30.9.24

Sábado Te Conto em outubro no Casarão do Boneco

Duas contações e, entre uma e outra, os atores brincantes convidam o público para jogar, cantar e realizar diversas brincadeiras. Dias 05, 19 e 26 de outubro, às 17h, no Casarão do Boneco. Ingressos já podem ser adquiridos via whatsapp! 

É diversão, brincadeiras e muitas histórias contadas a cada sábado! Sucesso entre as crianças, na certa e, ainda por cima, em clima de Círio de Nazaré! O “Sábado Te Conto” promete momentos de lazer, aprendizado e recreação às crianças.

“Tudo foi pensado por nossos artistas, habitantes do Casarão, com muito carinho, queremos oferecer diversão, conhecimentos e afeto. Cada contação traz um conhecimento poético sobre o mundo, sobre as nossas relações e aciona a potência do nosso imaginário”, diz Adriana Cruz, artista, pesquisadora e coordenadora do projeto.

A programação faz parte das atividades desenvolvidas para garantir verbas para a manutenção física do Casarão do Boneco, que incentiva o fazer artístico cultural em Belém. O Sábado Te Conto surge com o propósito de manter o casarão em pé, funcionando com as despesas pagas e promovendo o acesso à arte na região.

“É o nosso trabalho que mantém o Casarão do Boneco funcionando, com as contas pagas. Sem o apoio da comunidade que participa dessas atividades, não teríamos como existir enquanto artistas nesse espaço”, reforça Adriana Cruz. “Além das nossas programações externas, funcionamos como espaço de formação de artistas, de produção de espetáculos, ensaios de grupos. E também agregamos artistas externos”, ressalta Adriana.

Sábado Te Conto - A programação inicia neste sábado, 05, com as contações de Nanan Falcão e de Paulo Ricardo Nascimento, que contarão as histórias “A Calça” e “A lavadeira, o príncipe e o sapo que não lava o pé”, respectivamente. 

Dando continuidade às apresentações, no dia 19, o Sábado Te Conto volta com a participação de Maridete Daibes e Adriana Cruz, que trarão as histórias: “A Senhora Vento” e “Minha mãe é um Problema”, refletindo sobre as relações de amizade, liberdade e relações familiares. O terceiro e último sábado, dia 26, encerra com Aníbal Pacha e Adriana Cruz contando “O Anjo” e “A Iara”. 

Serviço

Sábado Te Conto – Dias 5, 19 e 26 de outubro, às 17h, no Casarão do Boneco. Os ingressos já estão sendo vendidos e podem ser garantidos pelos valores de R$ 30,00 (adulto) e R$ 15,00 (criança). Crianças menores de 2 anos não pagam ingresso. Venda antecipada, via whatsapp: (91) 99174-2191 (Fafá) e (91)98171-8282 (Cristina), ou na bilheteria do Casarão do Boneco.

Programação completa 

- Sábado Te Conto

05 de outubro - 17h

- “Calças”, com Nanan Falcão

- “A lavadeira, o príncipe e o sapo que não lava o pé”, com Paulo Ricardo Nascimento

19 de outubro - 17h

- “Minha Mãe é um Problema!”, com Adriana Cruz

- “A Senhora Vento”, com Maridete Daibes

26 de outubro - 17h

- “O Anjo” com Aníbal Pacha

- “A Iara” com Adriana Cruz

Ficha Técnica

Realização: Coletivo Casarão do Boneco

Coordenação geral: Adriana Cruz

Equipe: Maurício Franco, Thiago Ferradaes, Paulo Ricardo Nascimento, Aníbal Pacha, Cincinato Marques Jr, Nanan Falcão, Maridete Daibes, Fafá Sobrinho, Cristina Costa e Andréa Rocha.

Bilheteria: Produtores Criativos

Apoio: Padaria Verde Rosa e Holofote Virtual Comunicação Arte Mídia

28.9.24

Auda Piani estreia como diretora em documentário

Foto/Still: Simone Machado
A pesquisadora, produtora cultural e escritora Auda Piani lança no próximo dia 1º de outubro, no Sesc Ver-o-Peso, às 19h, "Cozinhando no Calor de Belém, antes da chuva", sua primeira direção audiovisual. O documentário, de 20 minutos, foi viabilizado pelo Edital de Audiovisual para Curta Metragem da Lei Paulo Gustavo lançado pela Fundação Cultural de Belém (Fumbel). 

Desde 1996, Auda pesquisa os saberes tradicionais a partir da aproximação com o trabalho dos mestres ceramistas de Icoaraci, o que a instigou a pesquisar os percursos que levam à transformação dessas tradições. 'A tradição é reinventada a partir da contemporaneidade. Os ceramistas me aproximaram das panelas de barro e eu me descobri também detentora de saberes tradicionais, mas na área do alimento", explicou Auda. 

A partir de 2012, ela inicia a pesquisa sobre saberes culinários e, em 2022, lançou o livro "Entre Panelas, Memórias e Sentidos", com receitas e histórias de suas vivências. Ao terminar o livro, ela notou que havia muitas fotos de alta qualidade e que contavam outras histórias. "Senti falta da fala das mulheres e me deu esse estalo e desejo de realizar o curta metragem. Tem muita coisa pra mostrar desses saberes e eu queria mostrar de forma diferente", explicou. 

Foto/Still: Simone Machado
No documentário, Auda mostra o dia a dia de 13 mulheres, as transformações que as afetam no cotidiano e como isso se expressa no cozinhar. São agricultoras, donas de restaurantes, pescadoras, donas de casa, de várias idades, moradoras do Combu, Cotijuba e Caratateua. 

Também há depoimentos de vendedoras de comida nas barraquinhas nas ruas do comércio, região central de Belém. Auda buscou compreender como essas mulheres e a comida preparada por elas convivem com as mudanças de hábitos alimentares, com as mudanças climáticas, com a urbanização e  a indústria da comida, por exemplo.

"Cozinhando no calor de Belém, antes da chuva" parte da trajetória pessoal da autora que combina ativismo político-cultural, com experiência acadêmica e literária e profunda vivência culinária. As irmãs de Auda sempre cozinharam e venderam comida na porta de casa, já quando vieram morar em Icoaraci. "Trouxe só mulheres para compor o filme porque esse saber da cultura alimentar está muito ligado ao feminino. São as mulheres que cozinham para a família, para os doentes, para as pessoas em geral", destacou. 

Foto/Still: Simone Machado
Auda trabalhou como diretora de produção em vários projetos audiovisuais. Também acumulava a experiência em escrever roteiro. E agora, faz sua estreia na direção. 

"Quando eu me vi com esse roteiro na mão, me veio a ideia de dirigir, e foi quando eu percebi o desafio que é passar uma ideia que está na sua cabeça, pra sua equipe. Tem que ter uma sensibilidade em relação às questões que envolvem o tema e isso a gente conseguiu. Pessoas que, de alguma forma, já tinham experiência com esse olhar mais sensível com a região, com os temas que envolvem essa relação com a Amazônia e com a experiência da linguagem cinematográfica", contou Auda.

A direção de fotografia é de Marcelo Rodrigues, com assistência de Simone Machado. A direção de produção é assinada por Patrícia Passos. Após a exibição do curta metragem "Cozinhando no calor de Belém, antes da chuva" haverá uma conversa com a diretora. O filme também será exibido para as comunidades das ilhas do Combu, Cotijuba e Outeiro.

Serviço

Lançamento do documentário "Cozinhando no calor de Belém, antes da chuva" 

Dia: 1o de outubro

Local : Sesc Ver-o-Peso (Av Boulevard Castilho França, 522/523 - Campina

Horário: 19h

Mais informações:

(91) 98134.7719 - @cozinhandonocalor

26.9.24

Oralidades nos preparativos ao Arrastão do Círio

A programação será realizada, nesta sexta-feira, 27, no Boulevard da Gastronomia, a partir das 19h,  de forma gratuita, e faz parte dos preparativos para o Arrastão do Círio 2024.

O Instituto Arraial do Pavulagem realiza mais uma edição da roda de conversa “Oralidades”, programação cultural que promove debates sobre saberes ancestrais e shows com a banda do Arraial do Pavulagem. 

O Oralidade faz parte das atividades que preparam o Batalhão da Estrela para o Arrastão do Círio de Nazaré. Nesta edição, a roda de conversa tem como participantes Waremoa Assurini, indígena de Tucuruí, e o Mestre Canhengo, do quilombo Umarizal (Baião), que irão compartilhar tradições e saberes de suas comunidades. 

Após a roda de conversa, o Boulevard da Gastronomia será tomado pela roda musical da banda Arraial do Pavulagem, com participação especial do cantor Anderson Moyses. Segundo Júnior Soares, músico e cofundador do Arraial do Pavulagem, a programação cria um ambiente de alegria e integração. 

“Nesse momento, nossas vozes e instrumentos se encontram em harmonia, preenchendo o espaço e convidando todos a participarem de uma celebração vibrante  de ritmos e melodias. É também um momento especial para todos curtirem, junto com o público, a expectativa pelo Arrastão do Círio", diz Júnior Soares.

“O Boulevard da Gastronomia foi criado pela Prefeitura de Belém para ser um espaço multicultural para toda população, mas principalmente para que os fazedores e fazedoras de cultura consigam realizar seus projetos e divulgar a cultura local. Para nós, é fundamental ter eventos relacionados ao círio em nossos espaços e celebrar o arrastão do círio”, ressalta Inês Silveira, Presidente da Fumbel.

Ação social - Além do momento de conversa e celebração, no Boulevard da Gastronomia haverá uma equipe arrecadando roupas e itens de higiene pessoal, como escovas de dentes, creme dental, desodorantes, sabonetes, shampoo, absorventes, fio dental e etc. Todas as doações serão encaminhadas para crianças de Cachoeira do Arari, na Ilha do Marajó, que são atendidas pelo Cordão do Galo, projeto social do Instituto Arraial do Pavulagem.

O Arrastão do Círio -  O Arrastão do Círio será realizado no dia 12 de outubro. A concentração começará às 9h, na esquina da Boulevard Castilhos França com a Presidente Vargas, próximo ao Ver-o-Peso.

Serviço

Projeto “Oralidades” - Sexta-feira, 27 de setembro

Horário: a partir de 19h 

Local: Boulevard da Gastronomia - Campina - Entrada: franca

Apoio: Prefeitura de Belém, por meio da Fundação Cultural de Belém (Fumbel),

25.9.24

3o !PULSA! em diálogo com movimentos culturais

Artistas de Belém na escutaria, em abril
O !PULSA! Movimento Arte Insurgente será realizado em Belém de 9 a 17 de novembro, mas desde janeiro que a programação vem sendo construída pelas produtoras Olhares Instituto Cultural e Outra Margem por meio de "escutarias", para a qual foram convidados, em abril, artistas e gestores de instituições públicas e privadas locais. 

É a primeira vez que o evento acontecerá na região Norte. As edições anteriores foram realizadas em Itabira (MG), mas sempre com a ideia de escutar, trocar e conhecer as práticas artísticas e as realidades da cidade em que chegar. E o resultado desses encontros é que constroem as ações que vão nortear a programação, de uma perspectiva anticolonial.

Guilherme Marques explica que o !PULSA! nasceu de um desejo comum dele e da Andreia de colocar no centro do debate questões sobre colonialidade e a invisibilidade. "Com o !PULSA! a gente quer irrigar imaginários, pensar novos mundos e discutir questões muito estruturais e violentas da nossa sociedade que perpassam sobre corpos subalternizados, sobre ecologia, povos originários e sobre questões de gênero".

Na opinião de Andreia Duarte, o movimento insurgente vem enfrentar visões dominantes como aquela que considera periferia um lugar regional distante do centro, por exemplo. "É uma ideia muitas vezes arraigada e muito limitada. A nossa pergunta é: o que é o centro? não só geográfico, mas centro de conhecimento", indaga. “Não estamos interessados na colonização dos corpos e dos territórios, mas estamos interessados no que já diria Nêgo Bispo: quando o pensamento, o conhecimento e experiências se misturam, se cruzam, outra coisa é gerada, há uma confluência, outra forma de estar no mundo ". 

Escutar a cidade - artistas, articuladores, gestores, produtores, etc é muito interessante e justo", afirma Wlad Lima, atriz, encenadora, dramaturga e cenógrafa, uma das convidadas para construir a escutaria, em Belém, ao lado de Marcia Kambeba e  Marise Maués.

Guilherme lembra ainda que o !PULSA! promove a escutaria para conhecer as práticas, os equipamentos e espaços culturais. Dessa maneira, os movimentos culturais locais apresentam a cidade, contribuindo para formular coletivamente um pensamento curatorial para a atual edição. 

Escutarias mergulhadas na produção artística local

"Altamira" Foto: Nereu Jr.

Wlad diz que "sentiu esta competência" em Guilherme e Andreia que conseguiram "cartografar, tanto a infraestrutura como a dinâmica das relações humanas e artísticas para pactuarem as devidas parcerias".

O professor e artista visual Alexandre Sequeira, também convidado para ser um dos articuladores da escutaria, considerou a iniciativa excelente. "Confesso que não lembro de práticas dessa natureza. Participei dos encontros e achei as dinâmicas empregadas muito interessantes enquanto forma de reunir os múltiplos anseios e expectativas apontadas pelas/pelos participantes, opinou. 

Para Sequeira, a escutaria reconheceu algumas singularidades do modo como a cultura se organiza em Belém. Ele afirmou que a cena independente local tem gerado há muitos anos ações culturais de grande significado e criticou o que chamou de "miopia seletiva do poder público estadual ou municipal". "Acho que o !PULSA! surge como mais um espaço de exercício dessa pujança cultural que (como poucas outras áreas) promove a imagem da cidade e do estado para além de suas fronteiras", completou.

Sequeira destacou um aspecto nesta cena cultural que são as ações sendo realizadas de modo autônomo. "Não por esses grupos não necessitarem de suporte do poder público, posto que tal suporte se constitui em um dever do estado, mas acima de tudo por reagir ao imobilismo e tornar pública a potência e a diversidade cultural da cidade quase sempre subjugada". 

A cidade vai pulsar da periferia ao centro 

Nando Lima, na performance "Black Rock""
Estúdio Reator
A programação do!PULSA! oferecerá ao público paraense mais de 15 espetáculos teatrais, performances, instalações, várias ações reflexivas, pedagógicas e encontros que se revezam em mais de sete espaços culturais diversos espalhados pela cidade do chamado centro da cidade às práticas culturais existentes nas periferias da capital. 

Criado em 2009, o Estúdio REATOR, idealizado e conduzido pelo performer Nando Lima, um laboratório de experimentação em plena ação. é uma das iniciativas artístico-culturais que está em diálogo com a curadoria do !PULSA!. "Acho uma atitude lúcida e criativa, uma forma honesta de se relacionar com a produção local", declarou Nando sobre as conexões que o movimento tem realizado em Belém. 

"Eu só consigo entender essas práticas e atividades artísticas no aqui e agora, no tempo em que elas acontecem, porém o que sempre enxerguei na minha prática: é que é natural da poética ser dissidente e insurgente, não há novidade, o banal e comum, o ordinário e cotidiano, não salta aos olhos. Talvez o que aconteça nesse momento é que a “superexposição” que é a normativa que se vive agora, exponha mais, um subterrâneo que sempre existiu", refletiu Nando se referindo à proximidade da COP 30 que será realizada em Belém no próximo ano.

Elisa Lucinda, em "Parem de falar mal da rotina"
Além da produção local, a programação também traz espetáculo incríveis de outros estados, entre eles, o monólogo "Parem de Falar Mal da Rotina", com direção de Geovana Pires, texto e encenação de Elisa Lucinda. A peça, em cartaz há mais de duas décadas, aborda a rotina como um reflexo das escolhas individuais. 

A 3a edição do !PULSA! Movimento Arte Insurgente é totalmente gratuita, realizada através da Lei de Incentivo Federal, Ministério da Cultura, com patrocínio do Instituto Cultural Vale, e realização das produtoras Olhares instituto cultural e Outra Margem.

Também compõe o corpo de consultores artísticos do !PULSA!, Romário Alves, artista visual e Lívia Conduru, produtora cultural, idealizadora da Bienal das Amazônias.  Para acompanhar o desenrolar da programação, conhecer os artistas envolvidos, acompanhem aqui pelo blog e também pelo perfil @pulsamovimento

(Holofote Virtual com colaboração da jornalista Railídia Carvalho)

Rota dos Palacetes realiza 6a edição neste sábado

Integrando a programação da 18ª Primavera dos Museus, o projeto nos convida a mergulhar na história da cidade através de seus palacetes nas avenidas Nazaré e José Malcher. Neste sábado, 28, com saída às 16h.

O trajeto, que começa no Palacete Mac Dowell, atual Museu Nacional da Assembleia de Deus, às 16h, propõe um olhar atento sobre a história da arte e da arquitetura que moldou a paisagem urbana de Belém. O passeio turístico é também um convite a uma experiência de conexão com a identidade cultural e afetiva que os palacetes representam para os paraenses.

Rosa Arraes, diretora do Museu Casa Francisco Bolonha e curadora da Rota dos Palacetes, explica que o projeto busca criar um diálogo entre passado e presente. “A memória da cidade é um dos maiores patrimônios que podemos preservar. Ao caminhar pelas ruas do bairro de Nazaré, queremos que o público reflita sobre o tipo de cidade que deseja e o quanto é necessário cuidar desse legado arquitetônico”, ressalta.

Educação Patrimonial e Turismo de Experiência

A Rota dos Palacetes também não se limita a revisitar prédios históricos. Ela faz parte de um movimento maior que envolve a educação patrimonial e o turismo de experiência, permitindo que tanto os moradores de Belém quanto os visitantes de fora conheçam de perto a rica herança cultural da cidade. 

O projeto transforma as ruas em espaços vivos de aprendizado, onde o público se aproxima das histórias de antigos moradores, das influências arquitetônicas e dos movimentos sociais que marcaram cada construção.

Belém, conhecida como a "Cidade das Mangueiras", carrega um patrimônio arquitetônico que remete aos tempos áureos da borracha. Os palacetes, com suas varandas decoradas, azulejos importados e estilos que variam entre o Art Nouveau e o Neoclássico, são testemunhos de um passado opulento, mas também de um presente em que o resgate dessas memórias é essencial para a preservação da identidade cultural.

Uma Rota de Redescoberta

O trajeto passará por dez palacetes, incluindo o Palacete Augusto Montenegro, residência do governador do Pará no início do século XX, e o Palacete Bolonha, que abriga o Museu Casa Francisco Bolonha e será o único a receber visitação interna. Ao final do percurso, no Memorial dos Povos, haverá uma feira cultural criativa e visitas mediadas, ampliando o debate sobre a preservação do patrimônio histórico e artístico de Belém.

Para Inês Silveira, presidente da Fumbel, a Rota dos Palacetes é uma oportunidade única de aproximar a população da história de Belém. “Democratizar o acesso à informação sobre o nosso patrimônio arquitetônico é fundamental. Convidamos todos, estudantes, professores e amantes da história e arquitetura, a participarem deste momento que valoriza a nossa cultura e memória como paraenses”, afirma.

Incentivo a uma releitura da cidade. Em tempos onde o desenvolvimento urbano e a preservação do patrimônio histórico frequentemente se chocam, o projeto coloca em discussão a importância de um olhar cuidadoso sobre o futuro da cidade, sem esquecer as raízes que a formaram. 

Serviço

A participação na Rota dos Palacetes é gratuita, sem necessidade de inscrição prévia. O ponto de partida será o Palacete Mac Dowell, às 16h, na Av. Magalhães Barata, ao aldo do Colégio Gentil Bittencourt, com previsão de chegada ao Memorial dos Povos, na Gov. JOsé Malcher, 257, às 17h40. O Museu Casa Francisco Bolonha estará aberto para visitação das 16h às 20h, com uma programação cultural imperdível.

23.9.24

Acessibilidade e inclusão na Primavera dos Museus

De 24 a 29 de setembro, o Museu de Arte de Belém (Mabe) participa da 18ª Primavera dos Museus, que traz como tema “Museus, acessibilidade e inclusão”. A programação é gratuita ao público, das 9h às 16h30. 

O evento tem como objetivo ressaltar a importância sobre o papel dos museus na promoção do acesso a todos os seus públicos, independentemente de suas condições físicas, sensoriais ou cognitivas. Exposições com mediação, visitas guiadas, roda de conversa e performances integram as atividades, permitindo uma experiência única ao público. Além disso, a programação visa promover a acessibilidade e permitir o acesso aos espaços do Mabe de forma autônoma. 

“Quando falamos de acessibilidade, precisamos entender que há aspectos que os museus precisam atender com urgência, como acessibilidade física, econômica e intelectual. Somente derrubando essas barreiras será possível atender o significado da inclusão e contemplar a diversidade de públicos nos museus. É sempre importante trazermos exposições, debates e outras experiências sobre o tema”, declara Janice Lima, pesquisadora e educadora do Mabe.

O grande diferencial dessa programação são as exposições mediadas, que pautam-se pelo respeito à diversidade de públicos, que podem acessá-las também por meio das audiodescrições das obras para pessoas cegas ou com baixa visão e contam com intérpretes de Libras para pessoas surdas. 

Impermanência - A exposição de pinturas, esculturas e vídeo-performance da artista visual Sanchris Santos, apresenta uma reflexão importante sobre a vida, as relações de força e poder que atravessam e marcam a existência, em sua impermanência.

Sagrado Dissidente - Esta exposição é resultado da pesquisa de mestrado do artista Raphael Andrade, que a partir de sua obra “Flores para Pietá”, reúne obras suas e de mais 14 artistas trazendo a questão: “O sagrado está presente?”, reverberando reflexões acerca do rompimento e intervenção no sistema normativo em relação às ideias de profano e de marginalidade relacionados aos símbolos e alegorias dos corpos LGBTQIAP+.

Além das exposições, a Roda de Conversa “Museus, Acessibilidade e Inclusão: Educação e Diversidade”, a aula de técnicas corporais e a performance “Negro Sou”, compõem a programação da 18ª Primavera dos Musues, potencializando diálogos e experiências sensíveis-reflexivas sobre esse o tema escolhido pelo Instituto Brasileiro de Museus escolhido. A programação é gratuita e aberta ao público, sem necessidade de inscrição prévia. 

Programação completa:

18ª Primavera dos Museus

Local: Museu de Arte de Belém

 24 a 29/09- terça-feira a domingo.

Exposições com  mediação

“Impermanência” da artista Sanchris Santos, na galeria Antonieta Santos Feio.

“O Sagrado Dissidente” do performer Raphael Andradena sala Theodoro Braga. 

Participantes: público em geral

Horário: 9h às 16:30h

Dia: 25/09- quarta-feira

Apresentação de Técnicas corporais afro-religiosas e indígenas com alunos do curso técnico em teatro-ETDUFPA.

Local: Sala Theodoro Braga

Direção: Prof.ª Dra. Ana Flávia Mendes

Horário: 15h30 às 17h30

Dia: 26/09- quinta-feira

Roda de conversa: Museus, acessibilidade e inclusão: educação e diversidade

Participantes: Professora Dra. Sanchris Santos, Professor Me. Raphael Andrade, Professora Me. Danielle Souza, Museóloga e Educadora

Popular, Angélica Albuquerque, Estudante de museologia, Isabel Lopes

Mediação/MABE: Professora Dra. Janice Lima 

Público: professores, alunos, funcionários do palácio, aberto a comunidade

Local: Mini auditório do Palácio Antônio Lemos

Horário: 10h às 12h30

Dia 28/09- sábado

Apresentação artística “Negro Sou” dos performistasFelipe Almeida e Mara Gomes, uma interpretação cênica do “Sagrado Dissidente”.

Local: Hall de entrada do Palácio Antônio Lemos e Galeria Theodoro Braga

Horário: 10h às 12h

Festival vai reunir filmes produzidos por mulheres

2ª edição do Festival “As Amazonas do Cinema” foca em produções de mulheres cis e trans da Pan-Amazônia e regiões de fronteira do Brasil, além de cineastas nascidas na região amazônica. O evento ocorre de 21 a 23/11, no Festival Amazônia FiDoc. Inscrições até 20/10.

A mostra competitiva reúne curtas e longas-metragens, com o apoio da Lei Paulo Gustavo (mostras e festivais) e patrocínio do Instituto Cultural Vale, via Lei Rouanet. O festival é uma iniciativa do Amazônia FiDoc, dirigido por Zienhe Castro, com coordenação de Lorenna Montenegro e Flávia Guerra. O trio também compõe a curadoria do evento, que traz um panorama diversificado sobre a produção audiovisual feminina contemporânea.

Durante os três dias de programação, o festival se destaca não apenas pelas exibições de filmes, mas também pelas atividades formativas. As curadoras Flávia Guerra e Lorenna Montenegro ministrarão um curso sobre o legado de cineastas pioneiras do cinema brasileiro, latino-americano e pan-amazônico, como Margot Benacerraf, Edna Castro e Helena Solberg. Haverá ainda homenagens a personalidades do cinema, além de masterclasses, oficinas, painéis e debates.

“As Amazonas do Cinema” surgiu em 2020 como resultado de um movimento iniciado pelo Amazônia FiDoc, em 2019, com o objetivo de aumentar a representatividade feminina no audiovisual. Zienhe Castro relembra que a iniciativa buscou unir cineastas, roteiristas, produtoras e outras profissionais da Pan-Amazônia em torno do audiovisual como ferramenta de fortalecimento e transformação.

“Esse primeiro movimento foi de uma potência gigante, que alargou nossas perspectivas e ampliou nossos sonhos de fazer, ser e estar juntas.”

Entre os filmes premiados na primeira edição do festival estão “Até o Fim do Mundo”, curta colombiano de Margarita Rodrigues Weweli-Lukana e Juma Gitirana Tapuya Marruá, e “Fakir”, longa da consagrada Helena Ignez. O troféu deste ano será desenvolvido pela artista visual paraense Lise Lobato.

Serviço

As inscrições para o festival podem ser feitas até 20 de outubro, exclusivamente pela plataforma FilmFreeway: https://filmfreeway.com/AmazoniaFiDoc.

19.9.24

Turismo verde e perspectivas para a Amazônia

A semana de Belém está pontuada por um debate urgente, o turismo sustentável, cultural e economicamente viável para a região, em especial, Belém, a capital que se prepara para se firmar como um destino global que une modernidade, cultura ribeirinha e o compromisso com a sustentabilidade. 

Antes mesmo da reunião do G-20, que começou nesta quinta-feira (19), no Hangar, foi realizado, nesta quarta-feira, 18, na CasaMIa, o encontro “Conectando Culturas e Natureza: Iniciativas de Turismo Sustentável entre a União Europeia e o Brasil”, organizado pela Delegação da União Europeia no Brasil, com apoio da prefeitura de Belém e do Ministério do Turismo.

O evento reuniu, nesta quarta-feira (1), na Casa Mia, especialistas, autoridades e gestores para debater sobre o futuro do turismo sustentável, com destaque para o potencial amazônico. Na abertura, Stephanie Horel, oficial de programa da Delegação da União Europeia, trouxe à tona a experiência europeia no desenvolvimento de práticas turísticas sustentáveis. 

Ela destacou a crescente resistência de algumas comunidades europeias ao turismo predatório, além de mencionar desafios relacionados à qualificação da mão de obra e à digitalização das operações turísticas. “Na Amazônia, viajei para algumas localidades e fiquei impressionada com o uso de Wi-Fi. Podíamos fazer pagamentos por Pix, o que demonstra um grande avanço na digitalização, mesmo em áreas remotas.”

O encontro contou também com a participação de estudantes, profissionais do setor, e gestores públicos brasileiros, como Ana Carla Machado Lopes, secretária-executiva do Ministério do Turismo. Paraense de origem, Ana Carla destacou a importância de ações integradas para transformar o estado em um destino turístico sustentável. 

E o evento deixou claro que, para alcançar esse objetivo, é essencial promover uma cadeia produtiva transversal no turismo, que inclua desde o visitante que chega de avião até o ribeirinho que utiliza o tradicional barco “popopô” para se locomover, mas com uma ressalva, como observou Ana Carla Machado Lopes, secretária-executiva do Ministério do Turismo. 

Ela reforçou a necessidade de colaboração entre governo, empresas e comunidades locais para que o turismo na Amazônia se torne um exemplo de sustentabilidade para o mundo. “Queremos visitantes do Pará, do Brasil e do mundo, mas, como diz a música do Mosaico de Ravena, que venham um de cada vez. Afinal, não queremos nossos jacarés tropeçando em vocês, ou seja, que venham todos mas com respeito à diversidade local e para isso é importante que todos nós também estejamos preparados e  unidos em boas práticas".

A secretária de Turismo de Belém, Julia Gorayeb, também enfatizou a necessidade de preparar a cidade para eventos locais, nacionais e internacionais: “Estamos trabalhando não só para a COP, mas para transformar Belém do Pará em um destino turístico inteligente, que cause impacto positivo para os visitantes e para quem mora aqui", disse, destacando que o progresso das obras de infraestrutura para o turismo na cidade, vai melhorar a vida dos moradores, além de motivar estudantes e profissionais a investirem na carreira turística.

Riquezas Amazônicas e turismo cultural


As boas práticas de ecoturismo e conservação da natureza foi o tema abordado por Luiz Fernando Destro, diretor de turismo da República Tcheca, contando com a participação de especialistas que trouxeram estudos de caso. Silvia Cruz, turismóloga e professora da UFPA, destacou iniciativas de turismo comunitário nas ilhas de Combu e Cotijuba, ressaltando como essas comunidades utilizam a sociobiodiversidade para promover experiências autênticas.

Inês Silveira, presidente da Fundação Cultural de Belém (FUNBEL), falou sobre a importância de recuperar o patrimônio cultural local, apresentando um panorama das ações desenvolvidas pela prefeitura nessa área. Ela destacou, também, diversas iniciativas da sociedade civil realizadas durante o Círio de Nazaré e como isso impacta a cidade com muita antecedência. 

“O Círio atrai um turismo religioso, mas também um turismo cultural, que passa por ações como o Auto do Círio, a Festa da Chiquita e o Arrastão do Círio, do Arraial do Pavulagem. E nós, enquanto poder público, estamos juntos, apoiando e organizando a cidade para que todos tenham uma boa experiência.”

Izete Costa, mais conhecida como Dona Nena, relatou suas experiências com o turismo de base comunitária, a partir da fabricação de chocolate na Ilha do Combu. Hoje, duas cooperativas estão envolvidas na travessia de visitantes locais e turistas entre Belém e Combu, a partir da Praça Princesa Isabel, no bairro da Condor.

Desafios e oportunidades 

Além das práticas locais, o evento trouxe a perspectiva europeia sobre a sustentabilidade no turismo. Marlene Bartes, diretora de Políticas da Comissão Europeia, reforçou a importância de tornar o turismo mais verde, digital e resiliente até 2030, com foco nas três dimensões da sustentabilidade: ambiental, econômica e social. “Precisamos garantir que o turismo beneficie não apenas uma parte de um país, mas ele como um todo, então as boas práticas são fundamentais.”

Entre as iniciativas mencionadas, a Comissão Europeia propôs o uso de um mapa completo para ajudar as empresas de turismo a aderirem a práticas sustentáveis e informou sobre selos de certificação para acomodações e serviços que cumpram os critérios de ESG (ambiental, social e governança). Esses critérios são usados por investidores, empresas e outras partes interessadas para medir a sustentabilidade e o impacto ético de uma empresa:

Ambiental: Refere-se ao impacto que a empresa tem sobre o meio ambiente, incluindo práticas como gerenciamento de resíduos, uso de recursos naturais, emissões de carbono e esforços para mitigar as mudanças climáticas.

Social: Relaciona-se ao impacto da empresa nas pessoas e na sociedade, como as condições de trabalho, direitos humanos, diversidade e inclusão, e seu relacionamento com as comunidades locais.

Governança: Envolve a gestão e administração da empresa, incluindo questões como ética nos negócios, transparência, responsabilidade dos executivos e estrutura do conselho administrativo.

O futuro do turismo amazônico

O evento desta quarta-feira, reafirmou o papel estratégico de Belém no desenvolvimento do turismo na Amazônia, não apenas como uma porta de entrada para a floresta, mas como um polo cultural e gastronômico. 

“A gente está aqui para trabalhar, pensar a fazer uma proposta pra turismo mais sustentável, que conta com a biodiversidade que protege a biodiversidade, mas também que seja socialmente sustentável, integrando as comunidades, integramos o cidadão das cidades onde esse turismo vai acontecer e aqui em Belém”, disse Horel.

Ela, inclusive, segue em Belém para participar da Reunião do G20, que ocorre de hoje (19) a sábado (21), no Hangar, trazendo como um dos principais temas a ser debatido, o turismo sustentável, cujas propostas aprovadas serão levadas à Cúpula de Líderes do G20, marcada para novembro no Rio de Janeiro.

13.9.24

Delcley Machado celebra 35 anos de trajetória

Delcley Machado/ Foto: Walda Marques
Delcley Machado traz em sua história mais de 30 anos de paixão pela música, com destaque à música instrumental. O dia 20 de setembro, sexta-feira, será uma noite de comemoração à jornada do músico, compositor e produtor paraense, que realizará o Show Celebração - 35 Anos de Carreira, no espaço Ná Figueredo, às 20h.

O show Celebração vai reviver memórias e composições. Haverá momentos de emoção e surpresas, com  um repertório que passeia pelos três álbuns lançados pelo artista. O primeiro foi lançado em 2002, intitulado “Cordacesa”, no qual há homenagem ao filho na faixa “Lucas”. O álbum, de forma natural e rápida, se tornou referência na música instrumental do Pará. 

O segundo veio em 2010, intitulado  “Temporal”, com faixas que permitem uma imersão à Amazônia. Inspirado pelo som da chuva e passagem do tempo, o álbum conta com parcerias importantes, como Jorge Andrade na letra de “Das Ruas” e Marcos Campelo em “A Voz Guardada”. Em 2020, ele lança o terceiro disco “Ensolarando”, com a participação de artistas como Vital Lima, Toninho Horta e Cláudio Nucci, mostrando a sua maturidade musical e surpreendendo os seus ouvintes. 

“A apresentação vem com essa cara de festa, de celebração da existência dos meus álbuns. Cada álbum é pessoal demais, é o sangue do artista ali. Quando um disco é pensado e sonhado, ele é diferente. Nós vamos tocar com muito carinho o repertório dos três discos”, conta Delcley, ansioso pela apresentação, que contará com a presença especial de grandes músicos e amigos no palco: Jacinto Kahwage (piano), Davi Amorim (baixo), Leandro Machado (bateria), com participação de Luiz Pardal, Fabrício Machado, Príamo Brandão e Lucas Machado.

Música e Amazônia na veia! 

A trajetória musical de Delcley é marcada por sua conexão com a Amazônia e por colaborações que perpassam gerações. A paixão pela música iniciou ainda na infância, quando ganhou um cavaquinho de seu pai, que foi músico e o responsável pelos primeiros passos de Delcley no universo artístico paraense.  

“O meu pai era músico da banda da polícia militar e tocava à noite. Ele conhecia muitos músicos e eu cresci num meio onde havia muitos artistas. Na minha infância, quando eu tinha 7 anos, eu ganhei um cavaquinho, me interessei pela música, e nunca mais parei”, conta o músico.

Aos 14 anos, ele começou a tocar guitarra, depois violão, e foi quando se interessou pela música brasileira. Depois conheceu o Jazz e este, por ser um estilo livre, acabou o conduzindo pela música instrumental de forma mais ampla.

“O que eu me orgulho da minha carreira musical é ser uma pessoa persistente pelo gênero instrumental. Eu digo música instrumental, porque quando se fala de jazz, se determina que é um gênero, e a música instrumental engloba tudo, inclusive o Jazz. Quando eu me identifiquei com isso, percebi que minha música poderia ter mil características diferentes, mil formas de interpretá-la e mostrar uma arte muito vasta. Isso é a música instrumental, um som livre que nos permite criar”, comenta Delcley. 

“Hoje, eu estou muito feliz por perceber o que minha música alcançou. Eu sinto um resultado positivo, como se eu estivesse concretizando algo que eu sonhava e que, através da música, vou atravessar o tempo e ir adiante. Às vezes a gente encontra pessoas que dizem que ouvem até hoje minhas músicas no café da manhã com a família, em encontros com amigos e momentos especiais. Eu vejo o meu impacto de uma forma afetiva na vida de quem aprecia o meu trabalho”, celebra o paraense. 

A música instrumental em Belém

Delcley Machado/
Foto: Walda Marques
Segundo Delcley, apesar de não ter tanto destaque, o cenário da música instrumental em Belém é muito vivo. “Possuímos um potencial muito grande. São muitos artistas que estão trabalhando nesse cenário. Eu gostaria que todos esses músicos e artistas estivessem mais na visão do povo. O movimento é muito bom, cada vez mais chegam músicos interessados. Os jovens estão entrando nesse cenário e se destacando, deixando o movimento mais bonito. Porém, é preciso que as pessoas apareçam mais, se mostrem mais tocando e se divulguem”, reforça ele.

O também produtor comenta que a música instrumental local se diferencia do Brasil pela paixão com que os paraenses tocam. “Criamos um vínculo com o repertório e por isso, sem necessidade de aprovação, ou uma busca incessante para agradar o mercado, ou alguém, seguimos”, conta Delcley. Ele aproveita e declara que compor, para ele, é um estado de espírito. 

“Não tem a ver com local, com droga, com cachaça, com rua, com nada. É algo que se sente. Eu não diria que é um presente extra-sensorial, mas você vai buscando. Parece que você sente o tempo que você tem que compor. Você pega o instrumental e vai criando. Eu aleatoriamente pego o instrumento e vou fazendo sons, caminhos, acordes harmônicos, até que, em algum momento, algo vai criar uma força e surge uma composição”, explica o músico.

Fluxo Estúdio

Foto: Divulgação (Álbum Temporal)
Em parceria com seu filho, Lucas Machado, Delcley coordena o Fluxo Estúdio, onde produz e grava os seus trabalhos e de outros artistas. Em maio deste ano, em parceria com o músico carioca Carlos Malta, Delcley lançou o EP intitulado “Mokõi”, que reúne 6 regravações instrumentais de composições de Waldemar Henrique.

“O EP surgiu como parceria e união com Carlos Malta. O título Mokõi, na língua Guarani, significa "dois", expressando a união dos sopros, dele, e das minhas cordas”, conta Delcley Machado. Após a boa repercussão do lançamento, os músicos pretendem lançar uma continuação do Ep. 

Serviço

Delcley Machado – Show Celebração - 35 anos de carreira

Data: 20 de setembro de 2024

Horário: 20h

Local: Na Figueredo (Belém, PA)

Ingressos: $15

(Holofote Virtual com colaboração de Vagner Mendes)

Belém recebe evento internacional sobre turismo

A Delegação da União Europeia no Brasil, com apoio da Prefeitura de Belém, realiza na próxima quarta-feira (18), o evento “Conectando culturas e natureza: Iniciativas de turismo sustentável de Brasil e EU”, com participação de especialistas de diversos países. 

O encontro, que acontecerá na véspera da reunião dos ministros de Turismo do G20, será uma oportunidade única para discutir e promover melhores práticas em ecoturismo e conservação da natureza, além de destacar estudos de caso sobre turismo cultural e comunitário. 

A oficial de políticas da Comissão europeia, Marlène Bartès, fará a palestra de abertura do evento. A Delegação da UE no Brasil será representada pela oficial de programas Stephanie Horel.

Stephanie Horel ressalta que este evento “representa uma grande oportunidade para fortalecer a colaboração entre Brasil e UE em iniciativas de turismo sustentável, promovendo práticas que respeitam o meio ambiente e valorizam a cultura local”. “É de particular importância realizar o evento em Belém, que sediará no ano que vem a COP 30.”

Entre os palestrantes já confirmados, destacam-se Julia Gorayeb, secretária de Turismo de Belém; Inês Silveira, presidente da Fundação Cultural de Belém (FUMBEL); Ricardo Blanco, diretor de Turismo Sustentável da Secretaria de Estado do Turismo da Espanha;  Luís Campos, representante de Assuntos de Turismo de Portugal na União Europeia; e Luiz Fernando Destro, representante de turismo da República Tcheca no Brasil.

Os estudos de casos sobre turismo cultural e comunitário serão apresentados pela professora Silvia Cruz, da Universidade Federal do Pará (UFPA), e pelo professor Carlos Costa, da Universidade de Aveiro, Portugal. Já Caroline Couret, do Creative Tourism Network, vai liderar o workshop sobre envolvimento das comunidades locais e promoção do patrimônio cultural.

Conectando culturas e natureza: Iniciativas de turismo sustentável entre Brasil e UE

Evento aberto ao público.

Inscrições, com vagas limitadas: https://forms.gle/oKwQrkPVXMj2uXJh7

Data: Quarta-feira, 18 de setembro de 2024 – 14h às 18h30

Local: Casa Mia Eventos, na Tv. Quintino Bocaiúva, 1696 - Reduto, Belém/PA

12.9.24

Tacacazeiras ocupam o Boulevard da Gastronomia

Em março na Sala em reunião com o 
IPHAN
Valorizando a cultura regional, o Boulevard da Gastronomia recebe no período de 13 a 15 de setembro a 5ª edição do Festival das Tacacazeiras, com o objetivo de reunir famílias, turistas e amantes da gastronomia paraense. De forma gratuita, a partir das 17h, o público poderá imergir nos sabores tradicionais do Pará e apreciar as apresentações culturais e musicais, que celebram a herança cultural do estado.

“O festival é muito importante porque vem como uma homenagem para todas as tacacazeiras de Belém e todas que fazem parte da nossa cultura. Ele é importante porque mostramos a forma de valorizar o nosso conhecimento, que é passado de geração para geração. Esperamos que toda a população venha prestigiar nosso festival e experimentar a nossa culinária”, reforça a tacacazeira Neide Sobrinho.

Organizado pela Associação das Tacacazeiras e Comidas Típicas de Belém (Astacom), o festival comemora o Dia das Tacacazeiras, celebrado no dia 13 de setembro. O evento tem apoio da Prefeitura de Belém, por meio Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel); Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Sebrae Pará e Secretaria de Estado de Cultura. 

Além do tacacá, o público poderá saborear pratos da culinária local, como vatapá, caruru, maniçoba, arroz com galinha e o tão famoso arroz paraense. A expectativa é receber cerca de dois mil visitantes ao longo dos três dias de evento.

A presidente da Fumbel, o festival fortalece o reconhecimento da importância da culinária local. “O público poderá contemplar o evento em um espaço pensado e organizado para ser palco da cultura de Belém, no que tange à música, gastronomia e a arte como um todo”, reforça Inês Silveira.

Atrações musicais -  No dia 13, sexta-feira, a  programação musical inicia com a apresentação do “Samboulevard”, que comandará um samba de mesa com I Love Pagode, Cabanagem, Pagode das Meninas, Leozinho do Cavaco e DJ Dieguinho Rock Doido. 

No dia 14, sábado, o carimbó tomará conta da programação com a apresentação do grupo Instituto Cultural Mistura Regional. No domingo, 15, a programação fica por conta do DJ Barrail e Banda Calando.

Patrimônio - Há 11 anos, as vendedoras de tacacá são reconhecidas como patrimônio cultural imaterial para o município de Belém, pela Lei 8.979 de 13 de setembro de 2013. Em 2024, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) iniciou os estudos nos estados do Acre, Amapá, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins para orientar o processo de registro do Ofício de Tacacazeira como patrimônio cultural do Brasil. 

Serviço

5º Festival de Tacacazeiras

Local: Boulevard da Gastronomia (Boulevard Castilhos França - Campina)

Horário: A partir das 17h

Acesso gratuito

(Holofote Virtual com informações da Agência Belém)

52o Festival de Brasília com inscrições abertas

Em sua 57ª edição, o festival abre inscrições para filmes que vão compor as suas diversas mostras, e a expectativa é alta entre cineastas e o público apaixonado por cinema. Realizadores de todo o país podem participar.

O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, um dos eventos mais aguardados do calendário cinematográfico do país, já tem data marcada. De 30 de novembro e 7 de dezembro de 2024, a capital federal será novamente o palco de grandes estreias e debates sobre o cinema nacional. 

Com a curadoria renovada e a promessa de uma programação que mescla inovação e tradição, o festival pretende apresentar mais de 50 títulos ao longo de suas mostras Competitiva Nacional, Brasília, Festivalzinho, além das sessões especiais e mostras paralelas. 

A seleção será rigorosa: seis longas-metragens e 12 curtas-metragens farão parte da Mostra Competitiva Nacional, com premiações de R$ 30 mil para os longas e R$ 10 mil para os curtas. Além disso, o Troféu Câmara Legislativa vai distribuir R$ 240 mil em prêmios para os filmes que se destacarem na Mostra Brasília, focada em produções locais.

Entre as novidades o retorno de Eduardo Valente

Um dos destaques desta edição é o retorno de Eduardo Valente à direção artística do festival. Valente, cineasta e crítico de cinema, já ocupou o cargo entre 2016 e 2018, e volta com a missão de conduzir um dos festivais mais antigos e prestigiados do país. Além de sua expertise em curadoria, Valente traz a experiência de ter atuado em grandes festivais internacionais, como o Festival de Berlim e o Olhar de Cinema.

A proposta de Valente é ambiciosa: criar um “fio narrativo” que costure as diversas temáticas presentes nas produções inscritas, oferecendo ao público uma visão ampla e ao mesmo tempo profunda do cinema brasileiro contemporâneo. Ele também será responsável por montar as mostras paralelas e por liderar as três comissões que irão julgar os mais de mil filmes esperados nesta edição.

Outro ponto que merece atenção é o Festivalzinho, uma programação especial voltada para o público infantojuvenil. Realizadores que trabalham com animação e filmes para crianças são incentivados a inscrever suas obras, contribuindo para formar novos públicos e trazer mais diversidade à tela. Esse é um espaço dedicado a explorar a imaginação e criatividade dos mais jovens, e é sempre uma atração à parte dentro do festival.

Inscrições abertas

As inscrições para a 57ª edição estão abertas até o dia 25 de setembro de 2024. Para se inscrever, basta acessar o site oficial do festival (www.festcinebrasilia.com.br) e preencher o formulário. 

Podem participar filmes finalizados entre 2023 e 2024, com preferência para aqueles inéditos. Além do regulamento completo, o site também disponibiliza o edital do Troféu Câmara Legislativa.

A seleção completa dos filmes será divulgada em novembro, e, até lá, a expectativa só cresce. O Festival de Brasília promete, mais uma vez, ser um ponto de encontro entre os maiores talentos do cinema brasileiro e o público que aprecia e celebra nossa cultura.

(Com informações da assessoria de imprensa  / Fotos: Humberto Araújo)