31.8.11

Xumucuís realiza palestra e inaugura a vídeo instalação Authority

Foto de Valério Silveira, na abertura no dia 18/08
A programação acontece nesta quinta-feira, 01 de setembro, no 1º Salão Xumucuís de Arte Digital, aberto no Museu Casa das Onze Janelas.

"Processos culturais na arte contemporânea", com John Fletcher Custon vai abordar os vários aspectos culturais que tem se destacado e ganhado um foco premente para a pesquisa em torno da arte: o multicultural versus o multiculturalismo, o global versus o local, a comunicação e, no nosso caso mais específico, as organizações híbridas das sociedades na América Latina. 

Em um contexto onde é importante observar como os processos globalizadores criaram e criam mercados mundiais de bens materiais e ideológicos, mensagens e migrantes, Fletcher, Mestre em Artes pela Universidade Federal do Pará, professor de Estética e Filosofia da Arte (Parfor/ UFPA), pretende traçar um panorama sobre determinados aspectos levantados e relevantes para o foco dos estudos culturais, com o intuito de servir de corpus epistemológico para compreender rotas pelas quais a produção artística hoje trafega. 

Obra de Fletcher, exposta no salão
John Fletcher é Mestre em Artes pela Universidade Federal do Pará, professor de Estética e Filosofia da Arte (Parfor/ UFPA), participante do Grupo de Pesquisa em Crítica e Historiografia da Arte na Amazônia (CHAA). Faz pesquisa em torno de Dialogismo Bakhtiniano, Arte Contemporânea e Processos Culturais. 

O Salão ficará aberto à visitação até o dia 18 de setembro e ainda vai oferecer outras ações a serem divulgadas no decorrer da exposição. Além dos cinco premiados - Flamínio Jallageas (SP), com a obra Platôs (2009), o Grupo Hyenas (RJ), com a video instalação “A Borboleta e o Tigre” (versão HD - 2004 – 2011) e Míriam Duarte (MG/SP),  com “Refletir” (2011), Ricardo O’Nascimento (RJ), com “Authority” (2008 ) e Victor De La Rocque (PA), com“Not Found” (2011) - o salão reúne ainda mais algumas dezenas de obras digitais e obras de artistas convidados como Lúcia Gomes, Armando Queiroz, Keyla Sobral, Melissa Barbery e Roberta Carvalho. 

O 1º Salão Xumucuís de Arte Digital, que ganhou o patrocínio da Oi Futuro, por meio da Lei Semear, do Governo do Estado. Para mais informações e ver a lista completa dos artistas selecionados, acesse: http://xumucuis.wordpress.com/

Ricardo, dirigindo o vídeo Authority
“Authority” - A partir desta quinta-feira já estará disponível à visitação do público também, a obra Authority, que por motivos técnicos não pôde estar na abertura do evento. De autoria de Ricardo O’Nascimento, esta foi uma das obras premiadas do salão. 

Ricardo trabalha como artista e pesquisador independente no campo de nova midias e artes interativas e investiga as relações entre corpo e ambiente com foco no desenvolvimento de dispositivos vestíveis e roupas inteligentes. 

Nesta obra, ele explica que teve um insight depois de uma experiência pessoal. “Eu estava na Europa esperando meus documentos para morar legalmente na Itália. Por causa desse processo tive que ir várias vezes no departamento de imigração. Lá pude perceber como a teoria de poder de Foucault realmente se aplica em nossa sociedade. Vários guardas tratando muito mal as pessoas (imigrantes) e berrando em italiano como se as pessoas fossem surdas quando na verdade elas somente não entendem direito o idioma italiano. Como todo mundo ficava calado diante desse comportamento da maioria dos guardas ali presentes eles se sentiam cada vez mais poderosos. Dessa experiência nasceu a instalação que pode ser visitada na exposição”, explica o artista.

Authority (Autoridade) é uma instalação de vídeo interactiva onde o som é o ferramenta para o arranjo de poder. O público se posta diante da imagem projetada de um policial e ele começa a gritar. Dependendo de sua reação, esta situação pode mudar. Este trabalho foi baseado em pensamentos de Foucault sobre o poder. Michel Foucault descentraliza o poder e argumenta que não operam através de classe, mas através de mecanismos e estratégias. 

O poder, a partir de Michel Foucault
O artista argumenta que o poder deve ser entendido em termos de suas operações, técnicas e ferramentas e não em termos de simplesmente o que é. Em Autoridade a relação de poder é equalizada pelos decibéis vocais de cada pssoa que interagir com a imagem do soldado.

Ricardo começou a trabalhar com arte em 2004, em São Paulo e alguns anos depois foi para a Áustria, onde conclui seu Mestrado em Artes Interativas pela Faculdade de Arte e Design de Linz.

Para ele o salão Xumucuís vem agregar importância à arte digital, fora do eixo Rio-SP-Bh. “A arte digital certamente ainda é pouco divulgada e sofre bastante preconceitos inclusive dentro do meio artístico. A existências de salões e espaços onde esse tipo de manifestação artística pode ser apresentada ao público é fundamental para a divulgação e popularização da arte eletrônica”, finaliza.

Serviço
Palestra "Processos culturais na arte contemporânea", com John Fletcher Custon. Nesta quinta-feira, 01 de setembro, às 19h. I Salão Xumucuís de Arte Digital. Aberto a visitação até 18 de setembro, no Museu Casa das Onze Janelas – Complexo Feliz Lusitânia – Cidade Velha - de terça a domingo. Entrada franca. Mais informações: 91 8239.2476.

30.8.11

Daniel Leite é "Peso Vero" da literatura paraense


Já escrito e cantado em prosa e verso, o Ver-o-Peso continua sendo uma fonte inesgotável para os artistas e amantes de todas as artes. Nem mesmo este blog resistiu a uma de suas imagens mais emblemáticas. Estamos todos impregnados dessa cultura da feira. Belém é cheinha delas. Mas quem frequenta a maior da América Latina (à céu aberto, é bom que se repita) sente, mais do que em todas as outras, seus cheiros, seus sons, enxerga suas cores e o horizonte emplacado pela baia do Guajará.

É assim que o Veropa (ou Verupa), como muitos costumam chamá-lo, encantou mais dois olhares sensíveis, do poeta Paulo Vieira e do escritor Daniel da Rocha Leite, que vão lançar juntos uma obra que são duas ou vice-versa, o “Peso Vero”.

Ilustrado pelo poeta Maciste Costa (autor de Pedrinho e o peixe azul – Prêmio IAP 2007) e com designer de D’Arcy Albuquerque, “Peso Vero” será lançado no dia 05 de setembro, no Hangar, às 19h, dentro da programação da XV Feira Pan Amazônica do Livro, no estande do Banco da Amazônia, que patrocina o projeto através de seu edital de seleção pública.

Mas já há outro, previsto para o mês de outubro quando o livro será lançado no exato local de memória que o inspirou, ocupando o setor das barraquinhas das Erveiras. “Será um lançamento para doação do livro aos feirantes, no dia 1º de outubro. Livros farão parte, como gratidão de histórias que ouvimos. Livros serão um pouco de perfume, em garrafas de 5 ml de Chama Amores, Chega-te a mim e outras mandingas e remédios”, diz Daniel.

Nascido carioca, o autor veio com dois meses para Belém, onde cresceu sob a atmosfera ribeirinha da cidade e fazendo passeios pelo Ver-o-Peso. Em sua memória há lembranças de sua infância entrando pela primeira vez no Mercado de Carne, quando viu seus “talhos vermelhos, pregões de vendas de agulhas, alcatras, costelas, cabeças de porco, chãs e outras palavras”.

Ilustração para o poema Sun (days)
Premiado pelo Sesc de Poesia Carlos Drummond de Andrade – DF, Edição 2007, com a poesia "Travessia para um abraço”, ele possui outros livros publicados.

“Águas Imaginárias” - Contos (Prêmio IAP/2004); “Casa de Farinha e outros mundos” - Infanto-Juvenil (Secult-Pa/2007); “Invisibilidades” – Contos (Prêmio IAP/2007); “Girândolas” – Romance (Prêmio Mac-Dowell – Academia Paraense de Letras/2008). No ano passado ele lançou “Procura-se um Inventor” (Prêmio Rafael Costa – Academia Paraense de Letras), também um livro infanto-juvenil.

“Peso Vero” é um livro de Contos, Poemas e Haicais ou, preferindo Paulo Vieira, de “Feira-Cais”, como este de Daniel, chamado “No céu da página”, em que diz: “redemoinho azul de nuvens e vertigens/ cirandas de urubus escrevem um tempo/ fome”.

No prefácio do livro, Lilia Silvestre Chaves, poeta e professora de Literatura Francesa, autora de ensaios sobre teoria literária e do livro de poemas “E todas as orquestras acenderam a lua”, afirma com propriedade que ao se ler os textos de Daniel da Rocha Leite “temos a impressão de que o tema que a narração inicia projeta-se na direção do poético: seu texto é elástico, com parágrafos impregnados de um lirismo quase sacro, e versos cotidianos em que a prosa se dissolve. Essa alternância prosa-verso já se mostra desde o primeiro conto”.

Daniel é de uma escrita em que poesia e prosa transitam naturalmente, garantindo a nós a delícia da leitura, assim como ele se mostra na entrevista do Holofote Virtual que vem a seguir e à qual ele diz que nos coloca suas impressões, não respostas.

Daniel Leite
Holofote Virtual: Na apresentação do livro, a Lilia (Chaves) fala que se de um lado o Paulo é "influenciado pelo ambiente", você pesquisa o invisível. Como traduzir/interpretar o invisível?

Daniel da Rocha Leite: "Pesquisar o invisível" talvez venha de uma vontade de escrever sobre um lugar - não pela perspectiva apenas de um símbolo cultural e histórico, mas, sim, pela vida das Pessoas que o fazem, os seus dramas diários, as suas esperanças, os seus diários de muitas lutas, Peso Vero de um lugar de lida de sol a sol, sonhos, trabalho, felicidades, redenção e perdas.

Holofote Virtual: Fala da tua relação com o Ver-o-Peso, presente na tua memória...

Daniel da Rocha Leite: Minha relação com o Ver-o-Peso vem com a minha infância. Menino inquieto sempre, muito inquieto, minha mãe começou a me levar, todos os sábados, para as compras no Mercado de Carne, Feira do Boulevard e Mercado de Peixe. E nós íamos, eu e ela, dia nascendo pela Padre Eutíquio até a Sete de Setembro. Silêncios das seis da manhã, histórias da minha mãe, vida de prédios do comércio, vida portuguesa.

Naqueles caminhos soube de um meu avô português que trabalhava no Ver-o-Peso. Ele, um homem da farinha, em uma casa chamada Casa Caranguejo, na ocidental do mercado. E nós íamos ali, andando, mãe e filho, pelas ruas da manhã de um sábado, João Alfredo e outros mundos para sempre inesquecíveis.

Entrávamos no Mercado de Carne. Aqueles talhos vermelhos, pregões de vendas de agulhas, alcatras, costelas, cabeças de porco, chãs e outras palavras. Nos talhos "ésses" de carne suspensos pendurando pedaços de quartos de boi e o céu coberto com umas grades de ferro para que os urubus não invadissem a área da venda. Defumações, cheiro de creolina pelo chão, cheiro de carne verde das manhãs de sábado de um menino e a sua mãe.

Tudo era fascínio para os olhos daquele menino que fui e sou. Antes de sairmos para o Boulevard e atravessarmos a rua para o Mercado de Peixe, havia, na saída do Mercado de Carne, um lugar imenso onde ervas eram vendidas, pimenta do reino, remédios, garrafadas e outros segredos.

Lá, neste final do Mercado de Carne, havia a imagem de um Preto Velho imenso, um Preto Velho que era muito meu amigo. Gostava de ficar por ali, olhando para ele, ouvindo os seus silêncios, a sua calma de mucuracaás, folhas de canela e outros mistérios.

Ficava, ali, sentindo aquelas outras vozes que vinham lá, da rua, ouvindo um mundo que iria se marcar para sempre em minha vida. Este mundo tão esfíngico que é o nosso Verupa, um nosso lugar de vida, mercado marcado pela sua humanidade e as suas lutas, o nosso Ver-o-Peso.

Holofote Virtual: Como aconteceu o encontro com o Paulo Vieira?

Daniel da Rocha Leite: O meu mundo com o Paulo Vieira vem da poesia. Conhecemo-nos por ocasião dos Prêmios IAP e outras aventuras. Paulo é, para mim, um dos maiores poetas brasileiros. E um irmão eterno. Há em nossa fraternidade este mundo simples dos irmãos, mundo de muitos sonhos, trabalho e muita esperança. O sonho sempre de que um dia - quem sabe - conseguiremos viver do trabalho das nossas palavras.

Holofote Virtual: És autor de romance, contos, histórias infanto-juvenis. Como é tua produção e o que estás pesquisando agora?

Daniel da Rocha Leite: Escrevo com alguma disciplina. Tiro férias do meu trabalho "normal" para pesquisar sobre o que eu estou debruçado. 

Há dois anos, venho pesquisando sobre Serra Pelada. Interesso-me sobre as pessoas pelas quais toda história é escrita. “Entre a Montanha e o Lago" é o nome do romance que, nestes dois últimos anos, vem acendendo a luz do meu olhar, a ponta dos meus dedos e os labirintos do meu peito.

Há insônias, fraquezas, intimidações do mundo e a necessária consciência de que nem tudo que se escreve é bom. Rasgo, escrevo de novo. Rasgo mais uma vez, pesquiso, sondo as palavras, sigo na faina. Persevero, escrevo. Esperança e Trabalho são verbos.

Em alguns momentos da vida é preciso ler mais do que escrever. Em outras, escrever mais do que ler. Trabalho assim, pés em cima desse arame quase insondável, indo e vindo, buscando algum equilíbrio para me sentir vivo na luta. 

Holofote Virtual: Tuas leituras...

Daniel da Rocha Leite: Dalcídio, Maria Lúcia Medeiros, Max (Martins), Lygia Bojunga, Drummond, Bandeira, Pessoa, Eça, Gabriel G. Marquez são leituras eternas.

Holofote Virtual: Tens livros dedicados ao público infanto juvenil. Como você entende a importância da literatura na vida das pessoas desde bem cedo?

Daniel da Rocha Leite: Sim. Escrevo livros infanto-juvenis, contos, romances e outras coisas. Escrever é uma ausência essencial de si mesmo. É quase um ar rarefeito. É o meu pedaço de humanidade no mundo. Meus olhos, minhas palavras e meus silêncios.

Escrever para criança é sonhar junto com ela um primeiro sonho. Fascinação, alumbramento, encantos. Literatura de criança é sonho, não é cartilha. Mais tarde este sonho, se bem sonhado, ajuda a afirmar outros sonhos.

29.8.11

Se Rasgum anuncia bandas das Seletivas em Belém

Otto, na Seletiva do dia 17/09
O júri especializado terá dificuldades em escolher as bandas que preencherão as quatro vagas oferecidas para o Se Rasgum deste ano. As seletivas de Belém acontecerão nos dias 10 e 17 de setembro, com participação da banda Cachorro Grande e Otto, respectivamente, no African Bar.

Foram 100 que se inscreveram e 16 que passaram pelo crivo do jornalista e músico Claudio Darwich; do presidente da Associação Brasileira de Festivais Independentes (Abrafin), Talles Lopes; e do diretor do Festival Do Sol (RN), Anderson Foca. 

Durante uma semana, eles mergulharam no trabalho dos inscritos e avaliaram bandas de estilos como o rock, hip hop, carimbó, dub/reggae, pop, samba-rock e a guitarrada. Ficarma no páreo as bandas BR69, Carimbó Cobra Coral, Crisantempo, Juca Culatra; Cristal Reggae, Madalena Roots, Maquine, Projeto Charmoso, Ruwa, Sambiose, Som de Pau Oco, Strobo, The Baudelaires, The Lay, Tranze, V.N. (Vida Noturna) e Vinil Laranja. 

Sambiose
Como vai ser - Cada uma das 16 concorrentes terá 15 minutos para se apresentar, estando sujeita a perda de pontos caso exceda o tempo determinado. A ordem de apresentação das bandas será definida por sorteio. A partir deste ano, a votação do público acontece somente nas noites de apresentações e não mais através da internet.

Além de conquistar os jurados, as bandas terão que batalhar pelos votos do público presente no African Bar, demonstrando não apenas qualidade técnica e musical, mas também uma postura de palco, personalidade e carisma dignos de um grande festival. A participação dos fãs nas Seletivas torna-se ainda mais importante, já que em caso de empate o Voto de Minerva será o do público presente.

Além das vagas para o Festival, a primeira colocada nas Seletivas leva também um pacote de prêmios que inclui a gravação de quatro músicas no estúdio Ná Figueredo; a confecção de marca e arte do álbum pela Libra Design; produção de um ensaio fotográfico; quatro horas de ensaio no Fábrika Estúdio; e a confecção de um release de imprensa profissional.Dividas em duas noites que terão participação, no dia 10 de setembro, da banda gaúcha Cachorro Grande e no dia 17 do pernambucano Otto, as bandas paraenses também vão disputar votos do públicopara faturar as vagas do o VI Festival Se Rasgum.

Juca Culatra
Critérios - As escolhas do júri foram baseadas na originalidade e sonoridades apresentadas pelas bandas, todas autorais, garantindo um grande festival e confirmando o bom momento da música paraense.

Nas seletivas também será feito o lançamento oficial do VI Festival Se Rasgum, que divulgará as atrações nacionais e internacionais deste ano. Marcado para os dias 18, 19 e 20 de novembro, em Belém, o festival conta com patrocínio da Conexão Vivo, através da Lei Semear, e da Petrobrás, através da Lei Rouanet.

Essa é a terceira edição das Seletivas, que desde 2009 dão espaço para novas bandas paraenses se apresentarem em um palco com estrutura profissional e ampla cobertura da imprensa local.

Além de servir como plataforma de acesso ao line-up do Festival Se Rasgum, as Seletivas propõem um espaço de divulgação do trabalho de novos artistas para o público paraense e profissionais do mercado da música, com a participação de grandes nomes dos cenários local e nacional. 46 shows já passaram pelos palcos das Seletivas, além de apresentações memoráveis das convidadas Pata de Elefante (RS), Móveis Coloniais de Acaju (DF) e Mombojó (PE).

A participação maciça de bandas de várias cidades do Pará levou este ano à interiorização da iniciativa, com a realização das primeiras Seletivas em Marabá, no sudeste do estado, dentro da programação do III Rock Rio Tocantins. Dez bandas disputaram duas vagas para o Festival, sagrando-se vencedoras Anticorpus e Pirucaba Jazz.


Serviço
Maquine
Seletivas Se Rasgum 2011, com Cachorro Grande (RS), Otto (PE) e mais 16 bandas paraenses. Dias 10 e 17 de setembro, às 21h, no African Bar.

Ingressos a R$ 40 (passaporte para os dois dias) e R$ 25 por dia (promocional meia-entrada), em dinheiro ou cartão de crédito. Pontos de venda: Ná Figueredo e Quiosque do Shopping Boulevard. Informações: www.serasgum.com.br

Eliane Brum fala de Belo Monte e aposta no velho e bom jornalismo

Segue a reprodução da excelente entrevista com Eliane Brum - por Ismael Machado ("Sujando os Sapatos", Coluna Parabólica - Caderno Por Aí) - publicada  em Caderno Especial deste domingo, 28/08, no Diário do Pará.

Sempre repórter. É assim que a jornalista Eliane Brum se define. O resultado dessa dedicação foram os mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de jornalismo. Só que, além disso, há outras vozes que ela busca preencher. A mais recente é o romance Uma Duas. Um capítulo a mais nesse ofício de retratar o humano, onde quer que ele esteja, mas principalmente, se ele estiver ali ao lado. E com a experiência de quem já andou muito pela Amazônia, ela dá um recado: “Se “A Amazônia é nossa” temos de nos responsabilizar por ela com ações”.

Ismael Machado: Há um romance teu agora (Uma Duas). Há o enveredar pelo audiovisual. São expansões do que pretendes dizer? O jornalismo tradicional já não te cabe?

Eliane Brum: A reportagem sempre me cabe. Ser repórter nunca foi uma profissão para mim, mas um jeito de estar no mundo. Mas não o meu único jeito de estar no mundo. Acho que se desinventar e se reinventar é a grande tarefa permanente da vida – ao mesmo tempo dolorosa e divertida. É também uma ótima maneira de não sucumbir ao risco de virar um personagem de si mesmo, ameaça da qual tento sempre escapar me desafiando a fazer algo diferente. Me considero uma contadora de histórias – e, para contar histórias, tenho várias vozes e estou sempre necessitando de mais alguma. 

Uma História Severina, dirigido junto com Débora Diniz
Fazer documentários – estou no meu terceiro – é um jeito de contar histórias com imagens. Escrever uma coluna na internet, como tenho no epoca.com.br às segundas-feiras, é outro jeito. Fazer crônicas, como também faço toda terça-feira no vidabreve.com, idem. E, por último, descobri que existem realidades que só a ficção suporta. Para dar conta desta percepção, que se transformou em uma necessidade profunda e depois em uma insônia, eu precisava criar uma voz na ficção – ou dar voz àqueles que falam nos abismos de mim. Então escrevi meu primeiro romance (“Uma Duas” – Leya).

Ismael Machado: O jornalismo literário, as grandes reportagens, o conteúdo mais completo, mais analítico, serão a salvação do jornal impresso, num momento em que se apregoa o fim dele?

Eliane Brum: Desde que me conheço por gente estou sempre ouvindo sobre o fim disso ou daquilo – e agora até o mundo dizem que vai acabar no ano que vem. Esses anúncios apocalípticos me dão um pouco de sono. Não me interessa muito o meio onde se fazem as coisas. 

O que importa é fazer aquilo que é preciso ser feito: neste caso, contar histórias com responsabilidade e competência. O que importa é que a reportagem não acabou – e não acabará. O bom jornalismo não acabou – e não acabará. Apenas está tendo que lidar com novos desafios – e com um número muito maior de possibilidades. 

"O que importa é que a reportagem não acabou – e não acabará"
Acredito que a grande reportagem e os textos analíticos se tornam cada vez uma necessidade maior num momento em que a notícia é instantânea na internet. Do contrário, por que o leitor vai comprar o jornal ou a revista? Mas acho que a internet também está se tornando um espaço incrível para a grande reportagem. 

Na minha coluna online eu tenho resgatado as entrevistas longas, que há muitos anos não têm mais espaço no jornalismo impresso. Recentemente publiquei uma entrevista, por exemplo, intitulada “Minhas raízes são aéreas”, com Debora Noal, uma psicóloga dos Médicos Sem Fronteiras, que tinha 63 mil caracteres. Ou seja, se fosse publicada na revista impressa, precisaria de quase 30 páginas. E a entrevista foi o texto mais lido do site por semanas. Foi lida por dezenas de milhares de leitores – não só no Brasil, mas em diversos países do mundo. E continua sendo lida. 

Então, acho que as novas ferramentas tecnológicas estão exigindo profundidade, análise e maior qualidade no jornalismo em geral – não só no meio impresso, mas em todos os meios – na medida em que a quantidade de informações é muito grande e é preciso dar um excelente motivo para o leitor ler o que você escreve e não o que outra pessoa escreve. 

Neste mundo com tanta informação é cada vez mais importante trazer o jornalismo para o seu lugar, que é a zona cinzenta, o espaço do contraditório, o território das nuances, onde o leitor pode alcançar a complexidade de uma realidade em que o repórter esteve – e ele não. E então fazer suas próprias escolhas.

Livros publicados.
Ismael Machado: O que a estrada mais te ensinou em todos esses anos de jornalismo?

Eliane Brum: A escuta. Acho que, em geral, em todas as esferas da vida, as pessoas falam mais do que escutam. O que é uma pena, porque aí ninguém se ouve e nada muda. A reportagem me ensinou a ser uma escutadeira, a escutar a realidade não só com a audição, mas com todos os meus sentidos. Aprendi a escutar as pessoas, o país e, todas as mudanças profundas da minha vida pessoal aconteceram a partir desta escuta. Aprendi tanto com os livros do cânone quanto com os brasileiros anônimos, muitos deles analfabetos, que fazem literatura pela boca neste país e em outras partes do mundo.

Minha mais recente mudança pessoal, que foi deixar um emprego, passar a ganhar quatro ou cinco vezes menos e me reapropriar do meu tempo começou com a frase de uma mulher chamada Ailce de Oliveira Souza. Em 2008, eu a acompanhei nos últimos 115 dias da vida dela para fazer uma reportagem sobre a morte – que, claro, acabou se revelando uma reportagem sobre a vida. Ela tinha acabado de se aposentar quando descobriu que tinha um câncer incurável. Disse, então, olhando para a vida que terminava: “Quando eu tive tempo, descobri que meu tempo tinha acabado”. Escutei essa frase profunda com todos os meus sentidos. E, a partir dela, me reinventei mais uma vez.

obra mais recente.
Ismael machado: Longe das capitais, como enxergas a possibilidade do jornalismo em cidades menores?

Eliane Brum: Acho que não existe mais longe desde a internet. O jornalismo em cidades menores agora pode ser amplificado pelo mundo inteiro, desde que tenha qualidade e saiba se conectar às redes sociais. E se pode fazer jornalismo de excelente qualidade nas cidades menores. Basta existir uma pessoa que já temos uma boa história para contar. Só é preciso saber ver e saber escutar. Cada vez mais, é preciso ter qualidade. 

O leitor agora também se conecta ao mundo inteiro e muitas vezes também se torna autor. Então, não basta poder falar/escrever para o mundo inteiro – é preciso ter o que dizer. Só é escutado quem tem o que dizer. Neste mundo aberto a todos (ainda bem!), cada vez será mais importante a construção de conhecimento e a experiência – já que só assim temos o que contar. Se tudo der certo, o jornalismo feito por telefone vai morrer – e a experiência de sujar os sapatos, tocar nas pessoas, apreender a complexidade do real é o que será valorizado. Só fazendo o velho e bom jornalismo teremos algo para contar que faça diferença neste mundo conectado virtualmente.

Ismael Machado: E a Amazônia? Achas que ela é vista de forma enviesada pelo centro/sul?

Eliane Brum: Acho que não apenas pelo centro-sul. Imagino que aí mesmo em Belém muita gente não conheça a Amazônia. 

De uma forma geral, o que percebo é que há uma histeria entre os brasileiros traduzida pela frase “A Amazônia é nossa!”. Ótimo! Se é minha, sua, de todos nós que vivemos no Brasil, então, quem sabe a gente cuida dela? Não são “os gringos” que estão acabando com a Amazônia, mas os sucessivos governos e nós mesmos, seja por ações diretas, seja por omissão. 

Fico estarrecida com a omissão da maioria da população brasileira – e também de parte da imprensa, local e nacional – diante de duas aberrações que se desenrolam agora, bem no nosso nariz: a hidrelétrica de Belo Monte, uma das histórias mais mal contadas da história recente deste país, e o novo Código Florestal. 

Belo Monte: atropelando a lei e passando por cima da floresta
Se “A Amazônia é nossa” temos de nos responsabilizar por ela com ações. E cada um precisa ter vergonha na cara e fazer a sua parte como cidadão brasileiro para proteger um patrimônio natural, cultural e biológico estratégico para a vida do planeta. E a maioria de nós não está fazendo. 

E por isso obras como Belo Monte estão atropelando a lei e passando por cima da floresta e de todos nós, assim como defensores anônimos da Amazônia estão sendo assassinados em mortes anunciadas. Falar é fácil, se comprometer dá trabalho.

28.8.11

O intercâmbio cultural do Fórum Eletronika aporta em Belém esta semana

Bonde do Rolê  (PR)
Belém está prestes a fazer ponte cultural em sintonia das mais finas com Belo Horizonte (MG), ao importar o Fórum Vivo arte.mov Eletronika - Arte, Música, Tecnologia e Conectividade.

O evento será realizado simultaneamente ao Fórum Landi, na Praça do Carmo e no Hotel Goldmar, entre os dias 01 e 04 de setembro. Importantes nomes da vanguarda contemporânea irão compor a programação.

A ideia é proporcionar um intercâmbio entre o trabalho de artistas locais e outros, de fora do estado e do Brasil. A primeira edição do festival em Belém busca propiciar debates que relacionem as novas tecnologias às novas produções artísticas, em seus diversos níveis e contextos.

Parte da programação é dedicada principalmente à música, com dois dias de festa (02 e 03/09) no Hotel Gold Mar, que mesclarão no mesmo palco nomes como Banda UÓ (GO), Pio Lobato (PA), Bonde do Rolê (PR), Felipe Cordeiro (PA), Holger (SP), Gang do Eletro (PA), DJ Valeo (França) e tantos outros.

O Fórum Eletronika é uma iniciativa do projeto Vivo arte.mov. Patrocínio: VIVO- Lei Semear - Fundação Cultural Tancredo Neves - Governo do Pará. Parceiros: Fórum Landi, Croatã Ghostwriting e Coletivo Guppy. Realização: BCB Produções e Malab Produções
Co-realização: Meachuta.

Banda Uó (GO)
PROGRAMAÇÃO

01/09 (quinta-feira)
Fórum Landi (19h30) - aberto ao público

Coquetel de abertura
Lançamento: Prêmio de Mídias Locativas
Lançamento: livro "Mediações, Tecnologia e Espaço Público".
Live Praça do Carmo: Pio Lobato (21h) - aberto ao público

02/09 (sexta-feira)
Fórum Landi (19h30) - aberto ao público

Mesa: "Urbanidade e o Tecnobrega"
- Paulo Cal (urbanista - PA)
- DJ Maluquinho (PA)
- Rubens Silva (ex-vice Pres. Sind. dos Trab. do Mercado Informal - PA)
Mediador: Vladimir Cunha (jornalista - PA)
Live Praça do Carmo: Felipe Cordeiro (21h30) - aberto ao público
Gold Mar (23h) - Entrada Paga
DJ Valeo (FR)
André Paste (ES)
Alexandre Matias (SP)
Banda UÓ (GO)
Bonde do Rolê (PR)

03/09 (sábado)
Fórum Landi (19h30) - aberto ao público

Mesa: "Musica e Autoria na Cultura de Mash-up"
- André Paste (DJ - ES)
- Dudu Marote (produtor musical - SP)
- Alexandre Matias (jornalista - DF)
Mediador: Caco Ishak (jornalista - PA)
Live Praça do Carmo: Gang do Eletro (21h30) - aberto ao público
Gold Mar (23h) - Entrada Paga
Dago Donato (SP)
Holger (SP)
Drunk Disco (PR)
VCO RXO (SP)
The Twelves (RJ)

04/09 (domingo)
Fórum Landi (18h30) - aberto ao público

Mesa: "Experiências Multimídia e Mercado"
- João Wainer (Diretor TV Folha - SP)
- Coletivo Garapa (SP)
- Rodrigo Savazoni (projeto 5X Cultura Digital - SP)
Mediador: Caco Ishak (jornalista - PA)
Workshops (participação gratuita)

De 01 a 03 de setembro

- “Experiência Multimídia” com Coletivo Garapa (SP) - 30 vagas
- “Linguagem Cinematográfica” com Vladimir Cunha - 30 vagas

Exposição multimídia
Fórum Landi: 1 a 14 de setembro.
Das 10h às 20h, com entrada franca.
Instalações de Dirceu Maués (PA), Patrícia Gondim (PA), 1mpar (BH), Garapa (SP) e projeto 5X Cultura Digital (SP)

Informações e inscrições: www.forumeletronika.com.br/ contato@forumeletronika.com.br/ (91) 3223-9520. Ingressos: pacote para os dias 02 e 03: R$ 80, com meia entrada para estudantes e clientes Vivo. Ingresso avulso para cada um dos dias de festa: R$ 50, com meia entrada para estudantes e clientes Vivo. A programação na Praça do Carmo e no Fórum Landi será gratuita. Acompanhe também no twitter: @eletronikabelem.

(fonte: Fórum Eletronika)

27.8.11

Ver-o-Peso recebe "A Feira do Som" neste sábado


O Grupo Quaderna apresenta, neste sábado, 27, o resultado da primeira etapa do projeto
“Pregões – A Melodia das Ruas”, selecionado pelo edital de bolsa de Criação, Experimentação, Pesquisa e Divulgação Artística, do Instituto de Artes do Pará – IAP. A instalação artística “A Feira do Som” será mostrada ao público nas escadarias da praça de alimentação do Ver-o-Peso, a partir das 16h.

“Tapioqueiro! Olha a tapioca!”; “Peixeiro!”; “olha o amendoim-oim-oim!”. Quem nunca ouviu estes enunciados? Familiares para quem abre bem os ouvidos, eles  são o mote do projeto do grupo Quaderna, que pretende se utilizar destes pregões para construir canções que vão falar diretamente do universo de seus personagens e dos ambulantes que vendem seus produtos com a força do seu canto.

O músico Allan Carvalho comenta que “principalmente nas décadas de 50 e 60, no Brasil, era comum compositores homenagearem esses vendedores de rua em suas obras. Muitos lembram, por exemplo, de refrões como ‘Caranguejo-uçá | olha o gordo guaiamu | quem quiser comprar de mim | cada corda de dez eu dou mais um’ ou ‘Amendoim torradinho | aproveita gente, que tá bem quentinho’”.

O resultado da bolsa está previsto para dezembro deste ano, mas nesta instalação já serão mostradas algumas músicas compostas para o projeto. Também, ao longo do processo criativo, alguns parceiros do grupo serão envolvidos, a fim de chegar a um resultado múltiplo e de fato ser uma justa homenagem aos pregoeiros e aos compositores. “Na verdade, esse envolvimento com outros artistas e linguagens é literalmente uma feira!”, brinca Cincinato Jr.

O título da instalação artística faz também menção ao programa “A Feira do Som” (Rádio Cultura), do radialista Edgar Augusto, que divulga a obra dos artistas elencados no projeto.

Programação

16h - Canto dos Pregoeiros - Vendedores de ruas convidados a entoarem seus pregões e relatos (intercalando as apresentações artísticas).

17h - Show Musical - Com obras raras sobre pregões, de compositores brasileiros, e composições do projeto - Grupo Quaderna: Allan Carvalho (voz e violão base), Cincinato Jr. (voz e percussão), Ziza Padilha (violão solo), Abel Oliveira (contrabaixo), Silvio Barbosa (sax e Flauta) e Bruno Mendes (percussão). Artistas Convidados: Lívia Rodrigues, Luís Girard, Marluce Oliveira, Ronaldo Silva e Adamor do Bandolim.

18h30 - Audição de Obras Raras e Interferências Poéticas - Feira de sons com músicas e poemas que tratam da feira e dos pregoeiros - Convidado: DJ Fernando Wanzeler (componente do Black Soul Samba).

Realização: Grupo Quaderna com bolsa do Instituto de Artes do Pará/Governo do Estado do Pará. Apoio: Prefeitura Municipal de Belém, por meio de sua Secretaria Municipal de Economia; Polícia Militar; Associação dos Feirantes do Ver-o-Peso; Abdias Pinheiro e Rennan Rosa (fotos), Instituto Culta e Z Produções (filmagens). Mais informações: (91) 8120-6634 | 8255-0855.

(com informações de Alan Carvalho)

26.8.11

Comitê Arte pela Vida promove festa com performances, feira mix e música

Red Bag de volta à cena de Belém
A festa, chamada "Boa Noite Cinderela", vai acontecer das 18h à meia noite, na boate Malícia, com realização do Comitê de Jornalistas e Artistas Arte Pela Vida  que vem, desde 1996, promovendo diversas ações em prol das pessoas que vivem com HIV. Na programação, entre outras ótimas atrações, a volta da cena abusada do espetáculo Red Bag, de Jeferson Cecim.

Com participação dos DJ’s Eddie Pereira e Fernando Wanzeler, do Coletivo África Brasil, e de Leo Bitar, haverá também as performances de Jeferson Cecim, que reapresentará “Red Bag”, depois de uma temporada em São Paulo e de Nando Lima que mostrará Lie – Vj Performance.

Além deles, haverá o “Improvídeo” de Lucas Govêa (Vj performance) e apresentação da Cia de Investigação Cênica, com solo do Danilo Bracch. Marcarão presença Aníbal Pacha e Mariléa Aguiar, do Grupo de Experimentação de Teatro em Miniatura e a música ao vivo ficará por conta dos shows de Ester Sá (Desabusados Cia.) e de Sônia Nascimento, que serão acompanhadas pelo músico e compositor Renato Torres.

Vai ser um a noite e tanto. Além da programação artística haverá um brechó chique que trará roupas de várias lojas, entre elas, a Na Figueredo e a Manufatura, e estarão à venda, camisetas e objetos de decoração produzidos pelas entidades parceiras do Arte Pela Vida, como o GEMPAC - Grupo de Mulheres Prostitutas do Estado do Pará, Viconve - Grupo de Mulheres vivendo, convivendo e vencendo a AIDS e da RNP+ - Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS.

A ação programada esta quarta-feira, 31 de agosto, na boate Malícia, terá uma parte da renda doada às entidades que apóiam as pessoas que vivem com HIV e outra para a realização da festa das crianças portadoras do vírus, que será realizada no mês de outubro.

Comitê - O Arte Pela Vida acontece dedes 1996, como forma de ajudar pessoas vivendo com HIV AIDS (PVHA) a se submeterem ao tratamento necessário. “Naquele ano, realizamos a primeira ação com a parceria do Governo do Estado, Teatro Margarida Schivasappa. Já realizamos vários shows reunindo teatro, música, dança, vídeo e artes plásticas, com a presença dos mais variados artistas de renome no cenário regional, além de bazares, chás e outras ações, cuja renda sempre foi revertida em prol de das PVHA – Pessoas Vivendo com HIV/AIDS”, diz o ator Francisco Vasconcelos, um dos fundadores do comitê Arte Pela Vida.

Preocupados com o atendimento e encaminhamentos afins a esta problemática, os artistas e jornalistas envolvidos no movimento acreditam estar cumprindo um papel fundamental na sociedade. “Entendemos ser o nosso dever acompanhar as gestões da administração pública que versam sobre todos os programas que atendem esse público, seja como controle social, seja com parcerias em campanhas e ações que visem o combate e tratamento do vírus HIV e as doenças decorrentes da AIDS”, finaliza o artista.

Wanzeler e Eddie, do Africa Brasil
PROGRAMAÇÃO - Djs - Eddie Pereira, Fernando Wanzeler e Leo Bitar; Performances de Jeferson Cecim - Espetáculo Red Bag; Nando Lima - Lie – Vj Performance; Improvídeo - Lucas Govêa - Vj –Performance; Cia de Investigação Cênica com Solo do Danilo Bracch ; Grupo De Experimetação de Teatro em Miniatura – Getm Mariléa Aguiar e Aníbal Pacha; Cia Mirai - Franco Saluzio Street Dance + Hip Hop; show de Ester Sá + Sônia Nascimento + Renato Torres (Violão).

Serviço
“Boa Noite Cinderela” – programação do Comitê de Artistas e Jornalistas Arte Pela Vida. Na próxima quarta-feira, 31 de agosto das 18h às 0h (meia noite), na Boate Malícia – Rui Barbosa, 375. Apoio: Funtelpa, GEMPAC - Grupo de Mulheres Prostitutas do Estado do Pará, Viconve - Grupo de Mulheres vivendo, convivendo e vencendo a AIDS e da RNP+ - Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS. Mais informações: 82802188/99893945.

25.8.11

Últimas sessões de Gainsbourg - O homem que amava as mulheres

Anos 60. Serge Gainsbourg é um jovem poeta judeu que vaga pelas ruas de Paris, tentando deixar para trás suas pinturas para entreter as plateias de clubes noturnos. As imagens que surgem em sua cabeça ganham forma nas telas que pinta, da mesma forma que seus casos amorosos logo tornam-se escândalo. O filme que retrata sua vida Gainsbourg - O homem que amava as mulheres está em cartaz no Cine Oi Estação esta semana.

Serge Gainsbourg, o cantor francês, o fumante inveterado, compositor, produtor e arranjador de mão cheia, o polemista, colecionador de casos amorosos e criador de confusão. Um prato cheio para produtores/diretores afim de filmar uma biografia?

Nem tanto. Desde sua morte, em março de 1991, muito se especulou sobre uma versão cinematográfica de sua vida - e em face do risco que era (e ainda é) expor sua vida em 35 milímetros a ideia sempre caiu por terra. Coube ao cartunista francês Joann Sfar escrever e dirigir este Gainsbourg - O homem que amava as mulheres, título canalha que mancha o original (Em francês, traduzido livremente, chama-se Gainsbourg - Vida heróica).

Ao invés de arriscar-se numa cinebio paradigmática (seguindo pares como Ray, Johnny e June, Piaf e quetais), Sfar adapta a própria graphic novel sobre Gainsbourg num longa-metragem que, com frequência, descamba para a fantasia - o que torna o filme muito mais uma fábula do que propriamente uma biografia filmada; seu foco é na essência do personagem, não em suas peculiaridades. Observado assim, Gainsbourg é quase impecável.

Dois episódios, expostos bem no começo e em sequência, definem o resto da vida de Gainsbourg e do filme, dando a justa medida do que interessa ao diretor/autor. O jovem Lucien Ginsburg (Serge Gainsbourg é um nom de scène), orelhudo e baixinho, é rejeitado por uma garota:

- "Posso segurar sua mão?"
- "Não, você é feio demais!"

Logo em seguida, ele encontra sua primeira bituca de cigarro numa praia. Tais temas - dúvida e autodestruição - se mantém durante o filme. Gainsbourg, que constantemente faz pouco de suas próprias características físicas, nunca é visto em cena sem seus cigarros Galouise e sua densa fumaça. No terreno pantanoso das biografias filmadas, Gainsbourg - O homem que amava as mulheres se dissocia dos demais por não ser didático e muito mais idílico, tal e qual seu personagem central.

Serviço
‘Gainsbourg – o homem que amava as mulheres’. Em despedida nesta quinta-feira (25), às 18h e 20h30. No domingo (28), às 10h (matinal), 18h e 20h30. OI Cine Estação. Ingressos: R$ 7,00 (inteira) R$ 3,50 (meia). Realização OS Pará 2000, Secult e Governo do Pará. Patrocínio Oi.

(Crítica publicada no Jornal do Brasil – Filipe Quintans - Cotação:ótimo)

23.8.11

A “Miragem Urbana” do fotógrafo Pedro Cunha


"O que eu queria ouvir"
É a primeira individual deste artista que com olhar e senso estético apurados, percorre espaços urbanos contemporâneos onde transeuntes se confundem com displays publicitários, automóveis, prédios, luzes e sombras.  “Miragem Urbana”será aberta dia 25 de agosto, às 19h30, em novo espaço expositivo da Kamara Kó Galeria.

Pedro Cunha nasceu em Fortaleza (CE) e adotou Belém como cidade natal em 1995. Considerado um dos representantes da nova safra da fotografia contemporânea paraense gerada pela Associação Fotoativa, Pedro tem as paisagens urbanas como objeto fotográfico, usando sobreposições, reflexos e composições de imagens.

“Miragem Urbana” tem curadoria do artista visual Alexandre Sequeira, que observa nas fotografias uma paisagem complexa, composta por acúmulos de informações, que também lançam uma reflexão. “Pedro garimpa as superfícies profusamente ocupadas das metrópoles – paradigmas da saturação, nos fazendo refletir sobre a diluição das fronteiras que separam o real da ficção no mundo em que vivemos”, comenta.

A fotografia "Miragem Urbana", que deu nome à mostra
Circulação – Em suas participações no circuito da fotografia profissional, Pedro teve obras selecionadas para o Salão Arte Pará (Belém-PA/2007) e Salão Unama de Pequenos Formatos (Belém-PA/2006). 

Entre as principais presenças em exposições coletivas estão “Cartografias Contemporâneas” – Sesc Pompéia (São Paulo-SP/2009); “Transfigurar” – Galeria Elf (Belém-PA /2009); “Eterno Feminino” – Fotoativa (Belém-PA/2008); “Escrituras” - Galeria do Banco da Amazônia (Belém-PA/2008); e “Olhares interculturais Pará/Argentina” – Sala Augusto Fidanza – (Belém PA/2005).

Pedro e Alexandre estão entre os fotógrafos que têm obras agenciadas pela Kamara Kó Galeria, novo espaço de fomento ao mercado de arte visual de Belém. “A galeria é um grande incentivo para a categoria, além de reforçar o aspecto artístico da fotografia no mercado de artes visuais”, assinala Pedro.

Serviço
“Miragem Urbana”, de Pedro Cunha, abre no dia 25 de agosto, às 19h30, em novo espaço expositivo da Kamara Kó Galeria. A visitação segue até o dia 15 de outubro, de quarta a sexta-feira, de 15h às 19h; e aos sábados, de 10h às 13h. Na travessa Frutuoso Guimarães, 611, entre General Gurjão e Riachuelo. No dia da abertura, os visitantes poderão contar com serviço de estacionamento gratuito na AF Coelho, na rua General Gurjão, próximo da Ferreira Cantão.

(com informações da jornalista Solange Campos - Kamara Kó Galeria )

Robenare Jazz Trio promete surpresas na apresentação do Teatro Cláudio Barradas

O trio é a atração da programação da meia noite, que está de volta ao festival Internacional de Música do Pará. Na verdade, com início às 23h, para facilitar o acesso do público, no Teatro Universitário Cláudio Barradas. 

Robenare Jazz Trio é um projeto musical independente, desenvolvido pelo pianista e traz ao público o melhor da música instrumental brasileira e jazzística. Os estilos são diversificados. Vão desde a música brasileira de raiz, passando pela bossa nova, estilos regionais amazônicos e Tango Argentino.

O projeto propõe a releitura jazzística de obras de compositores eruditos, executados nas obras dos maestros Waldemar Henrique, Isoca, Carlos Lyra, Tom Jobim e ainda de outros músicos como Milton Nascimento, Toninho Horta, Rique Pantoja, Hermeto Paschoal, Egberto Gismonti, Heitor Villa Lobos. Formado por Robenare Marques (direção musical/piano), Jhonathan Torquato (contrabaixo) e José Corrêa Sagica (bateria), suas apresentações traz sempre participações especiais de músicos convidados.

O festival – Foi aberto no último domingo, 21, com entrada franca, mas fique atento às programações noturnas, das 20h e das 23h, pois os ingressos começam a ser distribuídos duas horas antes, no espaço das apresentações.

Nesta terça-feira, 23, a Sala Etore Bósio, do Conservatório Carlos Gomes, recebe, ao meio dia, o professor e Humberto Azulay (piano), num duo com Manassés Malcher (trombone). A partir das 16h, na Concha do Espaço São José Liberto estarão o Quinteto de saxofone e às 17h30 o Duo ‘As Icamiabas’ (Aliverti e Azulay).

Na Igreja de Santo Alexandre, às 18h30, é a vez do Trio Adriane Queiroz, André Kerver e Rene Geesing. Já no Teatro Margarida Schivasappa, às 20h, tem Amazônia Jazz Band. Para saber mais sobre o festival, acesse o site do evento.

22.8.11

Um papo regado a música e poesia com Antonio Cicero e Arthur Nogueira


Autor de canções de sucesso nas vozes de Marina e Adriana Calcanhotto, o poeta carioca apresenta inéditas com o músico paraense. Celebrar a poesia: no corpo da página, da voz e da melodia. Eis o mote. As apresentações são no dia  27 de agosto, na Feira da Beira do Curro Velho e 11 de setembro, na Feira Pan-Amazônica do Livro.

Arthur Nogueira é hoje uma das mais importantes revelações artísticas do Estado do Pará, destacando-se na cena cultural, tanto por sua bela voz, quanto pela preocupação estético-conceitual que nutri em sua música. O talento tem lhe feito romper fronteiras. Recentemente em São Paulo, ele esteve participando do projeto Encontros Culturais no Metrô, iniciativa que tem como objetivo tornar o metrô um espaço cultural permanente.

“Foi minha estreia com músicos de lá, o Rovilson Pascoal (violão e guitarra) e o Guilherme Kastrup (bateria, percussão e mpc). O Kastrup deve produzir meu novo CD, que pretendo gravar em 2012. Depois desse show, o plano é voltar a São Paulo, para apresentações de divulgação do CD Mundano", conta Arthur.

Quanto à parceria que vem se estabelecendo com Antonio Cícero, um dos maiores autores brasileiros, não é mero acaso. De um lado, temos um poeta, ensaísta e letrista de canções de sucesso. De outro, o cantor e compositor que aos 23 anos, possui 03 álbuns lançados, com um trabalho que se baseia em experimentos com poesia e música.

Antonio Cicero (foto: divulgação)
Parceiros em canções, mas pela primeira vez juntos em cena, o bate-papo musical O poema: som e sentido vem consolidar um encontro que se mantém à distância. Antonio Cicero mora no Rio de Janeiro e o contato freqüente entre os dois acontece naturalmente via telefone ou skype. Viva a tecnologia.

“O poema: som e sentido foi uma ideia minha, que ele embarcou. Acho imprescindível, nessa nossa rotina confusa, onde não há tempo pra nada, falar de poesia. Especialmente porque o poema exige do leitor um exercício que nenhuma outra manifestação artística exige”, diz Arthur.

Para ele, a leitura de um poema, mesmo quando efetuada em voz baixa ou interior, não se compara com outras experiências de leitura. “Não se lê um poema como se lê uma notícia de jornal, uma bula de remédio, uma carta, um ensaio. Quando lido desses modos convencionais, um poema é uma chatice”, acredita Arthur.

A leitura de um poema, de acordo com o cantor, deve transportar-nos para outra temporalidade. “A divisão em versos, o ritmo, a paronomásia, o som de cada palavra, de cada verso e do poema como um todo têm que ser levados em conta: sobretudo a relação do som com o sentido”, diz.

O poema: som e sentido se divide em dois momentos. No primeiro, um bate-papo com Antonio Cicero sobre Como ler um poema. Será um resumo do curso que já ministrou em diversos Estados. Nesta conferência, o poeta revisita alguns dos maiores autores da poesia universal e brasileira para apontar de que forma é possível fruir a poesia enquanto obra de arte.

Arthur Nogueira (foto: Thiago Kunz)
No segundo, os textos de Cicero surgem “relidos” segundo a abordagem musical de Arthur Nogueira. “A ideia, portanto, é explorar todas as possibilidades da poesia, no corpo da página, da voz e da melodia. O Cicero lê, eu canto, a banda toca. No repertório, duas canções inéditas, minhas e do Cicero, e coisas dele com Marina, Calcanhotto, Frejat, já conhecidas do grande público”, conta o artista.

Confira o clipe da canção “$ Cara”, de Marina Lima e Antonio Cicero, faixa do CD “Mundano”, de Arthur Nogueira: aqui.

Serviço
Bate-papo musical O poema: som e sentido. Dia 27 de agosto, na Feira da Beira da Fundação Curro Velho, a partir das 19h30 - Rua Nelson Ribeiro, 287. E dia 11 de setembro, na Feira Pan-Amazônica do Livro - Hangar -Auditório 03 - 17h. Tudo com entrada franca.

Amazônia Doc 3 recebe inscrições até o dia 10 de setembro

O festival, que acontece em Belém, Pará, de 05 a 11 de novembro de 2011, está com inscrições abertas, nas categorias documentário e ficção. Estão aptos a participar da mostra competitiva cineastas do Brasil, Venezuela, Peru, Equador, Bolívia, Colômbia, Guiana, Guiana Francesa e Suriname, com filmes realizados a partir de julho de 2009 nos formatos longa, media e curta metragem. 

Interessados devem enviar ficha de inscrição devidamente preenchida e assinada, com a ficha técnica e sinopse do filme, três cópias em DVD multiregião, lista de diálogos (se houver) em espanhol, português, ou inglês, e cartazes e fotos do filme e do(s) realizador(es), para divulgação. A ficha de inscrição e o regulamento, assim como demais informações, estão disponíveis no site www.amazoniadoc.com.

Os trabalhos serão pré-selecionados por uma comissão formada pelos críticos paraenses Marco Antonio Moreira, Arnaldo Prado Júnior, Felipe Pamplona, Dedé Mesquita, Luzia Alvarez, Pedro Veriano e Afonso Gallindo. Uma vez pré-selecionados, os filmes serão submetidos à avaliação de um júri oficial composto por cinco membros de destacada atuação audiovisual nacional e internacional. Serão oferecidos cinco troféus: para o melhor longa-metragem documentário; para o melhor curta/média-metragem documentário; para o melhor longa/ curta-metragem ficção, para o melhor filme escolhido pelo júri popular e para o melhor roteiro de ficção e melhor direção.

No ano passado, o festival registrou quase duzentos filmes inscritos, de todas as regiões do Brasil e de países como a Colômbia, Equador, Venezuela, Peru e Bolivia. A programação alcançou público recorde: quase oito mil pessoas circularam pelas mostras competitivas, mostras paralelas e oficinas, além do seminário Visões do Cinema Pan-Amazônico, que discutiu temas voltados à produção cinematográfica na Pan-Amazônia sob as perspectivas histórica e estética.

Cinema feminino - Mais do que exibição de filmes, o Amazônia Doc. inclui em sua programação atividades práticas e reflexivas, contribuindo para a democratização do acesso às técnicas de diferentes áreas do cinema e também estimulando o debate e a formação crítica. Neste bojo, estão oficinas, sessões comentadas e ações educativas, além do seminário “Um cinema feminino?”. 

Sob a coordenação da cineasta Zienhe Castro, fundadora do Amazônia Doc, e da pesquisadora e documentarista Claudia Mesquita, o seminário trará a Belém realizadoras de vários países da Pan-Amazônia, com a intenção de discutir a evidente maior presença de cineastas mulheres na contemporaneidade e as novas abordagens e temáticas decorrentes deste cenário. Serão quatro dias de encontros no Cine Líbero Luxardo.

Já foram confirmadas as presenças das cineastas Maria Augusta Ramos (DF), Alessandra Brandão (SC), Ramayana Lira (PE), Sandra Kogut (RJ), Consuelo Lins (RJ), Marília Rocha (MG), Paula Gaitán (COL), Claudia Llosa (PER). No time de paraenses, estão Jorane Castro, Priscilla Brasil, Luzia Alvarez e a própria diretora do festival, Zienhe Castro, que participa como mediadora.

O Festival Pan-Amazônico de Cinema é realizado pelo Instituto Culta da Amazônia e Z Produções, com patrocínio da Oi, por meio da Lei Semear de incentivo à cultura do Estado do Pará, e apoio da Oi Futuro e Ecleteca Cultural. Informações: www.amazoniadoc.com. A programação é inteiramente gratuita.

Sessões lembram os 30 anos sem Glauber Rocha

Há 30 anos, em 22 de agosto de 1981, o país perdia um dos maiores defensores da cultura brasileira, o cineasta Glauber Rocha. Autor de uma obra que conciliou arte e política, ele tornou-se o principal articulador do Cinema Novo. Nesta segunda-feira, 22, ele recebe homenagem em vários pontos do Brasil.

Em Belém, com realização do Cineclube Amazonas Douro, haverá projeção do filme Claro, a partir das 19h, na Praça Tancredo Neves, na Marambaia. 

Tendo Roma como cenário e a cultura romana como alvo, Claro não tem um enredo narrativo e uma estrutura tradicional, misturando ópera (sobretudo a partir da trilha musical que reúne Bellini e Villa-Lobos), documentário, filme-testemunho e ensaio. 

A presença no elenco do instigante realizador italiano Carmelo Bene e da atriz francesa Juliet Berto valorizam um filme irreverente, provocativo, um dos mais autorais de Glauber e onde sua assinatura indelével se corporifica em cada plano.

Amapá - Já em Macapá, no Teatro das Bacabeiras, será lançado o projeto “Navegando na Vanguarda”, premiado pelo Ministério da Cultura, através da revista “Vanguarda Cultural”, com objetivo de apresentar à comunidade obras do cineasta brasileiro Glauber Rocha. A programação vai até dia 28 de agosto e terá participação

A abertura contará com a presença de um representante da Cinemateca Brasileira e do cineasta e coordenador geral da Federação Paraense de Cineclubes (Paracine), Francisco Weyl. Na ocasião, será exibição do filme “Labirinto do Brasil”.

O cineasta Glauber de Andrade Rocha nasceu em 14 de março de 1939, em Vitória da Conquista (BA), filho de Adamastor Bráulio Rocha e Lúcia Mendes de Andrade. Mudou-se para Salvador em 1947, onde deu seus primeiros passos como escritor e ator. Produziu diversos curtas-metragens como “Pátio” (1959), “A Cruz na Praça” (1959), “Amazonas, Amazonas” (1965) e “Di Cavalcanti”, com o qual venceu o Festival de Cannes, em 1977.

Em 1962, lançou o longa-metragem intitulado “Barramento” e nos anos seguintes são lançados os filmes “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1963), “Terra em Transe” (1967), “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro” (1968), “Cabeças Cortadas” (1970), “O Leão de Sete Cabeças” (1971), “Câncer” (1972), “Claro” (1975) e “A Idade da Terra” (1980).

Em 22 de agosto de 1981, Glauber Rocha morreu de septicemia (infecção grave, com progressão rápida e de alto risco), provocada por broncopneumonia. Hoje, sua extensa obra está no Tempo Glauber, organização que enfrenta dificuldades para manter e preservar seu acervo.

Tempo Glauber - Fundada dois anos após a morte do cineasta baiano para preservar a sua obra, a organização Tempo Glauber tem vivido em crise nos últimos meses. Desde o começo do ano, com a mudança da equipe do Ministério da Cultura (MinC), não há repasse de verbas para a instituição carioca, administrada pela família de Glauber.

Claro
Na semana passada, ao menos a produção intelectual de Glauber (filmes e programas de TV) foi transferida para a sede Cinemateca Brasileira, em São Paulo.

No entanto, a biblioteca, centenas de desenhos, registros jornalísticos e a produção ligada ao Cinema Novo continuam com destino incerto.

Serviço
Nesta segunda-feira, 22, na Praça Tancredo Neves - Marambaia. Exibição do filme Claro, de Glauber Rocha.  Realização: Cineclube Amazonas Douro. Apoio: Moculma + Tela de Rua + Cinema de Rua + Aparelho Rede + Resistência Marajoara + Apjcc + Paracine + CNC.