25.4.14

"Recusa" faz duas apresentações Cláudio Barradas

Quem já viu afirma que é imperdível. O espetáculo da Companhia de Teatro Balagan (SP) estará em cartaz, em Belém, nesta sexta-feira, 25, e no sábado, 26, sempre ás 20h, no Teatro Universitário Cláudio Barradas (TUCB), com apoio do Instituto de Ciências da Arte (ICA), da Universidade Federal do Pará (UFPA). A encenação de Maria Thaís, com dramaturgia de Luis Alberto de Abreu, conta com os atores premiados Antonio Salvador e Eduardo Okamoto. Entrada franca.

Recusa começou a ser desenhado a partir do interesse despertado pela notícia veiculada no Jornal Folha de S. Paulo, em 16 de setembro de 2008 sobre o aparecimento de dois sobreviventes, índios Piripkura – etnia considerada extinta há mais de vinte anos.

Viviam nômades, perambulando por fazendas madeireiras no noroeste do Mato Grosso, próximo ao município de Ji-Paraná, em Rondônia, e ambos se recusavam a estabelecer qualquer contato com os brancos. Foram encontrados porque suas gargalhadas ressoaram na floresta e chamaram atenção: eles riam das histórias que contavam um ao outro enquanto davam conta de comer a caça recém abatida.  

O espetáculo é narrado, cantado, por dois olhares e seus múltiplos: dois índios Piripkura; dois heróis ameríndios, Pud e Pudleré, criadores dos seres; um padre que foi engolido por uma onça que resolveu morar dentro de um lugar inesperado; um fazendeiro que matou um índio e o mesmo índio que o matou, por uma cantora que se perde na mata, por Macunaíma e seu irmão, os heróis dos Taurepang, e outros tantos.

A primeira fase do trabalho, que teve início em março de 2009, reuniu atores, dramaturgo, diretora, preparadora corporal, cenógrafo, e foi dedicada a tecer um diálogo com colaboradores convidados – antropólogos e estudiosos da cultura ameríndia para investigar quais as formas de aproximação, artística, deste universo.

A segunda etapa da pesquisa, de julho de 2010 ajunho 2011, integrou o projeto O Trágico e o Animal contemplado pelo Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo – apresentou publicamente, na Casa Balagan, três Estudos Cênicos dos primeiros roteiros dramatúrgicos experimentados em sala de ensaio.  Ainda como parte das pesquisas, em fevereiro de 2011 integrantes da Cia Teatro Balagan passaram um período de troca e convívio na aldeia Gapgir, junto ao Povo Indígena Paiter Suruí, em Rondônia.

Pesquisa - Lançando o olhar para outras fontes de pesquisa, descobriu-se que em inúmeras cosmologias ameríndias, o mundo, os seres e as coisas são criados por uma dupla de gêmeos, que passam pelo mundo, para criar e desaparecer. Para os ameríndios o mundo sempre existiu – não houve um começo – somente as coisas e os seres não o habitavam. 

E o mundo já acabou diversas vezes, configurando um ciclo de construção e destruição constante. Será que estes dois sobreviventes, ao invés de estarem a beira do fim, não passam pelo mundo, única e exclusivamente, pra criar algo?

“O espetáculo é nossa via poética, de resistência artística e desloca nossas perspectivas sobre a idéia de extinção, finitude, história, civilização, identidade, alteridade, animalidade e humanidade”, complementa a diretora Maria Thaís.

Dramaturgia - Essencialmente narrativa, a dramaturgia partiu de uma série de discursos que foram assim nomeados pela equipe de trabalho: discurso jornalístico, discurso antropológico, discurso geopolítico e discurso mítico, valendo-se de diversas fontes – jornais, textos de antropologia, discursos de advogados e entidades políticas ligadas à causa indígena e narrativas míticas de diversas nações ameríndias oriundas de reelaborações por algum interlocutor branco ou transcrições fiéis às fontes narradas: os próprios indígenas. 

A concepção da cenografia e do figurino é do cenógrafo e figurinista Márcio Medina, criador da Cia Teatro Balagan e responsável por todos os seus trabalhos. O espaço cênico foi concebido de modo que a cena seja vista de forma frontal, onde o espectador possa também transitar por diversas perspectivas.

Os figurinos construídos são os dos atores narradores, e não das “personagens”. Eles contêm elementos que multiplicam um único sujeito em muitos. Todos os seres são humanos, dizem os mitos. O que acontece é que a “pele”, a “roupa” que cada um veste é que é de onça, gente, cadeira, chinelo, vento, livro.

A concepção de luz se estruturou a partir da exploração das possibilidades da luz natural, da sombra, das distinções entre o dia e a noite. São estes os elementos a serem materializados pela luz que, antes de iluminar a cena, o ator, como na tradição ocidental, deve iluminar o mundo – sem contudo, tornar visível o que deve se manter invisível.

A pesquisa sonora, dirigida pela etno-musicista Marluí Miranda, tem como material a construção verbal (como a desestruturação da língua portuguesa, quando falada pelos indígenas), os modos de narração, as técnicas de uso da voz e da palavra, além de cantos de diversos povos indígenas, recriados pela pesquisadora, como também as referências pesquisadas e aprendidas pelos atores (Karajá, Kaiapó, Mehinaku, Yanomami, etc). Cantos em outros idiomas, como o latim e o português também compõem o material de criação. Outros elementos foram incorporados ao trabalho, como os zunidores, chocalhos e rabeca, compõem a rica musicalidade desta tradição.

Premiações - O espetáculo recebeu várias premiações como Prêmio Shell de Teatro 2012 como Melhor Direção: Maria Thais, Melhor Cenário: Márcio Medina; Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte 2012 (APCA) como Melhor Ator: Antonio Salvador e Eduardo Okamoto; Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro 2012 - como Melhor Espetáculo de Sala Convencional, Melhor Projeto Sonoro: Marlui Miranda; Prêmio Shell de Teatro 2012 - para Ator e Música; Prêmio CPT 2012: para Dramaturgia, Direção, Elenco, Projeto Visual.

A companhia - Balagan é uma palavra presente em diversos idiomas como o russo, o turco, o árabe e o hebraico. Pode significar teatro de feira, baderna, bagunça ou confusão. Desde seu surgimento, em 1999,  a Cia Teatro Balagan formou-se como um núcleo de criação que reúne artistas o redor de uma prática teatral fundada na experimentação.

“Para nós, os processos criativos têm um caráter pedagógico, pois permitem a formação continuada dos artistas envolvidos e, em uma segunda instância, através do espetáculo, a formação dos espectadores. É no espetáculo que se organiza e para onde convergem as vozes criadoras – da cenografia à atuação, da dramaturgia à iluminação, da produção à direção e ao público – que, juntas, geram a polifonia da cena”, diz a diretora.

Em 1999, a Cia estreou o primeiro espetáculo, Sacromaquia. Desde então foram criadas outras quarto obras: A Besta na Lua (2003),Tauromaquia (2004-2006), Západ – A Tragédia do Poder (2006-2007) e Prometheus – a tragédia do fogo (2010-2012). 

Em 2007 e 2008, realizou o projeto Do Inumano ao mais-Humano que integrava duas ações de formação: uma voltada para os artistas da Cia e outra, à Formação do Olhar para o Teatro, voltada para o espectador. Dois dos temas pesquisados ali, Inumano-trágico e Inumano-animal geraram dois espetáculos respectivamente, Prometheus e Recusa.

Ficha Técnica
  • Dramaturgia: Luis Alberto de Abreu
  • Encenação: Maria Thaís
  • Atuação: Antonio Salvador e Eduardo Okamoto (ator convidado)
  • Cenografia e Figurino: Márcio Medina
  • Direção Musical: Marlui Miranda
  • Iluminação: Davi de Brito
  • Preparação de Butoh: Ana Chiesa Yokoyama
  • Assistência de Direção: Gabriela Itocazo
  • Assistência de Cenografia: César Santana
  • Assistência de Iluminação: Vânia Jaconis
  • Operação de Luz: Bruno Garcia
  • Administração: Deborah Penafiel
  • Produção Executiva: Norma Lyds
  • Costureira: Judite de Lima
  • Fotografia Material Gráfico e Divulgação:  Ale Catan
  • Assessoria de Imprensa: Adriana Monteiro | Ofício das Letras
  • Projeto Gráfico: daguilar.com.br
  • Direção de Produção: Daniele Sampaio
  • Duração: 90 min
  • Classificação Etária: 12 anos

Serviço

O Teatro Universitário Cláudio Barradas fica localizado na  Avenida Jerônimo Pimentel, 546, esquina com a Travessa D.  Romualdo de Seixas, no bairro Umarizal, em Belém.  Entrada franca. Mais informações: (91)  8417-5387 (Claro)  e 8229-4297 (Tim).

"Turma do Jambú" está em dois festivais nacionais

O curta-metragem de animação foi realizado pela 3D Entretenimento e retrata crianças da periferia que tem uma maneira divertida de olhar o mundo. De modo criativo, elas reinventam a realidade, às vezes muito dura, com brincadeiras e muita fantasia. Selecionado para mostra competitiva de dois grandes festivais nacionais de cinema, o filme já é um sucesso no YouTube com cerca de 16 mil acessos.  A criação e direção é Zé Paulo Vieira da Costa e a produção executiva de Antonio Ely e Nelson Mendes. Pra quem ainda não conhece e tem criança em casa, é só acessar o link e assistir.

A Turma do Jambu é formada por Jéfsu, que tem 9 anos e é meio desligado e ingênuo; Péssimo, de 7 anos e, por ser muito sapeca, ganhou esse apelido; Adubado, de 8 anos, que ganhou o apelido porque nasceu com o cabelo verde; Tonica, de 5 anos, menina engraçada, muito traquina e inteligente e a caçula Fogoió, de 4 anos. É sonhadora, inventiva e os longos cabelos vermelhos deram origem ao apelido. Nessa primeira aventura, eles estão indo visitar Seu Lobo - coitado!

O curta foi um dos 50 selecionados para o XVI Festival Nacional 5 Minutos, promovido há 16 anos pela Fundação Cultural do Estado da Bahia e que, este ano, ocorre entre abril e maio e terá exibições  em 4 cidades baianas, Salvador inclusive. A entrada para o festival baiano ainda está sendo comemorada e chega a notícia de ter sido esse primeiro filme da Turma do Jambu também selecionado para o mais importante evento brasileiro do gênero, a Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, 13a. edição, que acontece de 31 de maio a 8 de junho. 

O clipe paraense foi um dos escolhidos entre os 113 curtas metragens inscritos, de vários estados brasileiros, entre eles, São Paulo, Rio de Janeiro.  Além de Florianópolis o filme fará parte do Circuito Catarinense de Cinema Infantil e circulará por 156 cidades de Santa Catarina.

Festival Nacional 5 Minutos - Já consolidado como uma tradição no circuito audiovisual soteropolitano, o Festival Nacional 5 Minutos, realizado pela Diretoria de Audiovisual (DIMAS) da Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), terá sua 16ª edição, expandida.

O Festival que durava uma semana na cidade de Salvador, desta vez, permanece por um mês inteiro (25 de abril a 24 de maio). Além de expandido na duração, o evento também se expande em sua abrangência. Salvador, sede única de todas as edições, será a ultima cidade a receber o Festival, antes disso ele irá passar pelas cidades de Paulo Afonso, Vitória da Conquista e Cachoeira.

13ª  Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis - A Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis é uma realização da Lume Produções Culturais com apoio do Núcleo de Ação Integrada e patrocinadores. A Mostra Competitiva de sua 13ª edição, que acontecerá entre os dias 31 de Maio e 08 de Junho, no Teatro Governador Pedro Ivo Campos. Foram 64 filmes selecionados de um total de 113 curtas metragens inscritos. São Paulo se mantém como o Estado com maior participação na produção de audiovisual para a infância, com 27 curtas selecionados. A grande novidade é que Santa Catarina este ano aparece logo em seguida, empatando com o Rio de Janeiro (8), seguidos por Paraná, Distrito Federal e Minas Gerais (4), Espírito Santo ( 3 ), Rio Grande do Sul e Bahia ( 2 ), Roraima e Pará (1).

O Circuito Catarinense de Cinema Infantil circulará por 156 cidades de Santa Catarina. Os municípios se adaptam para exibir os filmes selecionados para a Mostra de Cinema Infantil. 

Com isso, por mais um ano a Mostra reafirma sua importância no País, sendo um dos únicos eventos de cinema para o público infantil, com objetivos educacionais, para formação de público e principalmente, para mostrar a multiplicidade cultural do Brasil e do mundo, numa linguagem própria para criança. O cinema que valoriza a cultura, incentiva a autoestima, gera curiosidade e, acima de tudo, que diverte as crianças, pode ser a chave para um mundo melhor, pois exerce um grande poder na construção de valores e saberes.

24.4.14

Videoclipe une Benedito Nunes e Oswald Andrade

Até dia 23 de maio o site Eu Patrocino conta com uma campanha de financiamento coletivo para a produção do videoclipe "Oswald Canibal", do cantor paraense Henry Burnett. A canção pode ser considerada uma homenagem ao filósofo Benedito Nunes e ao escritor Oswald Andrade.

Da poesia modernista de Oswald Andrade à filosofia contemporânea de Benedito Nunes, passando pelo interstício que une (pelo bem, pelo mal) São Paulo e Belém do Pará. A canção “Oswald Canibal”, resultado da parceria entre o poeta Paulo Vieira e o compositor Henry Burnett apresenta estes diálogos e terá seu videoclipe gravado em junho.

Segundo Henry, a canção fala da ambição do modernista Oswald e cita o recorrente diagnóstico de Benedito Nunes sobre o esfacelamento de Belém. Em meio a efervescência cultural contemporânea da cidade, a música chama a atenção para problemas que existem e persistem na capital do estado.

A produção do videoclipe foi idealizado pelo CLIC (https://www.facebook.com/curtaclic) e terá a produção da Fóton Filmes (https://www.facebook.com/fotonfilmes). Para buscar fundos à sua realização, o projeto foi inserido em uma campanha de financiamento coletivo no site Eu Patrocino (http://eupatrocino.com.br/videoclipe-oswald-canibal-de-henry-burnett). O vídeo será lançado em setembro deste ano e anuncia o álbum “Belém Incidental”, de Henry Burnett, a ser lançado no início de 2015.

Para colaborar com a produção do videoclipe, basta acessar o site Eu Patrocino e lá fazer sua doação. O investimento varia de R$ 20,00 a R$ 1.000,00 e as contrapartidas vão desde inclusão do nome nos créditos da obra, CDs, DVD e camisas até ingressos para lançamento do vídeo e visita ao set de filmagem.

Paulo Vieira e Henry Burnett em clic aqui do blog
Crítica social e estética - Segundo Paulo Vieira, o mote para a composição foi o livro “Um homem sem profissão”, primeiro e único volume da autobiografia de Oswald Andrade, que seria escrita em cinco volumes, mas interrompeu-se pela morte do autor. 

Mesmo incompleta, a obra foi base para Benedito Nunes, ao escrever o livro “Oswald Canibal”, tornar-se um dos principais intérpretes daquele que é uma das principais figuras do movimento literário da Antropofagia no Brasil.

Daí a referência ao “canibalismo” na letra da canção e no título do livro de Benedito, apesar do filósofo não ter analisado a obra “Um homem sem profissão”, mas sim a poesia de Oswald e seu caráter antropofágico. “A música não se refere ao livro de Benedito diretamente, só o título é que foi tomado 'emprestado’”, afirma Henry.

Ainda de acordo com o cantor paraense, ao referir-se ao cenário apresentado na canção, “o Brasil – principalmente suas capitais – estão cada vez mais parecidas; infelizmente elas se igualam pela destruição, e não pela incorporação de elementos positivos. O cenário pode ser atribuído às artes em qualquer lugar do Brasil”, disse.

Serviço
Mais informações - Tumblr: http://oswaldcanibal.tumblr.com/ Facebook: http://goo.gl/7EwVBT / Link da campanha: http://eupatrocino.com.br/videoclipe-oswald-canibal-de-henry-burnett /Enderson Oliveira (CLIC): 8908-8827 | 9181-8929 | enderson.oliveira12@gmail.com /  Victória Costa (Fóton Filmes): 9198-7676 | 8801-1901 | victoriaetcosta@gmail.com

23.4.14

Música das Américas tem solos de Leo Gandelman

Educação musical, integração social e desenvolvimento artístico das tradicionais bandas de música e bandas sinfônicas. Tudo isso na segunda edição do Música das Américas, que será realizado de 27 de abril a 04 de maio, no Theatro da Paz. O evento marca também, a primeira fase do XXVII Festival Internacional de Música do Pará, trazendo a Belém maestros e instrumentistas brasileiros e estrangeiros, além de várias bandas de música do interior do Estado e também da capital.

Este ano o festival aumentou sua abrangência, em termos de participação, assim como sua duração. Agora são 8 dias consecutivos de oportunidades para maestros, instrumentistas de sopros e de percussão, professores de música, pesquisadores, compositores e arranjadores estarem em contato com outros músicos, referências em seus países ou estados de origem, dentro de uma intensa programação artístico musical.

Outra novidade é a participação de Leo Gandelman. O saxofonista é convidado especial do evento e se apresentará no dia 2 de maio, com a Banda Sinfônica do Estado do Pará, e no dia 3 com a BSESP, no no Theatro da Paz, às 20h30, com entrada franca e retirada de ingressos nos dias dos concertos a partir de 9h da manhã.

Corpo artístico da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, a BSESP participou em 2013 como banda residente e retorna agora em 2014 para contribuir na formação de jovens músicos paraenses. É considerada uma das melhores bandas sinfônicas na America Latina, e está em atividade ininterrupta há 25 anos.

Nas duas apresentações que fará dentro da programação do festival, o maestro Marcos Sadao Shirakawa, diretor artístico, e a maestrina Mônica Giardini, regente adjunta, dividirão a condução da banda com os regentes convidados Laszlo Marosi (Húngria), Rosa Briceño (Venezuela), Shawn Smith (EUA), Dario Sotelo (São Paulo) e Marcelo jardim (Rio de Janeiro).

Além da Banda Sinfônica do Estado de São Paulo, da Banda Sinfônica da Fundação Carlos Gomes e da Banda Sinfônica do Estado do Pará, também participarão a Banda Municipal de Uruará, a Banda Sinfônica de Tailândia, a Banda Sinfônica Maestro Vale (Vigia de Nazaré), a Banda Rodrigues dos Santos (São Caetano de Odivelas) e a Banda de Música da Associação Antônio Malato (Ponta de Pedras).

Para os jovens, que fazem parte das bandas de música do Pará, o festival é uma rara oportunidade para aprimorar a técnica e desenvolver a prática interpretativa, com aprimoramento musical através de oficinas, palestras, ensaios e concertos. 

Programação neste final de semana - Os primeiros concertos do “Música das Américas” ocorrem no dia 27 de abril, no Theatro da Paz. 

Às 11h, a Banda Sinfônica da Fundação Carlos Gomes, formada por 45 instrumentistas, se apresentará sob a direção musical de seu maestro titular, Amilcar Gomes, e terá como regentes convidados o maestro Marcelo Jardim, professor de regência da UFRJ, e o maestro húngaro Laszlo Marosi, professor da Central Florida University.

No repertório, a Sinfônica da FCG apresentará três estreias mundiais: 'Abertura e Habanera', do compositor Marvin Camacho, da Costa Rica, "Quatro Lendas Amazônicas", do compositor Hudson Nogueira e "Chegando Lá", do inglês, naturalizado brasileiro, Peter Boris Koval.  

Haverá também a estreia de um novo arranjo feito por Hezir Pereira, aluno de composição do IECG, para a música "Lambada Paraense", do compositor Lucelino Monteiro.

No mesmo dia, às 20h30, a Banda Sinfônica do Estado de São Paulo (BSESP) fará também no Theatro da Paz a abertura oficial do festival, e terá como regentes Marcos Sadao Shirakawa, seu diretor artístico, a maestrina Mônica Giardini, diretora adjunta, e os maestros Dario Sotelo e Laszlo Marosi.

No repertório, a estreia brasileira da obra "Amazônia", do compositor espanhol Jose Blesa Lui, "Opus Lascivus", de Alexandre Travassos, que contará com o quarteto de saxofones Saxofonia e a composição "Impressões Regionais", de Fernando Oliveira. 

Será apresentada também a obra "Museu da Inconfidência", em homenagem ao centenário de Guerra Peixe, e "Rapsody in Blue", um clássico do repertório orquestral, de George Gershwin, que terá ao piano o talento e a musicalidade do paraense Paulo José Campos de Melo.

Oficinas - Durante a semana de atividades, a Banda Sinfônica do Estado do Pará, formada por 90 componentes de mais de 30 cidades do Estado, fará ensaios e participará de um concerto, sob a regência de maestros convidados.

As oficinas serão realizadas de 28 de abril a 3 de maio, sempre das 14:30 às 16:30 e das 18:00 às 19:30, no Auditório Ismael Nery, no CENTUR.  Participarão músicos da BSESP, professores do Carlos Gomes (IECG), compositores, arranjadores e regentes. Os participantes poderão fazer suas inscrições prévias no IECG, na FCG ou por e-mail (musicadasamericas@outlook.com). 

Programação dos concertos - ‘Música das Américas’ 2014
  • 27 de abril - Theatro da Paz

11h - Banda Sinfônica da Fundação Carlos Gomes - Regência: Amilcar Gomes, Marcelo Jardim e Laszlo Marosi. Solista: Grupo de Percussão da FCG e Quinteto de Metais da FCG.

20h30 - Banda Sinfônica do Estado de São Paulo - Regência: Marcos Sadao Shirakawa, Mônica Giardini, Laszlo Marosi, Dario Sotelo. Solista: Paulo José Campos de Melo e Quarteto Saxofonia.
  • 28 de abril a 2 de maio - CENTUR 

17h e 20h30, concertos com bandas e grupos instrumentais participantes.
  • 02 de maio - Theatro da Paz

20h30 - Banda Sinfônica do Estado do Pará - Regência: Marcos Sadao Shirakawa, Mônica Giardini, Laszlo Marosi, Dario Sotelo, Rosa Briceño, Shawn Smith, Marcelo Jardim. Solista: Léo Gandelman. 
  • 03 de maio - Theatro da Paz

20h30 - Banda Sinfônica do Estado de São Paulo - Regência: Marcos Sadao Shirakawa, Mônica Giardini, Rosa Briceño, Shawn Smith, Marcelo Jardim. Solista: Léo Gandelman.
  • 04 de maio - Espaço Cultural São José Liberto

10h - Banda Sinfônica do Estado do Pará - Regência: Marcos Sadao Shirakawa, Mônica Giardini, Laszlo Marosi, Dario Sotelo, Rosa Briceño, Shawn Smith, Marcelo Jardim. Solista: Léo Gandelman.

Pro Ensaio Geral de volta com emoção e escracho

Dando sequência à programação do Pirão Coletivo, - projeto “Sábado Tem. Domingo que vem”, o Casarão do Boneco apresentará, no sábado, 26, às 19h, “Pro Ensaio Geral”, do grupo Bando de Atores Independentes. Apresentado originalmente na Casa da Atriz, em 2012, e em cartaz outras vezes na cidade, esta será mais uma oportunidade para ver a peça, indicada para maiores de 12 anos. Desta vez o público mais miúdo vai ter que compreender. 

Comédia-drama, humor pastelão, escracho e emoções. O grupo BAI - Bando de Atores Independentes constrói assim o espetáculo encenado por Sandra Perlin, Maurício Franco e ainda por Malu Rabelo, a designer de som que entra mesmo na cena, para se contar uma história que aparentemente está limitada a vida de Divina, Científica e Durval, personagens que se entrelaçam em cerca de 50 minutos de apresentação.

A idealização e dramaturgia do espetáculo é de Maurício Franco e de Sandra Perlin. Ele, ator, figurinista, diretor, artista plástico. No espetáculo ele é Divina, uma transexual que deseja realizar um grande sonho, ser atriz e montar um grande espetáculo. Ela, atriz que tem uma trajetória atípica no teatro, dedicando-se exclusivamente às artes cênicas desde 2009, quando volta aos palcos com o espetáculo “As Gatosas”, do Grupo Cuíra.

Enredo - Científica é uma mãe de família que criou sua filha, Divina (uma transexual), sozinha.  Divina trabalha fazendo shows na noite, especialmente de dublagens de grandes divas e tem o sonho de fazer um grande espetáculo num teatro e para isso vem durante muito tempo, guardando dinheiro. 

O espetáculo “PRO ENSAIO GERAL” conta esse momento da vida das duas, o dia em que elas estão se preparando para ir para o teatro fazer o ensaio geral do grande espetáculo montado por Divina. Além da Científica e da Divina, tem também o Durval, um menino que Científica juntou da rua, e que hoje, já sendo um rapaz, é o faz-tudo das duas.

Dentro de um enredo, aparentemente cotidiano, o espetáculo esconde os mistérios da vida, as relações humanas e como elas se desenvolvem, as disputas de poder no seio familiar.

Retrata os sonhos de pessoas aparentemente comuns que trazem em si a alma do artista, a despedida depois de longo tempo de parceria entre mãe e filha e a preocupação da mãe sabendo que terá que se despedir da filha, porque morte não é escolha, é situação, preocupa-se mais em como a filha ficará, do que com sua própria morte. É um cotidiano comum, porém extremamente misterioso, pois trata de subjetividades humanas, conflitos e da morte.

Ficha Técnica

Elenco: Maurício Franco, Vandiléia Foro e Sandra Perlin
Direção: Vandiléia Foro
Dramaturgia: Maurício Franco e Sandra Perlin
Figurino: Maurício Franco
Design de Iluminação: Malu Rabelo
Trilha sonora: coletiva
Operação de iluminação: Vandiléia Foro e Thiago Ferradaes

Serviço
“Pro Ensaio Geral”, do grupo Bando de Atores Independentes. Programação do Pirão Coletivo, dentro do projeto “Sábado Tem. Domingo que vem”. Neste sábado, ás 19h, no Casarão do Boneco – Av. 16 de Novembro, 815 (casarão cinza que fica do lado esquerdo da rua, antes de chegar à praça Amazonas). Mais informações: (91) 96091800 / (91) 82183693.

22.4.14

Música na Estrada tem novos shows na 4ª edição

Na semana passada seis artistas comemoraram a seleção para compor a programação do Música na Estrada que este ano segue para cidades do sudeste do Pará. Dois finalistas, porém, depois ligaram à produção para reconsiderar a participação, por causa de suas agendas que coincidiam com as datas divulgadas pelo edital. Para resolver a questão, o júri recorreu a lista de suplentes, que trazia diversos empates. No final, quem acabou ganhando foi o público.

Os músicos e compositores Di Mayo, Pedrinho Callado e Allan Carvalho estão nesta nova seleção de artistas. Velhos conhecidos em festivais de música no interior do estado, eles vão levar os ritmos de raiz produzido em seus trabalhos autorais.

Além de Natália Matos, que já estava na lista final do júri, Larissa Leite e a Camila Honda, também passam a integrar a programação, trazendo o frescor dos novos talentos da música paraense. O trabalho diferenciado de Antonio Novaes, o rock do Molho Negro e o som experimental do Projeto Secretos Macacos permanecem na seleção, revelando enfatizando a diversidade da música paraense.

A 4ª edição do Música na Estrada, projeto patrocinado pela Lei Rouanet e Vale, com realização do Ministério da Cultura e da MM Produções, teve seu resultado divulgado no último dia 15 de abril, após muito debate por parte dos jurados. Aberta entre 10 de março e 10 de abril, a inscrição, por meio de edital, foi feita on line,  através do site  www.musicanaestrada.com.br.

Cantores, bandas e grupos musicais residentes e atuantes no Estado do Pará, puderam se inscrever desde que apresentassem pelo menos 50% de repertório autoral para o show proposto, já que a ideia do projeto é trabalhar com a cultura paraense, estimulando a criatividade e expondo para novas plateias, a diversidade musical da região.

Entre as quase 150 inscrições havia bandas vindas de Parauapebas, Castanhal, Belém, Ananindeua, Marabá, Bragança, Curuçá, Xinguara, Icoaraci, Santa Izabel, Canaã dos Carajás e até mesmo de Santa Catarina e de São Paulo - bandas formada por músicos paraenses radicados nestes outros estados.

Natália Matos, Antonio Novaes, Projeto Secreto Macacos e Molho Negro, selecionados pelo júri na lista principal, continuam firmes e fortes no projeto e pegam a estrada no início de maio, mas as cantoras Juliana Sinimbu e Viviane Batidão, também escolhidas pelo júri, acabaram cancelando suas participações, pois não conseguiram equacionar suas agendas com as datas definidas pelo edital.

Foi preciso voltar ao júri para que o projeto mergulhasse na lista de suplentes, para se chegar a configuração final desta quarta edição. E ao invés de dois, mais cinco outros artistas entraram na programação.

Beto Di Mayo, Larissa Leite, Pedrinho Callado, Camila Honda e Allan Carvalho integram, a partir de agora, a 4ª Edição do Música na Estrada, cuja caravana sai de Belém, rumo ao sudeste do Pará, levando a diversidade musical paraense às cidades de Parauapebas, Curionópolis, Canaã dos Carajás e Marabá.

“Tivemos muitos empates. E querendo ampliar as participações propusemos a Pedrinho Callado e Allan Carvalho e ainda à Camila Honda e Larissa Leite, que fizessem um show compartilhado. Todos toparam. E ainda tivemos mais empate de pontuação com o Beto Di Mayo, que também foi chamado. Acredito que com isso conseguimos equacionar tudo, trazendo mais para o público”, consaidera Márcio Macedo.

No júri formado, estavam os músicos/compositores Marco André e Marcos Campelo, que possuem experiência em produção musical. “Um deles fez suas escolhas de sua casa no Rio de Janeiro. Outro é figura muito querida de todos nós, além de gestor em um projeto musical permanente. Tenho certeza que ajudou bastante”, diz Márcio Macedo, coordenador Geraldo projeto e presidente do júri.

O time de curadores contou ainda com duas jornalistas especializadas em cultura, contou comigo e com a jornalista Márcia Carvalho. “Esse olhar do jornalista é sempre bem vindo, com uma isenção importante”, continua Márcio.  Fechando o grupo, o júri contou ainda um produtor cultural, Fagner Ramos, com mestrado fora do país, atual secretário de cultura de Bragança que é uma cidade cultural. “Acho que as visões de cada um fizeram do processo algo muito autêntico”, diz Márcio.

Diversidade de ritmos - É a segunda vez que topo fazer parte do júri desse projeto e confesso que este ano fiquei ainda mais surpresa com a quantidade x qualidade dos inscritos. Isso prova o quanto os projetos de circulação da música são bem vindos para os artistas que desejam levar seus trabalhos aos quatro cantos do Pará e pode sair caro, sem apoio de editais como este.

Tivemos presença de grandes nomes da nossa música, artistas com uma carreira sólida, mas também de coisas ótimas que ainda estão passando despercebidas e foi ótimo conhecer. Claro que isso trouxe dificuldades, além do mais o projeto exige diversidade musical e tudo isso implicou nas escolhas, mas acredito que chegamos ao consenso.

 “Em função dos grandes talentos em nossa região e até de outros estados, foi bem difícil e, ao mesmo tempo, prazeroso, pois passar o dia ‘linkando’ o som dessa turma e curtir muito um grupo ou cantor que você não conhecia foi muito bacana, sem tirar o mérito dos amigos talentosos também”, diz Marcos Campelo, que também é gerente de música no Centro Cultural Sesc Boulevard.

“Foi uma grande alegria participar desse projeto. Quando aceitei o convite para integrar a curadoria, não tinha ideia do número de inscritos, e isso me surpreendeu positivamente. Imagine, mais de 100 artistas e bandas com trabalho autoral e a maioria com boa qualidade. Acho q isso nos dá uma boa ideia da efervescência da cena musical paraense”, enfatiza  Márcia Carvalho, que atualmente além da Funtelpa, exerce a função de assessora de comunicação, na agência de música Ampli Criativa.

“É muito complicado ser objetivo diante de tanta subjetividade que a arte nos transmite. Sofri”, diz Marco André. “Escutei absolutamente tudo e fiquei bem confuso, pois queria escolher todo mundo. Difícil esse negócio de apontar nomes dentre tantos trabalhos bacanas, produzidos com grande qualidade musical e verdade artística. Gosto muito do Música na Estrada, pois é inventivo, importante ao levar arte a cantos do Pará mais carentes de oportunidades e conduzido de forma séria e imparcial. Foi muito bom entrar em contato com alguns trabalhos os quais não conhecia e que achei bastante interessantes", conclui o produtor.

Mais sobre artistas que circulam este ano
  • Allan Carvalho - Nos últimos anos, Allan Carvalho tem sido um dos músicos de grande atuação da cena musical paraense, trazendo em seu trabalho uma rica e diversificada sonoridade, sempre pulsada a partir da paisagem amazônica. Desde o final dos anos 90, além da sua atuação solo, firmou passagem por vários grupos, onde já mostrava as várias vertentes de sua musicalidade. Seu trabalho autoral e como Intérprete dialoga com outras linguagens, estilos e com muitos parceiros. Parceiro de grandes artistas da região, como: Ronaldo Silva, Walter Freitas, Cincinato Jr, Eduardo Dias, Camilo Delduque, Dudu Neves, Fábio Cavalcante, Márcio Macêdo, Paulo Moura, Luis Girard, Ziza Padilha, Félix Faccon, Biratan Porto etc.
  • Antonio Novaes - Músico e letrista, ele busca desde sempre fundir elementos sonoros e poéticos que, a princípio, podem soar contrastantes, mas que fazem muito sentido para alguém criado num lugar onde a cidade alcança a floresta, numa zona fronteiriça onde a vida selvagem se manifesta tanto no poder da natureza quanto na urbanização desmedida.
  • Beto Di Mayo - Músico profissional há 30 anos. Começou sua carreira musical tocando cavaquinho em bandas de samba em Belém/PA, depois iniciou seus estudos no violão e na guitarra. Viajou pelo Brasil como músico profissional e atuou em diversos estados e países como Uruguai, Argentina e Chile. Hoje atua junto com a banda Variasons tocando diversos ritmos brasileiros e latinos além do repertório autoral e execução de música instrumental e releituras de clássicos da música nacional. Beto Di Mayo é professor da Escola Municipal de Música Waldemar Henrique, onde leciona Violão Popular, Canto Popular e Cavaquinho.
  • Camila Honda - Influencias de Beatles, Joan Baez, Marisa Monte e muita Bossa Nova. Camila começou na música em aulas de canto popular e em 2008 teve sua primeira experiência profissional a convite do pianista Paulo José Campos de Melo. Destaque na Mostra Terruá Pará, a cantora foi escolhida para integrar o time de estrelas da música paraense que integram o espetáculo. Ainda esse ano, ela vai se apresentar em vários shows do Terruá Pará pelo país ao lado de artistas como Strobo, Gang do Eletro, Felipe Cordeiro, Adamor do Bandolim, Luê, entre outros.
  • Larissa Leite - Com grande influência da família de músicos, a cantora e compositora Larissa Leite, de 19 anos, já nasceu apaixonada pela arte dos sons. Em 2009, foi convidada pelo seu primeiro regente para entrar no coral do Conservatório Carlos Gomes. Larissa Leite vem se destacando no cenário artístico paraense, pois além de sua voz bonita e diferenciada, a menina também é dona de um carisma particular e muito grande, que cativa a todos.
  • Molho Negro - O grupo traz batidas dançantes e marcantes, letras que traduzem o espírito e sentimento de qualquer individuo, além de identificação sem muita complicação. Nada de rock cabeça. O negócio aqui é o melhor do estilo, na linha dos pioneiros como Chuck Berry e Little Richards, o objetivo é ser sedutor para os quadris e fazerem todos sacudirem com o som poderoso deste power trio.
  • Natália Matos - Cantora e compositora de carreira recente, mas que vem ganhando espaço, já sendo considerada uma das novas revelações da música paraense. Acaba de lançar seu primeiro EP pelo natura musical, uma prévia do seu Cd de estreia que será lançado no primeiro semestre de 2014.
  • Pedrinho Callado - É compositor, arranjador, músico e ativista cultural, tem formação em arranjo, composição e música. Possui dezenas de composições gravadas por muitos cantores paraenses como: Lucinha Bastos, Simone Almeida, Alba Maria, Olivar Barreto (França).  Pesquisa vários ritmos brasileiros, com raízes regionais. Elaborou várias trilhas para curtas como: Árvore da Benção, Sou Teu Maninha, Cartas da Irmã Doroth (com o ator Wagner Moura e Padre Fabio de Melo), Cabelo Seco com Milton Rocha, Além da Idealização e direção musical do projeto do Filme e CD TOQUE DE MESTRE em 2009 onde fez a pesquisa e produção.
  • Projeto Secretos Macacos - Formado há cinco anos com a intenção de fazer um som diferente de tudo que já tinham feito, o som do grupo é instrumental e experimental. Dentro dessa perspectiva já foram compostas músicas que estão em processo de gravação. A banda teve sua estreia na Festa de apresentação da MTV Belém.
Serviço
A 4ª Edição Música na Estrada será realizada em maio: Parauapebas (06), Curianópolis (11), Canaã dos Carajás (15) e Marabá (17). Patrocínio Lei Rouanet e Vale. Realização Ministério da Cultura e MM Produções. Mais informações: 91 8109-7792 / 3355-8668 / https://www.facebook.com/suamusicanaestrada.

Solo é mergulho no Marajó de Dalcidio Jurandir

A primeira temporada do espetáculo “Solo de Marajó”, em 2014, será neste final de semana, no Teatro Estação Gasômetro, com apresentações nos dias 25 a 27 de abril, sempre às 20h. Em cena, o ator Cláudio Barros traz à tona algumas das histórias molhadas do escritor Dalcídio Jurandir, contadas no romance Marajó. Entrada franca.

No ano passado, além de Belém, onde ficou em cartaz no Salão das Artes do Museu Histórico do Pará, sediado no Palácio Lauro Sodré, Solo de Marajó pôde ser visto também em Muaná, Soure, Salvaterra, Cachoeira do Arari e Ponta de Pedras, municípios que pertencem ao arquipélago do Marajó, região de origem do escritor, considerado um dos grandes romancistas brasileiros. 

Emocionante (transbordante), o espetáculo, de muita simplicidade, traz Claudio Barros, que narra sozinho oito histórias tiradas do romance Marajó, o segundo livro do escritor. Usando apenas os recursos de corpo e voz sobre o palco vazio, o ator paraense constroi em cena um universo poético para expressar o drama do homem amazônico, refletido de forma tão profunda na extensa obra do autor.

A experiência recente de levar as narrativas de Dalcídio para mostrar ao próprio povo que a inspirou, no Marajó, revelou-se surpreendente para os criadores, pelo nível de identificação que despertou nos espectadores em relação ao espetáculo. Além do público comum, as plateias do Solo em terras marajoaras estiveram repletas de estudantes e professores de literatura, que enriqueciam o debate proposto pelos artistas logo após cada apresentação.

As oito narrativas de Solo de Marajó, escolhidas por ator e diretor em parceria com o dramaturgo Carlos Correia Santos, possuem autonomia dramatúrgica e não procuram dar conta da fábula do romance. 

Juntas, as histórias constroem um panorama da vida no Marajó, ao misturarem, no mesmo universo poético, temas como infância, paixão e saudade, com dramas amazônicos tais como exploração de crianças, violência contra a mulher, adultério e morte.

Durante a criação do espetáculo, o ator utilizou como matéria prima experiências de vida e referências pessoais para compor sua atuação, construindo uma partitura de ações físicas que remete a sua própria memória enquanto narra as histórias contadas no romance por Dalcídio. Solo de Marajó conta, ainda, com assistência de direção de Fátima Nunes, iluminação de Iara Regina de Souza, fotografias de JM Condurú Neto e projeto gráfico de Alan Moraes e Paula Henderson.

Serviço
Espetáculo Solo de Marajó. De 25 a 27 de abril (sexta a domingo), no Teatro Estação Gasômetro, sempre às 20h, com entrada gratuita. Duração 55 minutos. Patrocínio: Sol Informática. Apoio cultural: Centro de Danças Ana Unger, Na Figueredo, Colégio Impacto e Angoletto. 

21.4.14

"Projeções do Feminino" iniciam na Cidade Velha

Obra de Flávia Mutran
Obras em gravuras, fotografias e pinturas produzidas por mulheres artistas estão no projeto, que propõe um diálogo entre a moderna técnica da projeção mapeada, a rua e monumentos históricos. Iniciando por Belém, a primeira ação será realizada nesta  terça-feira, 22, a partir das 20h, nas paredes externas da Igreja de Santo Alexandre, no bairro da Cidade Velha. Depois, o projeto  ainda aporta no Acre e em Macapá.

Desvendar a arte contemporânea produzida por mulheres da Amazônia foi um desafio para a artista visual Roberta Carvalho. “Nem na internet, a atual base de dados mais acessível que temos, há registros dessas produções. E as informações são ainda mais escassas quando se trata de artistas mulheres”, destaca a paraense. 

O trabalho de pesquisa de Roberta traz à tona artistas de diferentes cidades e estados da Amazônia. Contemplado pelo Prêmio Funarte Mulheres nas Artes Visuais 2013, o projeto, que também será exibido em outros dois estados da região, propõe uma forma inovadora de mostra coletiva. Dispostas em sequência, as obras das sete artistas evidenciam contrastes de linguagens e perspectivas.

De Lucie Schreiner
 "São propostas distintas, não há grande similaridade entre a produção das artistas. Isso traz uma multiplicidade valiosa", avalia Roberta, artista visual propositora da projeção experimental. 

O leque criativo ganha ainda mais um desdobramento que garante ineditismo à experiência do projeto: as obras selecionadas serão transportadas para o videomapping. "Gravuras, por exemplo, foram animadas, e isso recria, de certa forma, a obra. Ela já não é a mesma coisa”, conta. 

“As obras mapeadas geram um efeito único, lúdico e iluminado nos espaços ocupados pelo projeto, ressignificando o trabalho das artistas e a cidade", explica Roberta. O videomapping, ou mapeamento de vídeo, é uma técnica de projeção das mais inovadoras da atualidade. Comumente aplicada a estruturas, como edifícios e monumentos, o mapping permite que as imagens “se dobrem” sobre a arquitetura na qual são exibidas. 

Precursora da técnica na região, Roberta Carvalho promoveu, em 2013, o primeiro Festival Amazônia Mapping, em Belém. Trata-se de uma moderna intervenção urbana, capaz de ampliar o alcance dos trabalhos artísticos, deslocando a obra dos espaços institucionalizados dos museus e galerias, levando-a para às ruas e para o convívio social, transformando o espaço onde se instalam. 

Mais de Flávia Mutran
Sete “Amazônias” - Além de Roberta Carvalho, compõem o projeto artistas de longa trajetória, como a fotógrafa Flavya Mutran. Com mais de vinte anos de atuação, a paraense integra o projeto com obras da série “There’s no place like 127.0.0.1”, que versa sobre os limites da apropriação da imagem privada de anônimos que se tornam públicas uma vez expostas na internet.

“A frase que nomeia as imagens desta série representa muito da postura do internauta e sua relação com o lugar. É através do localhost (127.0.0.1), ou IP local dos computadores, que o internauta estabelece uma espécie de lugar utópico, como um intervalo no tempo e no espaço, em que realidade e ficção são projeções invertidas de uma mesma imagem”, explica. 

Radicada na Suíça desde 2007, Lúcia Gomes, também com mais de duas décadas de carreira nas artes visuais, é outra reconhecida artista que participa do projeto. Irrequieta, corrobora a ideia de que por meio da arte se modifica a maneira de pensar e sentir o mundo.

Entre os destaques da cena atual, Keyla Sobral, que traz a inédita instalação "São Todos Seus", de 2014. São mais de 30 desenhos feitos em nanquim, ponto de partida para a projeção mapeada. "A Amazônia é uma região enorme e essa troca é importante para conhecermos o que estamos produzindo. Muitas vezes sabemos muito mais sobre os artistas de outras regiões do que entre nós mesmos. Esse projeto vem contribuir com esse estreitamento de fronteiras", destaca.

Da Intervenção Urbana de Lúcia Gomes
Nascida no Paraná, Lucie Schreiner há anos atravessou o país até o Acre. Lá, aprendeu a entalhar com um mestre artesão. 

A formação em Geografia a manteve interessada pelos relevos e pelas relações que as pessoas estabelecem com a natureza. Por meio da xilogravura, seu desenho tátil, conta histórias que remontam à literatura de cordel.

Voltada para dentro das complexidades da Amazônia, a fotógrafa Paula Sampaio, mineira radicada em Belém desde criança, faz da linguagem fotográfica um discurso de denúncia. Fotojornalista desde 1988, foi contemplada com premiações internacionais e exibe, no projeto,  a série “Refúgio”. 

O trabalho é composto por imagens capturadas quando Paula percorreu comunidades de remanescentes de quilombos espalhadas por um labirinto de matas e rios que, no passado, foram um refúgio para aqueles que desejavam escapar da escravidão.

Um legítimo (olhar) de Paula Sampaio
JJ Nunes, a mais jovem artista da mostra, é de Macapá, e traz uma obra que explora os limites do grafite e da pintura em mural. 

“Essa costura entre as artista cria um panorama da produção feminina amazônica contemporânea. Gerar esse movimento, ocupação, e estabelecer conexões entre as partes é um triunfo”, celebra.

Para JJ, o intercâmbio com as artistas da região diz respeito ao desvendar da própria identidade. “Me sinto universal, mas de fato o ritmo de vida, a fauna, a flora, as mitologias afetam minha percepção de mundo, imaginário e criatividade”, completa.

Serviço
Exibição de “Projeções do Feminino - Projeção mapeada”, projeto contemplado no Prêmio Funarte Mulheres nas Artes Visuais 2013, nesta terça-feira, 22, a partir de 20h, na fachada da Igreja de Santo Alexandre, bairro da Cidade Velha. Todas as intervenções serão filmadas e seus registros irão compor um documentário que será́ lançado nas redes sociais e no site oficial do projeto.


(Com informações da assessoria de imprensa do projeto)

16.4.14

"Grafia e Materia" traz retratos, gestos e solitude

Cerca de 30 obras do artista José Fernandes compõem a exposição “Grafia e Matéria” , aberta desde março ao público, com visitação até 30 de abril, na Galeria do Museu de Arte do CCBEU – Centro Cultural Brasil Estados Unidos, Belém Pará.

A mostra, que tem a curadoria de Marisa Mokarzel, revela um olhar pessoal, expresso em gestos gráficos e pictóricos formadores de tramas e tessituras que representam ou remetem a figuras humanas, memórias, cidades e escrituras - teias e emaranhados que fornecem a força e a densidade de suas pinturas e desenhos. 

Parte embrionária, mas significativa, desta Mostra já foi vista em Santa Catarina: o artista, através de seleção nacional, expôs na Galeria Alberto Luz, do Museu de Arte de Blumenau, em 2013.

O público que visita a exposição Grafia e Matéria, encontra imagens figurativas e abstratas. Marisa Morkazel pontua que a exposição é composta por três áreas. A primeira, dos retratos, exibe desenhos de figuras humanas solitárias, despidas de máscaras, que deixam transparecer a crueza do corpo e a solitude da alma. A segunda, formada por pinturas, em que a abstração se revela em gestualidadevisceral e caótica, potencialmente gráfica. E a terceira, também integrada por densas pinturas abstratas, sugere a desconstrução do corpo humano revisto em matéria pictórica.

Segundo José Fernandes, os desenhos e pinturas de “Grafia e Matéria” foram produzidos no período de 2007 a 2013. 

O título da mostra remete, “por um lado, ao traço, ao desenho, aos símbolos gráficos. Uma referência à parte de meu trabalho, ao longo de 20 anos, como artista gráfico e também à cidade, ao grafite e inscrições urbanas. Por outro lado se refere à matéria própria da pintura, encontrada na densidade das tintas, nas cores e texturas.”

Desenhos e pinturas, em conjunto, encontram-se interligados pela força emocional do artista, pela inquieta revelação da realidade cotidiana a qual pertencemos e que, mesmo em nossa intimidade, colaboramos com seu desenho instável, impregnado de memórias

A ideia que permeia as obras foi concebida a partir de um olhar advindo do artista, também arquiteto e designer, que rompe com a linha invisível na qual a arte se potencializa para transformar esse olhar em “grafia e matéria” que conduzem às tessituras, linhas de força formadoras dos emaranhados sempre presentes na urbe. O artista abstrai o que vê e estabelece uma estreita relação com a cidade, percorre ruas e muros, mimetizando-se com grafites e pichações; com o ritmo urbano de linhas e cores que muitas vezes reflete um estado íntimo inquieto, quase em turbulência, mas profundamente enredado com o Outro.

José Fernandes - Artista gráfico e visual, formado em arquitetura, vive e trabalha em Belém-PA. Mestre em Comunicação, Linguagens e Cultura pela Universidade da Amazônia, onde, por dez anos, foi professor de desenho e artes gráficas. Mantém atelier de pesquisa e produção de imagens, objetos e papéis produzidos a partir de fibras naturais da regiã­o.

Serviço
José Fernandes expõe "Grafia e Matéria". Até 30 de abril na Galeria do Museu de Arte do CCBEU, com entrada franca. O CCBEU que fica na travessa Padre Eutíquio, 1309, Batista Campos. Informações: 91 3221.6100.

Oficinas para sair no arrastão junino deste ano

Percussão, dança e perna-de-pau estão com vagas disponíveis. Até 8 de maio, o Instituto Arraial do Pavulagem estará com inscrições abertas às oficinas que antecedem os cortejos da quadra junina.

Não precisa ser artista profissional para participar das atividades do Instituto Arraial do Pavulagem, basta querer e se inscrever para as oficinas no site do Instituto. O espaço é aberto a todos.

Na sede do instituto, elas mostram um espaço aberto ao diálogo e troca, onde se pode vivenciar as sonoridades e os elementos que povoam a cultura popular da região amazônica.

As oficinas representam uma das fases de construção dos cortejos de rua do Arraial do Pavulagem. Na de percussão e ritmo, por exemplo, o som vai ganhando forma no decorrer das atividades. Os participantes entram em contato com os instrumentos utilizados durante os arrastões. Tocam barrica, onça, maraca, reco-reco, ganzás e conhecem os ritmos apresentados pelo Pavulagem na quadra junina, como o carimbó, a quadrilha e a toada de boi.

Elemento fundamental no Arrastão do Pavulagem, o som tem na dança o caminho para materializar os ritmos tocados durantes os cortejos. Ganha concretude e movimento. E para quem quer experimentar outros movimentos, a oficina de perna-de-pau é a oportunidade. Recurso de grande visualidade cênica, a técnica desafia o equilíbrio dos brincantes, que aprendem a superar os desafios de andar com segurança pelas ruas em meio à multidão.

Interação - Mais do que apresentar espetáculos pela cidade, o Instituto Arraial do Pavulagem organiza os cortejos baseados em pesquisa, formação e criação. Em um trabalho de interação coletiva, procura transmitir os saberes ancestrais que pulsam na riqueza das culturais populares, reafirmando e ressignificando símbolos tradicionais.

Serviço
Inscrições oficinas: até 8 de maio. Oficinas: 11 de maio a 25 de maio. Ensaios: 27 de maio a 11 de junho. Arrastões do Pavulagem: 15, 22 e 29 de junho e 6 julho.  Inscrições gratuitas pelo site www.arraialdopavulagem.org.

12.4.14

12 Trabalhos de Hércules no Casarão do Boneco

O In Bust Teatro com Bonecos traz para  a cena, neste sábado, 12 de abril, um dos personagens mais conhecidos da mitologia greco-romana, Hércules. Mergulhando no berço da cultura ocidental e, portanto, o grupo mergulha nas lendas e mitos da Grécia Antiga. 

A apresentação integra a programação do Sábado Tem. Domingo que Vem, projeto do Pirão Coletivo. O ingresso custa quanto o público puder pagar. Você faz o preço. O Casarão do Boneco fica na Av. 16 de Novembro, n. 815, do lado esquerdo (na mão dos carros), quase chegando à Praça Amazonas.

Hércules, o filho de uma mortal com Zeus, causa a ira de Hera, esposa do chefe dos deuses, que passa a persegui-lo, causando sua vida tão atormentada que ele acaba ficando louco e matando todos os filhos. Por este crime, o oráculo do deus Apolo ordena que o herói procure o Rei Euristeu para receber um castigo apropriado. Este, aliado à deusa Hera, tenta matar o herói determinando doze trabalhos (quase) impossíveis de serem realizados.

Os 12 trabalhos eram tarefas que só podiam ser realizadas por alguém com força sobre-humana, como enfrentar uma serpente de várias cabeças. E Hércules, sem grande esforço, enfrenta os piores desafios. E assim, os 12 trabalhos foram realizados, o redimindo das mortes que cometeu, o elevando à condição divina e ao fim de sua jornada.

Tudo isso é transformado pelo In Bust, em um espetáculo cheio de humor, poesia e lições de reciclagem em prol da arte. A construção dos bonecos e do material de cena é feita sob a proposta de reutilização de material plástico descartável, dando a encenação uma característica bastante peculiar sem perder seu caráter experimental.

Deste modo, o público vai reconhecendo durante o espetáculo uma série de vasilhames plásticos do cotidiano transformados em deuses e personagens mitológicos – sejam bonecos ou máscaras. Super vale conferir!