7.9.18

"Um Baile de Mascaras" está pronta para a estreia

Adriane Queiroz (soprano) e Fernando Portari (tenor)
Fotos: Elza Lima (Secult)
Estreia neste sábado, 8, no XVII Festival de Ópera do Theatro da Paz, “Um Baile de Máscaras”, de Verdi. A pré-estreia foi realizada nesta quinta-feira, 6 de setembro, no Theatro da Paz entusiasmou o público convidado e imprensa.

O público já está acomodado e as luzes acabaram de apagar, os avisos de desligar celulares etc são ouvidos. As cortinas sobem somente após um trecho musical de uns cinco minutos mais ou menos levados pela OSTP, no fosso do palco, com mais de 90 músicos, regidos por Miguel Campos Neto. Ao todo o espetáculo envolve cerca de 200 pessoas entre corpo artístico, técnico e administrativo.

Inicia assim a apresentação que culmina em os aplausos intensos para Adriane Queiroz (soprano) e Fernando Portari (tenor), que protagonizam, junto a um grande elenco, uma história de amizade, amor e traição. A paraense interpreta Amélia, que guarda uma paixão pelo Conde Riccardo, o governador de Boston, interpretado por Portari. Rodolfo Giugliani (barítono) é Renato, conselheiro e melhor amigo do conde. Denise de Freitas (mezzo-soprano) interpreta Ulrica, uma espécie de vidente, e Kezia Andrade, que também é paraense, interpreta um papel masculino, o Pajem Oscar.

O coro do festival, 58 vozes. Cena com Fernando Portari.
“Estou trabalhando nesta ópera com grandes solistas. Fernando Portari, por exemplo, tem 30 anos de carreira ininterrupta. É o único cantor brasileiro com uma trajetória assim, já cantou no Teatro Scala, na Itália, mas também em outros países, como Alemanha, Rússia, Finlândia, Japão, entre outros.

É um dos cantores de ópera mais preparados do país. Adriane Queiroz é um orgulho do Pará e do país, tem uma carreira consolidada na Europa, onde é fixa no ensemble solista da Opera de Berlim, Staatsoper, sob a batuta de Daniel Barenboim”, diz Mauro Wrona, diretor cênico de “Um Baile de Máscaras”.

A trama é interessante e prende atenção do espectador, junto com a bela música de Verdi e as fortes interpretações. Amélia e Riccardo se reencontram. Tinham sido apaixonados no passado. Mas ela é esposa de Renato, seu melhor amigo, atuante no seu governo em Boston. O Conde e Amélia marcam um encontro, falam desse amor, mas não parecem querer levar adiante, quando Renato chega e vê seu amigo conversando com uma mulher, cujo véu esconde o rosto. Renato não reconhece Amélia de imediato, até que cai o véu e seu rosto ser revelado.

Rodolfo Giugliani (barítono) é Renato, amigo de Riccardo
Renato a partir daí deseja se vingar de Riccardo e se reúne, em sua casa, com dois inimigos do conde, interpretados pelos paraenses Andrey Mira (baixo) e Idaías Souto (barítono) para planejar o assassinato. Amélia chega e os flagra na trama. Em seguida entra Oscar com o convite de Riccardo para Um Baile de Máscaras, que viria a ser, na verdade, o palco de uma tragédia.

Esta é a segunda obra desta temporada que iniciou em agosto, com A Vida Breve, de Manoel de Falla. A programação do festival encerra dia 15 de setembro, às 20h, quando será realizado o Concerto de encerramento, às 20h, no teatro. No dia 12, às 19h, antes da última récita de “Um Baile de Máscaras” serão lançados, o livro “Carlos Gomes - O sono eterno no berço natal”, do historiador, advogado e escritor Jorge Alves de Lima, e o CD de Canções de Carlos Gomes, da soprano Vera Pessagno. 

Obra do segundo período Verdiano

Kezia Andrade (soprano) é Oscar, o Pajem
“Um Baile de Máscaras” faz parte do segundo período Verdiano, estreando no Teatro Apollo, em Roma, no dia 17 de fevereiro de 1859.  Há momentos de tensão, alguns sombrios, quando Denise de Freitas mostra sua Ulrica, com um caldeirão assustador em cena, mas também há com cantos mais leves e ritmados nas intervenções do Pajem, muito bem cantado encenado por Kézia Andrade. 

“Eu considero Um Baile de Máscaras uma das melhores obras de Verdi, principalmente porque essa obra, que por muitas pessoas é considerada um obra shakespeariana, tem o drama profundo e a comédia misturadas. Não tem o peso todo que tem Otelo, por exemplo, ela tem o momento de drama e logo entra ou o Oscar ou o Conde de Boston que dão o contraponto à tragédia”, diz Wrona, que já dirigiu várias óperas no país e no festival paraense assumiu entre outras, a direção de “Salomé”, que consagrou a temporada de 2012, na opinião da crítica especializada.

Denise de Freitas (mezzo-soprano)
É também uma das óperas mais conhecidas em todo o mundo, que agora  é montada, pela primeira vez, na Amazônia. Longa, com duas horas e vinte minutos de duração e três atos, a ópera conta com dois intervalos de 15 minutos.

A história contada nesta ópera baseia-se no assassinato do Rei Gustavo III da Suécia, mas durante sua composição Verdi foi censurado e obrigado a fazer mudanças, pois na época não se permitiu que fosse encenado o assassinato de um rei no palco. A trama então foi transferida para Boston e o Rei passa a se chamar Riccardo. 

O figurino, clássico, é assinado por Hélio Alvarez, com assistência de Simone Alvarez, e a iluminação, de Rubens Almeida, com assistência de Jorge Pantaleão Agostinho Anderson. A coreografia, de Ana Unger, conta com 12 bailarinos do corpo de baile. O visagismo tem assinatura de André Ramos e o cenário é de Duda Arruk. Os ingressos já estão esgotados para a estreia, mas ainda há os disponíveis para as duas récitas, nos dias 10 e 12, no mesmo horário, na bilheteria do teatro.

O XVII Festival de Ópera do Theatro da Paz é uma realização da Secretaria de Cultura, Governo do Estado do Pará e Ministério da Cultura – Governo Federal, com patrocínio do Banpará, Banco do Brasil e Líder. O apoio é da Prospera, Baalbek Antiguidades e Academia Paraense de Música. 


Serviço
XVII Festival de Ópera do Theatro da Paz. Um Baile de Máscaras – G. VERDI. Dias 8, 10 e 12 de setembro – 20h - Duração: 02h20 – Três atos – Dois intervalos (20 min.) - Classificação etária: 12 anos. Ingressos: Plateia, Varanda, Frisa e Cam. 1ª: R$ 80,00 - Camarote de 2ª: R$ 40,00 - Galeria: R$ 20,00 - Paraiso: R$ 10,00. Mais informações: 91 4009.8758.

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