Luar.

Rafael Mergulhão, guitarrista do Álibi de Orfeu, também disse que a banda se sentiu surpresa por ter passado no crivo do júri, uma vez que é uma banda com carreira que inclusive já ultrapassou as fronteiras do Estado. 

“Nos inscrevemos no último dia e a iniciativa é muito boa. São poucos os festivais que abrem pra banda autoral, e tem muita banda boa aqui, onde é complicada esta falta de espaço para se mostrar um trabalho”, comentou. “Também gostamos muito dessa ideia de fazer um tributo a Woodstock , um festival muito doido da história do rock”, finalizou. 

Na seleção das bandas The Steamy Frogs e Velhos Cabanos chamaram atenção. São duas bandas que vem de Icoaraci, Distrito de Belém já conhecido por ser um celeiro de artistas que, com pouca inserção na cena da capital, vivem uma atmosfera própria, realizando em seu local, mostras de músicas que nem imaginamos estar ocorrendo a pouquíssimos quilômetros de Belém.

“A gente faz um trabalho que tem um ano e junto com os Velhos Cabanos estamos representando Icoaraci, onde todo mundo lá está na luta, é um lugar complicado pra trabalhar com arte apesar de ter bastante artista. Nós estamos tentando movimentar uma cena parecida com esta, através de eventos”, disse Lucas Castanha, da The Steamy Frogs. 

“Quando soubemos do Woodstock ficamos maravilhados, pela oportunidade de mostrar nosso trabalho”, complementou. Enzo Marques, guitarrista da banda “Velhos Cabanos”, reafirmou o que Castanha disse. “Estamos muito contentes de chegar ao festival. Ficamos surpresos com a iniciativa e resolvemos nos inscrever, mas sem pretensão, já era legal poder mostrar nosso som na inscrição”, disse. 

“Desenvolvemos um trabalho em Icoaraci, um festival totalmente independente, fazemos os nossos corres, é tudo autoral, chamamos uma moçada que está a fim de participar e fazemos como podemos. 

E quando a gente vê um festival como o Woodstock apoiando esta cena autoral, dá pra perceber que as bandas estão emergindo e que a cena está efervescendo. Vi aqui banda que eu nunca tinha ouvido falar, apesar de vir acompanhado o trabalho de muitas das presentes. Reunir pessoas é muito bom. Somos gratos por poder participar e somar”, concluiu.

Matheus, o baixista da Sokera, disse que ficou absolutamente chocado quando viu a banda ser selecionada. “A gente se inscreveu num festival psicodélico e nós somos uma banda de hardcore, só grito. Não acreditamos, óbvio, mas ficamos muito felizes pela iniciativa de chamarem bandas mais novas. Ainda vamos completar dois anos e agora vamos tocar junto com bandas mais antigas. É um prazer dividir um palco com quem a gente nem conhecia também. A Steamy Frogs nunca tinha ouvido falar, nem da Velhos Cabanos. Isso é muito massa, da hora, iniciativa muito boa tem que fazer umas três vezes no ano”, comemorou e sugeriu.

Marcelo Kahwage e Antônio Bomber, da Dharma Burns, brincaram, ao se enquadrarem como Clepsidra e Álibi de Orfeu. 

“Somos mais uma banda da categoria Odl (risos), veteranas na cena de Belém e pra gente é sempre bom ver surgir festivais novos pra fomentar a cena. O espaço de um festival é importante para que as novas bandas apareçam, são elas que dão gás ao festival”, disse.

David, que faz a mídia social da Dislexia disse que embora tenha entrado  apouco tempo neste trabalho com a banda, está adorando a iniciativa. “É muito  legal mostrar o trabalho das bandas, tanto das mais conhecidas quanto das que estão chegando agora na cena”. 

Adriana Camarão, produtora de A República Imperial e da Groove disse que todos ficaram felizes em terem sido selecionados pelo festival. “Consideramos um evento importante que vai movimentar a economia criativa e no qual as bandas devem aproveitar a chance de mostrar o seu trabalho. É uma grande vitrine, desejo boa sorte a todas”, comentou.

Hiruki Kikuchi, o guitarrista da banda Groove concluiu a roda de falas durante a reunião. “Quando eu vi a Adriana postando sobre o evento, eu falei, caramba, que legal e eu sempre tive vontade de ir ao Woodstock”, disse gerando mais um lance de risadas descontraídas que na verdade, permearam o primeiro encontro com os representantes de cada banda. 

“Ainda mais que estamos entrando numa onda mais psicodélica e ai fui vendo outras bandas que eu não conhecia como a The Steamy Frogs. Cara o som deles é também psicoldélico e vai ser massa tocar lá”, disse o músico da banda que, na verdade, quase não entra no festival, mas acabou sendo fisgados de última hora pela desistência da banda The Baudelaires.  

Mais sobre as doze bandas selecionadas

Álibi de Orfeu - Karen, Sidney, Rafael, Sabá e Rui juntaram os trapos, abriram a mala e descobriram que havia um álibi para o ano de 2016 – músicas de ontem, de hoje e do amanhã. Trazendo um trabalho sólido dentro do cenário musical do Pará, a  Álibi de Orfeu, banda que surge no final dos anos 1980, com trajetória de projeção fora do Estado.

A República Imperial - Fazendo um som MPB-Latino Experimental, a banda foi formada em janeiro de 2013, mistura ritmos de países latino-americanos (que tem por base as línguas românticas derivadas do latim), num flerte conceitual com outras artes como o teatro, a literatura e o cinema sul americanos. 

Cactus ao Luar - Chacoalhar o corpo e a mente ao som dos batuques. É o que promete a banda Cactus ao Luar, formada por um grupo de amigos, entre eles um sul mato-grossense, além de outros cinco filhos da terra. A banda nasce do gosto pelo rito musical frenético dos tambores misturado ao peso swingado da guitarra destorcida, além do groove grave entonado pelo contrabaixo. Traz novas leituras dos ritmos regionais, contendo em seu repertório, carimbó, reggae, afoxé, entre outros. Formação: Bruno Barros (banjo e voz), Hugo Marola (baixo), Pepeco Josan (guitarra), Alê Nogueira e Clayderson Freire (percussão) e Ricardo Silva (bateria). 

Casa de Folha - A banda é de Belém e já tem cinco anos de estrada. A pluralidades que os unem está em “Bangalô” – EP Gravado no Guamundo Home Studio, com produção e direção musical de Renato Torres. Formado por Thais Ribeiro – vocal; Jassar Protázio – baixo; Ismael Rodrigues – Percussão e André Butter – violão, a banda ainda conta com os frequentes acompanhamentos de JP Cavalcante – percussões, e Daniel Serrão – sax e teclados. Gravar histórias. Contar versos. Folhear canções.

Clepsidra - Numa trajetória de 14 anos, Maurício Panzera (baixo e voz) e Renato Torres (guitarra e voz) formam a Clepsidra, um projeto imaginário, utópico, de uma banda que nunca termina, uma banda que é um duo, que pode ser uma orquestra, pode abrigar todo mundo, como um disco do Clube da Esquina. E pode ser apenas os dois, ocando violão à beira de um rio qualquer. Três discos lançados pelo selo Na Music (Bem Musical, 2004, Tempo Líquido, 2006, e Independente, 2015), e várias formações depois a banda volta aos palcos da cidade com o lançamento de Independente no final de 2015. 

Dharma Burns - A banda nasce em 2006, trazendo uma carreira de conquistas e participações em vários festivais. Composta por amigos que curtiam powerpop, rock dos anos 60 e 70, britpop e indie rock, lançou em 2007 o primeiro single “comfort me now” e depois o primeiro EP "Debut", produzido por Ivan Jangoux, nos estúdio da AM&T. 

O videoclipe da música "December Lights", produzido pela Digital Produções, veio da conquista do 2º lugar, no CCAA Fest 2011. 

Em 2015 a banda participou pela segunda vez do Festival Se Rasgum, e este ano de 2016 ela está no Woodstock Old and News, completando seus 10 anos com muitas novidades. Formação: Bruno Rafael (Guitarra), Marcelo Kahwage (voz e guitarra), Antonio Bomber (synth), André Monteiro (teclado), Bruno Oliveira (bateria), Fuad Farah (Baixo).

Dislexia - Punk, Hardcore e Reggae. Muita gente estranha essa combinação, mas a banda Dislexia desmistifica tudo quando nos diz que estes ritmos são uma maneira sonora de contestar o sistema e cantar (ou mesmo gritar) revoltas impostas contra a vontade das pessoas. 

Originária de Belém, a Dislexia surgiu ano passado, trazendo nos riffs do Punk Hardcore e na psicodelia melódica do Reggae, o retrato de uma sociedade em seus vários aspectos. Formada por Rafael Du Vale (vocal), Léo Gomes (Guitarra), Vitor Vieira (Guitarra), Raoni Joseph (Baixo) e Luyan Sales (bateria).

Groover - Surge em 2013 com a proposta de fazer um Rock and Roll descontraído, com muitos solos de guitarra, grooves e ritmos dançantes influenciados pelo Blues, Hard Rock e Heavy Metal. Atualmente formada por Albert Tex (Voz), Gil Luis (Bateria e Backing vocal), Hiruki Kikuchi (guitarra) e Roosevelt Santos (Baixo), a banda possui em seu histórico participações em diversos festivais e entrevistas em programas como o Balanço do Rock e Protótipo, na Rádio Cultura do Pará. Este ano, a banda lançou seu single (produzido, gravado, masterizado e mixado no Estúdio Livre) e webclip intitulado “Rock Party”. 

Sokera - Formada em 2014, traz proposta simples e direta de brutalizar, destruir e esbandalhar tudo, apontando os males da violência vazia e procurando canalizar isso de maneira positiva.

De influências Hardcore "Nova Iorquino" (Madball, Stick To Your Guns, Bane, Get The Shot) e de bandas melódicas, é formada por Zé Lucas no vocal, Paulo “Bigfoot” na guitarra, Felipe Martins na guitarra, Matheus Pinheiro, no baixo, e Alexandre Lima, na bateria. 

Em 2015 lançaram seu primeiro material, um EP com 6 músicas intitulado "Sokera", que conta com a participações dos vocais da Teach Peace (PA), Antes do Erro (PA) e Surra (SP)."

The Steamy Frogs - Vem de Icoaraci, Distrito de Belém, considerado um reduto de inovações e resistência na história do rock paraense. 

A banda surge na cena em 2015 com o intuito de produzir música sem rótulos, que possibilitem ao ouvinte sensações e sentimentos que guiem seu corpo a dançar ou em muitas horas, entrar num estado de introspecção. O som é "psicodélico" ou mesmo "progressivo". 

O objetivo é desenvolver musicalidades para alcançar os níveis mais simbólicos da música atual. Formada por Lucas Castanha (vocal e guitarra rítmica) Felipe Mendes (Teclados) Tiago Ribeiro (Contrabaixo e vocal de apoio) Alan Vitor Farias (Guitarra solo e vocal de apoio) e Lucas Armstrong (Bateria e vocal de apoio).

Velhos Cabanos - Surge em Icoaraci, de um projeto no qual mescla influências das primeiras waves Progressivas, Setentistas, trazendo presença marcante da sonoridade do Blues, centrando na cena neopsicodélica da cidade. 

As canções compostas por flutuações na linha de baixo e solos de guitarra, longos e encorpados, se aliam a estética que explora temas fantásticos e místicos, buscando reflexões introspectivas que dialoguem com questionamentos das relações humanas. 

É formada por Phellipe Fialho (Vocalista e guitarra solo), Matheus Leão ( Contrabaixo e vocal de apoio), Enzo Marques (Guitarra rítmica e vocal de apoio), Felipe Mendes (Teclados) e  Lucas Franco (Baterista).

Vinyl Laranja - Produz rock alternativo com identidade sonora e poderosa atitude Rock'n roll. 

Com 11 anos de carreira, formada por Andro Baudelaire, Bruno Folha, Saul Smith e Lucas VH, a banda paraense é embaixadora do projeto humanitário “Project Mios”, na cidade de Boston-MA.

Conta com 4 discos lançados pelo selo Na Music e dezenas festivais nacionais e internacionais.  Seu último trabalho, "Uncheagle past Fleeting future", teve produção iniciada por Andrew Hernandez e finalizada por Kevin Szymansky, (também produtor de discos do Queens of the Stone Age e Foo Fighters).

PROGRAMAÇÃO

16h40 – Clepsidra
17h20 - Steamy Frogs 
18h – Dislexia
18h40 - Velhos Cabanos
19h20 – Sokera
20h - Tributo Secos e Molhados/Os Mutantes/Novos Baianos
20h40 - República 
21h20 - Álibi de Orfeu
22h - Cactus ao Luar
22h40 - Casa de Folha 
23h20 - Tributo Janis Joplin
0h – Groover
0h40 - Vinyl Laranja
01h20 - Tributo a Creedence
2h - Dharma Burns
02h40 - Jimi Hendrix
03h20 - The Who

Serviço
Woodstock Old & New Festival. Dia 30 de abril, a partir das 14h - Insano Marina Club - Rua São Boaventura, 268, final da Tamandaré, Cidade Velha, Belém Pará. Os ingressos custam R$ 40,00 e R$ 20,00 (meia). Levando um quilo de alimento não perecível ou aparecendo caracterizado da época, paga-se apenas meia entrada. Apoio: TV Liberal, Funtelpa, Cabron, Studio G2 Comunicações, Keuffer, Amorosa Escola de Linguagens, Studio de Teatro Tiago de Pinho, Studio Charles Tattoo. Mais informações: 981042078/998247668.

Alfenim inverte os dias de apresentações no Pará

Cena de Quabra Quilos (foto: Rafael Passos)
Uma das atrizes do grupo, Verônica Cavalcanti, que tem contrato com Rede Globo, foi chamada com urgência pela emissora para gravar uma cena na próxima terça-feira, 03, quando ela deveria estar em Belém para apresentar “Quebra-Quilos”. As datas, que já haviam sido divulgadas de outra forma, foram então invertidas, entre Belém e Castanhal. 

A urgência veio porque o enredo da novela “Velho Chico” foi modificado devido à morte do ator Umberto Magnani, esta semana. A atriz  só estará em Belém para a apresentação do espetáculo Quebra Quilos, no dia 5, às 20h, no Teatro Waldemar Henrique, e depois segue para Castanhal para participar da oficina que o grupo irá ministrar e também apresentar “Quebra-Quilos”, encerrando a circulação do grupo paraibano pelo Pará.

Em circulação pelo país com uma mostra de teatro e oficina, o Coletivo Teatral Alfenim chega ao Pará na próxima semana. O grupo vai apresentar em Belém dois espetáculos “O Deus da Fortuna” e “Quebra-Quilos”, no Teatro Waldemar Henrique, entre os dias 3 e 5 de maio, e, no dia 6, vai realizar uma oficina em Castanhal, na sala de informática da FUNCAST, das 9h às 13h, além de apresentar o espetáculo "Quebra-Quilos", encerrando a circulação do grupo pelo Pará.

Verônica,  como Zilu, em "Velho Chico"
As inscrições para a oficina são gratuitas e podem ser feitas pelo e-mail teatroalfenim@gmail.com ou entregue na Funcast. São apenas 15 vagas. A oficina promove exercícios de improvisação com base em cenas modelares da obra de Shakespeare, Brecht e Heiner Müller, introduzindo os fundamentos do método dialético para o desenvolvimento de uma prática dramatúrgica do ator em cena, pautada pelo princípio da contradição. 

Serão estudados: Fundamentos do Método Dialético, Conceito de “ação transversa”: dialética entre “ação interna” e “ação física”, Relação entre personagem e ator-narrador e Dramaturgia da ação e dramaturgia da narração.

Espetáculos tratam de temas que seguem atuais

Em tempos de crise sistemática do capitalismo, cuja lógica é a de se alimentar de trabalho não pago e da promessa fictícia de que o capital especulativo promoverá a felicidade futura, comprometendo não apenas as gerações de hoje como também as gerações vindouras, o Coletivo de Teatro Alfenim experimenta a comédia com o propósito de desmascarar a maquinaria teatral utilizada para escamotear a lógica do capital especulativo e seus derivativos “metafisicantes”. 

O Deus da Fortuna narra a história de um proprietário de terras na longínqua China Imperial. Afundado em dívidas em virtude da crise da produção do arroz e da seda, o Senhor Wang, manda erguer um altar em honra de Zao Gong Ming, o Deus da Fortuna, com a intenção de se salvar da falência. Porém as oferendas são inúteis e o proprietário vê-se obrigado a vender a própria filha a seu credor, como forma de amortização da dívida.


Já Quebra-Quilos narra a história de duas mulheres que, em 1874, são expulsas do campo e procuram abrigo numa vila do sertão paraibano, em meio a rumores de que os quebra-quilos, sediciosos que lutam contra a implantação do sistema métrico decimal preparam-se para invadir a feira da localidade e promover a revolta. Mãe e filha tornam-se testemunhas e vítimas da violência das autoridades locais contra os matutos revoltosos.

O alto teor de sugestão simbólica dos quebra-quilos põe a narrativa desses fatos ocorridos em fins do século XIX na ordem do dia. A insatisfação por conta do aumento excessivo dos impostos, a indignação em vista da manipulação da boa-fé do cidadão, tanto por parte das autoridades do governo imperial como por parte das autoridades religiosas locais e dos grandes proprietários e, principalmente, a potencial violência que transforma os alijados do mundo produtivo em criminosos sociais, remetem às inúmeras manifestações que, desde junho de 2013 vêm sacudindo as principais localidades do país.

PROGRAMAÇÃO

Circulação Norte Coletivo Alfenim de Teatro (PB) 

Terça-feira - 03 de maio
20h – Deus da Fortuna. No Teatro Experimental Waldemar Henrique (Belém/PA). Entrada Gratuita. Com bate-papo após a apresentação com o Grupo de Teatro Unipop  (PA).

Quarta-feira - 04 de maio
20h – Deus da Fortuna. No Teatro Experimental Waldemar Henrique (Belém/PA). Entrada Gratuita.

Quinta-feira - 05 de maio
20h – Quebra-Quilos. No Teatro Experimental Waldemar Henrique (Belém/PA). Entrada Gratuita.

Sexta-feira - 06 de maio
9h às 13h - Oficina Exercícios para uma cena dialética, na Funcast (Castanhal/PA). 
18h – Quebra Quilos. Na Funcast (Castanhal/PA). Entrada Gratuita.

Serviço
Inscrições gratuitas para a oficina. Solicite e envie a ficha de inscrição preenchida para o email: teatroalfenim@gmail.com ou pegue e entregue na Funcast, em Castanhal - Rua Senador Lemos, 749 - Centro. Fone: (91) 98878-9350.

29.4.16

Luz feminina no Woodstock Old and New Festival

Além de Jimi Hendrix, Creedence e The Who, Janis Joplin e os ídolos hippies do rock brasileiro nos anos 1970 também serão homenageados no Woodstock Old and New, neste sábado dia 30 de abril, no Insano Marina Club. Os Mutantes, Secos e Molhados e Novos Baianos contam com performances das cantoras Gláfira e Renata Del Pinho, acompanhadas pela Woodstock Old Band, formada por Guibson Landim (guitarra), Panzera (baixo) e Mário Nogueira (bateria). Elas bateram um papo com o blog. Falaram sobre o evento, suas carreiras e o momento político do país. Joelma Klaudia, que promete trazer na alma a energia de Janis Joplin pro evento, também conversou com o Holofote Virtual. 

Atualmente, além de incursionar pela produção cultural, Renata Del Pinho vem divulgando o projeto de seu primeiro CD, o Som de Cafuzo, um passeio pelos ritmos das Américas, com algumas experimentações, como o Carimbojazz e o Brega Fast Swing. Neste trabalho, Renata passa pelas sonoridades influenciadas por negros, absorvidos no blues e no jazz, como a própria Janis, e ainda pelas sonoridades indígenas como o carimbó, além dos latinos zouk e salsa.

Já a cantora Gláfira está em fase de captação para seu novo disco "Mar de Odoyá". “Mas a crise política associada a crise financeira que cobre de negro esse momento histórico da nossa sociedade tem afastado os financiamentos culturais. Tudo está parado, o dinheiro não chega e nós ficamos na expectativa de dias melhores. Enquanto isso nos viramos como a ajuda "doszamigos" (ainda bem que os temos aos montes)”, diz ela que é conhecida já na cidade por mandar muito bem o repertório de Mutantes e Secos e Molhados.

Renata Del Pinho, que também vai cantar junto com Joelma Kláudia no Tributo à Janis Joplin, vai ancorar o Tributo brasileiro com Gláfira cantando Os Novos Baianos, principalmente. Embora seja a primeira vez que ela cante Janis, a cantora confessa que sempre gostou muito da artista e quem tem sido um desafio apaixonante mergulhar em seu repertório. 

“Deve ser a tal da fruição estética. Eu não consigo ouvir e não sentir. Até quando eu estou aprendendo a alguma música dela pra cantar, mesmo repetindo inúmeras vezes, eu sempre me sinto provocada, tomada por sensações intensas, maravilhosas. Antagônicas até (risos). 

Janis é única. E eu sinto saudade dela. É meio louco isso. Quando ouço, por exemplo, Little Girl Blue, que é minha preferida, que vou inclusive cantar no tributo, uma nostalgia que eu não sei de onde vem, me toma e mais uma vez, pela enésima vez, me vejo arrepiada e saudosa”, diz.

Renata conta que realizar o Woodstock Old and New Festival em meio ao turbilhão político por que passa o país, foi uma maneria também de dar um grito de liberdade.

“O momento político é muito tenso, muito desgastante. Há mentiras de todos os lados. As pessoas estão se contaminando com isso, há um clima da desconfiança e instabilidade, que por sua vez, provoca uma histeria geral. A intolerância super se pulverizou. 

Agora as pessoas são definidas pelo seu partido politico. Amizades nas redes sociais e na vida sendo destruídas. Minha leitura é de uma sociedade brasileira doente. Precisamos parar um pouco e respirar. Dar uma pausa nessa loucura toda. O nosso festival quer chamar a atenção para essa pausa. Idealizei este projeto para isso”, comenta.  

Gláfira, entusiasmada com a gravidez e com o festival, conta que acaba de gravar a música "Tereza Navalha" (parceria com Pedro Vianna), segundo ela, “uma quadrilha que vem pra botar fogo no mês de junho”. A letra versa sobre a resistência do grupo LGBT na sociedade atual. A gravação foi na FUNTELPA e vai ser lançada em junho na programação da Rádio Cultura.

“Fui acompanhada por uma banda incrível: Rodrigo Nunes na direção musical, liderando os arranjos e no piano elétrico; Príamo Brandão no baixo; Heraldo Santos na percussão; Junior Gurgel na bateria e Renato Torres no violão 12 cordas e guitarra”, revela Gláfira.

Janis Joplin, um ícone indispensável nesta festa

“A Janis é o início do meu mundo musical depois do gospel. Era proibido que eu a ouvisse por causa da igreja, então ouvi todos os discos de madrugada bem baixinho pra minha mãe não escutar e cortar minha liga”, brinca Joelma Klaudia, que se confessa fã apaixonada pela texana que é a pérola blues mais enlouquecida de sua época, sendo considerada a rainha do rock and roll nos anos 60 e que transpõe o tempo e gerações, sempre atual.

Joelma faz este Tributo à Janis Joplin há seis anos. “É um desafio, emoção e entrega em todas as edições. Tenho recebido muitas mensagens, acredito que o show tributo à Janis Joplin será um dos pontos altos deste festival porque ela representa a mulher, a rebeldia, a loucura e a liberdade através da música”, aposta. 

Sobre o momento político que o país passa x a realização do Woodstock Old and New, a cantora também tem opinião bem formada. “Na mesma época do festival de Woodstock em 69, aqui no Brasil vivíamos o fim do movimento tropicalista com a prisão de Gil e Caetano em 68. Tanto o Woodstock quanto a Tropicália são movimentos coletivos que comprovam e estimulam o pensamento político e a força da juventude (Eu organizo o movimento. Eu oriento o carnaval). A música é muito poderosa, e estamos aqui para provocar o movimento libertário a favor de um Brasil sem corrupção, assim como estamos pela igualdade de gênero, racial e sexual (anti-homofóbica)”, afirma.

Joelma está com o novo trabalho “Amazônia Lounge”, o segundo CD, em fase de prensagem e ele deve ser lançando em junho deste ano com o patrocínio do Banco da Amazônia. “É um trabalho que é fruto de pesquisas a partir do lounge music – a música mais ouvida no mundo.

Catei hits dos anos 80 e 90 de compositores paraenses e produzi o brega lounge, black lounge, carimbó lounge, jazz lounge, bossa lounge, entre outros e o cd ficou #odiferentão", se diverte a cantora.

O disco conta com as participações do Mc Bruno B.O, Lia Sophia e Nilson Chaves e é produzido por Jó Ribeiro.  "Gosto muito da concepção que criei, do resultado, da sonoridade, da mixagem e do repertório. Tenho singles nos meus canais youtube e soundcloud, onde a galera pode ouvir e baixar”, finaliza. 

Tem mais do lado quente do ser neste festival

O lado feminino de Woodstock Old and New Festival também está nas performances das bandas Casa de Folha, A República Imperial e Álibi de Orfeu e quero crer eu, também na sensibilidade artística de todas as demais bandas envolvidas. 

Álibi de Orfeu - Tem alguém com a guitarra na mão e um pedal de distorção no pé. Ih, vai rolar um barulho nas quebradas. Karen, Sidney, Rafael, Sabá e Rui juntaram os trapos, abriram a mala e descobriram que havia um álibi para o ano de 2016 – músicas de ontem, de hoje e do amanhã". Trazendo um trabalho sólido dentro do cenário musical do Pará, a  Álibi de Orfeu, banda que surge no final dos anos 1980, com trajetória de projeção fora do Estado.

A República Imperial - Fazendo um som MPB-Latino Experimental, a banda foi formada em janeiro de 2013, mistura ritmos de países latino-americanos (que tem por base as línguas românticas derivadas do latim), num flerte conceitual com outras artes como o teatro, a literatura e o cinema sul americanos. 

No sábado, a banda vai lançar oficialmente a sua campanha de crowdfunding (financiamento coletivo) pela plataforma Catarse, na primeira edição do Woodstock Old & New Festival. 

Os músicos precisam de 15 mil reais e tem apenas 60 dias para conseguir esse valor. Os recursos captados serão para a produção do segundo EP da banda e também para o seu primeiro videoclipe, ambos intitulados “O Peso da Luz”.

Casa de Folha - A banda é de Belém e já tem cinco anos de estrada. A pluralidades que os unem está em “Bangalô” – EP Gravado no Guamundo Home Studio, com produção e direção musical de Renato Torres. 

Formado por Thais Ribeiro – vocal; Jassar Protázio – baixo; Ismael Rodrigues – Percussão e André Butter – violão, a banda ainda conta com os frequentes acompanhamentos de JP Cavalcante – percussões, e Daniel Serrão – sax e teclados. Gravar histórias. Contar versos. Folhear canções. Eis a Casa de Folha! 

Abaixo, segue a programação completa. Vale ressaltar que a votação on line encerra no facebook neste dia 29, mas neste sábado, 30, a votação pela banda que vai levar a gravação do EP, pela Na Music, será ao vivo e em muitas cores, na Insano! 

PROGRAMAÇÃO

16h40 – Clepsidra
17h20 - Steamy Frogs 
18h – Dislexia
18h40 - Velhos Cabanos
19h20 – Sokera
20h - Tributo Secos e Molhados/Os Mutantes/Novos Baianos
20h40 - República 
21h20 - Álibi de Orfeu
22h - Cactus ao Luar
22h40 - Casa de Folha 
23h20 - Tributo Janis Joplin
0h – Groover
0h40 - Vinyl Laranja
01h20 - Tributo a Creedence
2h - Dharma Burns
02h40 - Jimi Hendrix
03h20 - The Who

Serviço
Woodstock Old & New Festival. Dia 30 de abril, a partir das 14h - Insano Marina Club - Rua São Boaventura, 268, final da Tamandaré, Cidade Velha, Belém Pará. Os ingressos custam R$ 40,00 e R$ 20,00 (meia). Levando um quilo de alimento não perecível ou aparecendo caracterizado da época, o público paga apenas meia entrada. Apoio: TV Liberal, Funtelpa, Cabron, Studio G2 Comunicações, Keuffer, Amorosa Escola de Linguagens, Studio de Teatro Tiago de Pinho, Studio Charles Tattoo. Mais informações: 981042078/998247668.

Um festival de tributos à paz e ao rock and roll

Em 1969, a revolução musical do Woodstock não foi planejada. Dois jovens resolveram fazer um evento para ajudar os pais a saírem de uma crise financeira. Um festival de rock era perfeito. Colocaram o anúncio no jornal, conseguiram parceiros para ajudar na produção e fecharam como espaço uma fazenda, em Bethel a 160 km de N.Y. Deram início ao que se tornaria um dos movimentos culturais e políticos mais revolucionário no mundo da música. 

Quase 50 anos depois, a crise financeira também motivou a criação do Woodstock Old And New, mas ao invés de anúncio em jornal, Renata Del Pinho e Taca Nunes criaram uma página no Facebook que bombou em menos de uma semana. Vieram os parceiros e o espaço perfeito para fazer uma nova revolução musical, só que bem paraense, na beira do rio. 

Neste sábado, 30 de abril, as palavras de ordem serão mais rock, paz e amor. Além da apresentação de bandas selecionadas, no Woodstock Old and Nwe Festival, os ídolos do Woodstock de 1969 e representantes do rock brasileiro dos anos 1970 ganham devidas homenagens.  Os portões do Insano Marina Club abrirão às 14h e a partir das 15h, a pista de dança será por conta de um set especial do DJ Azul (Blue), em meio à Feira Mix, Vinil e Tatoo, ao vivo, Food Trucks e uma Boate Náutica, que será comandada pelo DJ Uirá Seidl.  Tem muita gente contando as horas.

Num momento em que  o país passa por uma grande crise de identidade, onde de repente a gente não tem se reconhecido como brasileiros e em que as relações pessoais estão ruindo e as sociais incomodando, colocando em risco a liberdade e a democracia, o 1º Woodstock Old and New Festival, chega pra dar uma chacoalhada geral, abrindo espaço a expressão libertária de bandas autorais e homenageando ídolos de uma revolução cultural (Utópica?). 

Júri elogia iniciativa e diz que festival chega em boa hora

As poucas iniciativas em torno do autoral ainda não permitem que as novas bandas apareçam no cenário musical de Belém de forma marcante e contínua. Assim, as mais de 100 inscrições para o Woodstock Old and New Festival movimentaram nas duas últimas semanas a cena do rock autoral paraense.

Entre novíssimas, iniciantes e veteranas, estarão no palco do Insano Marina Club, as bandas A República Imperial, Álibi de Orfeu, Cactus ao Luar, Casa de Folha, Clepsidra, Dharma Burns, Dislexia, Groover, Sokera, The Steamy Frogs, Velhos Cabanos e Vinyl Laranja. Uma delas ganhará de presente a gravação de um EP. 

Jayme Katarro (Foto: Ana Flor)
Quem as escolheu? Leo Chermont (Strobo), Wagner Nugoli (Madame Saatan e Yeman Jah) e Jayme Katarro (Delinquentes), três caras de vertentes musicais diferentes e, ao mesmo tempo, diversos em seu trabalhos, uma virtude necessária a quem está com o martelo na mão.

“Achei interessante o nível das bandas que se inscreveram no geral, embora ache que algumas devam se preocupar mais com o seu material demonstrativo. E gostei do resultado. Nesses tipos de festivais, sempre é importante ter, ao lado das bandas headliners e com mais nomes, as mais novas, que acabam dando um toque especial ao evento, e que muitas vezes nos surpreendem”, disse Jayme Katarro ao Holofote Virtual.

“A ideia do festival é ótima. Resgatar um festival que lutou pela paz e contra o militarismo; nos dias pesados atuais, sempre é importante. Ideologicamente falando, é um oásis no deserto da intolerância e ódio crescente que nos encontramos hoje. No plano musical, a ideia de juntar os grandes clássicos com as bandas autorais que lutam por um espaço ao sol, é excelente”, complementou o cara da Delinquentes.

Wagner Nugoli manda recado direto de Cayenne

Wagner Nugoli (Yeman Jah )
“Fiquei muito feliz de ter sido escolhido pra fazer essa seleção e mais ainda por ver que tem muita coisa boa escondida por aí e nem sabemos. Achei algumas coisas fantásticas, que precisam exatamente do prêmio do festival, uma gravação descente”, rebate o jurado, Wagner Nugoli, ex-Madame Saatan.

Sobre a ideia do festival, Nugoli diz que ele chega num momento oportuno para as bandas. “ São ótimas bandas, que precisam dessa moral de ter alguém investindo no seu som”, comentou. Perguntei se ele tem alguma banda predileta entre as que selecionou ou aposta em boas surpresas para a gravação do EP.

“Tenho minhas apostas sim, mas vou fazer suspense. E tô triste por não poder assistir o festival amanhã, pois estou tocando fora de Belém”, diz Wagner Nugoli, que bateu um papo pelo facebook com o blog, já que está em Cayena na Guiana Francesa, onde a Yeman Jah, sua banda atual, participa logo mais do Cayenne Reggae Festival. “Vai ser animal”, finalizou.

Serviço
Woodstock Old & New Festival. Dia 30 de abril, a partir das 14h - Insano Marina Club - Rua São Boaventura, 268, final da Tamandaré, Cidade Velha, Belém Pará. Os ingressos estão à venda na loja Na Figueredo, na Loja Via Hippie - Cidade Nova e na bilheteria do local, até o dia 30. Custam R$ 40,00 e R$ 20,00 (meia). Levando um quilo de alimento não perecível ou aparecendo por lá, caracterizado da época, o público paga apenas meia entrada.

PH - PARAZÃOHEBDÔ, a volta da revista de humor

Chega hoje às bancas de revistas e livrarias da cidade a  revista de humor PH - ParazãoHebdo. Criado inicialmente para ser uma revista de charges e crônicas sobre futebol em 2011, somente em 2016 o projeto de materializou. Foram muitos anos de experimentações e mudanças editoriais até chegar ao formato que vai às bancas.

O PH PARAZÃOHEBDÔ resgata o prazer de se ler e colecionar uma revista de humor. A última revista publicada no Brasil nesta linha foi a Revista Bundas do cartunista mineiro Ziraldo. Com o encerramento em 2003, o PH se torna a primeira revista brasileira de Humor do século XXI.

Pode parecer pretencioso, mas considerando que o mercado editorial deixou de investir nesse segmento, chegamos agregando uma quantidade imensa de artistas gráficos e provavelmente muitos deles nunca viram seus desenhos publicados numa revista de humor. Com a circulação somente em Belém e região, o projeto é ambicioso e ousado, com a intenção de expandir pelo Estado e logo a todo brasil.

O PARAZÃOHEBDÔ é criação do jornalista e cartunista Paulo Emman e Lu Hollanda junto com o historiador e cartunista Walter Pinto. A equipe conta Ricardo Lima, João Bento, Brahim Darwich, Ítalo Gadelha, Raimundo Sodré, Paulo Mashiro, Elihu Duayer (RJ), Bira Dantas (SP), Carlos Patati (RJ), Fernando Vasqs (SP), Edra (MG), Junior Lopes (PA/SP), Haroldo Brandão, Ronaldo Rony (AP), João Pedro Maués, Marcos Moraes, JC Haas, Márcio Couto e Marquinho Mota. 

“A expectativa é que resgatemos o interesse não só pelo impresso, mas pela revista de humor.  Ter novamente espaço pra charge e pro cartum mas sem tirar o foco da internet, do online fazer um casamento das mídias que eu entendo que o impresso ainda tem espaço, o que não é consenso na equipe. Tem amigos que dizem que sou um sonhador em acreditar nisso. Mas naturalmente eu acredito. É o novo velho desafio”, diz Paulo Emmanuel.

O projeto terá como uma das características principais ser um agregador de artistas e ideias dando espaço aos novos cartunistas. Promover esse novo talento é um dos focos do PH. E naturalmente divertir, contestar e fazer um trabalho que por si só já entrou para história.

Alfenim traz espetáculos e uma oficina ao Pará

O Alfenim é um coletivo teatral surgido em 2007, em João Pessoa, na Paraíba, com o objetivo de criar uma obra autoral com base em assuntos brasileiros. Trabalha com o conceito de dramaturgia em processo, no qual o texto de suas montagens é criado na sala de ensaios com a participação dos atores e demais artistas colaboradores. A formação de plateias é concretizada a partir de eventos paralelos às montagens, como seminários, oficinas e debates sobre os temas abordados em sua pesquisa. O grupo vai apresentar em Belém dois espetáculos no Teatro Waldemar Henrique, “Quebra-Quilos” e “O Deus da Fortuna”, e este também chega à Castanhal, onde será realizada ainda uma oficina. Tudo entre 3 e 6 de maio. 

Belém e Castanhal são contemplados pela circulação do grupo Alfenim, que chega por aqui no de intercâmbio, entre Pará e Paraíba, e entre Belém e Castanhal, cidades paraenses que ficam pouco mais de 73km de distância que pode ser percorrida em menos de duas horas. A produção local é dos Produtores Criativos. 

A oficina, que ganha espaço na sala de informática da FUNCAST, no dia 6 de maio, das 9h às 13h, promove exercícios de improvisação com base em cenas modelares da obra de Shakespeare, Brecht e Heiner Müller, introduzindo os fundamentos do método dialético para o desenvolvimento de uma prática dramatúrgica do ator em cena, pautada pelo princípio da contradição. 

Serão estudados os Fundamentos do Método Dialético, Conceito de “ação transversa”: dialética entre “ação interna” e “ação física”, Relação entre personagem e ator-narrador e Dramaturgia da ação e dramaturgia da narração. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo e-mail  teatroalfenim@gmail.com ou entregue na Funcast. São apenas 15 vagas.

Sobre os espetáculos

Quebra-Quilos narra a história de duas mulheres que, em 1874, são expulsas do campo e procuram abrigo numa vila do sertão paraibano, em meio a rumores de que os quebra-quilos, sediciosos que lutam contra a implantação do sistema métrico decimal preparam-se para invadir a feira da localidade e promover a revolta. Mãe e filha tornam-se testemunhas e vítimas da violência das autoridades locais contra os matutos revoltosos.

O alto teor de sugestão simbólica dos quebra-quilos põe a narrativa desses fatos ocorridos em fins do século XIX na ordem do dia. A insatisfação por conta do aumento excessivo dos impostos, a indignação em vista da manipulação da boa-fé do cidadão, tanto por parte das autoridades do governo imperial como por parte das autoridades religiosas locais e dos grandes proprietários e, principalmente, a potencial violência que transforma os alijados do mundo produtivo em criminosos sociais, remetem às inúmeras manifestações que, desde junho de 2013 vêm sacudindo as principais localidades do país.

O Deus da Fortuna narra a história de um proprietário de terras na longínqua China Imperial. Afundado em dívidas em virtude da crise da produção do arroz e da seda, o Senhor Wang, manda erguer um altar em honra de Zao Gong Ming, o Deus da Fortuna, com a intenção de se salvar da falência. Porém as oferendas são inúteis e o proprietário vê-se obrigado a vender a própria filha a seu credor, como forma de amortização da dívida.

Em tempos de crise sistemática do capitalismo, cuja lógica é a de se alimentar de trabalho não pago e da promessa fictícia de que o capital especulativo promoverá a felicidade futura, comprometendo não apenas as gerações de hoje como também as gerações vindouras, o Coletivo de Teatro Alfenim experimenta a comédia com o propósito de desmascarar a maquinaria teatral utilizada para escamotear a lógica do capital especulativo e seus derivativos “metafisicantes”. 

PROGRAMAÇÃO

Circulação Norte Coletivo Alfenim de Teatro (PB) 

Terça-feira - 03 de maio
20h - Apresentação do espetáculo Quebra-Quilos. No Teatro Experimental Waldemar Henrique (Belém/PA). Entrada Gratuita. Com bate-papo aberto, após a apresentação com o Grupo de Teatro Unipop  (PA).

Quarta-feira - 04 de maio
20h - Apresentação do espetáculo Quebra-Quilos. No Teatro Experimental Waldemar Henrique (Belém/PA). Entrada Gratuita.

Quinta-feira - 05 de maio
20h - Apresentação do espetáculo O Deus da Fortuna. No Teatro Experimental Waldemar Henrique (Belém/PA). Entrada Gratuita.

Sexta-feira - 06 de maio
9h às 13h - Oficina Exercícios para uma cena dialética, na Funcast (Castanhal/PA). 
18h - Apresentação do espetáculo O Deus da Fortuna. Na Funcast (Castanhal/PA). Entrada Gratuita.

Serviço
Inscrições gratuitas para a oficina. Solicite e envie a ficha de inscrição preenchida para o email: teatroalfenim@gmail.com ou pegue e entregue na Funcast, em Castanhal - Rua Senador Lemos, 749 - Centro. Fone: (91) 98878-9350. 

28.4.16

Os Dinâmicos de volta com lançamento do 1o CD

Os Dinâmicos, banda formada por Mestre Vieira, alguns anos antes da formação de Vieira e Seu Conjunto, em 1976, voltam a gravar e lançam, o primeiro CD em Barcarena, com participação de Mestre Vieira, que assina também a produção do disco. Além dos antigos integrantes da banda de Vieira (guitarra solo), Lauro Honório (guitarra base), Luis Poça (teclado) e Dejacir Magno (voz), estão na nova formação, Cassiano Neto (baixo), e Jairo Gomes (bateria). A apresentação será dia 30 de abril, na Pizzaria Trambioca, em Barcarena (PA), a partir das 21h.

Eles tinham ficado 37 anos sem tocar juntos, desde o fim de Vieira e Seu Conjunto, grupo que fez sucesso entre os anos 1970 e 1980, no Pará e no Nordeste, projetando a obra de Joaquim de Lima Vieira, que mais tarde ficaria conhecido como Mestre da Guitarrada. Em 2011, ao se reencontrarem com Vieira, para dar uma entrevista a um documentário sobre a trajetória de Mestre Vieira, encararam o desafio de montar novamente um show. 

Intitulado como "Mestre Vieira e Os Dinâmicos" o grupo foi parar no palco do Se Rasgum Festival à convite do produtor Marcelo Damaso e, a partir daí Dejacir Magno, Lauro Onório, Luis Poça e Idalgindo Cabral, junto com Mestre Vieira, acabaram realizando vários shows no ano de 2012. 

Esteve no evento dos 400 anos de Bragança, circularam por Belém e voltaram ao Ceará, onde fizeram grande sucesso em 1980, com o Melô do Bode, chegando até a Feira da Música de Fortaleza. 

Naquele mesmo ano, Mestre Vieira e Os Dinâmicos lotaram o primeiro dia de gravação do DVD Mestre Vieira 50 Anos de Guitarrada, lançado no ano seguinte, com incentivos da Lei Semear. 

Em 2014, Os Dinâmicos voltaram ao estúdio para gravar o primeiro CD da carreira, com produção musical de Joaquim de Lima Vieira, Mestre Vieira, que assina a composição de sete das 10 músicas que integram o novo trabalho. Desta vez, com os novos integrantes, Cassiano Neto, no baixo, e Jairo Gomes, na bateria.

Gravado com recursos próprios, em Barcarena, no Studio Hobson gravações, o CD tem produção de Mestre Vieira, saindo pelo pelo selo da Na Music. As faixas trazem estilos de guitarradas e cúmbias, com solos de teclados, e muita lambada.

Além das músicas do CD, Os Dinâmicos também vão apresentar canções antigas que marcaram a trajetória do grupo com Vieira e Seu Conjunto, nos anos 1980. O clima lembrará as tradicionais Casas de Lambada, onde o grupo se desenvolveu.

Em 2016, além de lançar CD, e estrearem na tela dos cinemas, Mestre Vieira e Os Dinâmicos também se transformarão em super heróis, na série de animação para TV Pública “Os Dinâmicos”, projeto da Central de Produção Cinema e Vídeo na Amazônia, aprovada pela ANCINE, com financiamento do BRDE (Chamada Pública PRODAV-8 – Brasil de Todas as Telas).

Músicas no CD Os Dinâmicos 
  1. Cúmbia dinâmica
  2. A Burra do Antonio
  3. Cúmbia Moderna
  4. Belém do Pará
  5. Vamos Brilhar
  6. Gato e Rato
  7. Maricota
  8. Duas Línguas
  9. A Saudade Vai
  10. Rosa em Botão.
Serviço
Lançamento do CD Os Dinâmicos. Dia 30 de abril, em Barcarena, na Pizzaria Trambioca, a partir das 21h. Mais informações: 99180.9937 - 99155.1652 - 98134.7719.

Da Paz recebe show de celebração ao Dia do Jazz

"O dia Internacional do jazz”, 30 de abril, será comemorado em Belém, a comemoração com apresentação da Amazônia Jazz Band (AJB), que convida pela primeira vez o saxofonista Roberto Sion para concerto no Theatro da Paz, a partir das 20h, com entrada franca. 

O concerto será dividido em dois momentos: a AJB vai iniciar com o repertório composto pelo swing, funk, samba e blues, mistura já conhecida da big band; após intervalo, o público vai poder prestigiar o músico Roberto Sion, que presenteia o público paraense com seus arranjos exclusivos.

Para o maestro da AJB, Nelson Neves, tocar junto a Roberto será uma experiência proveitosa, “quando anunciei aos músicos da AJB este concerto, eles vibraram, especialmente os que tocam sax, porque vai ser uma troca muito rica. O Roberto é um nome conhecido, ele tem uma carreira consolidada, nossa expectativa é muito grande”, enfatiza o maestro.

Roberto Sion conta que já veio algumas vezes em Belém, “lembro de uma das minhas passagens pela cidade, quando era muito jovem, estava a bordo de um navio em direção a Manaus. Não parei para conhecer a cidade, mas guardei em minha memória a imagem das ruas enfeitadas pelas mangueiras”, lembra. O músico tem laços de amizade com alguns artistas paraenses, como Sebastião Tapajós, Jane Duboc e Leila Pinheiro. Quanto ao trabalho da AJB, o saxofonista diz que não conhecia até o momento, mas que já sentiu o entusiasmo da big band, “tenho certeza que vou encontrar um grupo muito empolgado”, diz.

Sion vai trazer para o público composições próprias e músicas conhecidas, mas com arranjos exclusivos feitos por ele, “vocês vão ouvir jazz com ritmo brasileiro, vou apresentar blues em ritmo de baião, bossa com arranjos de salsa. Trago Dori Caymi, Noel Rosa, Tom Jobim e outros”, antecipa. 

Saxofonista, flautista, clarinetista, arranjador, compositor, maestro e professor, Roberto Sion escreve arranjos para instrumento solo e grandes orquestras. É natural de Santos (SP), nascido em 6 de outubro de 1946. 

Começou a estudar música desde os cinco anos de idade, devido a forte influência da família, formada por músicos: tios que tocavam clarinete e contrabaixo e o pai que aliado a um grupo de amigos difundiu o jazz em Santos. Estudou psicologia na Universidade Estadual de Campinas e música, na Faculdade de Música Berklee, em Boston, nos Estados Unidos.

O músico viajou várias vezes à Argentina e Europa com Vinicius de Moraes e Toquinho, tendo participado com eles da famosa turnê européia com Antonio Carlos Jobim e Miucha. Tem quatorze álbuns como instrumentista, compositor e arranjador. Fez apresentações como solista na Europa, EUA, Japão e Israel, junto com Leila Pinheiro, Nelson Ayres e a Filarmônica de Jerusalém.    

Serviço
Concerto em homenagem ao Dia Internacional do Jazz, dia 30 de abril, às 20h. No Theatro da Paz - Av. da Paz, s/n – Campina. Informações: (91) 4009-8766/8754. Entrada franca, com distribuição de ingressos na bilheteria do teatro, a partir das 9h, no dia do evento.

25.4.16

CD inédito de Mestre Fabico é entregue a família

Dono do boi-bumbá “Flor de Todo Ano”, Mestre Fabico deixou último registro, gravado em 201, no Estúdio Edgar Proença, no programa “Conexão Cultura Ao Vivo”, com participação de vários músicos, e prensado em parceria com a Ná Music. “Boi das Cabeceiras” ganhou 1.000 cópias e 300 foram entregues à família do artista nesta segunda, 25, pela Cultura Rede de Comunicação.

O disco reúne doze composições, todas elas de Mestre Fabico, e o projeto foi realizado em duas etapas: a primeira, no programa “Conexão Cultura Ao Vivo”, com participação de José Maria Bezerra (direção e violão) e Grupo Árvore Ar (José Maria Bezerra, violão; Rafael Barros, Franklim Furtado e JP Cavalcante, percussão), e a segunda com releituras das músicas. Foram produzidas inicialmente mil cópias e o lançamento será no próximo mês de junho, no Arraial de Todos os Santos, da Fundação Cultural Tancredo Neves. 

Mestre Fabico morreu pouco depois das gravações, em janeiro de 2012, aos 83 anos de idade. Fica o registro da genialidade do criador do boi-bumbá “Flor de Todo Ano”, um dos mais tradicionais de Belém. Adelaide Oliveira, presidente da Cultura Rede de Comunicação, e Beto Fares, diretor da Cultura FM, entregaram 300 cópias do álbum à filha de Mestre Fabico, Celina Correa Balera, que estava acompanhada da neta do artista, Ediane Balera. 

Elas contaram que, por dificuldades financeiras, o boi “Flor de Todo Ano” não sai mais às ruas do bairro do Guamá, mas prometeram resgatar a manifestação folclórica. 

“O disco vai nos ajudar a colocar o boi de volta”, disse Ediane, que guarda com cuidado as composições deixadas pelo avô. “Para nós era uma maravilha. Eu era a pajé, brinquei muitos anos, e também costurava e bordava as roupas. As crianças do bairro ainda hoje cantam as músicas”, lembrou Celina, sem esconder a emoção ao recordar-se do pai, compositor de toadas, sambas e marchas.

“O disco vai nos ajudar a colocar o boi de volta”, disse Ediane, que guarda com cuidado as composições deixadas pelo avô. “Para nós era uma maravilha. Eu era a pajé, brinquei muitos anos, e também costurava e bordava as roupas. As crianças do bairro ainda hoje cantam as músicas”, lembrou Celina, sem esconder a emoção ao recordar-se do pai, compositor de toadas, sambas e marchas.

Beto Fares ressaltou que o registro da obra dos mestres populares é missão da Cultura Rede de Comunicação. “Eles representam a riqueza da nossa cultura. Quando Mestre Fabico compunha uma toada, Mestre Setenta escrevia uma resposta. 

Os moradores ocupavam as ruas para brincar, além de trabalhar para manter o boi. É preciso que todos reúnam forças para manter viva essa tradição”, disse ele, ressaltando que em 2016 será celebrado o centenário de Mestre Verequete, outro importante símbolo da cultura popular paraense. 
  
Ed Guerreiro, gerente da gravadora Ná Music, diz que a parceria é fundamental para garantir que obras como a de Mestre Fabico não se percam. “A partir de agora, vamos trabalhar para que esse trabalho chegue ao máximo de pessoas, escolas, universidades, centros culturais, além de disponibilizar o disco nas plataformas digitais. O importante é que nossos mestres sejam ouvidos e reconhecidos por muita gente”. 

Ficha Técnica

Direção: Beto Fares
Produção: Regina Silva
Produção Musical: José Maria Bezerra
Ensaio, Gravação e Mixagem: Estúdio Edgar Proença, em setembro de 2011, por
Assis Figueiredo e Ulysses Moreira
Arranjos: José Maria Bezerra e Grupo Árvore Ar
Fotografia: Regina Silva
Projeto Gráfico: Ná Figueredo
Grupo Árvore Ar: José Maria Bezerra (violão), Rafael Barros (percussão), Franklim Furtado (percussão), JP Cavalcante (percussão).

(Com informações da Assessoria de Imprensa)