3.1.22

Almirzinho Gabriel lança curso de música on-line

Trata-se de um curso de composição musical, sem uso de instrumento, baseado nas palavras, frases aleatórias, ditados populares e o que mais apareça. "Música de Vento" foi disponibilizado no canal de Youtube do artista já no finalzinho de 2021. 

Ao todo são seis episódios gratuitos num módulo patrocinado pela lei Aldir Blanc e ficará no ar, aberto e disponível para quem quiser, durante 30 dias. 

O projeto nasceu na pandemia, como algo que as pessoas pudessem fazer enquanto estavam em casa. “Inventei um jeito de ensinar qualquer pessoa a fazer música mesmo que não toque nada”, diz Almirzinho Gabriel, que parte do princípio de todo mundo é criativo e que basta praticar. “Tem aqueles mitos de que só os artistas, os arquitetos, os palhaços são criativos, a gente nasce curioso, inventivo, mas vai-se adaptando às normas da escola e da idade e acaba se convencendo que tem só que repetir o que já está inventado".

Ele resume o "Música de Vento" como um jeito divertido de usar as palavras como instrumentos musicais. “Elas já estão com a gente e eu só descobri alguns jeitos de usá-las. Já era uma brincadeira que eu fazia desde sempre, brincar com frases sem sentido e perceber ritmos que surgem do acaso. Basta treinar, treinar e começam a aparecer surpresas boas no imprevisível”. 

Metodologia construída na brincadeira

Cada aula tem entre 2 e 7 minutos e logo no primeiro episódio, Almirzinho faz questão de avisar que não pode ter medo de tentar, “se errar, bate palmas”. “O fundamento é a gente ter direito de brincar com o ordinário até ele virar extraordinário, e daí saem nossas melodias, do acaso, do non sense, do imprevisível, depois de tocar as palavras basta trocar as palavras”, explica, divertindo-se, uma outra premissa do curso, aliás. 

“Eu chamo de 10 minutos de férias da matrix, o direito de errar, de parecer louco, de relativizar a ordem das coisas ditas normais e voltar a se divertir criativamente. E música de vento é porque a gente faz um monte de coisas e deixa o vento levar até que pinte uma interessante, opa, aí as palavras se dizem e se atrapalham e se mostram desconforme, daí aparecem as melodias (risos). Viram loops ritmos e intenções melódicas que só aparecem quando a gente deixa o controle e entra no jogo”, acrescenta.

O projeto foi desenvolvido em equipe e Almirzinho contou com a direção audiovisual de Samia Gabriel, cineasta e sua irmã, além do fotógrafo Renato Chalu, com quem o músico tem desenvolvido outros projetos também. “Eu precisava de alguma sensatez na equipe (risos), e a Samia tem experiência nisso e podia ver de fora, devolver com outro olhar. Ela e o Chalu foram fundamentais. Foi bem coletivo apesar da ideia ter sido minha”, continua.

E quem toca também vai gostar

O músico ressalta, ainda, que fez o curso pensando também em quem já toca. “Durante todo tempo eu peguei minhas limitações e adaptei pra metodologias que eram mais fáceis pra mim. Daí que tenho maneiras bem loucas de chegar nos vários instrumentos que eu toco, uso paradigmas diferentes, às vezes não usuais para criar minhas músicas. Falo disso também. O óbvio me perturba muito, procuro fugir como se desvia de buraco. Sou TDAH, adoro surpresas, assimetrias, provocações, truques e esquinas”, complementa.

Depois de morar muitos anos em Bragança-Pa com a família, onde desenvolveu projetos musicais, foi dono e gerenciou uma hospedaria, a Onça, Almirizinho Gabriel está morando em Belém há um ano e pouco e diz que há outros projetos em andamento. “O Música de Vento é o primeiro que lanço; é compromisso com a lei Aldir Blanc e vou deixar o curso livre por algum tempo, acho que 30 dias para as pessoas terem acesso, são as aulas fundamentais”, diz ele que depois lançará o curso, também pela plataforma Hotmart.

Músico, cantor e compositor com mais de trinta anos de estrada, Almirizinho toca cavaquinho, violão, contrabaixo, bandolim e, como todo bom TDAH, batuca na mesa, difícil é ver ele quietinho. Formado em Comunicação Social, com especialidade em Publicidade, na UFPa. Ele nunca trabalhou com isso, porque a música logo se impôs em seu caminho. Na trajetória fonográfica, gravou o LP “Tribos submarinas”; os CDs “Na boca do peixe” e  “Vidaboa – Tzandai”, além de Nazarezinha (EP) - coletânea de músicas autorais para N.S. de Nazaré.

Acesse o"Música de Vento" - Disponível gratuitamente, até final do mês de janeiro:

https://www.youtube.com/playlist?list=PLXfSdgbAwW4RETDQBa6jzBQWO2HWRcU5X

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