24.4.15

Icoaraci recebe mostra de fotografia pinhole

O Liceu Mestre Cardoso em Icoaraci recebe neste sábado (25), a partir das 9h, o resultado da oficina de fotografias pinhole, realizada no Marajó, pelo projeto “Minha Ilha – Campos abertos do Marajó”, contemplado com o XIV Prêmio Marc Ferrez de Fotografia, da Fundação Nacional de Artes (Funarte). A entrada é gratuita. 

Estudantes do 9º do Liceu e da escola Adaltino Paraense, em Cachoeira do Arari, participaram da programação, que incluiu uma oficina de fotografia. Eles construíram câmeras artesanais e produziram imagens do local onde vivem. 

Fotos dos vaqueiros de municípios do Marajó, feitas por Octavio, também foram expostas nas duas escolas. Para a maioria, a experiência com a prática fotográfica foi a primeira incursão em uma atividade artística. 

“Esse trabalho foi bem criativo para mim e meus colegas, porque eu sei que isso vai me beneficiar no futuro. Com a exposição aqui deu pra gente saber como é no Marajó. Este trabalho que tivemos de montar uma câmera, quem sabe se no meio de nós podem sair fotógrafos ou inventores”, diz Cristian Pereira da Silva, estudante.

Para Glaucyane Couto, aluna do Liceu, o contato com as paisagens marajoaras provocou algumas dúvidas sobre o tempo e a natureza.

“Queria saber mesmo como é Cachoeira do Arari, deve ser linda. Será que lá tem muitos gados? Muitas vacas? Muitos bois e bezerros? Já imaginei um monte de coisas lindas. Como deve ser a chuva praí? Deve ser linda. Aqui a gente não acompanha o pôr do sol, praí vocês já devem ver o pôr do sol”, poetiza.

O fotógrafo Octavio Cardoso ficou surpreso com a reação dos alunos, que na escola Adaltino Paraense, logo após a visita da equipe do projeto, acabaram realizando uma feira cultural. “Houve um desdobramento que a gente não esperava. Eles apresentaram elementos da vida do vaqueiro, como as roupas, ferramentas e até mesmo a comida tradicional, o ‘frito’, que foram expostos na escola. Alguns vaqueiros foram ao encontro dos alunos e conversaram sobre a sua vida”, conta Octavio. 

Cerâmica - Como parte da ação socioeducativa, estudantes com deficiência visual tiveram uma experiência sensorial para “ver” as fotos a partir placas de cerâmica, que têm o relevo de uma fotografia. O objetivo foi conseguir reunir todos os alunos, de olhos vendados, para que tocassem o objeto e tivessem uma nova experiência sensorial. As placas foram confeccionadas em argila por Guilherme Santana.

“A experiência para os jovens por despertar o olhar sobre a paisagem e a cultura, e pela construção de um objeto, que é a câmera artesanal. A proposta da exposição com mídias táteis é possibilitar não só a acessibilidade dos portadores de deficiência visual, mas também oferecer a todos a percepção da imagem de outra forma”, diz Simone Moura, professora de arte, que conduziu as ações.

O projeto - Contemplado com o XIV Prêmio Marc Ferrez de Fotografia 2014, da Fundação Nacional de Artes (Funarte), o projeto “Minha Ilha – Campos abertos do Marajó”, idealizado pelo fotógrafo Octavio Cardoso, faz um registro do vaqueiro e dos campos do arquipélago. 

O artista fez diversas viagens para fazendas de gado da região para a captura de imagens, a fim de fotografar este trabalhador em momentos de transição: tanto do clima, entre as secas e cheias, quanto da própria prática de manejo do boi. Ao final, uma exposição será montada no dia 9 de maio, no Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), em Belém.

Serviço
Exposição de fotografias pinhole com alunos do projeto “Minha Ilha – Campos abertos do Marajó” ocorre no próximo sábado (25), a partir das 9h, no Liceu Mestre Cardoso, localizado na Travessa dos Andradas, 1110, Ponta Grossa – Icoaraci. Visitação: até 19 de maio. Entrada gratuita. 

(Texto enviado pela assessoria de imprensa)

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