16.11.13

Dois dias de Camille e Rodin no Teatro Da Paz

A música é comovente. O texto intenso e as interpretações de Leopoldo Pacheco e Melissa Vettore prometem envolver o público no Theatro da Paz neste final de semana.  A peça, que vem circulando o país, com patrocínio da Vivo por meio do Vivo EnCena e Ministério da Cultura, terá duas apresentações em Belém, neste sábado, 16, às 21h, e 17 de novembro, às 19h. Hoje, após a encenação, os atores batem um papo com o público.

Uma parte da equipe chegou nesta sexta-feira, 15, em Belém,  no meio do feriado, e logo começou os trabalhos. O maestro . Jonatan Harold, que assina a direção musical, iniciou o ensaio com os jovens músicos paraenses que executarão ao vivo, com ele ao piano, a trilha do espetáculo.

Melissa Vettore deu entrevistas e comentou sobre a sua emoção em vir a Belém pela primeira vez, terra em que nasceu sua avó. "Acho que vou encontrar minhas raizes aqui", disse emocionada.

A direção do espetáculo é do ator e diretor Elias Andreato, e a montagem traz pesquisa da própria Melissa, em parceria com o escritor Franz Keppler, que também assina a dramaturgia. Além disso, “Camille e Rodin” tem mais um atrativo, pois a música escutada ao vivo. E em Belém, o quinteto formado por cordas e sopro é formado por jovens músicos paraenses. Jamily Cordeiro (OSTP) assume o violoncelo; Daniel Lima e Joice Batista, os violinos (Conservatório FCG), Jennifer Cristina, a viola (OSTP) e Bianca Menezes (OSTP), a flauta transversal. 

Leopoldo Pacheco chegou também na sexta, mas já no final da noite, junto com outros integrantes da produção. Compromissos com a gravação de Joia Rara o impediram de chegar com antecedência. Na manhã deste sábado, todos eles pisaram pela primeira vez no monumental e histórico Theatro da Paz. Com a emoção visivelmente à flor da pele, eles circularam pelos ambientes e acompanharam a montagem do cenário. O ensaio geral iniciou por volta das 17h e logo mais eles entrarão em cena.

Há mais de um ano em cartaz, a estreia do espetáculo aconteceu em junho de 2012, onde ficou onze meses em cartaz no MASP, se tornando um sucesso de público. E até agora já passou por Ribeirão Preto, Santos, São José dos Campos, São José do Rio Preto, Caraguatatuba, Paulínia, Jundiaí, e Santo André, no interior de SP. 

O espetáculo também já foi apresentado em Vitória, no Teatro Carlos Gomes, e em Porto Alegre, no Theatro São Pedro. Esta nova turnê começou em Recife, chega agora em Belém, e depois segue para Manaus. Em 2014, chegará em março, ao Rio de Janeiro. Ao todo serão 15 cidades percorridas, quase dois anos em cartaz, quase 200 apresentações e 60.000 espectadores até agora. 

Ensaio - Música é executada ao vivo
Melissa Vettore tem formação em dança e sua expressão corporal é delicada, trazendo grande contribuição para este trabalho. A atriz vem trabalhando em novelas e séries de televisão e no cinema, este ano, protagoniza o filme “Entre Vales”, lançado esse ano no país.

Para ela, todas as temporadas foram períodos de descobertas e de uma relação de muita entrega com o público. 

“Chegar em Belém exigiu da produção muito trabalho, por isso acho que grandes emoções nos esperam, em um teatro lindo como esse!”, diz Melissa Vettore,que está ansiosa pela estreia. “Nunca estive aqui. Estou realmente tocada por essas duas apresentações e por conhecer a terra onde nasceu minha avó. Preciso comer pato no tucupi, dançar o carimbó”, diz empolgada. 

Melissa conta que a história é densa e foi preciso fazer um bom preparo para a encenação.

“Fomos nos aproximando passo a passo, primeiro lendo muito sobre eles, depois entendendo a época, a questão das mulheres na arte, na sociedade, depois da mudança que Rodin traz para os paradigmas da arte. Veio o desafio do texto, de estar ao lado do Leopoldo que é um ator experiente que admiro. 

De achar onde poderíamos nos complementar em cena, e sempre procurando o centro na direção do Elias, que é um mestre. Depois fomos encontrando as esculturas propriamente, e esse foi o momento mais bonito para mim, de encontrar no corpo o movimento silencioso das esculturas. Isto está em cena e é a delicadeza do espetáculo”.  Ela, que também fez a pesquisa biográfica ao lado de Franz Keppler, a partir da qual ele escreveu o texto inédito do espetáculo, diz que o mergulho nas biografias existentes sobre os artistas foi intensa. 

Melissa e Leopoldo: intensidade nas interpretações
"Eu comecei a procurar livros sobre esses artistas e não foi fácil montar o material. Há pouca coisa escrita sobre a vida deles, o que se encontra com mais facilidade são livros sobre as obras. Mas aos poucos montei um material bibliográfico amplo, traduzi textos do inglês, francês. 

Não parava de ler dia e noite. A partir da seleção desse material, Franz Keppler e eu fizemos a pesquisa biográfica sobre cada um deles. Enquanto ele lia alguns livros, eu lia outros e Leopoldo, outros. Foi um período muito rico. Depois tinha o filme também que não foi nosso ponto de partida. Refizemos o caminho todo, em busca de uma dramaturgia inédita”, explica a atriz. 

Para Melissa, “Camille e Rodin” é uma história de amor e a criação, um encontro de amor, criação, traição e parceria, tudo ao mesmo tempo.  “Esse encontro, com esses ingredientes, tem um efeito bombástico. São cheios de paixão. Camille traz a força da criação e a beleza da sensibilidade, acreditava na sua obra, tinha o impulso do trabalho; e Rodin era todo o espírito de mudança de uma nova criação. Ela era mais livre, mais imaginativa e ele um professor, o verdadeiro pensador do seu tempo. 

Os atores encenam pela primeira vez no Da Paz
Um casal sem vocação para a vida comum, que pagou alto preço pela transgressão de tentar viver o inferno e o céu de criar. Ela ficou com a pior parte. Passou 30 anos internada. Enquanto ele seguiu pra a fama, mas com as cicatrizes dessa história com final trágico”, conclui sua análise. 

Debate Vivo - Neste sábado, 16, após o espetáculo, o público poderá perguntar mais sobre sua percepção do espetáculo. Após a apresentação, Melissa e Leopoldo participam de um bate papo com o público, em mais uma edição da série “Encontros Vivo EnCena” que, em Belém, contará com a participação dos dois atores , a partir do tema “Teatro e Transformação”, com mediação de Expedito Araújo, curador artístico do Vivo EnCena. 

“Mais do que falar, a ideia é ouvir o público. Depois de uma hora no palco atuando, é muito bom ter o retorno de quem esteve assistindo e junto conosco, ver o que ficou para o público, o que tocou mais o coração, o que movimentou seus pensamentos”, finaliza a atriz. 

Ficha Técnica

Direção: Elias Andreato
Dramaturgia: Franz Keppler
Elenco: Leopoldo Pacheco e Melissa Vettore
Pesquisa: Melissa Vettore e Franz Keppler
Desenho de luz: Wagner Freire
Cenografia: Marco Lima
Trilha Sonora: Jonatan Harold
Figurinos: Marichilene Artisevskis
Operador de Luz: Ronielly vieira
Operador de Som: Eder Soares
Diretor de Palco: David Cavalcante
Músico Convidado: Jonatan Harold (piano e regência)
Preparação Vocal: Edi Montecchi
Fotografia: Alexandre Catan
Desenho Gráfico: Simone Drago
Assessoria de Imprensa SP: Morente Forte
Direção de Produção: Andrea Caruso Saturnino
Produção Executiva: e Administrativa Alessandra Ciacco
Produção e Assessoria de Imprensa local: Luciana Medeiros
Idealização: Melissa Vettore e Leopoldo Pacheco
Projeto e Realização: Melissa Vettore - Dramática Produções Artísticas

Serviço
Camille e Rodin - sábado, 16, às 21h e no domingo, 17, às 19h, no Theatro da Paz. Ingressos na bilheteria - R$ 10,00 a R$ 40,00. Informações: 4009.8750. Após a sessão do sábado, 16, haverá bate papo com o público. Clientes Vivo ganham 50% em até dois ingressos. Apresentar na bilheteria uma fatura da Vivo (recente).

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