30.5.11

Peça de Saulo Sisnando estreia no Teatro Cuíra neste sábado

Uma mulher impossibilitada de sair de casa. Um terapeuta maluco. Um marido canalha. Uma escritora voluptuosa. Uma telefonista insistente. Uma “coisa” dentro de uma jaula. Um livro inacabado. Várias paixões devastadoras. Um crime insolúvel. E muitos enigmas. O Misterioso Desaparecimento de Deborah Rope estará em cartaz no Teatro Cuíra, todos os sábados e domingos de junho, às 21h.

Após viajar por estados do norte e nordeste com a peça “Quatro vs. Cadáver” e depois de estrear, no Rio de Janeiro, o espetáculo “O Incrível Segredo da Mulher-Macaco”– no Festival internacional de Teatro de Angra, para uma platéia recorde de 2.000 pessoas por apresentação –, o diretor e dramaturgo Saulo Sisnando volta para a terra natal, com um espetáculo que é parte integrante de sua dissertação de mestrado.

Neste novo projeto, propõe-se a fazer uma “peça-filme”; algo jamais realizado na capital paraense. Reunindo suas duas grandes paixões – teatro e cinema – numa só peça, Saulo Sisnando convida a platéia a assistir um espetáculo que é parte filmado, parte teatralmente encenado. Uma espécie de cinema teatralizado... Ou seria teatro filmado? Desafiando a platéia a ver um filme sendo feito ao vivo. Reunindo no palco a perfeição distante do cinema e imprevisibilidade do teatro.

Por meio de “O Misterioso Desaparecimento de Deborah Rope”, o diretor pretende atrair para o Teatro Cuíra, não apenas os amantes do teatro, mas também os apaixonados pelo cinema. Através da história macabra e cômica de uma escritora de sucesso, que tem uma relação de idolatria e ódio com sua fã nº 1. Uma trama maluca, que envolve manuscritos roubados, crimes passionais e mulheres fatais dissimuladas.
Esta peça-filme é uma celebração ao cinema clássico americano e àquelas histórias recheadas de gângsteres, mulheres submissas, maridos cruéis e femme fatales.

Mergulhando no universo de filmes de Hitchcock e Howard Hawks e assumindo a paixão pelas grandes divas do cinema, como Ingrid Bergman e Lauren Bacall, “O Misterioso Desaparecimento de Deborah Rope” é uma peça luxuosa, com figurinos deslumbrantes – que parecem saídos dos filmes clássicos –, interpretações afiadas, cenários virtuais e muitos personagens filmados, que interagem com atores ao vivo.

O espetáculo possui, ainda, alguns vídeos produzidos por outros artistas como Orlando Simões e Suanny Lopes, que ilustram alguns momentos da peça-filme e revelam segredos da trama. Por último há também a música original de Christian Perrotta, que na voz de uma atriz cantora, ganha contornos hollywoodianos.
Esta é, portanto, uma peça glamorosa como poucas vezes se viu em Belém. É ao mesmo tempo, como não podia deixar de ser, uma comédia louca e sofisticada bem aos moldes das demais peças de Saulo Sisnando, que tanto fizeram sucesso em Belém e que agora migram para outros centros, como o Rio de Janeiro e São Paulo.

O Misterioso Desaparecimento de Deborah Rope é um filme. É uma peça. É uma obra de arte única, que desperta na platéia risos e sustos... e algumas outras sensações secretas! É o resultado de um ano e meio de estudo e dedicação. É uma homenagem ao cinema americano e ao teatro brasileiro. É uma celebração aos tempos que já se foram e a uma sensualidade discreta que não existe mais. É, por tudo isso, mais do que uma peça qualquer. É, sim!, uma peça-filme imperdível.

Ficha técnica
Texto e Direção Geral: Saulo Sisnando; Direção Assistente: Gisele Guedes; Elenco: Personagens Reais: Flávio Ramos; Marta Ferreira; Adelaide Teixeira; Luiza Braga; Nilton Cézar. Personagens Virtuais: Gisele Guedes; Saulo Sisnando; Luiz Thomaz Sarmento; Giulídia Dias. Personagens Invisíveis: Dina Mamede; Rony Hofstatter. Projeções: Leonardo Cardoso; Marcelo Andrade. Figurinos: Deborah Lago; Perucas e Maquiagem: Baety Magalhães; Iluminação e Fotografia: Sonia Lopes; Execução de Sonoplastia: Gisele Guedes; Música original: Christian Perrotta - Letra de Saulo Sisnando; Videos: Saulo Sisnando; Orlando Simões; Suanny Lopes; Cartaz e Fotos de divulgação: Giulídia Dias.

Serviço
O teatro Cuíra fica na Riachuelo Esq. 1º de Março - Ingresso: R$ 20,00 (meia entrada para estudante). Informações: (91) 81773344.

“Fotografia e Fotoetnografia“ no SESC Boulevard


Este é o tema da palestra que o fotógrafo e antropólogo Luiz Achutti ministra nesta quinta-feira, 02, no auditório do Centro Cultural SESC Boulevard. O evento começa às 19h, com entrada franca. 

Presente na vida de todas as pessoas em diversos momentos a fotografia alcança o campo das Ciências Humanas, fazendo surgir a chamada Antropologia Visua, atualmente em crescente demanda, por parte de pesquisadores e alunos pela chamada “Fotoetnografia”. Trata-se da fotografia com os pressupostos do olhar antropológico à serviço da narrar particularidades culturais dos mais variados grupos sociais.

A linha de pesquisa de Achutti desenvolveu-se a partir da “possibilidade de articular a construção de imagens fotográficas com a perspectiva do pensamento antropológico”. Luiz percebeu que através dos recursos produzidos pela Fotografia até um leigo ficaria atraído pela Antrolopogia.

A “Fotoetnografia” nasce a partir da relação entre a Fotografia e a Antropologia, que propõe uma forma de narrar, através da imagem, o comportamento, os costumes e a história de um determinado grupo.


Luiz Achutti iniciou sua carreira como fotógrafo quando cursava Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Como fotojornalista, Achutti trabalhou para a revista “Isto É” e para os jornais impressos “Folha de São Paulo” e “Jornal do Brasil”. Posteriormente, Luiz tornou-se Mestre em Antropologia Social pela mesma instituição e Doutor pela Universidade Paris 7 Denis Diderot (França).

Achutti fez diversas exibições fotográficas e publicou livros e artigos na França e no Brasil. Atualmente, ele é membro do Laboratoire d'Anthropologie Visuelle et Sonore du Monde Contemporain /Paris e professor da UFRGS, pelo Instituto de Artes e pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia. A sua mais recente exposição tem curadoria feita por Boris Kossoy. Ela foi inaugurada no mês de abril em Porto Alegre, ano em que Luiz Achutti comemora 35 anos de carreira como fotógrafo.

Serviço
Luiz Achutti – Palestra “Fotografia e Fotoetnografia”. No dia 02 de junho, às 19h, no Centro Cultural SESC Boulevard (Boulevard Castilho França, n°522/523). Informações: (91) 3224-5654/5305 (Centro Cultural SESC Boulevard). Entrada franca.

29.5.11

Música, teatro e cinema em junho

Maria Líndia (foto: Jonilson Lemos)
Maria Lídia, Andréa Pinheiro e Olivar Barreto estão juntos no show “Baú Mocorongo”, que comemora os 350 anos do município de Santarém. No dia 01 de junho no projeto uma Quarta de Música, Teatro Margarida Schivasappa do Centur, às 20h. O repertório traz músicas de Wilson Fonseca, Ruy Barata, Felisbelo Sussuarana, Pedro Santos, Sebastião Tapajós, Maria Lidia, Beto Paixão e outros. Ingresso: R$ 10,00.

O espetáculo "Aldeotas" fica em cartaz no mês de junho, no Teatro Cuíra, sempre às quartas-feria, às 21h. Montagem do Grupo Gruta de Teatro, com direção de Henrique da Paz e texto de Gero Camilo. No elenco, Adriano Barrroso e Ailson Braga.

O Cine CCBEU apresenta sua programação de junho. No dia 02,será exibido "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain", de Jean-Pierre Jeunet, com comentários de Érica Magalhães. No dia 16, tem "O que resta do tempo", de Elia Suleiman e no dia 30, Danielle Fonseca mostra seus curtas “O Tao Caminho”, “Rumo ao Farol”, “A Vaga”. As sessões iniciam às 18h30, com entrada franca (Cine-teatro do CCBEU - Padre Eutíquio, 1309). A realização é APJCC e CCBEU, com apoio do Cineclube Amazonas Douro.

“Foucault por ele mesmo” (FOUCAULT PAR LUI-MÊME) é o filme que inaugura, nesta sexta-feira, 03, o Cine Pensamento, da Revista Polichinello. Com programação sempre às sextas-feiras, às 19h, no auditório do IAP, o projeto tem como objetivo exibir filmes (curtas, longas, médias, documentários) com temáticas relacionadas à literatura e à filosofia. As exibições são seguidas de bate papo com filósofos, escritores, artistas, cineastas e críticos literários. Saiba mais, no blog da revista.

O espetáculo “Em Algum Lugar de Mim” volta em cartaz nos dias 06 e 13 de junho, às 20h, na Casa da Atriz (Rua Oliveira Belo, 95, bairro Umarizal). No elenco, Dario Jaime, Fabrício de Sousza e Rosilene Cordeiro, com texto e encenação de Mailson Soares e curadoria: Wlad Lima. Saiba mais sobre o espetáculo, aqui. Ingresso R$ 20,00.

28.5.11

Gruta de Teatro retoma sua essência em Aldeotas

Henrique da Paz
De volta aos palcos se re-significando para, mais uma vez, descobrir-se intacto e íntegro em seus princípios do fazer teatral. O diretor do Gruta, Henrique da Paz, nos fala da retomada com a montagem de Aldeotas e da trajetória do grupo em seus 42 anos de estrada.

Há uma revolução em cena nesta cidade. E neste final de semana, no sábado, 28 (21h) e domingo, 29 (20h), mais precisamente, seriam as últimas oportunidades para vivenciá-la, no Espaço Cuíra (1º de março, c/ Riachuelo), onde encerraria a primeira temporada do espetáculo “Aldeotas – lugar de memórias”. Mas ontem, ao final da excelente apresentação, Adriano Barroso deu a boa notícia. O espetáculo continuará em cartaz em junho, sempre às quartas-feiras (a partir do dia 08), 21h. 

Ver Ailson Braga e Adriano Barroso vivenciando um teatro verdadeiro, tal qual propõe o texto de autoria do ator-poeta e dramaturgo Gero Camilo, nos deixa em estado de revolução. De cara limpa, em cenário de quase nada, a luz de Sonia Lopes pontua as ações dos dois atores que, a todo instante, durante uma hora e meia, se refazem das emoções diversas que emolduram veias do corpo e expressões de seus personagens, Levi e Elias. Os dois amigos, que juntos viveram sonhos, se reencontram agora para recontar, através de suas lembranças, as brincadeiras, os conflitos da infância e inicio da juventude, vividos em uma pequena cidade chamada Coti das Fuças.

A identificação do grupo com o texto foi imediata. Adriano já o conhecia, Ailson Braga já tinha até visto a peça montada com o próprio autor, Gero Camilo, em São Paulo.  Henrique da Paz, diretor do grupo, porém, não sabia nada do texto, mas não demorou para perceber que tinha em mãos a possibilidade de fazer uma viagem de retorno também a essência do GRUTA.

Em entrevista ao blog, revirando memórias do grupo e de seu elenco, Henrique mexe em seu próprio baú de recordações, remetidas ao final dos anos 60, tempos difíceis vividos no país. É nesse contexto que nasce o grupo, cujo nome surge da sigla para Grupo de Teatro Amador, uma cena efervescente naquela época em todo o país, quando escolas de teatro eram poucas ou sequer existiam para aqueles que queriam ter como profissão a dramaturgia. 

História - Não se trata de um teatro amador no sentido do mal feito, ou do nada elaborado. O Teatro Amador, no contexto em que nasce o GRUTA, significa reflexão, força e amor ao teatro e mais do que nunca profissionalismo. E isso é o que permanece.  O GRUTA sempre teve como linha mestra de suas montagens o trabalho de ator e encenou grandes textos, alçando vôos ousados, que revolucionaram a cena teatral de Belém.

São inesquecíveis “Auto da Cananéia” de Gil Vicente, em 1971; “Cínicas e Cênicas”, de Henrique da Paz e Marton Maués, um marco, em 1987; “Caoscomcadicáfica”, também de Henrique (adaptação de O Processo, de Kafka), em 1989; “A Vida que sempre morre, que se perde em que se perca?”, mais uma vez de Henrique, numa releitura de “Antígone”, de Sófocles; “Odeio Drummond”, de Barroso, em 1997, e na sequência “Hamlet Máquina”, de Heiner Müller, em 1998.

Henrique da Paz tem sua trajetória marcada pelo teatro, iniciada em 1967, na pequena vila de Icoaraci. Tal qual Elias e Levi, ele e alguns amigos também nutriam um sonho e dele fundaram o GRUTA. “Foram anos difíceis. Ditadura. Censura. Mas nada disso me desanimou e continuei a fazer teatro, participando de todas as produções do grupo. Em 1969 comecei a participar de espetáculos não só em Icoaraci, mas também em Belém, no Grupo Experiência”, me diz ele.

Ao longo de sua história, o grupo fez várias paradas em sua produção. Imagine que se hoje as coisas são difíceis para grupos iniciantes que buscam apoio de patrocínios e espaços de apresentação, imaginem naquela época, 42 anos atrás. O jeito era unir forças e participar da montagem de outros grupos ativos na cidade, mas deixar de fazer teatro? Nem pensar!

Acima, Hamlet Máquina (Heiner Müller, em 1998).
Em 1977, na capital paraense, numa dessas paralisações do grupo, Henrique integrou o famoso grupo Cena Aberta, onde atuou até o ano de 1985 para, no ano seguinte participar da reativação do GRUTA, que havia interrompido sua trajetória em Icoaraci, desde 1980. Na metade dos anos 80, portanto, inicia uma nova fase para o grupo, desta vez em Belém. 

“Desde então tenho atuado no GRUTA, não só como diretor, mas também como ator em algumas das nossas peças. E está sendo muito gratificante trabalhar novamente com Adriano e Ailson e ainda mais com um texto desse que faz parte de uma nova tendência de teatro, que é o teatro narrativo”, diz Henrique.

Novo fôlego - Ele está emocionado com Aldeotas, espetáculo que, em sua opinião, exige muito dos atores e da própria direção. “O trabalho do ator se triplica também como narrador, personagem e condutor da história. Estamos trabalhando em uma linha mais despojada, minimalista e em termos de cenografia, estou utilizando técnicas do Bertolt Brecht, quebrando os segredos do teatro, embora deixando-lhe o mistério. Por isso, quando o público entra no teatro já vê os atores em cena, de forma despojada, aquecendo-se, ao mesmo tempo em que percebem a platéia está sendo preenchida”, explica o diretor.

“Sinto-me incentivado por este texto, premiado, um texto que não é panfletário e nem esboça um posição política, mas detém-se em questões fortíssimas como a violência humana, a amizade pura e traz come centro das questões o preconceito, a homofobia e a convivência familiar que deixam marcas, são reminiscências da infância, coisas que vivemos ali e que mais tarde aparecem de novo e influenciam nossa vida adulta”.

Aldeotas: viagem à memória (foto: Hamilton Braga)
Para Henrique, o texto funciona como uma parábola, que começa contando a história do início da amizade dos dois personagens e o que eles vão vivendo durante a vida até chegar o momento culminante, quando um se desgarra e se vai e o outro fica.

“Um é mais jogado à vida, enquanto o outro, é mais raiz e fica preso em sua própria história. Depois, em mais uma parábola, eles voltam a se encontrar e parece que vai começar tudo de novo. É como se fosse uma nova chance para um dos personagens retomar a caminhada da vida. É o momento em que Levi , aquele que foi embora, retorna para resgatar e resolver uma amizade que foi rompida bruscamente”, comenta Henrique.

Retomada - Após uma breve parada, desde 2008, é assim que o grupo retoma a caminhada. “Mas é preciso dizer que mesmo sem atuar juntos, nestes períodos, a gente fica sempre em contato. Apesar de cada um ter seus projetos pessoais, trocamos ideias o tempo todo sobre a organização do grupo”, diz Henrique.

Mas não só isso. Quem acompanha de perto a trajetória de Adriano, Ailson e Henrique, sabe que de vez em quando até mesmo nos projetos de cada um acaba eles se encontram, como aconteceu na minissérie “Miguel Miguel” (Tv Cultura do Pará), em que Henrique protagonizou o Varão, no trabalho que também teve participação de Ailson no elenco. Adriano Barroso, invertendo o papel com Henrique, o dirigiu em cena.

“Estávamos fora da cena desde 2008, quando apresentamos ‘A Peleja dos Soca Soca’ e até então não tinha acontecido de assumirmos nenhum texto, o que só torna este momento mais interessante. Isso tem nos renovado o pique e as baterias. 

O Adriano há tempos que não atuava. A última encenação de Ailson foi em 2004, com ‘A Farsa do Boi Catirina’. Então tudo isso está sendo muito legal, este reencontro, esta emoção renovada”, finaliza.

Serviço
Aldeotas - lugar de memórias. Neste sábado, às 21h, e no domingo, às 20h. Teatro Cuíra - R. 1º de Março, esquina com Riachuelo - Bairro da Campina - Belém do Pará. Ingressos: R$ 20,00. Mais informações: 91 8163.0775.O espetáculo segue em temporada, sempre às quarta-feiras do mês de junho, no mesmo espaço, às 21h.

Teatro contemporâneo paraense na cena paulista

Cláudio Barros
Nesta sexta-feira, 27, o espetáculo “Solo do Marajó” abriu a I Mostra Amazônida de Experimento Teatral, na sede Luz do Faroeste, em São Paulo. Em cena, o ator Cláudio Barros. O diretor da peça, Alberto Silva Neto, também esteve presente. Nos dias que se seguem, ainda serão mostrados quatro espetáculos produzidos em Belém. Em entrevista ao Holofote Virtual, Paulo Faria, que conseguiu reunir todos eles na capital paulista, conta os detalhes que o levaram a montar a mostra.

São todos solos. Os outros quatros são “Morgue Insano and Cool” (18h), com Nando Lima, e “Red Bag”, com Jeferson Cecim, que ocuparão o espaço no sábado, 28 e “A Mulher das Sete Saias” (18h), com Mariléa Aguiar, e Makunaíma (19h), com Milson Aires, que se apresentam no domingo.

Como aconteceu isso? De acordo com o ator, autor e diretor de teatro, Paulo Faria, também paraense, foi coincidência, provocada, também, por uma vontade que ele já nutria em trazer a cena contemporânea paraense de teatro para a capital paulista, onde já mora há muitos anos dirigindo a Cia Pessoal do Faroeste, cuja sede recebe a mostra.

Em maio, Paulo esteve em Belém, participando do II Seminário de Dramaturgia Amazônida, realizado pela Escola de Teatro e Dança da UFPA, onde palestrou sobre “A história contemporânea paraense no texto teatral - o povo está no teatro que a gente cria?”.

O evento teve como convidados, palestrantes que vieram de Manaus, como o escritor Márcio Souza, demonstrando que a discussão unia Amazônia e Pará, com Rondônia e Amapá, e que estava querendo dialogar com uma dramaturgia da floresta. Tudo isso e outras questões estavam só anunciando o que viria depois fervilhar na cabeça de Paulo Faria. 

Milton Aires e seu Makunaíma (foto: Holofote Virtual/LM)
“Entendi que era necessário falar da Amazônia. Achei muito legal que a Escola de Teatro esteja se aproximando de Manaus, para trocar, para se reconhecer, para se fortalecer artística e politicamente.

Belém está num ponto, como disse a Wlad Lima, no Seminário, entre a Amazônia e o Brasil.

É como um portal, porém não dialoga nem com o Brasil e nem coma Amazônia. Conversei sobre isso com Márcio Souza e com o Sérgio Cardoso, sobre esse momento fértil dessa rede de Teatro da Floresta. Em dezembro deve vir pra cá a tribo de Manaus e faremos a II Mostra Amazônida”, conta.

Paulo Faria, que já foi entrevistado pelo blog, quando estava fazendo a adaptação da obra “Chovendo nos Campos de Cachoeira”, de Dalcídio Jurandir, para o espetáculo Eutanazio, da Cia Usina Contemporânea de Teatro, mais uma vez, atendeu o Holofote Virtual e relata, abaixo, que está querendo muito mais do que somente realizar uma mostra de teatro do Pará em São Paulo.

“Aproveito a Mostra também para divulgar um pouco o trabalho do Lúcio Flavio Pinto, numa pequena exposição com alguns livros, jornais e um texto da Rose Silveira sobre seu trabalho. Política e estética, sempre”, diz Paulo, que também providenciou uma surpresa gastronômica ao público, que ele revela aqui, mas só no final da entrevista. 

Paulo Faria, na peça Meio Dia do Fim
Holofote Virtual: Pergunta que não quer calar. Como surge esta mostra?

Paulo Faria: Em janeiro, o ator Claudio Barros esteve em São Paulo e o convidei para fazer um final de semana, em maio, o seu espetáculo “Solo do Marajó”, a partir da obra do Dalcídio Jurandir, autor que eu também havia adaptado aí, o “Chove Nos Campos de Cachoeira” ou “Eutanázio”, para o mesmo diretor, o Alberto Silva. Agendamos. Há 3 semanas, o Jeferson Cecim veio reunir comigo para falar do nosso próximo projeto aqui em São Paulo: “Cine Camaleão – a boca do lixo”.

Ele trabalhará na equipe de cenografia. Foi quando me falou de seu espetáculo “Red Bag”, que estaria no mesmo período participando de uma Mostra do Teatro Truks aqui em Sampa. E o Nando (Lima) viria junto. O Milton Aires também está aqui.

Aí propus a todos de fazer uma Mostra aqui da cena contemporânea paraense. E durante a minha estada aí na semana passada para participar do “Seminário de Dramaturgia Amazônida”, a Mariléa Aguiar também topou vir para participar.

Holofote Virtual: Tantas “coincidências” te deram um estalo...

Paulo Faria: É preciso um movimento, mostrar para nossos governantes que é simples criar políticas públicas, basta querer. Inventar. Provocar. Este foi o caminho, mas o que me estimulou mesmo foi a possibilidade de fazer da Sede Luz do Faroeste uma segunda casa dos grupos de Teatro e poder mostrar para o público paulista um pequeno panorama do movimento teatral. Mostra a diversidade de linguagens, de propostas, a riqueza do movimento teatral hoje em Belém.

Morgue Insano (foto: Thiago Araújo)
Holofote Virtual: Além de abrir espaço, tens  outras intenções, então.

Paulo Faria: Meu objetivo maior é estreitar a minha relação artística com Belém e a Amazônia. Voltar a olhar e namorar com minhas referências, minha história. Quero muito desenvolver projetos como o que faço aqui, envolvendo a cidade, sua história, seus habitantes.

Holofote Virtual: E como tu pretendes agir para alcançar estas metas?

Paulo Faria: Quero desenvolver mais parcerias com os artistas locais, com a Escola de Teatro, poder de alguma forma possibilitar intercâmbio entre a cidade e São Paulo. Tem muita coisa sobre o que falar de Belém. Muita coisa para ser denunciada. Para ser recuperada. Poesia cáustica. Transformar a Sede Luz numa embaixada cultural paraense, possibilitar que artistas de Belém venham se reciclar, trocar com outros artistas, misturar mais, provocar-se mais.

E aqui também saímos ganhando, conhecendo o que é Belém hoje. Não agüento mais ouvir aqui em São Paulo noticias aterrorizantes sobre Belém. Violência, crimes. Mostrar também o que os artistas estão falando disso, mas propondo uma experiência humana mais potente, mais inteligente, fugindo do que a imprensa quer nos informar.

Temos que ver o que está acontecendo na Amazônia do ponto de vista dos artistas e não somente da imprensa e do governo. A Amazônia e o homem. Belém tem muito a dizer ao Brasil. Tem uma produção grande em teatro, música e dança. Aqui a única coisa que chega é a fotografia que tem cada vez alcançado espaços maravilhosos. Mas “Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor”. O que é que Belém tem? Muita diversidade cultural. Vamos mostrar.

Mariléa, no solo A Mulher das 7 Saias
Holofote Virtual: E sobre a surpresa gastronômica?

Paulo Faria: Aproveitei minha estada aí e trouxe camarão, cupuaçu, bacuri, taperebá, muruci e maniva. Estou agora cozinhando a maniçoba para servir amanhã (nos falamos na quinta-feira). Quero muito que todos possam sentir o que temos a falar por todos os sentidos. No final das peças, banquete do círio. Pena que não consegui trazer a jamburana. Vai ser pai-dégua!

27.5.11

Um novo incentivo à produção de curtas no Pará

Chama Verequete (Prêmio Estímulo, 1999)
Neste sábado, 28, o Grupo Ideal, ABDeC-PA, ACCPA e Caiana Filmes, parceiros na iniciativa, estarão reunidos na construção do “Edital Ideal de Curtas-metragens do Pará”. A reunião, que será às 16h, é aberta a todos os interessados em participar do debate, ampliando assim a forma democrática de elaboração de um edital de filmes.

E assim, o Pará que já teve edital de incentivo ao curta metragem editado pela prefeitura (Prêmio Estímulo de Produção ao Curta Metragem - 1998/2000) e depois pelo governo do estado (Prêmio Secult/MIS de incentivo a curtas - 2008), agora ganha mais uma iniciativa e que desta vez seja por muitas e muitas edições.

Através de uma iniciativa privada e independente, do Grupo Educacional Ideal, em parceria com a Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-metragistas do Pará (ABDeC-Pa), Associação de Críticos de Cinema do Pará (ACCPA) e Produtora Caiana Filmes, o novo edital de curtas-metragens vai oferecer R$ 40 mil para a realização do filme.

A iniciativa do Ideal vem somar às articulações de movimentação da produção audiovisual no Estado, num momento em que não há nenhum edital público dos governos locais, específicos para o cinema ou audiovisual, em andamento.

O novo edital será aberto a todos os realizadores, profissionais ou estreantes, e será divulgado logo após sua aprovação, junto aos produtores que se fizerem presentes na reunião aberta do dia 28.

A parceria do Grupo Ideal com a Caiana Filmes, ACCPA e ABDeC-Pa mostra o quanto se fazem necessárias iniciativas como esta não apenas da esfera governamental, sendo também uma forma de sensibilizar a iniciativa privada a entender a economia da cultura, colocando o cinema como janela principal deste meio.

Serviço
Elaboração do Edital Ideal de Curtas-metragens do Pará. Neste sábado, 28 de maio, 16h. No prédio da Caiana Filmes – Rua Diogo Móia, 986, entre Alcindo Cacela e 14 de março – Umarizal. Aberto ao público. Informações: (91) 3343 4252 / 8116 8488.

(Com informações da Caiana Filmes www.caianafilmes.com e da ABDeC-PA www.abdecpara.blogspot.com)

26.5.11

Papo com Gero Camilo sobre “Aldeotas” em Belém


É a segunda semana da temporada no Teatro Cuíra (R. 1º de março, com Riachuelo), com direção de Henrique da Paz e Adriano Barroso e Ailson Braga, no elenco. De quinta (26) a sáb. (28), às 21h, e no dom. (29), às 20h. Ingressos: R$ 20,00, c/ meia entrada para estudantes.

Em meio a montagem teatral de “Aldeotas”, em Belém, o Holofote Virtual teve o prazer de conversar com seu autor, Gero Camilo, que demonstrou em muitas palavras estar feliz de ver seu texto montado aqui pelo Gruta, grupo de teatro de longa jornada, com 42 anos de atuação no Pará.

A conversa ocorreu durante um dos ensaios do Gruta, numa sala do Colégio Moderno. Mesmo  à distância, pelo telefone, Gero é divertido e emociona com sua intensidade poética de ator e dramaturgo, um homem da arte, tão universal quanto a obra que vem construindo em sua carreira. Além de talentoso e gentil, não à toa, ele vem se destacando cada vez mais nos diversos trabalhos realizados no cinema e no teatro.

Carandiru, de Hector Babenco, Narradores de Javé, de Eliane Caffé, Bicho de Sete Cabeças, de Laís Bodansky, entre outros filmes, além dos recentes “Assalto ao Banco Central”, de Marcos Paulo, que estreia em julho e “Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios”, de Beto Brant, que deve chegar às telas logo no início do segundo semestre, são apenas alguns dos marcos de sua trajetória no cinema.

Além do cinema, Gero concretiza-se ainda mais como um homem do teatro. Até junho, ele estará em cartaz com o espetáculo “A Casa Amarela”, ocupando as noites de quartas e quintas no Teatro Eva Herz - Livraria Cultura, no Conjunto Nacional, situado na Av. Paulista (SP). O solo, com texto escrito por ele mesmo, faz uma reflexão sobre o sonho de Vincent van Gogh em fundar uma comunidade de artistas em Arles, no sul da França.

A Casa Amarela foi imortalizada em pintura a óleo, em 1888. Foi lá que Van Gogh viveu uma das mais intensas e espantosas oportunidades criativas da história, com Paul Gauguin. O lugar se tornou  um sonho revolucionário. A temporada do espetáculo em São Paulo, além de outros compromissos, não o permitiu que Gero encaixasse sua vinda a Belém durante as apresentações de Aldeotas.

Vontade não faltou. Mas é bem possível que isso aconteça em agosto deste ano, mês previsto para a estreia do filme de Brant, filmado em Santarém, e que lhe proporcionou o encontro dele com o ator Adriano Barroso, outro talento do teatro, do cinema e da literatura brasileira, no Pará. Há planos para um lançamento do filme em Belém, mas enquanto isso não acontece, para entrar em sintonia com Gero, segue a conversa que tivemos especialmente para o Holofote Virtual.

O ator, em Aldeotas
Holofote Virtual: O que você está achando disso, de um texto ser montado em Belém do Pará?

Gero Camilo: Estou achando ótimo. Há tempos eu queria ver uma outra leitura desse texto. Não sei dizer se é uma releitura no sentido do distanciamento, mas é muito prazeroso ver que tem alguém tendo um olhar sobre isso.

Holofote Virtual: Qual é a sensação de passar de autor e ator a expectador?

Gero Camilo: Era isso que queria. Ver Aldeotas de fora e, como público, adentrar no caminho da memória. E a partir do reconhecimento narrativo de um depoimento em cena, puxar o baú de memórias em uma dramaturgia feita. E eles (referindo-se a Adriano Barroso, Ailson Braga e Henrique da Paz, do Gruta) como homens de teatro, vão abrir, cada um, o seu baú para despertar em seus corpos de atores camadas de emoções, pensamentos de compreensão da vida.

Espero que eles se divirtam e se emocionem, pois quanto mais próximos chegarem disso, mais o público adentrará nestas memórias e com o depoimento deles, construirá a própria memória, a partir da história mágica que o teatro nos faz viver.

Holofote Virtual: Esta será a primeira montagem de Aldeotas feita depois que você mesmo o estreou, em 2004?

Gero Camilo: É a primeira vez. Existe uma montagem em andamento no Uruguai e um pedido que vem do México, que também quer montá-lo, mas ainda não existe nenhuma montagem concretizada como esta que está acontecendo em Belém, isso me deixa bem feliz.

Holofote Virtual: Como o encontro com  Adriano Barroso e a proposta montar o texto em Belém?

Gero Camilo: O encontro com o Adriano se deu nas filmagens de “Eu receberia as piores noticias dos seus lindos lábios”, em Santarém, do qual fizemos parte do mesmo elenco.

Desde que eu cheguei lá ele me deu este toque ‘eu preciso falar com você’, com aquela voz que é quase um anunciado bíblico, dando a impressão de que o céu vai abrir no campo e tudo vai clarear (risos). Na verdade, assim que cheguei naquele lugar eu disse a mim mesmo ‘nossa que vontade de fazer o Aldeotas aqui, tem tudo a ver’. E que bom que não precisou ser eu mesmo e que teve alguém da própria ‘aldeia’ que desejou fazê-lo. Para mim, tudo isso faz muito sentido.

Holofote Virtual: Tens um trabalho já conhecido pelo público no cinema, até mais do que no teatro, para o qual vens escrevendo, atuando, enfim, tens veia para a dramaturgia. Como é que a tua vida está voltada para esta área artística?

Gero Camilo: Na verdade, eu sou um poeta. É como me assumo e me assumir poeta me dá liberdade poética de ser mais expansivo na minha relação com os instrumentos e os braços artísticos da arte. Então eu realmente não sou um ator, eu sou um homem da arte, não me contento em ter um rótulo profissional com a arte porque ela se expande no meu encontro com as pessoas.

E meu encontro com as pessoas se dá a partir de um ponto de liberdade que gera o encontro e aí sim, a gente desenvolve a arte a partir disso, seja a música, que eu faço, através dos poemas que eu crio, da dramaturgia que eu enceno, mas o que me importa é o encontro com as pessoas, é isso que me interessa. Isso sempre foi desde o início, desde criança que escrevia e fui desenvolvendo isso e me relacionando com a arte.

Então, o desdobramento dramatúrgico é tão evidente quanto um reator. Para o bem do público, eu sou visto como ator de cinema, mas não é o grande publico que me faz artista, é a arte. O público, seja grande ou pequeno, me interessa por ser publico, não é a sua dimensão quantitativa que vai reconhecer meu ser poético.

Foto: Rodrigo Fuzar
Holofote Virtual: Tudo isso tem a ver com o fato de você vir do nordeste que possui matrizes cultuais tão fortes? O que o Ceará, de onde você vem, consegue impregnar na tua obra?

Gero Camilo: Isso permeia o meu trabalho, mas dentro de um discurso universalista, não regionalista. Quanto mais eu me penso ser, mais universalista eu me faço.

Eu não entendo e não me contento só com a tribo, eu acho a tribo necessária no sentido do que a gente quer fazer e dizer no momento do encontro, mas este encontro também se desloca geograficamente, então eu não me amarro à minha terra, que é só um ponto de referência dentro deste global em que vivemos.

Nada me espanta mais do que quando vejo o discurso que cai no regionalismo, ou quando ele se fecha na pequena aldeia. Acho que esta pequena aldeia se faz mais forte e valorosa quando se amplia na relação com o mundo.

Holofote Virtual: Quando você vem a Belém?

Gero Camilo: Estou louco pra fazer isso, pois não cheguei a Belém na época das filmagens do Brant. Fiquei direto em Santarém, mergulhado no filme, e encantado. É incrível a região. Então, o que eu quero de imediato é ver o filme, pois esta foi uma das experiências mais incríveis e cinematográficas que já tive. 

O que Beto Brant e todos vocês fizeram com a gente que esteve no Pará foi realmente uma viagem a Andara, um lugar mágico na relação com a vida, com a arte, com a natureza, com a cultura da aldeia. E tudo isso sendo doado ao cinema e se universalizando. Estou super curioso, não vi o ultimo corte.

 Para saber mais sobre o espetáculo em Belém, acesse aqui.

25.5.11

Delcley Machado lança Temporal pelo selo Na Music

Será no próximo dia 31 de maio o lançamento do CD Temporal, de Delcley Machado, pronto desde 2009. Dificuldades de patrocínio e apoios impediram, no entanto, que tivéssemos o novo trabalho do violonista na estante desde aquela data. Mas agora está tudo certo. O disco sai pelo Selo Ná Music, com patrocínio do programa Conexão Vivo, via Lei Semear.

Neste trabalho, Delcley Machado reúne composições de Kzan Gama, Walter Freitas, Jacinto Kawage, Mauro Prado e Moacir Rato. Gravado nos estúdios "Ná Music", de janeiro a março de 2009, traz cinco músicas autorais, “Temporal”, “Izaura”, “Vento e Vela”, “Das Ruas” (parceria com Jorge Andrade), e “A Voz Guardada” (parceria com Marcos Campelo).

As outras cinco são “Dama de Paus”, de Kzan Gama (já gravada anteriormente em Paris, na década de 80), “Pixaim”, de Walter Freitas (releitura da versão gravada em 1987, no álbum “Tuyabae Cuaã), “Piano Blues”, de Jacinto Kahwage, “Colhendo na horta dos Hortas”, de Mauro Prado e “Ilha das Onças”, de Moacir “Rato”.

Além de gravar grandes compositores paraenses, o artista contou com a participação de grandes músicos no estúdio. “É muito bom se sentir confortável. A música também pode oferecer conforto e foi o que eu senti ao fazer esse trabalho na companhia desses grandes e brilhantes músicos, como “Adelbert Carneiro (Baixo), Edvaldo Cavalcante (Bateria), Marcio Jardim (Percução), Edgar Matos (piano), Jacinto Kahwage (piano), Toninho Abenatar (Sax tenor, soprano e faluta), Príamo Brandão (Baixo acústico), Fabrício Figueira (flugeohorn e trompete) e Mauro Prado (Violão Nylon)”, disse Delcley ao Holofote Virtual ainda quando finalizava a gravação.

O artista faz parte da geração de talentos surgidos na década de 80. Já integrou diversos trabalhos, passando pelo rock e pela MPB, mas faz questão de dizer que é no jazz que ele se ancora.

Serviço
Lançamento do Cd Temporal, de Delcley Machado. No dia 31 de maio, no Território bar (21h) - Trav. Benjamim, 1321, entre Braz de Aguiar e Nazaré. Nos dias 5 e 12 de junho (19h), o músico volta a se apresentar no Centro Cultural Sesc Boulevard.

Apoteose do Conexão Vivo reúne 66 atrações em BH

Sammliz (Foto: Samuel Mendes)
Da arrancada na Semana Santa até agora, 106 atrações já embalaram o público do Conexão Vivo BH. Após um mês de shows em cinco locais da cidade, o programa chega agora à sua tradicional “apoteose”. Enquanto a festa não chega ao Pará, vale dar uma conferida no que está acontecendo em terras mineiras, em etapa final. O programa, que inclui o Pará na sua rede, teve início no mês de abril em Belo Horizonte. No mês de julho preprare-se que a maratona musical será aqui.

Desta quarta-feira, 25, a domingo, 29, artistas de sete estados brasileiros passarão passaram pelos dois palcos armados no Parque Municipal Américo Renné Gianetti, para ajudar a esquentar as noites frias de maio. Simultaneamente, a Sala Juvenal Dias do Palácio das Artes recebe outras oito atrações musicais. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), à exceção do domingo, dia 29, que tem entrada franca.

Para completar a programação, no dia 28, o Music Hall se transforma em salão de baile com a Orquestra Cabaré, que convida o compositor carioca Edu Krieger e o soulman Hyldon. Na abertura da noite, o samba-roqueiro Gustavo Maguá recebe como convidado o vocalista da banda paulistana Clube do Balanço, Marco Mattoli.

Um público estimado em 28 mil pessoas acompanhou os eventos do Palácio das Artes, Praça do Papa, Centro Cultural UFMG, Lapa Multshow, Barragem Santa Lúcia e nos bares e casas noturnas associados ao Circuito Conexão Vivo. A transmissão online dos shows contabiliza 9 mil acessos, originários de dez países.

A programação - Desde a primeira noite do Parque Municipal, dia 25, o público pode apreciar a diversidade sonora que marca o histórico e o conceito do Conexão Vivo.

A maratona começa com o encontro do samba dos mineiros do Capim Seco e o maracatu do pernambucano Siba, um dos fundadores do Mestre Ambrósio, a partir das 19h30. Em seguida, a inquietação e a irreverência da banda Porcas Borboletas, de Uberlândia, se misturam ao rock de Paulo Miklos, conhecido por seu trabalho nos Titãs.

A pegada punk rock com pitadas de samba , bolero e funk carioca de Deco Lima e o Combinado é a atração seguinte, com os convidados: Fred 04, o vocalista do Mundo Livre S/A, Angu Stereo Clube (MG) e o guitarrista Anderson Guerra. Ícone do samba-rock e mestre da mistura com sonoridades caribenhas, Marku Ribas recebe o contrabaixista paulista Zérró Santos. Encerrando a primeira noite, os brasilienses do Móveis Coloniais de Acaju mostram porque são uma das revelações da nova música nacional, com um show empolgante e envolvente, que não deixa o público parado.

Um dos criadores do projeto Mostra Nova Música Instrumental Mineira, o multi-instrumentista Felipe José convida o violonista e flautista alagoano Elísio Pascoal para abrir a programação do dia 26, às 19h30. Em seguida, a cantora e percussionista pernambucana Karina Buhr apresenta seu disco de estreia, Eu Menti Pra Você, acompanhada por uma banda formada por nomes de peso como os guitarristas Edgard Scandurra e Fernando Catatau. 

A atração seguinte promove um encontro do cantor e compositor mineiro Vitor Santana com os cariocas Pedro Sá (guitarra) e Marcos Suzano (percussão). Depois do sucesso da participação no show de Lenine na abertura do Conexão Vivo, em abril, Tulipa Ruiz volta a BH para um show completo com sua banda. A noite termina em samba com o grupo Zé da Guiomar convidando o baterista Wilson das Neves, um dos mais respeitados e experientes nomes do instrumento em atividade.

Marcelo Jeneci
Dia 27, 19h30, o rock sem guitarra do trio mineiro The Hell’s Kitchen Project recebe os cariocas da banda Autoramas para dar início ao terceiro dia de apresentações.

A seguir, o rap encorpado e contundente da banda Julgamento divide o palco com Nathy Faria e Marku Ribas. Na sequência, a música popular contemporânea ocupa o palco com o convite de Lucas Avelar para a participação de Affonsinho, antecedendo o encontro entre o virtuosismo do violonista Gilvan de Oliveira com um dos ícones da música de trio elétrico, o baiano Armandinho.

A noite termina com o jovem talento Marcelo Jeneci apresentando canções de seu primeiro álbum, Feito Pra Acabar. O penúltimo dia de apresentações (28), inicia com a inquietação das enxadas, tambores e sopros de Babilak Bah, encorpada pelo violão de Juarez Moreira. Logo depois, o samba de gafieria do Senta a Pua!, tendo como convidado o músico carioca Eduardo Neves, promete colocar o público pra dançar. Pra completar a animação, o Black Sonora sobe ao palco com muito groove e suingue, misturado ao soul do pernambucano Di Melo. O som eclético do Graveola e o Lixo Polifônico é a atração seguinte e tem como convidado Jards Macalé. Depois, Renegado convida Maria Alcina para encerrar a noite de sábado.

O domingo (29), último dia, reserva atrações para toda a família, com o diferencial que a programação é inteiramente gratuita. A cantora Sílvia Negrão apresenta, às 10h, o musical Catibiribão, que resgata lendas e tradições da cultura brasileira, em um espetáculo para encantar crianças e adultos. A seguir, é a vez do baterista Wilson Dias e do violeiro Pereira da Viola, que convidam a cantora Patrícia Sene. A manhã segue com o som instrumental do saxofonista Cléber Alves convidando Nivaldo Ornelas, Mauro Rodrigues e Teco Cardoso. Depois, Juarez Moreira se apresenta com o premiado guitarrista Diego Figueiredo.

Na sequência, os ritmos afrobrasileiros da Suíte para os Orixás de Esdra “Neném” Ferreira e Mauro Rodrigues se encontram com o jazz de Renato Motha. A diversidade de estilos musicais de Juarez Maciel e Grupo Muda e a percussão corporal do grupo Barbatuques são as atrações seguintes. Para encerrar a maratona musical do Parque Municipal, o instrumentista Warley Henrique convida a cantora carioca, radicada em Minas, Aline Calixto.

Mestre Vieira, um dos artistas do Conexão 2011
Conexão interestadual - Os shows do Conexão Vivo são apenas uma parte do programa, que já realizou e incentivou a formação de mais de 1.500 atividades, entre espetáculos, oficinas, debates e seminários, além de projetos de gravação de CDs e DVDs, circulação de artistas e turnês, apoio a estúdios e programas de TV e rádio.

Com uma programação diversificada e descentralizada, espalhada por nove espaços em Belo Horizonte, o Conexão Vivo promove em 2011 uma verdadeira maratona musical, ao longo de todo o ano. Entre junho e novembro, por exemplo, o Museu Inimá de Paula sedia uma série regular de espetáculos.

Depois de Belo Horizonte, o Conexão segue para o interior do estado e outras capitais –especialmente Bahia e Pará, onde mantém uma atuação bastante ativa desde 2010. Neste ano, o programa abrange 150 projetos em sete estados brasileiros: além de Minas, Bahia e Pará, também Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e São Paulo. E já negocia sua expansão para pelo menos outros três (Goiás, Maranhão e Sergipe). Em Minas Gerais, são 65 projetos em 2011, selecionados por edital ou convidados pelos gestores do programa.

(com informações de Marcelo Damaso, da Assessoria de Imprensa local do Conexão Vivo)

Banda Dharma faz show no lançamento do DVD CCAA Fest

Há cinco anos na estrada, a banda Dharma Burns será uma das atrações na festa de lançamento do DVD do CCAA Fest 2010, nesta noite de quarta-feira, 25, a partir das 20h, no Studio Pub. Com influências musicais diversas e em comum, como powerpop, rock dos anos 60 e 70, britpop e indie rock, a Dharma participou do evento e quase levou a melhor.

No ano passado, o festival recebeu 106 inscrições de bandas, 75 delas passaram pelas audições no estúdio APCE e 15 chegaram à grande final, que aconteceu já em 2011, no Teatro Gasômetro, onde foi realizada a gravação do DVD que será lançado logo mais, com entrada franca, no Studio Pub.

Em primeiro lugar, a banda Cocota de Ortega (música Da Poeira) ganhou a gravação do CD no estúdio da Ná Music e mais 100 Cópias. Já a segunda colocada, The Baudelaires (música: Pam) gravará um videoclipe da música vencedora patrocinado pelo Studio Pub e o terceiro lugar coube à banda Myttus (música: Lovesick), que recebeu R$ 1.000,00 da Escola G2 Muhsica. E ainda teve prêmio de Banda Inovação, que ficou com a Navalha (música: A Calma), que vai gravar música no Estúdio APCE.

Atração da noite - A banda Dharma Burns participou das seletivas para o CCAA Fest 2007 e 2008 e nas duas vezes ficou entre as finalistas. Foi quando a banda lançou o seu primeiro single “comfort me now”, disponibilizado para downloads nos sites: www.myspace.com.br/dharmaburns, www.belrock.com.br, www.tramavirtual.com.br.

Mais adiante, a banda participou de mais uma seletiva, desta vez para o 4º Festival Se Rasgum e conquistou uma das vagas destinadas as atrações locais sendo uma das nove bandas classificadas direto para o festival sem a necessidade de passar pela seletiva, e ainda teve a honra de ser uma das convidadas para encerrar a noite da segunda seletiva no hotel Gold Mar. Fez uma ótima apresentação no segundo dia do festival, arrancando elogios do público e de outras bandas presentes. Badaró da banda Mineira Radiotape se disse impressionado com o show da banda.

Liderados pelo vocalista Marcelo Kahwage a Dharma Burns vem se destacando no cenário da musica independente arrancando elogios a cada apresentação não só do publico como também de pessoas ligadas ao cenário independente, “essa banda tem um futuro brilhante se continuar nessa caminhada”, afirma Andrey Lêdo no seu site Independentes do Brasil (www.independentesdobrasil.com), site especializado em bandas independentes.

Serviço
Lançamento do DVD CCAA Fest 2010. Nesta quarta-feira, 25, a partir das 20h, no Studio Pub – Rua Presidente Pernambuco, prox. a Gentil. Participação da Banda Dharma Burns. Entrada Franca.

24.5.11

I Mostra Amazônida de Experimento Teatral em São Paulo

Neste final de semana a cidade de São Paulo receberá um recorte da recente cena teatral realizada em Belém. Será oportunidade  de mergulhar num universo distante de um Brasil que o Brasil pouco conhece. A Mostra acontecerá de sexta-feira, 27 a domingo, 29 de maio,  na Sede Luz do Faroeste.

“Solo do Marajó”, com Cláudio Barros; “Morgue Insano and Cool”, com Nando Lima; Red Bag, com Jeferson Cecim; “A Mulher das Sete Saias”, com Mariléa Aguiar, e “Makunaína – Um exercício compartilhado de criação”, com Milton Aires são os solos que abrem a programação do teatro Cine Camaleão – a boca do lixo - projeto da Cia Pessoal do Faroeste.

Dos cinco espetáculos, apenas Makunaíma não foi visto em Belém. Nem poderia, já que ainda se encontra em processo. O que Milton Aires leva ao público paulista será uma pequena mostra, um exercício realizado para resultar em "Makunaíma - em árvore do mundo e agrande enchente" a ser apresentado, neste mês de junho, no Festival de Cenas Curtas do Galpão Cine Horto (MG),  para o qual foi  selecionado este ano.

A ocasião será muito mais amazônica do que se imagina. Na entrada do teatro, haverá uma exposição sobre o jornalista paraense Lúcio Flávio Pinto e após os espetáculos, o público poderá degustar gratuitamente iguarias da Amazônia, como a maniçoba e vatapá.

Conheça mais aqui sobre os trabalhos inseridos na programação e se estiver em São Paulo, não falte!

I MOSTRA AMAZÔNIDA DE EXPERIMENTO TEATRAL

De 27 A 29 de maio
Solo de Marajó – dia 27, 28 e 29 de maio – às 20h
Morgue Insano and Côo – dia 28 – às 18h
Rad Bag – dia 28 – às 19h
A Mulher das Sete Saias – dia 29 – às 18h
Makunaíma – dia 29 – às 19h

Local: Sede Luz do Faroeste - Alameda Cleveland, 677 - Campos Elísios – (11) 3362-8883
Ingresso: pague quanto puder – contribuição voluntária

(com informações da Cia Pessoal do Faroeste)

Acordes de Mozart e Haydn na Igreja de Santo Alexandre

OSTO (Foto: Rogério Uchôa)
A Orquestra Sinfônica do Teatro da Paz - OSTP, se apresenta nesta quarta-feira, 25 de maio, executando peças de Wolfgang Amadeus Mozart e Joseph Haydn. É a primeira apresentação da orquestra na Igreja de Santo Alexandre. A realização é da Secult e Governo do Estado, com apoio da Fundação Carlos Gomes.

O regente Miguel Campos Neto conhece bem a acústica da Igreja de Santo Alexandre: “É uma acústica típica de catedral, ou seja, amplifica o som da orquestra, que nesta apresentação interpreta as peças musicais em formato camerístico”.

A primeira parte do programa inicia com uma das suas sinfonias de Mozart mais conhecidas pelo público, a Sinfonia nº 25, composta durante a juventude do compositor, então com 17 anos. Estabelecida no momento de sinfonias clássicas, a nº 25 tem a peculiaridade de usar um tom menor (mais comum entre os românticos), chamando a atenção da platéia com uma melodia vigorosa.

O período maduro de Mozart será representado pelo Concerto para Clarinete, com a participação solo do clarinetista Márcio Carvalho. O movimento lento deste concerto é considerado um dos mais bonitos da história da música ocidental: “A melodia, inspiradíssima, comprova a dedicação do compositor para este instrumento”, assinala o regente.

O grand finale acontece com a execução da Sinfonia nº 88, de Joseph Haydn, considerado o patriarca da escola vienense. Comparada às demais, a de nº 88 pode parecer, segundo o regente da OSTP, menos especial por não ter sido celebrizada com um apelido, como a “Sinfonia do Adeus” ou a “Sinfonia da Surpresa”, por exemplo. O regente menciona, como testemunho da grandeza da obra, a estima que tinha por ela o compositor Johannes Brahms, que declarou querer que sua planejada nona sinfonia soasse como o segundo movimento desta peça de Haydn. Nesta sinfonia, o primeiro movimento começa com uma breve introdução, que rapidamente se instala com o acorde dominante. “Executar a Sinfonia n° 88 é adentrar no mundo de traquinagens, de travessuras marotas da massa sonora de Haydn”, observa Campos Neto.

OSTP - A Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz foi criada em 1996, numa iniciativa da Secretaria Executiva de Cultura (Secult), em parceria com a Fundação Carlos Gomes. Como solistas atuaram Arnaldo Cohen, Arthur Moreira Lima, Miguel Proença, Paulo José Campos de Melo, Adriane Queiróz, Carmen Monarcha e Marília Caputo. Em 1999, a OSTP gravou o CD “Arthur Moreira Lima interpreta Waldemar Henrique”, destacando três compositores locais: Serguei Firsanov, Tynnôko Costa e Luiz Pardal.

Integrada à vida cultural de Belém, a OSTP realiza concertos mensais, participa do Festival Internacional de Música da Fundação Carlos Gomes e do Festival Internacional de Ópera do Theatro da Paz, tendo executado obras como Macbeth e Rigoletto, de Verdi; a opereta A Viúva Alegre, de Franz Lehar; A Flauta Mágica, de Mozart; Carmen, de Bizet; O Barbeiro de Sevilha e La Cenerentola de Rossini; Madame Butterfly, de Puccini e, em primeira audição, depois de suas estréias há mais de cem anos, as óperas Bug Jargal e Yara, do paraense Gama Malcher.

Em 2005, iniciou o processo de descentralização de suas atividades, por meio do projeto “Pará Sinfônico - A Orquestra nos Municípios”, tendo se apresentado em Castanhal e Santarém. Em 2008 gravou o seu primeiro DVD, registro de seu amadurecimento profissional.

Os maestros Andi Pereira (RS), Barry Ford (EUA), Mateus Araújo (SP) e Enaldo Oliveira (PA) já foram titulares da orquestra que, atualmente, é conduzida pelo maestro paraense Miguel Campos Neto, o qual colaborou com o compositor Roger Waters (ex-membro da banda Pink Floyd) em sua Opera Ca Ira, e regeu performances encenadas no Festival Amazonas de Ópera.

Atualmente, Campos Neto é regente titular da OSTP, da Orquestra Jovem Vale Música, diretor artístico e regente principal da Chelsea Symphony, em Nova York e ocupa a cadeira de regência da Universidade Federal do Pará, em Belém.

Serviço
Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, na Igreja de Santo Alexandre, nesta quarta-feira, 25, a partir das 20h. Entrada franca.

Luê recebe Gaby Amarantos e Renato Rosas no show “Tu Já rainha”

Luê Soares (Foto: Reinaldo Silva Jr.)
Depois de se apresentar no Centro Cultural Sesc Boulevard, em abril,  Luê Soares traz seu primeiro trabalho profissional para o palco do Teatro Margarida Schivasappa do Centur. A cantora avisa, porém, que não será o mesmo espetáculo. Entre as novidades prometidas para esta noite, estão as participações do violonista Renato Rosas e da cantora Gaby Amarantos, além da presença do pai de Luê, Júnior Soares  (violão e voz) que já a acompanha desde a temporada anterior, ao lado da banda formada pelos músicos Rafael Barros (percussão), Renato Torres (guitarra) e Rubens Stanislaw (contrabaixo).

E fazendo com certeza, toda diferença, de quebra, Luê também toca um instrumento, a rabeca, um tipo de ancestral do violino, que ela aprendeu a tocar em Bragança com os mestres da Marujada. No repertório, dividindo com a plateia as referências sonoras que construiu ao longo de seus 22 anos, canta composições de artistas como Ronaldo Silva, Renato Torres, Felipe Cordeiro e Nilson Chaves.

“Tanto as pessoas que já assistiram, quanto as que ainda assistirão, podem contar com as músicas que já fizemos no Sesc, mas podem esperar também por novidades, tanto no repertório, quanto nas participações, e quanto ao aspecto do show, o que envolve cenário, iluminação, etc.”, adianta Luê.

Como na temporada de abril, que teve como convidado especial o cantor Arthur Espíndola, desta vez, o show agora conta com duas participações. “Resolvi convidar a Gaby porque é uma artista que admiro muito, pela força que possui, e pela verdade que transmite tanto dentro quando fora dos palcos. Sem contar que Gaby é uma querida”, afirma Luê.

As duas vão cantar uma canção do novo disco de Gaby Amarantos, mas a versão será um pouco diferente da que se escuta no trabalho. “Eu divido o palco com quem acredito, e acho que Belém precisava dessa surpresa. Luê é uma menina humilde e sem deslumbramento. Quando a vi cantando, deu vontade de subir e cantar junto com ela. Aí, eu disse meio que brincando: ‘bonita, deu vontade de cantar uma contigo. E ela já foi me convidando pra participar desse show, fiquei mega honrada com o convite”, diz Gaby.

Já a participação do músico Renato Rosas traz de volta a parceria do início da recente carreira. “Renato não poderia deixar de participar desse show. Ele topou fazer uma temporada de show em bares comigo, foi a pessoa que ‘aguentou’ todo o meu processo de amadurecimento, já que eu não possuía experiência alguma! É um amigo querido de trabalho e de vida”, avalia a cantora.

Luê chamou mesmo atenção e não só a da musa do Tecnomelody. A instrumentista, que estudou violino clássico no Conservatório Carlos Gomes, foi convidada para fazer parte do Terruá Pará deste ano, em São Paulo. O evento, cuja primeira edição foi realizada em 2006 no palco do Ibirapuera (SP) serve de vitrine para a sonoridade produzida na Amazônia.

Serviço
Nesta quinta-feira, 26, show “Tu Já Rainha”, com Luê e banda. No Teatro Margarida Schivasappa do Centur - Avenida Gentil Bittencourt, 650 -, às 20h. Ingressos antecipados: R$ 20,00 (Loja Ná Figueiredo - Av. Gentil Bittencourt, n. 77 - e Loja Sala da Fruta – R. dos Pariquis, 1707 - Galeria Pariquis, loja 1 , bairro Batista Campos). Apoio: Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves, Blog da Joana Vieira, Sala da Fruta e Rede Cultura de Comunicação. Informações: 91 9942-1235.

23.5.11

Espetáculo homenageia os 35 anos do show dos "Os Doces Bárbaros”

O musical faz parte da programação de circulação da IV Mostra SESC Amazônia das Artes, que traz nesta segunda-feira, 23, para Belém o grupo 4 Cantus, de Cuiabá, Mato Grosso. Além da capital paraense, a cidade de Santarém também vai receber a programação.

Assim como os grupos do Pará, o In Bust Teatro com Bonecos e a Cia. Experimental de Dança Waldete Brito estão circulando pelas capitais dos 09 estados que integram a Amazônia Legal, também estão chegando aqui trabalhos de outras companhias, como o do 4 Cantus.

Também na programação, nesta terça-feira, 24, a área livre do SESC Doca recebe o espetáculo “Comédia del’Acre”, da Companhia Visse e Versa de Ação Cênica do Acre - a partir das 18h. Em Santarém, na quarta-feria, 25, a população do município receberá o espetáculo musical “Euterpe – Batida Brasileira”, de Rondônia a partir das 20h. O objetivo da mostra é divulgar e estimular a produção do segmento artístico-cultural. Nascido em Cuiabá (MT), o grupo, hoje, está radicado no Rio de Janeiro, e é formado por um quarteto vocal misto.

Bárbaros - Em 1976, em plena ditadura militar presidida pelo general Ernesto Geisel, os cantores e conterrâneos Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia e Gal Costa decidiram comemorar uma década de carreira na forma de um super grupo, que se chamou Os Doces Bárbaros.

Vestidos no melhor estilo hippie, no qual os figurinos expressavam as cores dos orixás de cada um, eles se autotitularam "Os Doces Bárbaros", gravaram um álbum duplo homônimo e caíram na estrada.  A peça desta segunda traz toda esta história, que se tornou um marco na carreira destes artistas e referência na Música Popular Brasileira. A apresentação mostra o repertório com uma roupagem atualizada e novos arranjos, figurinos e linguagem cênica que traz de volta o universo tropicalista e irreverente que reflete o pensamento, atitudes e comportamento de uma geração.

Circulando - O espetáculo "Comédia del’Acre" narra a história do teatro mundial através de fragmentos de textos de renomados autores que marcaram esta trajetória, como Sófocles, Aristófanes, Shakespeare, Nelson Rodrigues e João Cabral de Melo Neto. Nesta releitura a estética é voltada para a cultura popular, levantando questões acerca de valores éticos e morais, de forma leve e atrativa, regada a muita música e dança.

Euterpe - O espetáculo musical “Euterpe - Batida Brasileira”, do estado de Rondônia será apresentado na Orla Fluvial do município. O espetáculo traz a MPB produzida atualmente no extremo norte do Brasil.

Em seu repertório, composições próprias e compositores da região. Os temas são dinâmicos e multiculturais, privilegiando ritmos como, o xote bragantino, o carimbó, a guitarrada, o samba de cacete, os batuques afro-amazônicos, as influências indígenas e ritmos Caribenhos como a salsa e a cúmbia.

Além de cantar, Euterpe toca violão e é acompanhada pela banda formada pelos músicos Franklin Lima na bateria, Hendds Williams na guitarra e Léo Rodrigues no contrabaixo. A direção artística do espetáculo é de responsabilidade do poeta, cantor e compositor roraimense Eliakin Rufino.

Serviço
Mostra SESC Amazônia das Artes apresenta o musical “Os Doces Bárbaros”, com o grupo 4 Cantus. Hoje, 23 de maio, às 19h, no Centro Cultural SESC Boulevard, na Boulevard Castilho França, n°522/523.Na terça-feira, 24,  tem “Comédia del’Acre”, a partir das 18h, na Área Livre do SESC Doca (Rua Manoel Barata, Nº 1873). Na quarta-feira, 25, a partir das 20h, apresentação da Euterpe com o show "Euterpe - Batida Brasileira”, na orla fluvial de Santarém. Informações: (91) 4005-9584/9587. Entrada franca.