28.2.18

Félix Robatto lança o novo clipe “Interior do Pará”

Fotos: Nayara Jinkss
Trazendo o clima das noites dançantes na Lambateria, baile criado por Félix Robatto para agitar a cena da música paraense na capital, o clipe será lançado nesta sexta-feira, 02, pelos canais virtuais e redes sociais do artista.

“Interior do Pará”, uma das faixas de Belemgue Banger, é ambientado em locações naturais, que ganharam luz especial para ressaltar cenas típicas de entretenimento como um jogo de bilhar, o dominó, as festas nos bares e muita dança. 

“O clipe é um convite para embarcar no universo dos municípios paraenses”, diz Júnior Braga, o diretor. “Queríamos retratar com verdade o dia a dia no interior do Estado, que tem uma beleza particular, um jeito especial de dançar cheio de ‘caqueado’, pessoas morenas e risonhas que têm um brilho natural, que vem da ‘brea’, esse suor inevitável de quem vive no calor do Norte do País”, explica.

Uma referência em registros do Pará, Jr Braga foi produtor executivo de documentários como "Tombetas", selecionado para o Fest Rio e Guarnicê no Maranhão e Índios Guajá, premiado no Festival Internacional de Vitória – ES, além de assinar a direção, produção e entrevista do documentário Mora na Filosofia, sobre a vida do filósofo Benedito Nunes.

Estética inspirada na obra de Luiz Braga

“Félix tem um trabalho requintado, mas flerta com o popular. Por isso optamos por esse visual. A luz foi inspirada na obra do fotógrafo Luiz Braga, que é uma das grandes referências da fotografia brasileira e seu olhar captou como poucos o Pará: cores vibrantes, pouca luz e pessoas reais. Nos inspiramos nesse conceito e nessa estética para esse clipe que espera apresentar o universo em que essa música dançante e popular do Félix nasceu e é consumida”, revela o diretor.

Uma das referências do guitarrista é Mestre Vieira, que também recebe homenagens no clipe. É lembrado em um dos cenários filmados, com fotografias do músico, que faleceu dia 2 de fevereiro, completando um mês no dia do lançamento do clipe, sendo assim uma dupla homenagem ao criador da guitarrada.

Casais e personagens reais da Lambateria ganham a cena

O cenário e a luz foram pensados para valorizar a grande “estrela” desse trabalho, a dança. O sucesso da Lambada em todo o mundo sempre esteve associado à dança. “Todos os clipes e bandas tinham dançarinos mostrando como dançar. Isso foi muito importante para divulgar essa música, que surgiu em Belém e tem ligação como nomes importantíssimos do nosso Estado como Mestre Vieira e Pinduca”, diz o músico.

O clipe, então, contou com um elenco composto por fãs, amigos e frequentadores da Lambateria, festa criada por Félix Robatto, e que puderam passar no jogo corporal um pouco da atmosfera do seu trabalho. “Tivemos um cuidado muito grande na hora de escolher esse elenco: além dos músicos que tocam com Félix, chamamos frequentadores da festa como o seu Godofredo, que já virou uma atração à parte nos shows do Barbudo”, conta a produtora executiva do clipe, Sonia Ferro.

Os casais que participam são parceiros de dança na vida real como a dupla Paulo de Tarso e Simone Oliveira, que fazem parte do grupo Merengueiros da Saudade, formado por dançarinos da terceira idade que são a memória viva da dança de salão paraense. Temos ainda a participação dos dançarinos de Treme (Tecnobrega) Bonekinho e Dieguinho que apresentam uma forma especial de dançar Lambada, misturando com passos típicos do Tecnobrega.

Projeto Belemgue Banger encerra um ciclo

Encerra assim o ciclo de “Belemgue Banger”, considerado pelo músico como um projeto maior do que simplesmente um disco. “Esse trabalho foi pensado para me posicionar na cena musical e foi onde eu pude de fato colocar todos os conhecimentos que eu adquiri ao longo de anos de pesquisa sobre a Lambada. Sou discípulo de Mestre Vieira e este disco conta um pouco da história de como esse gênero que ganhou o mundo surgiu”, comemora Félix. 

Além de Júnior Braga, a equipe contou ainda com o diretor de Fotografia André Mardock, repórter cinematográfico da TV Cultura do Pará e que participou de trabalhos como o curta “Quem vai Levar Mariazinha pra Passear?”,  e com o assistente de direção de fotografia, Lucas Escócio, que assinou vários clipes da banda Strobo e a fotografia do clipe “Rápido”, de Aíla. A edição é de Rennan Rosas.

Interior do Pará
Lançamento - sexta-feira, 02, às 11h30
Youtube: https://www.youtube.com/user/FELIXROBATTOoficial
Facebook:  https://www.facebook.com/felixrobatto/
Patrocínio: Natura Musical.
Patrocínio Institucional: Lei Semear, Fundação Cultural do Pará e Governo do Estado do Pará.

(Holofote Virtual, com informações da Assessoria de Imprensa).

25.2.18

Garage Sounds Festival chega a Belém em abril

Sammliz
Evento itinerante lança o line-up completo, com destaque para o rock e vinte e duas atrações que se reúnem no Insano Marina Club em abril. Vem aí a primeira edição do Garage Sounds Festival em Belém, que terá vinte e dois shows, com bandas do Pará, de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Ceará, dia 7 de abril, no Insano Marina Club. 

Criado em 2016 em Fortaleza, o Garage Sounds é um evento itinerante que surgiu com o intuito de movimentar a cena rock por onde passa, valorizando a produção autoral e misturando na programação nomes de projeção nacional e bandas que ainda são menos conhecidas do público, como estímulo para alavancar trabalhos em começo de trajetória.

O festival pretende chegar a cada vez mais cidades por todo o Brasil, com a intenção de ser cada vez mais uma referência de vitrine do rock brasileiro. Mirando inicialmente no Nordeste e no Norte, o evento se prepara para aportar em Recife, Natal, Manaus e a chegada a Belém é uma parceria com a NoName Produções. 

A musicista e produtora Amanda Coelho, da NoName, conta que a primeira edição do Garage Sounds aqui será especial. Por ser a estreia local, o porte será menor que o da versão original, de Fortaleza (feita para cinco mil pessoas), mas a intenção é “firmar o nome do evento da cidade”, como uma iniciativa com “essência”, que pretende “realmente fomentar a cena de cada cidade”. Amanda explica que o destaque do rock no direcionamento do festival se deve à fase de menor evidência que o gênero enfrenta no Brasil atualmente, sem nomes de grande apelo de massa. Mesmo assim, a edição em Belém também terá espaço para artistas de outros gêneros.

Banda Turbo
Ainda sobre a curadoria, Amanda frisa: “a gente tem banda de hardcore, de punk, de rock mais calminho, tem várias vertentes, tem grandes nomes da cidade, também tem bandas que não são muito conhecidas e elas vão compartilhar os palcos, pra que não tenha divisão e, sim, seja uma grande manifestação do movimento.”

Os nomes que passarão por três palcos no Insano Marina Club são: Hateen (SP), Zimbra (SP), Glória (SP), Pense (MG), Gangrena Gasosa (RJ), Sammliz, Sokera, Zeit, Cérebro de Galinha, Minerva (CE), Antes do Erro, Retaliatory, Vinyl Laranja, Os Bandoleiros e a Cigana, Liège, Blind for Giant, Turbo, Methademic, Joana Marte, Dislexia, Gael Conhece o Mar e Klitores Kaos. 

Serviço
Garage Sounds Festival, dia 7 de abril, a partir das 14h, no Insano Marina Club. Os ingressos já estão à venda pelo sympla.com.br e, a partir desta segunda, na Lupa Lupa no Boulevard Shopping e no Shopping Pátio Belém. Informações no site garagesounds.com.br ou pelo e-mail nonameproducoesbelem@gmail.com.

(Com informações da assessoria de imprensa do evento)

19.2.18

Concerto “sem chumbo nos pés” no palco do Sesc

Propondo um diálogo entre a canção e a música eletrônica, o espetáculo de Naldinho Freire em parceria com a paraense Beá Santos está de volta a Belém, no Centro Cultural Sesc Boulevard. Nesta quarta-feira, 21 de fevereiro, às 19h, com entrada franca.

O show traz informações musicais diversas, acumuladas por uma trajetória de mais 30 anos de fazer artístico. Filtrado por uma viagem pela poesia e pelas formas musicais adotadas pelo duo, o concerto traz canções inéditas como “Biruta” (Naldinho Freire e Lau Siqueira), “Surreal” (Naldinho Freire/ Kelcy Ferreira) e “Pretty Down” (Mario Lucio), entre outras, também compostas por vários parceiros e trabalhadas ao longo de 2016.

“Estabelecer conexões é a melhor forma de estar em todos os lugares ao mesmo tempo, ainda que simbolicamente. A arte nos proporciona essa vivência, Brasil, África, Europa… Minhas raízes têm um pouquinho de cada lugar”, diz Naldinho Freire.

“Sem chumbo nos pés”, o novo projeto do músico paraibano, com direção e produção musical da instrumentista Beá Santos, é o retorno de Naldinho Freire a composições mais pautadas pelo violão, como o instrumento norteador para as melodias e textos das canções, numa constante interlocução com a música eletrônica, proporcionando nuances que levam a patamares e recortes contemporâneos. 

“Todo artista é um pássaro”, afirma Naldinho. “E creio que nós precisamos dessas asas que nos levam a criar. 

O mundo é um espaço com seus pesos e cabe-nos fazer florescer a essência da leveza, pois a arte é uma das poucas coisas que nos abrem os olhos, a mente e o coração. É disso que eu trato neste novo projeto, marcado pelo meu momento pessoal e afetivo, mas também pelo contexto político que estamos vivendo”, comenta o artista.

Intitulado a partir da canção “Pássaros”, parceria de Freire com Pedro Osmar do grupo Jaguaribe Carne, no final de 2016, o projeto foi apresentado à produtora cultural paraense Inês Silveira, que realizou a curadoria musical e sugeriu canções que fazem parte do show que está em circulação, experimentação e em fase de produção fonográfica. 

O show estreou no Recife (PE), em janeiro de 2017, e foi apresentado no mês de abril na cidade de Praia, capital de Cabo Verde, e no município do Tarrafal – Ilha de Santiago/CV. No mês de agosto, estreou em Belém, e em outubro seguiu em turnê por alguns estados do Brasil, chegando ao Rio de Janeiro (RJ), Niterói (RJ), Recife (PE), J. Pessoa (PB), Pium (RN), Natal (RN) e Maceió (AL).

Em Alagoas (Foto: Divulgação)
Sobre o artista - Músico-educador, compositor e pesquisador, Naldinho Freire é paraibano, mas está radicado em Belém do Pará. Em 1995 lançou o LP Lapidar; com show homônimo. Viajou por várias capitais do Brasil e países da Europa. Participou dos Festivais realizados pelo SESC no Brasil durante os anos de 1995 a 2004. 

Em 2005, no projeto Misa Acústico, lançou o CD Viandante, gravado ao vivo no Teatro SESC Jofre Soares – Alagoas (BR). Em 2006 publicou, através do CD Raízes, sua pesquisa na música de tradição oral do Nordeste, integrando a Coleção Memória Musical do SESC (AL). Participou do CD Sound of Alagoas lançado em Berlim/GER por ocasião da POPKOMM. 

No período 2008 a 2010 realizou tournée de lançamento do CD RAÍZES na África, pelas Ilhas de Cabo Verde (Santiago, São Vicente e Sal), em Paris/FR, Toulouse/FR, Portugal (nas cidades de Tavira e Castro Marim) e em Rotterdam/NL.  Em 2010 através da Embaixada do Brasil em Cabo Verde, realizou concertos na cidade de Praia e São Domingos, e em 2011 e 2012, no Brasil, publicando o DVD Raízes: Traços Contemporâneos. Em maio de 2011, assumiu a representação da Fundação Nacional de Arte (Funarte/MinC), para as Regiões Norte e Nordeste do Brasil, permanecendo na função até dezembro de 2016. 

Serviço
Espetáculo musical "sem chumbo nos pés", de Naldinho Freire. Nesta quarta-feira, 21, às 19h. Entrada franca.

(Holofote Virtual com assessoria de imprensa do artista).

12.2.18

Theatro da Paz de Portas Abertas em seus 140 anos

Imagem frontal do teatro (Foto: Eliseu Dias/Secom)
Difícil de acreditar, mas tem muita gente em Belém que nunca entrou no Theatro da Paz, uma oportunidade que pode ser abraçada neste mês de aniversário com o projeto de visita guiada, que receberá o público gratuitamente, a partir desta quinta-feira, 15, quando a festa traz ainda um concerto da Amazônia Jazz Band, às 20h.

Um dos orgulhos do paraense, o Theatro da Paz  completa no dia 15 de fevereiro 140 anos de fundação. São muitas histórias para contar. Algumas delas foram relatadas por Vicente Salles, Benedito Lima de Toledo, Allan Watrin Coelho, Fabiano Bastos Moraes e Gilberto Chaves no quinto volume da Série Restauro, obra cujos textos complementam e rememoram o significado do Theatro da Paz para a cidade de Belém. A publicação foi lançada em 2013 pelo Governo do Pará, Secult e Academia Paraense de Música.

No plano das pesquisas, outra boa indicação de leitura sobre o assunto é “Histórias Invisíveis do Theatro da Paz”, em que a jornalista Rose Silveira reconstrói o percussos e encalços da construção do teatro, em meio ao crescimento urbano de Belém, no auge do ciclo da borracha. Há inúmeras outras publicações e pesquisas que trazem olhares e nuances desses quase século e meio.

Sala de espetáculo (Foto: Cláudio Santos)
Para além das páginas dos livros, porém, o desafio de manter a história do teatro pulsante, com ele na ativa e bem conservado, também depende do nível do quanto temos consciência sobre sua relevância enquanto patrimônio histórico. É um dos objetivos das visitas que iniciam nesta quinta, dia do aniversário de fundação do Theatro da Paz, guiar o público num passeio pelo tempo, conhecendo um pouco mais dessa história que continua a ser escrita por todos nós.

“Todos precisam conhecer o teatro, que o público venha para as visitas guiadas e que participe dos concertos, que também são gratuitos. O Theatro da Paz é muito importante para os paraenses, para o país e tem reconhecimento internacional, nada mais justo que as pessoas que moram aqui também tenham acesso a ele e sua história”, diz a diretora Célia Cavalcante, que assumiu o carga há seis meses.

Visitas Guiadas vão até o final do mês

Portas Abertas - Visita guiada (Foto/Divulgação)
O Projeto "Portas Abertas" conta com onze dias de visitação pelas instalações do Theatro da Paz. E são várias sessões, de terça à sexta-feira, nos horários de 09h, 10h, 11h, 12h  e 14h, 15h, 16h, 17h; aos sábados às 09h, 10h, 11h, 12h e, aos domingos, às 09h, 10h e 11h. É só chegar, retirar uma senha e participar de uma visitação histórica. Cada grupo será formado por até 80 pessoas. 

Também haverá visitação destinada ao público infantil, com a retomada do projeto “Contação de História”, que recebe crianças e estudantes da rede pública de ensino público. As visitas guiadas para o público adulto não restringe crianças, que também podem participar, mas para o Contação de História é necessário agendar participação previamente. 

Para a primeira ação, no dia 28 de fevereiro, já estão confirmadas as crianças do ProPaz, E.E. Ida de Oliveira, E.M. Maria Stellina Valmont e E.M. Republica de Portugal. Nos meses subsequentes o projeto acontecerá regularmente, uma vez por mês.

História que atravessa o tempo

Contação de História (Foto/Divulgação)
A pedra-fundamental do Theatro da Paz foi lançada pelo bispo D. Macedo Costa, em 1869. A construção iniciada no auge do período da exploração da borracha, terminou em 1874, mas devido a denúncias contra os construtores só foi inaugurado após a conclusão do inquérito, no dia 15 de fevereiro de 1878. Tombado pelo Iphan, em 1963, é o maior teatro da Região Norte e um dos mais luxuosos do Brasil. 

Durante todos esses anos, o teatro passou reformas, que mantiveram suas linhas arquitetônicas originais, um universo secular pelo qual o público passeia quando entra ali. As poltronas são de palhinha, escolha da época, pensada por ser mais adequadas ao clima local. No saguão, dois bustos em mármore de Carrara: de José de Alencar e de Gonçalves Dias, dois primeiros indianistas da literatura brasileira. Há também o busto de Carlos Gomes que regeu ali sua mais famosa ópera, “ O Guarani”.

Durante todo o ciclo da borracha as mais importantes companhias líricas e de dança se apresentaram no Theatro da Paz, que recebeu Ana Pavlova, considerada uma das maiores bailarinas clássicas de todos os tempos, e a grande cantora lírica brasileira, Bidu Sayão. Depois veio o declínio da exportação do látex e o teatro passou por uma período em decadência, para ser reerguer no século XX, quando passa pelo primeiro restauro. 

Cuidados permanente e bilheteria eletrônica

Entre 2001 e 2002, grande reforma (Foto/Div. Agência Pará).
"Não é fácil manter um teatro monumento, é preciso cuidados específicos e muita atenção. Além de nossas programações, um dos maiores desafios é esse, a sua manutenção", comenta Célia Cavalcante, lembrando que da última grande reforma pela qual passou o teatro entre os anos de 2001 e 2002. 

"Temos um trabalho constante, de trocas das palhinhas das cadeiras, lâmpadas que queimam, entre outros zelos, pois é um teatro secular, pedimos sempre que o público que vem ao teatro também tenha cuidado com esse patrimônio", diz Célia. 

Todo esse cuidado vem permitindo que programações pontuais sejam realizadas, como os concertos da OSTP e Amazônia Jazz Band, o Festival de Ópera, que este ano chega a sua 17ª edição, além de espetáculos locais ou que estejam em turnê pelo país.  Uma boa novidade é que não é mais necessário enfrentar filas para retirada de ingressos pagos ou gratuitos. Foi implantada no final de 2017 a bilheteria eletrônica, permitindo que os ingressos possam ser adquiridos pela internet (www.ticketfacil.com.br

"Além da gente abrir as portas para as visitas guiadas do público, este mês, de forma especial, sem cobrança de ingressos, apenas retirada de senhas aqui mesmo, também já estamos oferecendo o serviço de bilheteria na internet. Isso facilita, para quem não tem tempo de ficar na fila, retirar seu ingresso mesmo que seja gratuito", conclui Célia Cavalcante.

Amazônia Jazz Band rende dupla homenagem

Amazônia Jazz Band (Foto: Thiago Gomes/Ag. Pará-Secom)
Além de contar sua história, o Theatro da Paz também oferece um belo espetáculo na noite de seu aniversário. O concerto da Amazônia Jazz Band, nesta quinta-feira, 15, renderá todas as homenagens ao Da Paz e também ao maestro Waldemar Henrique, que nasceu na mesma data de fundação do teatro, e se estivesse vivo, completaria 113 anos. 

No repertório obras como “Foi Boto, Sinhá!”, “Maracatu”, “Uirapuru”, “Minha Terra” e “Boi Bumbá”, com arranjos especiais de Tynnoko Costa, todas composições de Waldemar Henrique, além de ‘The Phat Pack’, de Gordon Goodwin; Baião de Lacan, de autoria de Guinga e Aldir Blanc, com arranjo de Nailor Azevedo “Proveta”; e um pout-pourri de Trem da Onze, Disparada, Cidade Maravilhosa, com arranjos do próprio Nelson Neves.

“Sempre é um prazer homenagear o nosso templo das artes dos paraenses e, sobretudo, o maestro Waldemar Henrique, tão querido por toda classe de músicos, não só daqui, mas de todo o Brasil. É um privilégio a AJB participar dessa homenagem. Escolhi as músicas mais conhecidas dele, que foram significativas na carreira de compositor. E para celebrar o teatro, vamos apresentar uma canção do tempo de ouro dos musicais americanos, com ‘The Phat Pack’, feita para homenagear Frank Sinatra, Sammy Davis Jr e Dean Martin”, comenta Nelson Neves, regente da Amazônia Jazz Band.

A apresentação conta com a participação da cantora Simone Almeida. Natural de Igarapé-Mirim, ela diz que esse concerto será um marco na sua carreira. “Estou me sentindo muito honrada com esse convite. Canto as canções do maestro desde que comecei a cantar em coral, há mais de 10 anos, onde pude conhecer melhor as suas obras. E quando comecei meu trabalho solo, mantive as composições nos shows”, diz a cantora.

PROGRAMAÇÃO 140 ANOS

  • CONCERTO AMAZONIA JAZZ BAND
“Celebrando Theatro da Paz e Waldemar Henrique” 
15 de fevereiro, às 20h - Os ingressos podem ser retirados a partir das 9h do dia 14/02, na bilheteria do teatro e no site www.ticketfacil.com.br (limitada a dois ingressos por pessoa, com taxa de conveniência de R$ 2 cada).
  • PORTAS ABERTAS
Visitações gratuitas de 15 a 27 de fevereiro/2018
Com distribuição de senhas na Bilheteria do Theatro.
De 3ª à 6ª feira: 9h, 10h, 11h, 12h, 14h, 15h, 16h e 17h
Aos sábados: 9h, 10h, 11h e 12h
Aos domingos: 9h, 10h e 11h
  • CONTAÇÃO DE HISTÓRIA
Cronograma 1º semestre de 2018 - (de 10 às 11 h)
28 de fevereiro - 21 de março
25 de abril - 23 de maio - 18 de junho 
Público atendido: Crianças e adolescentes de escolas da rede pública de ensino.
Lotação: 100 pessoas. Duração: 50 minutos

Theatro da Paz (Avenida da Paz, s/n)
Entrada gratuita
Informações: 40098769/ 40098758/40098759

7.2.18

O IX Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia realiza em 2018 a sua 9ª edição.“Realidades da Imagem, Histórias da Representação”, temática escolhida, tem como objetivo selecionar e premiar obras que proponham uma reflexão ampla sobre a prática social por meio da arte e o fazer artístico como expressão histórica. As inscrições estão abertas e seguem até 13 de março de 2018, no site www.diariocontemporaneo.com.br

Toda produção artística está ligada ao seu tempo e aos seus autores, sendo assim uma expressão histórica desde já. Por mais que a fotografia tenha alcançado o patamar de arte, abraçando a ficção, ela nunca deixou de ter relação com o mundo real. O que mudou foi a forma de se relacionar. O que antes tinha a obrigação de ser a cópia fiel da realidade, hoje se apresenta como um recorte dela, um olhar, uma possibilidade sensível que convida para ao diálogo.

Mariano Klautau Filho, curador do projeto, propõe vários questionamentos acerca do tema, “quais os mecanismos da arte diante do contexto social? Quais os papéis que desempenham as imagens fotográficas na arte em face de realidades tão concretas? Quais reflexões podemos construir sobre a prática social por meio da arte e o fazer artístico como expressão social? Qual o lugar do artista nas representações históricas e nas histórias da representação? A fotografia oferece, desde seu surgimento, vários desafios. É o que o IX Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia propõe para o ano de 2018”.

Que obras representariam esta nossa realidade tão complexa? A crise de representação atual tem a ver com a falta de reconhecimento político, questões de raça, classe social, gênero e sexualidade.
Os artistas narram o mundo em que vivem. Ao acolher as diversas ideias, grupos e debates o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia reforça a potência da arte em resistir e de se fazer presente no que estar por vir.

O PRÊMIO

Serão concedidos três prêmios no valor de R$10.000,00 cada, sendo dois deles na forma de bolsa para residência artística nas cidades de São Paulo e Belém. Os selecionados e premiados participarão da 9ª Mostra Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, no Museu do Estado do Pará – MEP, que ocorrerá no período de 08 de maio a 09 de julho de 2018.

O Diário Contemporâneo abre espaço também para propostas em vídeo, instalações, projeções e trabalhos que misturam suportes. O artista poderá inscrever-se livremente e concorrer a qualquer um dos prêmios de acordo com a sua linha de trabalho. Serão selecionados no máximo vinte e três artistas, incluindo os três premiados.

Aberto a todos os artistas brasileiros ou residentes no país, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia trata-se de um projeto nacional, que em seus anos de atuação contribuiu para a consolidação do Pará como lugar de reflexão e criação em artes, além de proporcionar o diálogo entre a produção local e nacional. É uma realização do jornal Diário do Pará, com apoio institucional do Museu do Estado do Pará – MEP, do Sistema Integrado de Museus/ Secult-PA e do Museu da UFPA.

Serviço
IX Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia já está com inscrições abertas. Informações: Rua Gaspar Vianna, 773 – Reduto. Contatos: (91) 3184-9310; 98367-2468.

6.2.18

"Terra Sem Mal" na Galeria do Banco da Amazônia

A mostra do fotógrafo Rafael Gamba foi contemplada com o edital de pautas 2018, apresentando 19 fotografias e um vídeo, realizado em parceria com a artista visual Viviane Gueller. As imagens revelam o período em que o pai de Rafael, Isidorio Gamba, viveu em Manaus em meados da década de 1970, quando comprou uma câmera fotográfica e passou a retratar a paisagem - em plena mudança. A curadoria é de Fernando Schmitt.  Abertura nesta terça-feira (6), às 18h30, no Espaço Cultural Banco da Amazônia, em Belém. A entrada é gratuita.  Na quarta (7), ele recebe o público para um bate-papo. 

Trata-se de um precioso registro do desenvolvimento urbano da capital do Amazonas e de locais próximos, à época do governo militar, com a implantação de projetos industriais e de exploração dos recursos naturais da região. A princípio, Rafael pensou em fazer um projeto que fosse voltado para o caráter afetivo sobre a cidade onde nasceu e viveu até os três anos de idade, já que mora há muito tempo em Porto Alegre, de onde sua família é natural. 

“Percebi que meu pai, transferido para trabalhar na indústria, acabou captando um momento histórico, desde queimadas até paradas militares, o porto da cidade, as áreas urbanas, povos indígenas, posseiros. Por isso, o projeto acabou se reelaborando”, explica.

Ao conviver por um período com as imagens, observá-las diversas vezes, Rafael Gamba passou a desviar o olhar das cenas principais, em uma tentativa de tecer uma narrativa que para além de um testemunho de um espírito de época, atribuísse visibilidade para um sentimento dominante de expectativa um tanto messiânica do futuro do país. Para Rafael, portanto, a proposta da exposição não se restringe à reconstrução de uma memória documental, mas de um projeto estético de problematização da noção de desenvolvimento.

As imagens feitas pelo pai, hoje com 80 anos, foram registradas com uma câmera analógica Nikon. Com essa mesma máquina, Rafael fotografou as imagens projetadas a partir de slides, selecionou detalhes, fez recortes e acentuou cenas que o chamaram mais atenção. 

“Foram diferentes aproximações do arquivo de meu pai, às vezes reproduzindo quase integralmente o que ele registrou em slide, outras modificando os enquadramentos, reservando meu olhar para detalhes das fotografias originais, extraindo pequenos fragmentos, nuances, a ação do tempo, fungos, manchas, desbotamentos”, conta Rafael.

Além de serem reapresentados em impressões fotográficas, estes slides aparecem também no vídeo da artista visual Viviane Gueller, na execução do processo de visualização empreendido pelo projetor, na passagem mecânica entre as imagens, no foco e na luz intercalada entre uma fotografia e outra, o ruído da ventuinha e do mecanismo do trilho que executa o avanço dos cromos. 

“No trabalho da Viviane há uma proposta de modificar a maneira como usualmente percebemos a imagem a partir do som, especialmente neste caso da cadência empreendida pelo mecanismo do projetor que nos remete a outro tempo, um tempo anterior ao digital, próprio da década retratada nas imagens desta exposição”, explica o artista.

Serviço
Exposição “Terra Sem Mal”, de Rafael Gamba. Abertura: 06/02/2018 (terça-feira)
Hora: 18h30. Endereço:  Banco da Amazônia (Av. Pres. Vargas, 800 - Campina). Conversa com o artista dia 07/02/2018 (quarta-feira). Hora: 18h30. Entrada gratuita. Visitação: 07/02 a 06/04, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. Agendamento de visitas monitoradas: (91) 99116-4988.

2.2.18

Mestre Vieira: uma luz guitarrando nas estrelas

Acordes do Círio, outubro de 2017 (Foto: Débora Flor)
Partiu para o outro plano Mestre Vieira, criador da guitarrada paraense. Lutando contra um câncer desde 2016, ele apresentou melhoras no segundo semestre do ano passado e chegou a realizar shows, além de participar e ser homenageado em Barcarena no seu aniversário de 83 anos. Mas em novembro em complicações de uma anemia aguda seu quadro foi agravando e ele voltou a sentir muitas dores. Vinha recebendo cuidado médicos em casa e nesta quinta feira, 1º, pela manhã, foi internado às pressas em Barcarena, em leito na UPA, na Vila dos Cabanos. Agora pela manhã não resistiu. 

Nós todos, que compartilhamos momentos de alegria com ele agora dividimos também a dor de sua partida, mas sabendo que agora ele descansou. O velório será em Barcarena, na igreja Matriz na frente da cidade, e o sepultamento amanhã pela manhã. Ele parte mas sua memória e obra continuarão vivas.

Foram dez anos de convivência e muito trabalho. Mestre Vieira foi e continuará sendo um guitarrista amado e admirado em todo o mundo. Ligado em música, desde criança, foi muito jovem que ele começou a animar as festas de sua cidade tocando choro e outros ritmos, munido de bandolim, cavaquinho ou violão, e foi só alguns anos depois que ele se apaixonou pela guitarra. Viu num filme, indo ao Cinema Universal, no largo de São João, na Cidade Velha, em Belém. 

Coisa Maravilha (Foto: Renato Reis)
Vieira contou essa história em nosso primeiro encontro, em 2008, me incitando a ideia de levar essa história dele ao cinema, onde supostamente tudo tenha começado. Porque depois daquele dia ele não sossegou até ganhar uma guitarra, que chegou desmontada, vinda da Alemanha, num navio da Marinha Mercante. Montou não só a guitarra como um amplificador para dar voz ao instrumento. E a partir daí tirou dela o som que ficaria conhecido como guitarrada. Executando como ninguém o instrumento, inspirado pelo gosto pelo choro e a prática do bandolim, ele acabou criando um estilo único de guitarra brasileira. 

Aquele encontro acontecia logo após a primeira explosão da guitarrada no país, que veio com outro projeto, Os Mestres da Guitarrada. E a ideia era dar continuidade em sua carreira. Produzir um documentário, DVD e site foi a ideia inicial que se estendeu a um trabalho de salvaguarda e difusão da obra de Mestre Vieira, dando visibilidade as suas fases musicais, revelando e retratando o homem, o músico e o mito que ele acabou se tornando, ao criar um ritmo na Amazônia, morando na beira do rio e que se propagou mundo afora. 

Coisa Maravilha, com Mestre Vieira Os Dinâmicos, 2011
Foto: Renato Reis 
Entrevistando Os Dinâmicos, soubemos que, como ninguém sabia direito o que era uma guitarra, na cidade, naquela época, o chamavam de Vieira e Seu Violão Dinâmico. Olha de onde veio o nome de seu segundo grupo, antes de se tornar Vieira e Seu Conjunto, batizado pela Gravadora Continental, pela qual ele gravou e lançou o primeiro LP Lambada das Quebradas, em 1979.

Dando sequência ao projeto de ir em busca de suas histórias, desde os tempos dos LPs, até o momento atual, desenvolvemos entre 2016 e 2017, a série de animação “Os Dinamicos”, que ficou pronta e deve ganhar as TV Públicas e Culturais em 2018. O filme rodado em 2011, porém, ainda não foi lançado. Este ano teve sua edição mais uma vez interrompida. Não temos nova previsão. 

Nos 50 anos de guitarrada

50 Anos de Guitarrada no Theatro da Paz (Foto: Renato Chalú)
Ficam muitas lembranças, com boas risadas e muita música. Os shows do projeto “50 Anos de Guitarrada”, em 2012, foram realizados no Theatro da Paz, que recebia pela primeira vez a guitarrada. E que quase veio abaixo. Lotado, no primeiro dia um público que ficara do lado de fora, arrombou a festa e acessou a sala de espetáculos. Como mandar todos embora? Foram dias intensos que resultaram em duas noites de muita emoção no palco, e que reuniu junto ao mestre, vários convidados, todos especiais e imbuídos da homenagem a Vieira. 

Gang do Eletro, Lia Sophia, Pio Lobato, Gaby Amarantos, Os Dinâmicos, Luiz Pardal, Sebastião Tapajós, Paulinho Moura, Trio Manari, Mestre Curica, Felipe Cordeiro, Manoel Cordeiro, Fernando Catatau, Iva Rothe, Vovô, Breno Oliveira, Otávio Gorayeb, Toninho Abenatar, além de sues filhos Waldecir, Wilson, Kim e seu neto Eric Vieira e um amigo já saudoso, Beto Marques.

Nos bastidores e direção do projeto, uma equipe implacável. Mais de 70 pessoas totalmente engajadas na missão. Enquanto tudo era preparado no palco, nos camarins, e montávamos som, luz, Mestre Vieira circulava pelo teatro se ocupando com várias entrevistas. Por telefone ele falou com jornalistas do Rio e de São Paulo. Ao lado dele, ia ouvindo histórias que ainda não conhecia, mesmo tendo feito já inúmeras entrevistas com ele. Percebemos que sua memória estava se avivando, sendo provocada e dando excelentes respostas. Ele estava então com 77 anos.

Félix Robatto, convidado para a direção musical, montou uma banda base também apaixonada, e que no segundo dia de apresentação levou todo o repertório que contemplou as fases instrumentais do nosso guitarreiro, dos anos 1970 até 2009, com músicas dos Mestres da Guitarrada e Guitarrada Magnética, o álbum mais recente até aquele momento. 

No primeiro dia tivemos a honra de contar com Os Dinâmicos, grupo formado por Dejacir Magno, Idalgino Cabral, Luiz Poça e Lauro Honório, músicos que gravaram vários LPs de Vieira e Seu Conjunto, e que tinham se reconectado musicalmente em 2011, nas filmagens do documentário “Coisa Maravilha”. 

Ensaios para o Porto Musical, 2015 (Foto: Luciana Medeiros)
O repertório com Os Dinâmicos trouxe as músicas cantadas de maior sucesso além de algumas pérolas como “Você voltou pra mim”, cantada por Lia Sophia e seu banjo, e “Esse Bode dá Bode “e “Eu vendi esse bode”, músicas do segundo e terceiro LPs, executadas pelo guitarrista Fernando Catatau, um dos convidados, que também arriscou cantar os refrões com Dejacir Magno. 
Circulando com Os Dinâmicos

O reencontro de Vieira com os músicos de seu Conjunto gerou um primeiro show apresentado no Festival Se Rasgum, e depois uma circulação que chegou à Feira da Música de Fortaleza, em 2012. Mestre Vieira e Os Dinâmicos se apresentaram num palco gigante montado no Dragão do Mar, emocionando a plateia formada por muitos jovens curiosos, outros já cientes do tamanho da obra de Vieira, artistas, músicos  e pessoas que tinham na memória a passagem deles pelo Ceará nos anos 1980, ou ouviram essas histórias de seus pais, tios ou avôs. Após 37 anos, eles estavam juntos, novamente, na terra dos bodes que inspiraram aquelas músicas.

Coisa Maravilha (Foto: Renato Reis)
Em 2013 realizamos o lançamento do DVD, em mais um mega show, cheio de convidados, entre eles o carioca Mig Martins, do Conjunto Noites do Norte. O músico veio do Rio especialmente para conhecer e tocar com Mestre Vieira. Tocou e se tornou um amigo da cena musical paraense, recebendo artistas daqui nas festas que realiza em sua cidade. 

Em outubro de 2017, uma dessas festas contou com participação de Vieira. Estávamos nos preparando para ir ao Rio de Janeiro para realizar um show em Niterói, no evento Interculturalidades do projeto Territórios da Arte, realizado pela UFF e FUNARTE, quando o Conjunto Noites do Norte, que estava comemorando cinco anos, soube de nossa ida para aquele lado do país. Articulamos junto com Mig Martins esta participação que resultou em mais um momento emocionante.

Na sede do Flumineste no RJ, em outubro de 2017
(Foto: Donatinho)
Numa noite de lua cheia, Vieira foi recebido com muitos carinhos e cuidados na sede social do Fluminense.  

O público jovem vibrou muito e Vieira sentadinho, tendo na retaguarda, além do Conjunto Noites do Norte, os filhos Waldecir (bateria) e Wilson Vieira (teclado), e ainda Abel Luiz, músico instrumentista que conhecemos no lançamento de Guitarreiro do Mundo, no Teatro de Arena da Caixa Cultural, também no Rio.  Mig Martins articulou ainda a gravação de um clipe com participação do Mestre, nos altos de Santa Tereza, numa antiga mansão que hoje é um host estúdio de música. Ele me disse que está pronto, e em breve será lançado. 

Em 2015, Mestre Vieira produziu o primeiro CD de Os Dinâmicos. Autor de 7 das dez faixas, ele também executou as guitarras solos no disco, que saiu de forma independente, gravado no estúdio de Hobson Poça, filho do tecladista do grupo, Luiz Poça, e depois recebeu o selo Na Music para prensagem e distribuição. Indicação de Vieira, que já havia feito o mesmo com seu disco “Guitarreiro do Mundo”, que lançamos no mesmo ano.

2015 foi um ano intenso

Ensaios para lançamento do Guitarreiro do Mundo, 
no Fábrika Stúdio (Foto: Luciana Medeiros)
2015 foi um ano de muitos encontros, conversas e ensaios com Mestre Vieira e Seu Conjunto Musical, grupo montado especialmente para os lançamentos e circulação de Guitarreiro do Mundo. Primeira parada foi com o show case selecionado pelo Encontro Porto Musical, em Recife, e seguiu com o lançamento do novo álbum, Guitarreiro do Mundo, primeiro em Belém, e depois no Rio. Tudo no mês de junho. Na capital do Rio de Janeiro, a apresentação era contemplada pelo Programa Caixa Cultural. Foram três noites de apresentação, tendo na banda, com os filhos Wilson e Waldecir, além de André Macleuri (guitarra), Bruno Rabelo (baixo) e Carlos Canhão (percussão).

O cenário, assinado pela artista Roberta Carvalho, contou com projeção de recortes de imagens de capas de LPs, frames do mestre em movimento e muitas cores, que deram o tom certo à guitarrada, ritmo contagiante que inebriou a plateia. Três noites de casa cheia, além de um workshop ministrado pelo próprio mestre, com apoio de André e Bruno e ainda Pio Lobato, convidado para participar também do show de enceramento na capital carioca.

Últimos shows antes de adoecer

Acordes do Círio (Foto: Débora Flor)
No segundo semestre de 2015, em setembro, Mestre Vieira tocou no Festival do Abacaxi, em Barcarena e depois seguiu para Brasília e participou do Festival Ágora da Música Brasileira, no Teatro Plínio Marcos, da FUNARTE. 

Embora tenhamos colocado uma cadeira para ele tocar sentadinho, num esforço movido ao carinho que ele sempre teve pelo seu público, levantou e fez o célebre passeio com sua guitarra, entre o público. Não havia nenhuma suspeita do câncer, mas nesta última viagem nos preocupou muito as dores de que ele se queixava, quando chegou em Belém.

Mesmo assim, Mestre Vieira seguiu direto do aeroporto, com seus filhos, para Barcarena, pegando ainda umas duas horas de estrada. Ele costumava sempre voltar de seus shows em Belém, mesmo que de madrugada, para dormir em sua terra. Isso sempre nos enlouqueceu, na produção, pois queríamos que ele ao menos pernoitasse na capital para voltar a Barcarena, pela manhã. Mas quem te disse!

Cinema, música, futebol e a descoberta do câncer

Mestre Vieira no Forte do Castelo, em agosto de 2017 
(Foto: Luciana Medeiros)
O ano de 2016 começou e no dia 3 de janeiro fui até Barcarena para fazer as primeiras gravações do curta “Passe de Mestre - Histórias de Música e Futebol”, realizado pelo projeto Sonora Pará, da Cultura Rede de Comunicação. Curta de cinco minutos feito na base do cinema de guerrilha, refletido na qualidade de áudio que, uma pena, ficou aquém do projetado. O curta de 5’ de duração para a TV, teve versões de 30” e de 1’30” para as redes sociais. 

O foco está na fala de Vieira em relação a suas grandes paixões. A música, que com cinco anos ele já demonstrava interesse e talento, tocando banjo, e o futebol. Vieira fundou vários times na sua cidade, um deles o Clube Atlético Barcarenense, em que colocou todos os filhos para jogar. Kim, Tuta e Waldir, além de Waldecir e Wilson, que ainda jogam e seguem à frente do clube.

Nas filmagens percebemos que ele havia emagrecido e as queixas das dores continuavam e o levaram a exames mais minuciosos, incluindo um para checar a próstata, que então revelou a doença. Foram momentos de tensão na família e inquietações até que todos os procedimentos foram resolvidos e foi realizada uma cirurgia. 

Arraial da Guitarrada (Foto: Luciana Medeiros)
Quando o disco dos Dinâmicos foi lançado em 2016, Mestre Vieira já havia passado pela cirurgia e começado a tomar medicamentos quimioterápicos, sob a orientação dos médicos que o atenderam no Hospital Ophir Loyola. Foi o ano mais difícil em relação a aceitação do que estava acontecendo com ele, e ao mesmo tempo tínhamos que somar nas questões relacionadas ao tratamento que se iniciava. 

O show intitulado “Arraial da Guitarrada” foi realizado em junho, no Teatro Margarida Schivasappa, no dia 24, em plena noite de São João. A apresentação foi especial, de homenagem e arrecadação de recursos para apoiar a estadia de Mestre Vieira, em Belém, durante um período em receberia aplicação de radioterapia, dando continuidade ao tratamento do câncer descoberto entre março e abril. 

No palco, Os Dinâmicos mostraram músicas do disco novo e tocaram hits antigos recebendo como convidados, os guitarristas André Macleuri, Bruno Rabelo, Félix Robatto e Pio Lobato. Chimbinha levou uma banda para acompanhá-lo. Mestre Vieira não esteve fisicamente presente, mas gravou um vídeo de agradecimento ao público.

Em 2016, ele não fez mais shows e aos poucos foi deixando de tocar e precisou do apoio de uma cadeira de rodas para se locomover em distâncias maiores.  Não voltou a pedalar sua bicicleta que até pouco tempo antes, ainda o levava pra cima e pra baixo pela cidade em que nasceu. Gostava de ir à feira e ao mercado, onde geralmente era recebido com aplausos.

Mestre se recupera e ainda faz shows em 2017

Guitarreiro do Mundo no RJ (Foto: Rodrigo Romano)
Depois de um ano em meio, em 2017 surgiu oportunidade de levá-lo a um tratamento natural, em paralelo ao que já vinha sendo feito. O uso de várias terapias para limpeza orgânica e exercícios fisioterápicos ajudaram a aliviar as dores e lhe trouxeram de volta seus movimentos nas dedos, mãos e pernas. Em agosto os resultados já foram positivos, ele voltou a dedilhar sua guitarra, andava bem melhor e ele retornou a Barcarena, onde seria dada continuidade aos cuidados, mas em casa. 

Depois de um ano e meio sem tocar, ele fez shows no Rio e em Belém, e ainda na sua festa de aniversário dos 83 anos. Mestre Vieira demonstrava novamente os sinais de cansaço e de que voltara a sentir dores. Não estava feliz, obviamente, com a situação, inclusive de dependência em que ficou. Regrediu na recuperação e caiu numa depressão. Em seguida fez um quadro de anemia aguda, que foi sendo remediado com transfusões de sangue, até que seu estado foi piorando. Recebendo os cuidados em casa, desde então, nesta quinta-feira, 01 de fevereiro, ele foi hospitalizado num leito na UPA, Vila dos cabanos, em Barcarena.

Com Igor Capela e Sebastião Tapajós, no Acordes do círio 
(Foto: Debora Flor)
Antes disso tudo, quando estivemos no Rio de Janeiro, uma grande felicidade para ele foi ter reencontrado sua irmã mais nova, Dona Esmeralda Vieira, seus sobrinhos e sobrinhas, além dos sobrinhos netos. Foram dias de grandes encontros. Mestre Vieira conviveu no hotel com artistas como Lia de Itamaracá e Cátia de França, tão mestras quanto ele. Momentos de emoção também para o público carioca. O Teatro do Centro de Artes da UFF, em Niterói, lotou. Vieira ao ser aplaudido de pé, também levantou de sua cadeira e como um rei saudou e vibrou com o público.

Mais emoção ele deu também no show realizado ao lado de Sebastião Tapajós, Solano e Mestre Laurentino, a última vez que o público de Belém teve oportunidade de vê-lo tocar. Na plateia do Teatro do Sesi, cada rosto ali demonstrava um que de espanto, admiração e felicidade em estar ali, ouvindo, ao vivo, quatro ícones da música amazônica. O show foi gravado e a intenção é finalizar um DVD.

Tudo isso faz parte de um plano de manter viva sua memória. As pesquisas sobre guitarrada não têm como existir sem começar por ele. O que esperamos é ter contribuído para o acesso e estudo de sua obra. A certeza é de que enquanto homem, pai, avô e artista, ele teve momentos de felicidade e satisfação, iluminação criativa e muita vontade de viver, por tudo isso, pelos filhos, por amar sua cidade, seu Pará. Não realizou tudo o que quis, mas fez aquilo que sempre gostou. Um salve a guitarrada, todas as reverências a Mestre Vieira!

Mais informações nos links:

Site: www.mestrevieira.com.br (fotos, bio e discografia digitalizada - atualizado até 2014).

Trailers no Youtube:

DVD 50 Anos de Guitarrada

Estadão

1.2.18

Liège lança clipe “Cabelo” faixa do EP Filha de Gal

Gravado na casa Oiam, das fotógrafas Tereza Maciel e Aryanne Almeida, o clipe marca o lançamento dos projetos da artista para 2018, um single inédito e o primeiro disco solo, cuja pré-produção iniciou nos EUA. O show será no Núcleo de Conexões Ná Figueredo, neste sábado, 03 de fevereiro, às 19h. Ingressos R$ 15,00.

A carreira da artista tem como marca as temáticas de libertação e respeito, com letras leves e bem humoradas. “Essa é uma das músicas do EP que as pessoas mais se identificam. Ela fala de autoestima e a forma como as pessoas se manifestam através dos seus cabelos, instiga a liberdade de expressão e amor próprio, sendo um manifesto de liberdade com a forma de ser que cada um escolhe diante da sociedade”, explica a artista.

Foi esse discurso empoderado e divertido que chamou a atenção de Adrianna Oliveira, diretora do clipe, que criou um cenário bem colorido e peculiar. “O clipe é basicamente um fashion film cantado e a inspiração veio do universo kitsch dos anos 80, com visuais exagerados, cores vibrantes e modelagens excêntricas”, detalha a diretora. Premiada pelo curta-metragem “A Batalha de São
Braz”, Adriana contou com a direção de fotografia de Thiago Pelaes (Marahu Filmes).

Com o clipe, a artista também propõe fomentar o apoio a uma causa social da região amazônica: o escalpelamento por motor de barco em comunidades ribeirinhas. Ao término do clipe, terá um frame com os contatos da Organização dos Ribeirinhos Vítimas de Acidentes de Motor (ORVAM) para que as pessoas interessadas possam doar cabelos para a confecção de perucas.

Para o show que marca o lançamento do videoclipe, Liège se apresenta com sua banda “As Filhas de Gal”, formada apenas por mulheres e traz um repertório composto basicamente por canções autorais. Muitas delas feitas em 2017, quando a artista fez shows em Rio de Janeiro e São Paulo e uma turnê com seis shows pelo sul dos EUA, período em que a artista iniciou a pré-produção de seu primeiro álbum.

O EP digital "Filho de Gal" foi lançado em 2016. E traz, além de Cabelo, mais três músicas autorais, “Gira Sóis”, “Chega-te a Mim” e “Filho de Gal”, que dá nome ao EP. Lançado pela Editora Na Music e produção de Dan Bordallo, foi gravado em Belém/PA no estúdio Na Music, mixado no estúdio Casarão Floresta Sonora e masterizado no estúdio O Grito, em SP. 

Equipe Técnica
  • Direção e roteiro: Adrianna Oliveira
  • Direção de fotografia: Thiago Pelaes Assistente de fotografia: Lucas Domires Making of: Gabriel Portell
  • Atriz: My
  • Coordenação de produção: Thamires Veloso Produção: Laís Teixeira e Tiago Begot Maquiagem e cabelo: Neto Navarro Figurino: Vinny Araújo
  • Assistente de figurino: Ketlen Suzy Coreografia: Brendo Pinheiro Eletricista: Aldo Lima e Messias Garcia

Serviço
Show de lançamento do clipe “Cabelo”, de Liège, neste sábado, 03 de fevereiro, às 19 horas, no Núcleo de Conexões Ná Figueredo (Av. Gentil Bittencourt, 449). Ingressos a R$ 15,00 no Sympla (http://bit.ly/2BAr2EQ). Informações: (91) 98026-1595.

(Holofote Virtual com informações da assessoria de imprensa da cantora)