21.3.17

A representação da mulher no cinema em debate

O tema será discutido junto a professora e crítica de cinema Luzia Miranda Álvares, no próximo dia 28 de março, às 18h30,  no mini auditório da Casa das Artes - Pça Justo Chermont, ao lado da Basílica de Nazaré. A programação é do Centro de Estudos Cinematográficos (CEC) e tem entrada franca. Para ir o aquecendo os sensores, a seguir um texto assinado por ela, sobre o assunto.


De Branca de Neve às Vadias:
"Imagens da Mulher no Cinema”

Por Luzia Miranda Álvares

Secularmente temos convivido com uma diversidade de representações sociais criados pela sociedade ocidental que tende a decidir entre normas e comportamentos que se inscrevem como parte das práticas dos humanos. As mulheres cruzam essas representações entre tempos e ambientes, contextos e histórias sempre direcionadas pelos costumes e pelas leis que as submetem a viver de acordo com os papeis sociais a elas exigidos por esses modelos.

Nessa lógica em que um sistema patriarcal se junta a outro sistema, o capitalista,criando-se representações, as regras sociais se tornam os meios que definem comportamentos de homens e mulheres e se não são exercidos, se tornam processos de discriminação, preconceito e violência. As mulheres são as principais vítimas desses processos.

O cinema, como arte visual, com sua linguagem nítida entre processos de forma e conteúdo, aproveita-se dessas versões e desloca para as imagens construídas a cultura circulante de cada época. Do cinema de animação, ao de ficção e ao documentário emergem imagens femininas variadas. Quais as que se juntam ao reforço à cultura patriarcal contemporânea e quais as que rompem esses ditames agressivos contra este gênero é o que se pretende articular na interlocução temática “De Branca de Neve às Vadias: Imagens da Mulher no Cinema”.

Cada pessoa tem sua própria versão sobre o modo como o cinema esboça seus argumentos e constrói suas personagens. Assim, onde vão estar os níveis de reforço ao processo discriminatório num determinado filme que assistimos? Esse é o debate. Essa é a causa de mantermos a arte em franca discussão do processo político de consciência crítica sobre as imagens.

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