19.1.16

"Tupy or Not To Be": teatro cinema e novas mídias

O projeto Tupy or Not To Be: Teatro Cinema e Novas Mídias da Boa Companhia (Campinas – SP), em circulação pelo país, passa pela capital paraense, com apresentação, oficina, exibição de documentário e bate papo, neste sábado, 23, e domingo, 24, com programação no Teatro Waldemar Henrique e Casa dos Palhaços, confira no texto a seguir. 

Contemplado pelo Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz 2014, o projeto contará com duas apresentações do espetáculo teatral "Cartas do Paraíso", uma oficina para artistas da cena e a exibição do premiado documentário Corumbiara (Vicent Carelli), seguido de bate papo com a diretora da companhia, Verônica Fabrini.

A circulação seguirá também para as cidades de Campinas, Cuiabá, Goiânia e São Paulo, onde se apresentará em duas aldeias que ficam na capital. Ainda faz parte desta circulação o blog http://cartasdoparaiso.boacompanhia.art.br/, onde é possível conferir textos, músicas e debates sobre o tema. Desta forma a companhia procura trazer à tona algumas reverberações sobre as questões indígenas, seus imaginários e os conflitos presentes desde o período do “achamento” do Brasil, até os dias de hoje. As apresentações do espetáculo terão ingresso no chapéu e as demais atividades serão gratuitas.

O espetáculo -  Estreado em 2010, Cartas do Paraíso foi apresentado em diversas cidades do Brasil, além de Lima (Peru), completou uma turnê à beira-mar, realizou temporada no Teatro da Caixa Rio de Janeiro no início do ano e já se apresentou em duas aldeias.

O espetáculo tem como principal fonte de inspiração cartas escritas por jesuítas, exploradores e viajantes, nos primeiros tempos desta Terra de Santa Cruz, Pindorama ou mítica Hi-Brasil. A radical diferença entre as duas visões de mundo foi o ponto de partida para a criação de uma poética luso-tropicalista, pautada na mestiçagem, no encontro e no confronto de imaginários tão ricos: o do Portugal renascentista e mercantilista e a cultura indígena brasileira, sendo ela mesma extremamente múltipla.

Apoiada em pesquisas bibliográficas, iconográficas e sonoras, a encenação busca orquestrar essas duas perspectivas, sem, no entanto, pretender uma reconstrução histórica. O espetáculo acompanha as metamorfoses da ideia de Paraíso, projetada pelo imaginário europeu na terra de Pindorama (Terra de Santa Cruz), e traz a reverberação disso na construção de uma singularidade brasileira, acelerando a passagem do tempo, atravessando o movimento modernista (bradando tupi or not tupi!), o tropicalismo (Aqui é o Fim do Mundo, de Torquato Neto), até desembocar na complexidade atual da crise ambiental, da crise ética, neste cenário pré-apocalíptico de um mundo globalizado e bárbaro.

Ficha Técnica/Espetáculo 

Duração: 60 minutos/ Indicação etária: 14 anos. 

Atuação: Alexandre Caetano, Eduardo Osorio, Gustavo Valezi e Moacir Ferraz. Direção: Verônica Fabrini. Direção Musical e trilha sonora: Silas Oliveira. Iluminação: Eduardo Albergaria e Bruno Garcia. Figurino: Guilherme Guedes. Projeto gráfico: Gustavo Valezi, Alexandre Caetano. Edição Audiovisual: Gustavo Valezi e Ericson Cunha. Produção: Cassiane Tomilhero e Isabela Razera. Produção local e assessoria de comunicação: Romana Melo e Rosana Darwich (Palhaços Trovadores). Assessoria de Imprensa local: Marton Maués (Palhaços Trovadores). Apoio/Divulgação: Blog Holofote Virtual (holofotevirtual.blogspot.com).

O documentário - O documentário CORUMBIARA, do indigenista e antropólogo franco-brasileiro Vicent Carelli, acompanha o indigenista Marcelo Santos, em sua denúncia do massacre dos índios da Gleba Corumbiara (RO), e Carelli filma o que resta das evidências. Marcelo e sua equipe levam anos para encontrar sobreviventes e duas décadas depois, a versão dos índios é revelada. Duração: 117 min


A Oficina - Um Corpo em estado de viagem
 - Esta oficina busca compartilhar com atores e estudantes de artes da cena alguns procedimentos utilizados na montagem do novo trabalho da Boa Companhia, “Cartas do Paraíso”. 

A partir do trabalho corporal e musical, buscaremos explorar os fluxos entre personagem, figura cênica e “estados”, inspirados pela ideia de viagem, dessa estranha suspensão que ocorre nos trânsitos, quando abandonamos um passado, mas ainda não somos, ainda não habitamos nenhum futuro. 

Essa sensação de liminaridade será nosso “mote’ para dar corpo a alguns trechos escritos pelos primeiros viajantes de Pindorama-Vera Cruz.

Inscrições: http://cartasdoparaiso.boacompanhia.art.br/inscricao-oficina/ - Mais informações: http://cartasdoparaiso.boacompanhia.art.br/ e http://www.boacompanhia.art.br/. Contato local: Romana Melo / Fone:  988348773/ Zapfone:  992752184. Número de vagas: 20
.Público indicado: atores profissionais ou amadores, estudantes de artes cênicas - dança ou teatro. 

Serviço
Espetáculo Cartas do Paraíso. De 23 e 24 de janeiro – sábado às 21h e domingo às 20h, com ingresso no chapéu (pague quanto puder) e Exibição do filme Corumbiara e bate papo - 24 de janeiro (domingo), às 16h. Gratuito – Ambas as ações, no Teatro Waldemar Henrique - Av. Presidente Vargas, 645 - Praça da República - Bairro da Campina. Oficina Um corpo em estado de viagem - 23 de janeiro (sábado) – 15h às 18h - Gratuita – Na Casa dos Palhaços - Travessa Piedade, 533 - Bairro Reduto - Próximo à Praça da República.

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