26.4.13

A festa literária de um país que se chama Pará

Ruy em caricatura, no do salão de humor
A Feira Pan Amazônica do Livro, que iniciou bem menor, no Centur, nos idos anos 1990, ocupa em sua décima sétima edição, todos os espaços do Hangar Convenções e Feiras da Amazônia, que aliás já está pequeno para o evento que hoje recebe 400 mil pessoas. Foi com esta lembrança que Paulo Chaves, titular da Secult, iniciou na manhã desta última quinta-feira, 25 de abril, a coletiva que reuniu jornalistas de impressos, Tvs, rádios, sites e blogs, no auditório Dalcídio Jurandir, que também será tomado a partir desta sexta-feira, 26, até 05 de maio, com a extensa programação da feira.

Este ano, o tema da Pan Amazônica é o Pará. Inspiração que veio da frase “Eu sou de um país que se chama Pará”, pinçada da música “Porto Caribe”, de Ruy Barata, o escritor homenageado.

“O país é o nosso, a frase de inspiração é do Ruy. É uma dívida que tínhamos com ele, que já deveria ter sido homenageado. Ruy sempre foi surpreendente, como esta feira também é”, comentou Paulo Chaves.

"Dentro desta programação, teremos ainda dois espetáculos imperdíveis. Um de abertura e outro de encerramento. Primeiro, um show que irá de Waldemar Henrique a Verequete, de Ruy Barata ao retumbão de Bragança. Será um panorama da música paraense. Nós todos estamos sendo homenageados”, enfatizou. 

“E para encerrar, teremos outro poeta que também como Ruy, foi ‘poeta no livro, na música e na vida’, em um show que tem seu grande parceiro Toquinho, com uma banda de oito músicos. Ruy e Vinícius, além de poetas, têm em comum a lembrança de um copo de whisky na mão”, bem citou o secretário. 

Coletiva de imprensa no Hangar (foto: Elza Lima)
Paulo Chaves também fez questão de ressaltar a homenagem que está sendo feita este ano na feira, ao livreiro Raymundo Jinkings, “muito perto do Ruy Barata em sua importância”, disse. 

Com uma trajetória de projeção nacional para o mercado literário, Jinkings realizou inúmeras ações de incentivo à leitura em Belém e formou muitos, dos grandes intelectuais paraenses. “Lembro ter encontrado, na livraria Jinkings, com Benedito Nunes, Paulo Mendes Campos, Benedicto Monteiro, entre outros”, disse o secretário. 

A literatura paraense é outro ponto alto do evento. Mais de 120 autores locais estarão representados dentro do estande do Escritor Paraense, um espaço cedido gratuitamente pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e onde escritores de vários municípios lançam livros, fazem sessão de autógrafos e promovem outros eventos que tornam o local uma grande vitrine da produção literária, que atrai não só os leitores, mas também as editoras e outras oportunidades de negócios. A Academia Paraense de Letras (APL) também recebe um estande próprio na programação 

No espaço "O País que se chama Pará", acontecerá diariamente o Encontro dos Escritores Paraenses, momento de maior interação entre autores e público, com Maria Stella Pessoa, Olga Savary, Daniel Leite, Benilton Cruz e outros, além de seminários, encontros e espetáculos, que terão, dentre os convidados, Amarílis Tupiassu, Victor Sales Pinheiro, Lília Chaves, etc. 

Já no evento “Coletiva de textualização musical”, serão realizadas entrevistas, depoimentos e apresentação musical, em um grande encontro de compositores paraenses e mestres da cultura popular, que falarão sobre suas obras e experiências dentro da temática “O Imaginário e o Cotidiano Amazônico”.  

Festival de quadrinhos da Comix é novidade
Investimentos e novidades - A feira cresce a cada ano. De acordo com o representante da ABDL, Robério Paulo Silva, presente na entrevista coletiva, haverá um aumento de 4% na movimentação financeira da feira e na circulação de publicações, entre lançamentos e relançamentos. 

Em um espaço 24 mil metros quadrados de área, 224 estandes montados (14 estandes a mais que a edição passada), a feira conta com 500 editoras representadas (50 a mais que a edição passada), 140 empresas participando diretamente do evento.  

Há 96 mil títulos disponíveis, esperando-se vender 825 mil obras, além de movimentar R$ 14.840.800,00 milhões em negócios realizados durante a feira. Haverá livros sendo vendidos a partir de R$ 3,00. Evento de grande importância para o mercado editorial, a feira conta com 150 toneladas de livros à disposição do público. 

Há novidades. Será badalada a participação da COMIX (livraria especializada em quadrinhos e mangás), que traz uma edição especial do Fest Comix, a maior feira de quadrinhos da América Latina, com aproximadamente 15 editoras especializadas em quadrinhos, e a da LIBRE – Liga Brasileira de Editoras, em uma edição especial da Primavera dos Livros, e com a representação de 25 editoras associadas. 

“A LIBRE é a cereja do bolo”, disse Robério. “Tem excelentes e diferenciados livros. É formada por editoras que se rebelaram dos eventos literários de São Paulo e Rio de janeiro. Vieram ano passado e não querem mais deixar a Pan Amazônica”, revelou o representante da ABDL.

150 toneladas de livros
“Na época, quando eu sonhei com esta feira, nunca imaginei a dimensão a que ela chegaria. A feira na verdade acontece o ano inteiro, com a Pan nos municípios, que irá para seis cidades do interior, e mais dois salões em Santarém e Paragominas”, reassaltou o secretário de cultura. 

Outra novidade também é o estande que receberá a Literatura de Cordel, conhecida no Brasil como folheto, um gênero literário popular escrito frequentemente na forma rimada, originado em relatos orais e depois impresso em folhetos.

Internacional, a Feria Pan Amazônica do Livro terá representações de 11 países: Peru – Os Menores Livros do Mundo (São Paulo); EUA/Inglaterra – Queen Books (São Paulo); Argentina, Espanha, México e Venezuela – Letraviva Livros em Espanhol (São Paulo); Equador - Unamaz / NAEA (Pará); Guiana Francesa – Aliança Francesa (Pará); Espanha – Surlivro (Rio de Janeiro) e França – Livraria Francesa (São Paulo). 

Com mais de 100 câmeras espalhadas pelo Hangar, a Feira Pan Amazônica do Livro pretende reforçar a segurança, no período da feira. Para isso, a organização fez reuniões com a Polícia Militar e Polícia Civil. Os bombeiros estão presentes, assim como haverá durante os dez dias, uma ambulância no Hangar para atender possíveis emergências. 

“Fizemos tudo que é necessário pra receber o público, num evento que tem como foco o livro, a literatura”, reforçou o titular da Secult. “Enfim, esta é a mais paraense de todas as feiras. A energia polêmica do Ruy já está no ar, vamos viver estes dez dias de uma grande programação”, finalizou Paulo Chaves.

Show de abertura é uma passeio musical

Paulo André Barata, que estará no show de abertura
A XVII Feira Pan Amazônica do Livro abre nesta sexta-feira, 26 de abril, às 19h, no Hangar, com um show que reunirá grandes nomes da Música Popular Paraense. Será um passeio pelo repertório mais clássico da música produzida no Pará.

No repertório haverá canções de Waldemar Henrique, Mestre Isoca, Chico Senna, Ruy Barata, entre outros, interpretadas por Camila Honda, Nana Reis, Liah Soares, Olivar Barreto e Paulo André Barata.

Além das interpretações de canções de autoria de compositores, que marcam a história da música paraense, a apresentação vai contar também com a apresentação deTony Soares, Almirizinho Gabriel e Ronaldo Silva. 

Serviço 
A Feira do Livro, no dia 26 de abril, será aberta às 19h, com cerimonial, seguido do show de abertura. Entrada franca. A partir do sábado, 27 de abril, ficará aberta das 10h às 22h, até dia 5 de maio, com entrada gratuita em toda as programações. Mais informações no site: www.feiradolivro.pa.gov.br / https://www.facebook.com/feirapanamazonicadolivro.

2 comentários:

Anônimo disse...

O post da jornalista Luciana Medeiros sobre a configuração da XVII Feira Pan-Amazônica do Livro que foi anunciada pelo secretário de Cultura Paulo Chaves em entrevista coletiva evidencia um fato: informação jornalística sobre acontecimentos artístico-culturais de Belém do Pará encontra no Holofote Virtual o melhor canal de expressão. Isso se dá, dentre outros aspectos, quanto a informar além do já sabido através das notas preliminares sobre um acontecimento, e destaca o blog do conjunto dos veículos belenenses da chamada blogosfera, e, também, da imprensa impressa da capital paraense, esta cada vez menos aditiva. Afora compor a mais abrangente e atualizadora cobertura jornalística da produção artístico-cultural belenense, incluso o setor Teatro, amiúde negligenciado por outros veículos, cada matéria do Holofote Virtual - texto, fotos e links -, possibilita ao receptor/internauta uma sensação prazerosa ao inteirar-se da informação, por ser esta envolvente, na medida em que deixa transparecer qualidades positivas, mercê da paixão e do prazer de Luciana no desempenho profissional. Ler Luciana não requer amargar a insatisfação que advém da leitura de meros informes impessoais e áridos. Editora, ela destaca o melhor da cena cultural de Belém do Pará e do que mais transite pela cidade. Repórter, surpreende, como acaba de fazer, mais uma vez, ao extrair de uma coletiva nuances que aparentemente só ela percebeu e que, na construção do texto, têm efeito de circuito transmissor de pensamentos e emoções, a possibilitar ao leitor entrever, também, a emoção da pessoa fonte da informação. É esse o resultado contido no post originário deste comentário, a partir do registro pela jornalista de um devaneio de natureza emocional feito por Paulo Chaves durante a coletiva, e que ela usa no texto como base de apoio de números e outras dimensões da XVII Feira do Livro por ele informados. Segundo o secretário da Cultura, nem em sonho ele antevira, em 1997, quando à frente da mesma Secretaria organizou a I Feira do Livro, as dimensões que ao longo do tempo aquele evento viria a tomar, e hoje alcança. A propósito, não é demais nos lembrarmos que a emoção, elemento essencial da arte, apesar do interesse do público de arte e de textos sobre arte, artistas e produtores culturais, anda escassa, nestes tempos de informes resumidos, muitos em linguagem pasteurizada, por vezes, hermética, que afasta leitores. Sem o registro da evocação emocional feita por Paulo Chaves e o aproveitamento dela por Luciana como base comparativa e elemento de humanização do registro de números e outros fatores demonstrativos da grandeza da XVII Feira do Livro, estes quantitativos tenderiam à perda de relevância e a ser percebidos, quando muito, como dados de um relatório burocrático. Pelo serviço informativo de interesse público que presta, o Holofote Virtual tem potencial como veículo agregador de publicidade de anunciantes com interesse no público-alvo que o acessa e de informes da parte de órgãos públicos da área cultural. Em frente, Luciana! a) Avelino V. do Vale/Jornalista (Reg. Prof. 434/MTb-DF) e produtor cultural.

Holofote Virtual disse...

Nossa, eu nem sei o que te dizer. mas se já ando emocionada estes dias... cheguei ainda pouco do Hangar... e me deparei com seu comentário. O blog nem recebe muitos... apesar dos ótimos acessos que o google me informa.. obrigada por incentivar o Holofote Virtual, me dar fôlego. Nem sempre é fácil manter a qualidade em meio ao corre corre diário... muitos posts ficam em seu estado de áudio no gravador do celular a espera de um tempo pra poder escrever decentemente. Há, porém, boa noticia, tenho uma carta da Tó Teixeira, que aprovei para melhorias no blog, potencializá-lo nas postagens e coberturas. Falta agora temmpo pra ir atrás do patrocinio, rss. Mas quem sabe desta vez eu consigo e assim me dedico mais?

um beijo querido