26.9.19

Encontro Amazônico de talentos no Theatro da Paz

O show de lançamento do CD “Encontro Amazônico”, na próxima quarta-feira, 2, às 20h, no Theatro da Paz, celebra a parceria recente mas já cheia de novidades, entre Sebastião Tapajós e Gonzaga Blantez, e também traz convidados, igualmente parceiros. O repertório conta ainda com clássicos da obra do violonista. Os ingressos têm preço único de R$ 30,00, válido a qualquer lugar do teatro, marcado no ato da compra que pode ser on line www.ticketfacil.com.br

Sebastião Tapajós e Gonzaga Blantez, compositores paraenses, ambos nascidos em Alenquer. Juntos, em poucos meses, eles compuseram mais de 50 músicas, das quais 10 estão neste CD. "Mas tem muito mais, ontem mesmo izemos mais uma canção. "Fizemos música para todas as cidades do baixo Amazonas, e isso já é outro disco", anuncia Sebastião Tapajós.

O show "Encontro Amazônico" conta com participações especiais. "Vamos receber a cantora Luccinha Bastos, que conheço desde que ela era criança, cantando, é um talento nato.  Além dela, Nilson Chaves, outro cara musical, inteligente, maravilhoso, e Luiz Pardal, esse nem se fala, é genial. Gosto muito dele. E ainda as vozes de Lucio Mouzinho e Patrícia Bastos", diz Sebastião Tapajós.

Sensível, bem costurado, apresenta, além das novas composições do álbum, clássicos da música de Sebastião Tapajós. A direção musical do disco e do show é de Igor Capela, que também estará ao violão, além de Andreson Dourado, ao piano, Príamo Bradão, no baixo, e Márcio jardim, na percussão. Juntos eles compõem com “Tião”, como é carinhosamente chamado pelos amigos e parceiros, o quinteto que vem apresentando e difundindo obra do violonista pelo país. 

Gonzaga, Tapajós, Pardal e Capela, no Theatro d Paz
“O show contará com 6 músicas novas do CD. E do Sebastião Tapajós haverá algumas feitas em parcerias também com Billy Blanco e Lourdes Garcez, entre outras”, diz Igor Capela.

E também é um grito pela Amazônia, para defende-la e valorizá-la por meio de uma sonoridade ímpar. “A Amazônia é nossa inspiração, o pulmão maior para nossa respiração”", diz Sebastião Tapajós, que faz questão de deixar um alerta sobre as recentes queimadas na floresta.

"Isso é uma coisa que sempre existiu e ninguém prestou atenção, o problema é que o verão é maior e aí a coisa se transforma em algo maior, mas eu acho errado, precisa cuidar para diminuir essas queimadas, principalmente se foi feito de propósito, o que eu não acredito, não é possível que o homem seja tão baixo para fazer um negócio desse com natureza, ele está é se queimando também".

Dois violões e dois rios como inspiração

O encontro reúne dois compositores que nasceram no mesmo município, Alenquer. “Gonzaga é meu conterrâneo, só que ele nasceu na cidade e eu nasci no rio Surubiú, numa casa no meio da água, esse rio que banha Alenquer. Lógico que isso traz uma certa afinidade entre nós, nascemos onde passa o mesmo rio, no Baixo Amazonas. Fora isso nós temos uma certa facilidade para compor. É gratificante trabalhar com ele, que é muito talentoso e tem uma abertura bonita pra gente compor”, conta Sebastião Tapajós, 77 anos.

Gonzaga Blantez é compositor e cantor cantor, além de poeta, há mais de 30 anos, também é Alenquerense, e morou mais de 20 anos na capital Amazonense. É autor do carimbó "Curió do bico doce", tema de "Ritinha" na novela global "A força do querer", que gerou grande repercussão ao artista, hoje com sete discos gravados. Graduado em Arte-educação com Habilitação em Música pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Blantez traz em sua obra uma relação profunda com as tradições culturais da Amazônia, com ritmos dançantes e das tradições amazônicas.

Ele conta que conheceu Sebastião Tapajós, pessoalmente, ano passado, apresentado por um amigo em comum. “A ideia inicial era se reunir para fazer um show, mas quando cheguei a Santarém, ficamos juntos, confinados, durante meses compondo e nos apresentando pela região. Na verdade, compomos para mais de cinco discos, fazíamos musicas diariamente, chegamos a fazer até quatro músicas por dia”, continua o músico.  

A identificação entre os dois foi imediata e promete ir além desse trabalho, como bem já se enfatizou no início dessa entrevista. “Foi difícil fechar nessas dez músicas, muitas ficaram de fora e nós gostaríamos de colocar de cima em outros projetos”, finaliza Blantez, que depois de morar 20 anos em Manaus, já se mudou para Santarém, onde para além do Surubiú, um novo rio os une e inspira, e que dá sobrenome a Sebatião, o Tapajós.

Homenagens e reconhecimento da obra

O músico soma mais de 40 anos de uma carreira que gerou divisas através de seu violão. “O início da minha carreira foi bem garoto, ainda criança, ouvindo rádio. Tinha um rádio à pilha e dava para ouvir algumas coisas que estavam se passando no Rio de Janeiro, eu ouvia Waldir Azevedo, Altamiro Carrilho. Depois eu acabei gravando com esse pessoal. Nunca imaginei que eu ia gravar com Hermeto Pascoal, Sivuca, Altamiro etc”, diz Tapajós que estudou na Europa, retornando em seguida a Santarém, onde mora até hoje e de onde sai par fazer shows pelo país.

Além de uma obra instrumental, Sebastião é autor de várias canções, em parceria com Marilena Amaral, Paulinho Tapajós, Billy Blanco, Antonio Carlos Maranhão, Avelino V. do Vale e outros compositores. Constam da relação dos intérpretes de suas canções artistas como Emílio Santiago, Miltinho, Pery Ribeiro, Jane Duboc, Maria Creuza, Fafá de Belém, Nilson Chaves, Ana Lengruber e Cristina Caetano, entre outros.

Igor Capela e Sebastião Tapajós
Segundo V. A. Bezerra, "o estilo de tocar de Sebastião Tapajós é vigoroso e incisivo, e o som que tira do instrumento é cheio e encorpado. Ele gosta de utilizar efeitos percussivos, variações de timbre (do som mais doce, tocando próximo à boca do instrumento, ao mais metálico, próximo ao cavalete do instrumento), sons harmônicos, repetição ritmada de acordes em ostinato e outros recursos".

“Eu acho que todo mundo pode tocar minhas músicas, mas tem que estudar. Tem músicas que são difíceis mesmo, você já vê também no Youtube, algumas coisas que conseguiram gravar, tá lá, é só ver. Eu acho maravilhoso que os jovens se interessem em estudar minha obra. É um caminho. Há um trio de violões que toca na Holanda e pelo mundo as minhas músicas, tocam muito. Fico feliz em vê-los, me orgulha”, diz Tapajós, que na Feira Pan Amazônica do Livro, fez show com a Amazônia Jazz Band e lançou o Livro de Partituras produzido pela Secult/Ioepa. 

“O livro está muito bonito, já foliei, mas ainda  vou olhar com mais cuidado. Esse tem cerca de 45 músicas, mas vão sair uns três volumes, tem muita música.  A Secult é que está organizando o que é melhor, e está tudo bem", diz o músico. "Sou grato às pessoas que sempre me apoiaram e vamos trabalhar. Não sou mais um garotinho, tenho 77 anos, mas tô aí e enquanto eu estiver vivo e Deus permitir vou tocar e fazer música”, comenta o violonista, que também é tema de um vídeo-documentário que está sendo produzido pela Funtelpa.

Serviço
Show de lançamento do CD Encontro Amazônico.  No Theatro da Paz, no próximo dia 02/10 (quarta-feira), às 20 h. Os ingressos já estão à venda, pelo preço único de meia entrada para qualquer lugar no Theatro da Paz, por R$ 30,00. Informações: (91) 4009-8758/ 8759/8756 | bilheteria@tdapaz.com.br

Horários da bilheteria:
Terça a Sexta das 09h às 18h
Sábado – 09h às 12h
Domingo – 09h às 11h
Em dias de espetáculos:
09h até o início de cada espetáculo.
Forma de Pagamento:
Bilheteria do Theatro da Paz: somente em dinheiro;
Site http://www.ticketfacil.com.br : cartões de crédito.

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