28.6.24

Pássaros Juninos pousam na Pça Batista Campos

A programação se espalha pela cidade 
A II Mostra Cultural do Arraial Tamo Junto e Misturado, abre hoje, às 19h30, no Memorial dos Povos, e neste sábado, 29, estarão na Praça Batista Campos, os Pássaros Tucano e Colibri do Outeiro, a partir das 20h. Vai até domingo, 30, confira! 

Além da Praça Batista Campos a II Mostra Cultural do Arraial Tamo Junto e Misturado, realizado pela Prefeitura de Belém, a partir de hoje vai se espalhar por mais nove espaços em bairros de Belém, a Sala Vicente Salles, no Memorial dos Povos, e os distritos de Icoaraci e Mosqueiro. 

As apresentações prometem encantar o público, garantindo momentos de alegria e celebração. É também uma oportunidade ao público que deseja vivenciar de perto a riqueza da cultura de Pássaros e Bichos, fortalecendo as tradições locais e incentivando a participação da comunidade. 

Criados no Pará pela própria população, os Pássaros Juninos e os Cordões de Bicho são manifestações culturais que envolvem apresentações teatrais, danças e encenações, assim se tornando grandes espetáculos folclóricos da Amazônia. Protagonizadas por integrantes vestidos com fantasias, os grupos são compostos por dançarinos, músicos, brincantes e artistas, homenageando os pássaros da região. 

Memorial dos Povos e Praça Batista Campos

A programação da segunda mostra inicia hoje, sexta, 28, a partir das 19h30, na Sala Vicente Sales, no Memorial dos Povos, com a apresentação do Coletivo Pássaro Junino Ararajuba e do grupo cultural Pássaro Junino Tem Tem do Guamá sobe no palco para se apresentar.

“Estamos com uma programação diferenciada. Esperamos que todos possam se deliciar com as apresentações que serão realizadas. Os pássaros e os cordões são resistência. Lutamos para que essas manifestações se perpetuem por muitos e muitos anos nos bairros de Belém”,  declara Antônio Ferreira, guardião do Pássaro Junino Tem Tem do Guamá.

No dia 29, sábado, muda-se o local, e a programação será na Praça Batista Campos, com apresentações do grupo Pássaro Tucano, de Iracema Oliveira, e O Pássaro Colibri de Outeiro, da guardiã e também mestra Laurene Ataíde. No dia 30, na Sala Vicente Salles, no último dia da programação, o grupo Pássaro Junino Pequeno Guará iniciará o evento pela manhã, às 10h. Retomando às 18h, o Pássaro Junino Suindara encerrará as apresentações realizadas no Memorial dos Povos.

Do Marco ao Ver o Rio e Distritos

Nesta sexta, 28, iniciando às 20h, a programação contará com as apresentações do Grupo Cordão De Bicho Oncinha, na Toca da Onça (Rua Santa Isabel, 615 - Icoaraci) e do Grupo Pássaro Junino Sabiá, na Sede 1º De Dezembro Futebol Clube, no bairro Marco.

No dia 29 de junho, além das apresentações do Tucano e do Colibir do Outeiro, na Praça Batista Campos, também haverá, às 18h, apresentação do Grupo Pássaro Junino Beija Flor, que se apresentará no Auditório do Colégio Zacarias Assunção, no bairro do Guamá. O Grupo Cultural Cordão de Bicho Bacu se apresentará na Praça Matriz, em Icoaraci, às 19h. 

“Nossas crianças estão ansiosas para se apresentar nesta semana. Nossos preparativos estão indo de vento e poupa, todo mundo já está pronto e estamos só aguardando essa grande oportunidade que a Fumbel está nos dando. Eu agradeço muito por esse momento que temos de mostrar a nossa cultura e faremos uma grande apresentação”, declara Maria Rita, Guardiã do Grupo Cultural Cordão de Bicho Bacu.

No dia 30, a Embaixada de Samba do Império Pedreirense terá as apresentações do Pássaro Junino Papagaio Real,  às 19h, e do  Pássaro Junino Rouxinol, às 20h. Ainda no dia 30, o Grupo Junino Cordão de Pássaro Tem-Tem do Outeiro se apresentará às 20h no Ponto de Cultura Casa da Mestra Zula (Avenida Paulo Costa nº 2217 - Outeiro), enquanto o Pássaro Junino Pavão se apresentará às 21h no Ponto de Cultura Acena (Conjunto Maguari, Alameda Dezenove, 14). Encerrando a programação, o Pássaro Junino Pavão também estará se apresentando no Ver-O-Rio, às 17h30.

Mostra Cultural II - Pássaros Juninos e Cordão de Bichos

Sexta - 28/06 

19h30 - Grupo: Coletivo Pássaro Junino Ararajuba.

20h30 - Grupo: Pássaro Junino Tem Tem Do Guamá.

Local: Sala Vicente Salles - Memorial dos Povos

Icoaraci

28/06 - 20h - Grupo: Cordão De Bicho Oncinha.

Local: Toca Da Onça (Rua Santa Isabel, nº 615 - Icoaraci) 

Bairro do Marco

28/06 - 20h - Grupo: Pássaro Junino Sabiá.

Local: Sede 1º De Dezembro Futebol Clube (R. Jabatiteua, 251 - Marco)

Sábado, 29

Praça Batista Campos

29/06 – 20h - Grupo: Pássaro Tucano + Cordão De Pássaro Colibri De Outeiro.

Guamá

29/06 - 18h - Grupo: Pássaro Junino Beija Flor.

Local: Auditório Do Colégio Zacarias Assunção (Rua Barão De Mamoré, S/N - Guamá)

Icoaraci

29/06 - 19h - Grupo:Grupo Cultural Cordão De Bicho Bacu.

Local: Praça Matriz - Icoaraci

Domingo, 30

30/06 - 10h - Grupo: Pássaro Junino Pequeno Guará. 

30/06 - 18h  - Grupo: Pássaro Junino Suindara.

Local: Sala Vicente Salles

Bairro da Pedreira

30/06 - 19h - Grupo: Pássaro Junino Papagaio Real. 

Local: Embaixada De Samba Do Império Pedreirense

30/06 - 20h - Grupo: Pássaro Junino Rouxinol. 

Local: Embaixada De Samba Do Império Pedreirense

Outeiro

30/06 - 20h - Grupo: Grupo Junino Cordão De Pássaro Tem - Tem Do Outeiro.

Local: Ponto De Cultura Casa Da Mestra Zula (Avenida Paulo Costa Nº 2217 - Outeiro)

Conj. Maguari

30/06 - 21h - Grupo: Pássaro Junino Pavão. 

Local: Ponto De Cultura Acena (Conjunto Maguari, Alameda Dezenove, nº 14

Ver-o-Rio

30/06 - 17h30 - Grupo: Pássaro Junino Pavão. 

Local: Ver-O-Rio 

Arte de Casa em Casa traz territórios a Icoaraci

Depois de percorrer 04 municípios paraenses – Apeú-Castanhal, Quatipuru, Salvaterra, Marabá - e 01 Distrito de Belém – Mosqueiro -, o Arte de Casa em Casa, projeto selecionado pelo Edital de Artes Visuais da Lei Paulo Gustavo - Secult-Pa, chega agora ao berço de sua origem, o espaço cultural Na Casa do Artista, em mais um distrito da capital paraense, Icoaraci, onde a programação de encerramento do projeto ocorrerá neste sábado, 29 de junho, a partir das 18h, com entrada gratuita.

A programação de abertura, neste sábado, 29 de junho, inicia às 18h, com a roda de conversa “Arte e Território”. Em seguida haverá vernissage da exposição NACASA, que traz ao público, trabalhos de artistas de Icoaraci e convidados das cidades pelas quais o projeto passou, além da apresentação do Cordão de Bicho Oncinha e venda de maniçoba, mingau de milho e caruru para celebrar o Dia de São Pedro, com arte e cultura popular.

O público vai conferir as obras dos artistas de Icoaraci. Participam os fotógrafos Carlos Henrique Gonçalves, Simone Machado e Mateus Machado, além do mestre ceramista Levy Cardoso. E também terá oportunidade de ver de perto, alguns dos trabalhos expostos nas exposições montadas em outros municípios.

Werne Souza na curadoria com Levy Cardoso,
mestre ceramista de Icoaraci
Estarão presentes as obras de Marcone Moreira e Armando Queiroz, que participaram da exposição “Ponto a Ponto”, no Pontal Instituto Cultural, espaço de referência das artes em Marabá; e de Ettiene Angelim, gestora da Taberna Marajó, que recebeu o projeto em Salvaterra e que também expôs suas fotografias na mostra “Este é Meu Lugar”.

Deste mesma mostra de Salvaterra, em Icoaraci, haverá obras dos artistas marajoaras Pompeu e Belmiro Gama. E ainda, trabalhos de Gilmar Lopes, artista que reside em Castanhal e de Margareth Gondim, que além de expor, assina também as montagens das exposições realizadas ao longo do percurso do projeto.

Os Desafios de viver de arte na periferia da Amazônia

O curador com Simone Machado, do registro
audiovisual do projeto e expositora em Icoaraci.
Realizar encontros de arte com exposições visuais e rodas de conversa sobre temas culturais, sociais e políticos é sempre um desafio, especialmente na periferia do mundo, como no Distrito de Icoaraci, na Amazônia. O idealizador e coordenador do projeto, Werne Souza, diz que o Espaço Cultural Na Casa do Artista, localizado nesse território, enfrenta essas dificuldades há 12 anos, promovendo eventos que trazem aprendizado e experiências valiosas. 

Portanto, de acordo com ele, expandir essas atividades para além da Casa e conectar-se com outros espaços que enfrentam desafios semelhantes não é apenas um ato de solidariedade, mas uma estratégia para criar uma rede cultural ativa e visível. E o projeto Arte de Casa em Casa mirou justamente tornar esses espaços mais visíveis e ativos, realizando exposições e rodas de conversas em locais diversos, enfrentando o medo inicial e ganhando confiança com o engajamento de artistas e públicos locais.

Obra do artista Belmiro Gama, na Taberna 
Marajó em Salvaterra. 
“O mais enriquecedor foi encontrar outros espaços de arte durante essas viagens e conhecer coordenadores talentosos e engajados. Esses encontros reforçam a necessidade de fortalecer e apoiar essas iniciativas. O projeto também promoveu a colaboração entre artistas renomados e novos talentos, proporcionando encontros raros e enriquecedores”, comenta Werne Souza, idealizador e coordenador do projeto.

Exposições como "Em Composição" com Rosângela Brito e Lu Vila em Mosqueiro, e "Ponto a Ponto" com Armando Queiroz e obras de Tereza Bandeira, entre tantos outros artistas, em Marabá, 10 ao todo, exemplificam o sucesso do projeto em criar pontes entre artistas e comunidades.  Além disso, a exposição "Casa às Escuras" com o artista cego Gilmar Lopes em Vila do Apeú, sob curadoria de Luis Fernando Carvalho, destacou também o compromisso com a acessibilidade e inclusão. 

Cássia Costa, em Quatipuru - trabalho com restos
de madeira trazidas pelo rio
Descobrir artistas talentosos como Cássia Costa em Quatipuru e Belmiro Gama em Salvaterra, além de promover exposições em Icoaraci com Marcone Moreira, valoriza os artistas periféricos e enriquece o projeto. Ao todo foram 24 artistas envolvidos, além de espaços que acabaram sendo mapeados durante a estadia do projeto nas cidades. Foi o caso do Monóluco da Vovó, em Quatipuru, e o Acalanto, em Marabá.

“Foram diversos territórios e estilos envolvidos, assim como o apoio de pessoas fundamentais na produção e comunicação foi crucial para o sucesso do projeto. Esperamos que esta iniciativa fortaleça o Espaço Na Casa do Artista como parte de um circuito independente de artes, promovendo a formação de público, espaços culturais e o comércio de arte. Trocar experiências com outros espaços é vital para fortalecer a produção, promoção e divulgação da arte, especialmente nas periferias, fora dos circuitos tradicionais dos centros urbanos”, conclui Werne.

Uma retrospectiva de percurso 

ACasaÀsEscuras, curadoria colaborativa com Luiz
Fernando Carvalho, na Vila Apeú - Castanhal
Ao todo foram 06 exposições realizadas, com curadoria de Werne Souza, idealizador do Arte de Casa em Casa, uma feita de forma compartilhada com Luiz Fernando Carvalho, em Castanhal, 24 artistas conectados, 90 pessoas envolvidas em rodas de conversa e 50 horas de estrada. O Projeto Arte de Casa em Casa dá início a sua execução em fevereiro deste ano, com a realização de uma oficina virtual de acessibilidade atitudinal que obteve cerca de 30 pessoas inscritas. 

Em março, veio a itinerância, que parte de Icoaraci em direção ao nordeste paraense. Primeiro chegando a Apeú, em Castanhal, e ainda em março, a Quatipuru. Em abril, o projeto chegou a Mosqueiro e Salvaterra e, em maio, a Marabá. Em junho, o ponto de chegada é o ponto de partida e vice versa.

“Além da interação e inclusão, o projeto teve como objetivo fundamental o fortalecimento de espaços culturais que surgiram a partir da iniciativa de artistas e produtores culturais buscando proporcionar o acesso à arte e desenvolvimento da própria produção, seja na perspectiva de venda, seja para expressar sua a arte e formação de público”, diz Auda Piani, coordenadora de produção do projeto, também gestora do espaço Na Casa do Artista.

As exposições realizadas e espaços ocupados

Apeú-Castanhal – Foi a primeira parada do projeto e que acabou se desdobrando em duas exposições intituladas CasaÀsEscuras, uma individual do artista Gilmar Lopes, no Ponto de Cultura e Memória Estação Apehu História, Humor e Arte, e CasasÀsAcesas, coletiva de Werne Souza, Galvanda Galvão e Lúcia Gomes, na Galeria Ery Holanda. A exposição permaneceu aberta para visitação por um período de 15 dias e a temática para roda de conversa e exposição foi Acessibilidade.

Quatipurú – A exposição “Arte e Democracia”, com mesma temática em sua roda de conversa, foi aberta na Galeria Direitos Humanos, casa da artista Lúcia Gomes que expôs, ao lado Simone Machado, Galvanda Galvão e Cássia Costa. A exposição permaneceu por mais de 30 dias no espaço.

Roda de Conversa c/ Rosângela Brito em Mosqueiro
Mosqueiro - Ao visitar o espaço para conhecer antes de incluir no roteiro, o Curador Werne Souza percebeu a rica produção e tradição em pintura da família Vila, o que definiu o tema e a convidada especial, a professora Rosangela Brito, uma referência nessa técnica. Com título "Em Composição", o Curador priorizou obras de pintura, apesar de incluir outras técnicas. A exposição contou com a participação de 08 Artistas.

Salvaterra - Diversidade e Identidade definiram a ação no Marajó, o que se refletiu nas obras apresentadas e no título da exposição: "Este é o meu lugar", com a participação dos artistas locais Ettiene Angelim, Belmiro Gama, Pompeu, e os artistas Galvanda, Lúcia e Werne Souza. A roda de conversa teve a participação de referências como Mestre Damasceno e contou com 25 pessoas em média. A exposição permaneceu por 20 dias no espaço, administrado por Ettiene Angelim.

10 artistas na exposição do Pontal Instituto
Cultural em Marabá
Marabá - Foi um dos locais com maior participação de artistas pelo próprio histórico do espaço, o Pontal Instituto Cultural, e a referência de artistas que despontaram a partir do movimento artístico estabelecido na cidade. Participaram 10 artistas da exposição que trouxe como título “Ponto a Ponto”. A roda de conversa teve a participação de 20 pessoas e o tema escolhido foi um relato sobre o espaço cultural Na Casa do Artista, visto como um espaço que reverberou  sua experiência e fez trocas com espaços congêneres. 

Artistas envolvidos no projeto: Ettiene Angelim, Pompeu, Belmiro Gama, Armando Queiroz, Marcone Moreira, Rosangela Brito, Gilmar Lopes, Lúcia Gomes, Galvanda Galvão, Cássia Costa, Margareth Gondim, Lu Vila, Marcos Vila, Rolando Vila, Vila Filho, Leo Vila, Antônio Botelho, Domingos Nunes, Jonas Barros, Rildo Brasil, Lucas Wilm, Tereza Bandeira, Simone Machado, Werne Souza. 

PROGRAMAÇÃO

18h – Roda de Conversa “Arte e Território” – Auda Piani, Levy Cardoso e Erasmo Borges 

20h - Vernissage da exposição NACASA

20h30 - Apresentação do Cordão de Bicho Oncinha 

Obs: Venda de maniçoba, mingau de milho e caruru para celebrar o Dia de São Pedro

Ficha Técnica

Werne Souza – Idealizador, curador e coordenador

Auda Piani – Coordenação de Produção

Margareth Gondim - Produção e montagem das exportações

Simone Machado - Registros videográficos e fotográficos 

Luciana Medeiros  - Comunicação

Agradecimentos -  Deyse Botelho, Amanda Gondim e Camila Fialho.

Serviço

Arte de Casa em Casa – Projeto selecionado pelo Edital de Artes Visuais da Lei Paulo Gustavo - Secult-Pa - Abertura da exposição “NaCasa”, no Espaço Cultural Na Casa do Artista - Rua Padre Júlio Maria,163 – Cruzeiro Distrito de Icoaraci.

Circulando Cinema se despede na Praça do Carmo

Sessão realizada no Boulevard da Gastronomia
Fotos: Cláudio Ferreira
Neste sábado, dia 29 de junho, o Circulando Cinema, da Associação Circular,  encerra ao ar livre na Praça do Carmo, a partir das 18h, com bate papo, exibição de cinco curtas-metragens inéditos e duas reexibições de curtas paraenses, além de pipoca, mingau e outras surpresas.

Esta última sessão cumpre as metas estabelecidas no projeto selecionado pelo edital de Cinema de Rua da Lei Paulo Gustavo, Secult-PA, e marca um momento de celebração do acesso ampliado ao cinema, proporcionado por políticas públicas. As sessões anteriores, realizadas nos dias 15 e 22 de junho, na Praça da Bandeira e no Boulevard da Gastronomia, respectivamente, atraíram em média 100 pessoas, número mínimo aguardado para o dia 29. 

"O Circulando foi um formato novo, com receptividade ótima. Abraçar obras audiovisuais que também tratam da relação com a cidade, a memória e patrimônio material e imaterial foi muito interessante. Finalizar na praça do Carmo, espaço que a Associação Circular conhece tão bem, é celebrar com a comunidade da Cidade Velha, que sempre esteve pertinho e segue sonhando junto.", diz Adelaide Oliveira, Presidente da Associação Circular e coordenadora do projeto.

Entre os desafios da produção na rua, o calor e o sol quente, além do tempo instável, com ameaça de chuvas, foram alguns dos maiores fatores. Foi necessário muito planejamento e ajustes no decorrer da produção. Outra questão foi a relação com a população que já ocupam estes espaços, do jeito deles. 

MPE recebe produtos de higiene pessoal - Kits
para mulheres em situação de rua.
"Houve estranheza por parte das pessoas que já ocupam a rua. Quando chegamos para montar as estruturas de telão, tendas projetor, fomos pegos de surpresa porque a praça estava completamente ocupada por carros. E aí tivemos que acionar a Semob para fazer a retirada dos carros. É claro que os flanelinhas não gostaram. É necessário que se conquiste a confiança de quem já está há mais tempo no território", diz Luci Azevedo, coordenadora do produção do projeto.

As sessões incluem distribuição gratuita de pipoca e mingau, além da venda de comidas típicas paraenses preparadas pelo chef Rubão, da Cidade Velha. O trabalho desenvolvido pelo Movimento Mulheres Por Elas também é destacado, com voluntárias recebendo materiais de higiene pessoal para serem distribuídos a mulheres em situação de rua em Belém.

Bate papo - Os eventos, ao ar livre incluem debates com os realizadores e o que encerra a temporada neste sábado, 29, traz Cláudia Melo, que irá conversar com o público sobre "A importância do audiovisual para o patrimônio e na formação das memórias e identidades humanas". Pesquisadora e professora-adjunta do curso de Bacharelado em Cinema e Audiovisual e do Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Federal do Pará (PPGArtes/UFPA), Cláudia atua nas áreas da Arte, Comunicação e Patrimônio, com ênfase em teoria e estética do Cinema e do Audiovisual, Culturas e Memórias, Gênero e Sexualidade. 

7 curtas que prometem emocionar na noite de despedida

Cada narrativa, única em seu contexto e abordagem, convida o espectador a mergulhar em um mosaico de emoções e a refletir sobre as relações humanas. 15 curtas dentre os quais o cinema paraense se destacou nas linguagens da animação e documentário, refletindo a riqueza cultural local. Nesta sessão de despedida, além dos curtas inéditos também serão reexibidos os documentários "Cabana", de Adriana de Farias, e "Benzedeira", de San Marcelo, ambos realizados no Pará. 

A sessão abre com uma animação cativante,  "Aurora - A Rua Que Queria Ser Rio" (SP, 10 min, 2021), dirigida por Radhi Meron. Em um dia de chuva, Aurora reflete sobre sua existência e se questiona sobre seu futuro, em
um filme que mescla lirismo e uma crítica sutil às transformações urbanas.

Já O Barco e o Rio  (Brasil-AM, 17 min, 2020), de Bernardo Ale Abinader, uma live action, conhecemos a vida de Vera, uma mulher religiosa que cuida de uma embarcação no porto de Manaus. A narrativa explora com sensibilidade as divergências familiares e a luta pela manutenção das tradições em um cenário de mudança constante.

Em Big Bang (Brasil-MG/França, 14 min, 2022), de Carlos Segundo, também live action, traz a história de Chico, um homem com nanismo que enfrenta a exclusão social e o abandono familiar. O filme é uma poderosa metáfora sobre resistência e vingança, revelando como a força interior pode superar as adversidades mais severas.

Hospital de Brinquedos (CE, 13 min, 2022), dirigido por Georgina de Castro, é um documentário tocante sobre  Bia, que, após a avó Dona Maria sofrer um AVC, precisa lidar com a ausência da figura materna. Em meio às bonecas que compartilham sua solidão, Bia descobre uma nova forma de viver, em um relato íntimo e comovente.

Fechando os curtas inéditos desta edição, será exibido Bença (PR, 15 min, 2023), de Mano Cappu, drama ficção que captura a tensão emocional de Antônio, que, durante uma visita à prisão, vê seu mundo desabar ao encontrar seu filho Rodrigo saindo de uma cela. O filme aborda de maneira profunda e empática os laços familiares e a redenção, destacando a sacralidade das visitas na prisão.

Encerrando a noite, serão exibidos mais dois curtas paraenses que estiveram na sessão anterior. "Benzedeira" (PA, 15min, 2021), de Sann Marcelo e Pedro Olaia, nos apresenta a fascinante figura de Maria do Bairro, uma benzedeira e conhecedora de ervas que escolheu o silêncio como forma de dividir sua sabedoria. E por fim, "Cabana" PA, 14min, (2023), de Adriana de Faria, que nos leva ao coração da Floresta Amazônica. Live action, o filme apresenta a história tensa e intrigante de uma mulher que recebe a visita inesperada de um guerrilheiro da Revolução Cabana.

Serviço

Circulando Cinema na Praça do Carmo - R. Siqueira Mendes s/n. Neste sábado, 29 de junho, Dia de São Pedro, a partir das 18h. Gratuito. Projeto selecionado pelo edital de Cinema de rua da Lei Paulo Gustavo.

27.6.24

Show celebra obra musical de Paulo e Ruy Barata

Uma retrospectiva do trabalho da dupla será mostrada no espetáculo “Paulo Para Sempre Ruy”, com artistas de várias gerações acompanhados por uma grande orquestra que inclui naipes de cordas, de sopros e percussivo, numa produção cuidadosa e grandiosa. O espetáculo é no Theatro da Paz, com apresentações nos dias 27, 28 e 29, sempre às 20h. 

Ruy Barata e Paulo André, compositores que fizeram história na música do Pará, conquistaram o Brasil - especialmente na voz de Fafá de Belém, a partir dos anos 70 - e se eternizaram na memória afetiva do público. Eles são, respectivamente, pai e filho. Ruy faleceu em 1990 - há 34 anos -, deixando uma importante obra poética e musical. Paulo morreu em 25 de setembro do ano passado, dia do seu aniversário, deixando um legado de melodias populares e sofisticadas. 

As criações de Paulo André e Ruy Barata serão interpretadas por grandes nomes da música paraense, que irão se revezar no palco, como Jane Duboc, Andréa Pinheiro, Vital Lima, Marhco Monteiro, Eloy Iglesias, Trio Warilou (Joba, Suelene e Nicinha), Olivar Barreto, Pedrinho Callado, Juliana Sinimbú e Pinduca. A direção musical é dos músicos e arranjadores Jacinto Kahwage, Luiz Pardal e Ziza Padilha, com direção geral do jornalista e produtor musical Tito Barata – filho de Ruy e irmão de Paulo André.

Após o espetáculo comemorativo do Centenário de Ruy Barata, realizado em 2022, que foi sucesso de público e de crítica, as canções imbuídas da essência cultural e paisagística amazônica, assinadas pela dupla, voltarão aos palcos em um show revisto e ampliado, numa homenagem memorável.

Repertório surpreendente e emocionante

Em “Paulo Para Sempre Ruy”, a plateia será transportada ao contexto de criação de cada canção apresentada, com narrativas breves em interação com o telão cenográfico que vai complementar a vivência, proporcionando ao público uma compreensão profunda do precioso repertório de Paulo André e Ruy Barata.

O tributo vai trazer sucessos consagrados, como “Pauapixuna”, “Foi Assim”, “Indauê Tupã” e “Este Rio é Minha Rua”, mas também vai surpreender com joias raras, como “Cuba Libre”, parceria de Paulo André e Ruy com Alfredo Oliveira, uma faixa de suingue e latinidade que confirma a versatilidade e genialidade dos artistas.

“Esse show terá a história musical com início, meio e fim, mostrando o resumo da trajetória da dupla. Tivemos um processo de criação apurado, com pesquisa sobre a história por trás de cada canção. E aí reunimos intérpretes e arranjadores que têm a ver com o trabalho de Paulo André e Ruy e vamos mostrar tudo isso com arranjos vibrantes, em uma versão pensada especialmente para o Theatro da Paz, esse templo reverenciado pela classe artística nacional e internacional”, conta Tito Barata.

A realização é da Universidade Federal do Pará (UFPA), Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) e Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (FADESP). Com apoio do Governo do Pará, Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e Fundação Cultural do Pará (FCP)

Mestres da música 

O poeta Ruy Guilherme Paranatinga Barata, autor de “Nativo de Câncer” e “Anjo dos Abismos e Outras Linhas”, também foi político, advogado e professor. Em 1964 passou a compor junto com o filho Paulo André Barata. O rico processo de produção das músicas poéticas de melodia envolvente teve início em 1964, quando Paulo André estava com 18 anos, e se encerrou com o falecimento do pai, em 23 de abril de 1990. 

Os clássicos de Paulo André e Ruy Barata atravessaram o tempo e transcenderam gerações. Eles continuaram sendo reproduzidos e gravados por vários artistas ao longo da história, conquistando corações Brasil afora.

Mesmo após o falecimento do pai, Paulo André, que também cantava, continuou compondo com outros parceiros. “O Paulo André continuou produzindo, mas com menos intensidade, e escolheu o Paulo César Pinheiro (viúvo de Clara Nunes) como seu novo parceiro. Eles fizeram um trabalho magistral. Paulo André também fez algumas coisas com João de Jesus Paes Loureiro e Alfredo Oliveira”, recorda Tito. 

Paulo André faleceu em 25 de setembro de 2023, aos 77 anos. “O Paulo até um mês antes de morrer, ainda treinava ao violão, diariamente. Ele tinha um piano e um violão à disposição, estava compondo. Tem coisas inéditas dele, que vamos mostrar mais adiante. 

“Paulo Para Sempre Ruy” será a primeira homenagem à memória desses grandes mestres da música paraense após a partida de Paulo André. Será mais do que um simples show, mas uma celebração ao poder transformador da música na preservação e divulgação das riquezas amazônicas. 

Serviço

Espetáculo “Paulo Para Sempre Ruy”

DIAS: 27, 28 e 29 de junho de 2024

Hora: 20H00

Local: Theatro da Paz

Ingressos à venda no site ticketfacil.com.br e na bilheteria do teatro

(com informações da assessoria de imprensa)

26.6.24

Pedro Meyer convida à imersão na performance

O artista carioca Pedro Meyer revisita Belém e fica até o mês de julho desenvolvendo pesquisa artística que atravessa a pintura e a performance, contando com a participação de vários artistas locais. Ele participa de mais um FotoAtiva em residência, programa que se volta a pesquisas autônomas, e vem, desde 2015, acolhendo artistas brasileiros e estrangeiros, interessados em mergulhos e vivências locais, a fim de contribuir com seu trabalho autoral.

A prática do artista se desenvolve principalmente em pintura e desenho, e as imagens transitam entre a figura e a abstração, tendo como suporte o papel e a tela. As pinturas são construídas a partir de elementos constitutivos específicos e também de referências externas, como as pessoas, as próprias performances, objetos e imagens fotográficas.

“Imagens em performance” é um projeto artístico que se manifesta de maneira individual e coletivamente: artistas são convidados a apresentarem seus trabalhos em performance. Outros são convidados a desenhar. O resultado desse encontro fica disponível ao público.

Na tradição artística as performances são documentadas através de fotografias, que atestam uma verdade mecânica sobre os fatos. Meyer sugere uma experiência mais íntima, falha e lenta, por meio do desenho. No projeto “Imagens em performance” são criadas séries de imagens que elegem como assunto específico o circuito de performance, formando uma memória coletiva dessas ações.

Durante o período de trabalho e mergulho na pesquisa em Belém, ele circulou por vários espaços, reviu lugares e pessoas, e convidou os performers Heldilene Reale, Nando Lima, Ronney Alano, Danilo Bracchi, Matheus Rossi Aguiar e Marise Maués a performarem diante de outros tantos artistas chamados para fazer o registro das ações, cujo resultado poderá ser visto no próximo sábado (29), a partir de 9h, na Associação FotoAtiva, em formato de instalação, com a presença do artista residente que receberá o público até às 16h, compartilhando processos e resultados com quem atender este chamado.

Performance Heldilene Reake
Foto_ Irene Almeida
Para ele Belém é fonte de surgimento de muitas expressões artísticas, um campo sensível, relacional e experimental: “um local de encontro entre povos, temporalidades e tradições distintas”, afirma. E completa: “um lugar cuja potência me chama para ficar, para morar”, ele diz, sinalizando o firme desejo de voltar.

Ele fará uma imersão na Feira do Açaí na próxima semana, na madrugada de segunda (1º) para terça-feira (2) até o nascer do sol, e convida artistas que queiram registrar esta ação. “Receber o Pedro Meyer foi muito intenso, e principalmente porque as articulações feitas por ele para o desenvolvimento da pesquisa dialogou diretamente com a dinâmica da FotoAtiva, que é consolidar uma teia de relações e convivências”, afirma Camila Fialho, coordenadora da residência.

Sobre o artista

Traço de Nando Lima/ Por Pedro Meyer
Artista plástico e professor. Iniciou a carreira artística em 2005 com a exposição individual “Pedro Meyer: pinturas e desenhos”, na Galeria de Arte LGC, no Rio de Janeiro. É mestre e doutor em Linguagens Visuais pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em 2004, concluiu a graduação em design na Escola Superior de Desenho Industrial. 

Estudou também na Escola de Artes Visuais do Parque Lage entre 1996 e 2010. Meyer trabalha como professor de arte contemporânea e pintura na Escola de Belas Artes da UFRJ desde 2014. Trabalhou ainda como professor de arte no curso de Artes Visuais da Universidade Federal do Espírito Santo e como professor de Modelo Vivo na Escola de Artes Visuais do Parque Laje.

Ele participou do Salão Arte Pará em 2005 quando se deu o primeiro contato com a cidade. O trabalho apresentado no salão daquele ano foi muito emblemático na carreira do artista: abriu as portas para uma mostra no Paço Imperial (RJ) em 2007, e o levou para uma exposição na Alemanha em 2009.

Programação

Instalação Imagens em performance

De Pedro Meyer

Dia 29 de junho de 2024

Portas abertas a partir de 9h.

Bate papo com o artista às 10h 

Associação FotoAtiva

(Praça das Mercês, 19, Campina)

Imersão na Feira do Açaí

Madrugada de 2 de julho (de meia noite ao nascer do sol)

(Complexo do Ver-o-Peso)

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(Holofote Virtual com informações da Assessoria de Imprensa)

Novo LatAm Content Market anunciado para 2025

O evento dedicado a conteúdos de não-ficção e documentários será realizado no Rio de Janeiro de 10 a 13 de março de 2025, e tem como objetivo atrair principais players da América Latina e do mundo. As sessões de pitch do LatAm Content Market terão a curadoria do Sunny Side of the Doc, parceiro da nova iniciativa.

A América Latina é uma região rica em produção de conteúdo audiovisual que é exibido em todo o mundo, sendo o segundo maior mercado consumidor depois dos Estados Unidos. O novo LatAm Content Market pretende reforçar essa vocação em um evento dedicado a gerar negócios para as produtoras da região por meio de coprodução, distribuição, licenciamento e vendas com parceiros globais, com foco em produtos de não-ficção, como documentários e reality shows. 

A primeira edição do LatAm Content Market será realizada de 10 a 13 de março de 2025, no Othon Palace Hotel, no Rio de Janeiro, na icônica Praia de Copacabana, e conta com o apoio da Embratur, BRAVI e Visit Rio.

O anúncio foi feito durante o almoço oferecido pelo Brasil no Sunny Side of the Doc, evento internacional dedicado a documentários lineares e não lineares (24-27 de junho de 2024, La Rochelle, França). "No calendário de eventos globais, falta um espaço dedicado ao mercado latino-americano, comprometido com produções de não ficção”, acredita Fernando Dias, fundador do LatAm Content Market e sócio da produtora brasileira Grifa. “Estamos conversando com vários players, e vários já manifestaram interesse em ir ao Brasil, porque sabem que farão negócios lá.”

O LatAm Content Market oferecerá sessões de pitch, palestras, sessões de conferência, workshops, reuniões one-to-one e oportunidades de networking com importantes participantes. As três sessões temáticas de pitching, que serão uma das principais atividades do evento, serão gerenciadas através de uma parceria com a Sunny Side of the Doc.

"Estamos muito satisfeitos por contribuir com nossa reconhecida experiência e comunidade global para o LatAm Content Market, com a ambição de oferecer sessões de pitching de alta qualidade, que são sempre um dos destaques do Sunny Side of the Doc", diz Aurélie Reman, diretora administrativa do Sunny Side of the Doc. "É importante apoiar a diversidade do nosso setor além das fronteiras e promover novas oportunidades de negócios. Essa nova colaboração tem como objetivo impulsionar e abrir um canal de coprodução entre as Américas, a Europa e a África, conectando novos talentos de produção e narração de histórias aos principais executivos do setor. Essa parceria também é muito oportuna, já que o Brasil e a França lançarão temporadas culturais cruzadas em 2025". 

Além desse anúncio exclusivo, as atividades do LatAm Content Market no Sunny Side of the Doc contaram com o painel “Co-production Opportunities in Brazil”, para antecipar discussões e aumentar a visibilidade dos principais palestrantes: Tatiana Dias (Grifa Filmes), Tiago Ornaghi (Globoplay), Natalia Furtado (Canal Curta!), Eneas Pereira (TV Cultura) e o produtor Christian Beetz na moderação.

O LatAm Content Market também está realizando uma parceria com as comemorações do 35º aniversário do Sunny Side of the Doc no emblemático estádio de rúgbi Marcel Deflandre, em La Rochelle.

Posicionado em um momento estratégico, quando o Brasil sedia a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em Belém do Pará, esta edição inaugural do evento terá como pano de fundo discussões globais sobre sustentabilidade e uma economia neutra em carbono, bem como questões sociais contemporâneas, como igualdade de gênero, diversidade racial, comunidades indígenas e mudanças sociais - refletindo perfeitamente o tecido cultural dinâmico do Brasil. 

O objetivo do LatAm Content Market é duplo: mostrar a vitalidade do mercado audiovisual latino-americano e criar oportunidades de negócios entre profissionais do setor latino-americano e produtores, distribuidores e exibidores internacionais.

Sobre Sunny Side of The Doc

O Sunny Side of the Doc é a comunidade e o mercado internacionais dedicados ao documentário linear e não linear. Todo mês de junho, um evento específico reúne tomadores de decisão, produtores, cineastas, agentes de vendas e financiadores para apoiar o financiamento internacional de projetos de documentários e a circulação de programas concluídos. 

O evento de quatro dias oferece oportunidades únicas de criação, negócios e networking para os mais de 2.200 participantes de 60 países por meio de uma combinação de sessões de pitching de alto nível, painéis sobre as últimas tendências do setor e um salão de exposições. A Doc Services, organizadora do Sunny Side of the Doc e do PiXii Festival, é membro da 1% for the Planet e do SDG Media Compact.

(Holofote Virtual com assessoria de imprensa)

25.6.24

Humor e meio ambiente encerram a Mostra In Bust

Fotos: Holofote Virtual/Luciana Medeiros
A Mostra In Bust chega ao final de mais uma temporada, apresentando um espetáculo mais recente e outro mais antigo do repertório da companhia. No sábado, 29, a apresentação de Aguar o Tempo começa às 19h, e no domingo, 30 de junho, "Os 12 Trabalhos de Hércules" inicia às 17h. Os ingressos podem ser adquiridos via whatsapp ou na portaria do Casarão do Boneco.

A In Bust Teatro com Bonecos apresenta um repertório diversificado e dinâmico, com produções que destacam sua versatilidade e comprometimento com a arte, desde 1996.  Trabalhando a arte profundamente enraizada na vivência local, o grupo traz a presença da chuva, da floresta, das tradições culturais e lendas para seus espetáculos, mesmo quando as peças são adaptações de obras universais como  em "Aguar o Tempo", que aborda a ancestralidade; ou em Os 12 Trabalhos de Hércules, que vem da mitologia grega, ou mesmo Pinóquio, já apresentado neste temporada. 

"Vivemos à beira do rio, na margem da floresta, nos aventuramos pela mata e mergulhamos sempre que possível. Essa conexão íntima com a natureza é inseparável do nosso fazer artístico. Optamos por expressar essa vivência não apenas como um tema, mas como uma parte integral de nossas vidas e da nossa arte. É essa autenticidade e ligação com o meio ambiente que tornam nossos espetáculos únicos e cheios de vida", diz Paulo Ricardo Nascimento, um dos fundadores da companhia.

O repertório é extenso. Além de "Aguar o Tempo", criado no final do ano passado, em 2023, e um dos mais antigos, do início dos anos 2000, "Os 12 Trabalhos de Hércules", também já foram apresentados, só nesta mostra, "Curupira", "Pinóquio" e o "O Conto que Eu Vim Contar". 

"Embora tenhamos outras produções que consideramos parte do nosso repertório, atualmente não estão sendo apresentadas. No entanto, cada espetáculo pode ser reativado conforme nossas necessidades e programações. Como já executamos essas peças inúmeras vezes, elas estão bem estruturadas em nosso corpo e mente, mas sempre realizamos ensaios próximos às apresentações para garantir que tudo esteja perfeito. Essa prática mantém nossos espetáculos sempre prontos para brilhar nos palcos", continua o também ator manipulador.

"Aguar o Tempo" é o espetáculo mais recente. "É um espetáculo com uma encenação um tanto diferente, diferenciada da maioria das coisas, um tipo de teatro com bonecos, com um, dois, três passos, digamos assim, avançados da nossa pesquisa de atuação com atuantes e bonecos em cena", explica o ator. "Tem esse nome de aguar o tempo, no sentido de a gente fazer o tempo jorrar e conseguir fazer do tempo jorrar, fazer com que a gente consiga estar nele por mais tempo. Trata do presente e do futuro, com os olhos voltados para o passado, a ancestralidade", complementa Paulo

Os 12 Trabalhos de Hércules - humor e poesia à cena

Na versão apresentada pela In Bust está em cena o protagonista Hércules, filho de Zeus com a mortal Alcmena. Enciumada, a Deusa Hera, esposa do deus,  transforma em tormento a sua vida, fazendo-o ficar louco e matar todos os filhos. Por este crime, o oráculo do deus Apolo ordena que o herói procure o Rei Euristeu para receber um castigo apropriado. Euristeu, aliado à deusa Hera, tenta matar o herói determinando doze trabalhos (quase) impossíveis de serem realizados. E é aí que a aventura começa!

Trazendo uma das principais características da In Bust, o humor,  o espetáculo, além de divertir com poesia e história, também vem propondo, desde 2002, um olhar mais cuidadoso para com a natureza e não à toa traz para a cena o reaproveitamento de materiais, abordando a questão da sustentabilidade de forma implícita. 

A construção dos bonecos e do material de cena é feita sob a proposta de reutilização de material plástico descartável, dando a encenação uma característica bastante peculiar sem perder seu caráter experimental.  Deste modo, o público vai reconhecendo durante o espetáculo uma série de vasilhames plásticos do cotidiano transformados em deuses e personagens mitológicos – sejam bonecos ou máscaras. 

"Não dizemos diretamente para não jogar lixo fora. Em vez disso, mostramos como os materiais descartados podem ganhar nova vida. Transformamos sucata plástica em brinquedos no formato de bonecos, representando seres mitológicos e sobrenaturais do mito de Hércules", explica Paulo. E a mensagem, embora não explicitamente verbalizada, é claramente percebida pelo público. "Temos relatos de mães que dizem que seus filhos, inspirados pelo espetáculo, não permitem mais que garrafas sejam jogadas no lixo, pois agora veem nelas o potencial para criar bonecos".

O enfoque sutil na sustentabilidade permeia vários outros espetáculos da companhia, refletindo-se no uso consciente de materiais. "Sucatas, especialmente plásticas, são frequentemente reutilizadas, incorporando a mensagem ambiental de maneira orgânica e integrada à nossa arte. É através dessas práticas que mantemos viva a conexão entre nosso fazer artístico e o mundo natural que nos cerca", conclui.

Ficha técnica

Elenco: Adriana Cruz, Aníbal Pacha e Paulo Ricardo Nascimento

Direção: Adriana Cruz

Texto: David Matos

Bonecos, adereços, cenografia e figurinos: Anibal Pacha

Assistência Geral e Produção: Cristina Costa

Realização: In Bust Teatro com Bonecos

Serviço

Mostra in Bust Teatro com Bonecos - Casarão do Boneco - Av. 16 de Novembro, 815, próximo à Praça Amazonas. Neste sábado, 29, às 19h30, e no domingo, 30 de junho às 17h. Os ingressos custam R$ 30 e R$ 15 (meia) e podem ser adquiridos pelo whatsapp: (91) 981718282. Os recursos serão aplicados na manutenção do Casarão do Boneco.

24.6.24

Mostra Nativa reúne talentos em show de blues

Bárbara Alves
Foto: Rodrigo Ramos
A diversidade da música paraense estará presente na Mostra Nativa, projeto do Coletivo Outros Nativos, que divide o palco do Teatro Margarida Schivasappa, do Centur, nesta terça-feira, 25, com o show Blues na Cidade das Mangueiras do gaitista Val Fonseca e Harmonica Blues Band. Álvaro Jr., Bárbara Alves, Fartura Flame, MC Believe e a banda Nicobates e Os Amadores estarão representando a periferia de Belém neste musical que promete ser uma grata surpresa ao público de Belém.

O evento começa às 20h e faz parte do projeto Cultura Livre, da Fundação Cultural do Pará. O Coletivo ON é uma Associação formalmente constituída por artistas, produtores e comunicadores que existe há quatro anos e tem mais dois anos atuando como coletivo informal na periferia de Belém. Mais especificamente no Distrito Administrativo da Sacramenta (Dasac), que inclui os bairros da Pedreira, Barreiro, Telégrafo e Maracangalha, além da própria Sacramenta. 

Álvaro Jr. é um compositor que cresceu em Cachoeira do Arari, no Marajó,  e mora no bairro do Barreiro. Já compôs músicas para a banda Xeiro Verde e outros artistas populares. Ele está divulgando o EP “Realidade ou Matrix?!”, lançado no final do ano passado pelo projeto Incubadora Outros Nativos, com músicas que vão do rap ao pop, passando pela música regional com uma qualidade sempre de alto nível.

Fartura Flame - Foto: Elielton Alves
Da mesma forma, Bárbara Alves viveu a infância na Vila de Porto Salvo, em Vigia, e voltou para a Sacramenta, antes do bairro ser desmembrado e sua rua ser incluída no bairro da Pedreira. Ela aprendeu flauta transversal aos 9 anos de idade e desde então não parou mais de tocar e cantar. Ela divulga o single “Num som que me leve”, com composições dela, de Nicobates, Augusto Hijo e Marcos Campelo, em estilo MPB e carimbó.

Fartura Flame, por sua vez, tem conquistados fãs dentro e fora do estado com seu rap, pop e soul cheio de swing e carisma. O single “No Calor de Belém”, lançado recentemente pelo mesmo projeto, trouxe as faixas “Danielly” e “Rei”, que vêm ganhando tanto destaque que o cantor da Sacramenta foi convidado para fazer uma participação especial no próximo disco do inglês Greg Koffi Brown, que divulga o afrobeat pelo mundo afora.

MC Believe, artista trans que nasceu Brenda Believe, vem encantando as pessoas em shows na periferia – em bairros como a Maracangalha, o Telegrafo e o Guamá –, com uma mistura de funk e arrocha e uma performance que inclui coreografias e dançarinos. Ele lançou recentemente o EP “Não Vou me Iludir”, com quatro faixas, incluindo um funk estilo Brasil 2000, um pop soul, um arrocha misturado com brega e um rap reggae.

MC Believe. Foto: Elielton Alves
O rock e o blues estão bem representados no evento com a participação da banda Nicobates e Os Amadores e o bluesman Val Fonseca e Harmonica Blues Band. Este último é um dos roqueiros da velha guarda de Belém, tendo sido vocalista da Falsos Adeptos nos anos 1990, banda de Icoaraci que participou inclusive da primeira edição do histórico Festival Rock 24 horas. Recentemente, ele lançou o seu primeiro álbum solo intitulado “Blues na Cidade das Mangueiras”.

Já Nicobates e Os Amadores, formada pelo ex-guitarrista da banda Norman Bates, divulga seu mais recente trabalho que é o EP “Mediatical Blues”. “O espetáculo será no estilo ‘Terruá Pará’, com uma banda base de músicos muito bons e os cantores se revezando no palco. Teremos também dançarinos. Já o Val Fonseca faz um show a parte com a sua própria banda”, explica o músico que também é diretor artístico do espetáculo.

Ainda haverá a participação de jovens e adolescentes do projeto Incubadora Outros Nativos, desenvolvido com patrocínios eventuais e financiamento coletivo da comunidade. Os espetáculos foram premiados em 2023 pelo edital Cultura Livre da Fundação Cultural do Pará (FCP) e os ingressos podem ser adquiridos pelo Sympla ou diretamente na bilheteria do teatro. Pessoas com carteira da Associação Paraense de Pessoas com Deficiência (APPD) terão acesso gratuito ao Teatro, assim também como alunos de escola pública.

Serviço

Mostra Nativa com

Álvaro Jr., Bárbara Alves, Fartura Flame, MC Believe,

Nicobates e Os Amadores e Val Fonseca

Dia 25 de junho de 2024 – Terça-Feira às 20h

No Teatro Margarida Schivasappa – Centur

Endereço: Av. Gentil Bittencourt, 650 – Batista Campos – Belém-PA.

Ingressos: R$ 20 na hora / R$ 15 (antecipado)

Informações: (91) 98168 7474 

21.6.24

Show Baile do Mestre Cupijó é lançado no Youtube

O show completo agora está disponível gratuitamente para o público assistir sempre que quiser. O registro conta com participações de Dona Onete, Felipe Cordeiro, DJ Waldo Squash e Lucas Estrela. 

A performance foi gravada em junho de 2017 em Belém, no Teatro Margarida Schivasappa (que nessa noite vendeu todos os ingressos e viu o público curtir o show de pé, pois é impossível ficar parado ouvindo os ritmos eletrizantes do Mestre Cupijó).

A alegria e a ancestralidade das músicas antigas do Mestre Cupijó ganham uma nova roupagem com o trabalho dos músicos envolvidos. O projeto, que recentemente lançou seu primeiro disco nas plataformas digitais, tem direção musical de JP Cavalcante, que também contribuiu com os arranjos junto a Daniel Serrão (que assina a produção musical). Ambos já foram membros da banda-base da própria Dona Onete.

A banda é formada por Marcos Sarrazin (sax tenor), Felipe Ricardo (sax alto), Handel Alcântara (trompete), Lulu Bone (trombone), JP Cavalcante (voz e maracas), Kleyton Silva (voz), Danilo Rosa (guitarra), Renata Beckman (banjo), Luan Lacerda (baixo) Rafael Barros (percussão: trio de congas / curimbó / surdo) e Adriano Souza (bateria).

“O Baile envolve tudo o que há de mais puro do Mestre Cupijó: o ritmo, a dança, a energia e a essência das músicas. É um mergulho profundo na história dele, fruto de uma pesquisa que remonta seu legado”, completa o diretor musical da banda, que foi criada para o documentário “Mestre Cupijó e seu Ritmo”', dirigido por Jorane Castro, e virou um show que carimbou a noite paraense.

Sobre o Mestre Cupijó

Joaquim Maria Dias de Castro (1936-2012), o Mestre Cupijó, nasceu e viveu toda sua vida em Cametá. Trabalhava como advogado, pois não conseguia sobreviver somente de sua arte. Dedicou-se aos processos, sempre em paralelo com as partituras. Filho do Maestro Vicente Serrão de Castro, teve uma educação musical formal e se tornou multi-instrumentista - por esta razão, suas composições são sofisticadas. Porém, seu instrumento principal era o Sax Alto.

Buscando inspiração em ritmos tradicionais como o Siriá, o Banguê e até mesmo o Mambo, Cupijó construiu um repertório musical vasto, acrescentando muito na cultura da região do Baixo Tocantins através de uma ousada combinação de ritmos ancestrais com instrumentos de sopro, aos quais ele introduziu instrumentos elétricos como baixo e guitarra. Os ritmos tradicionais do Baixo-Tocantins foram tocados com bateria e percussão, algo inédito até então. E foi essa junção que o tornou conhecido por reinventar o Siriá.

Com raízes profundas no Norte do Brasil, Mestre Cupijó trouxe inovação e genialidade à música regional. O Baile, herdeiro de seu legado, não só celebra, mas eleva essa tradição. Eles lançam suas músicas para manter viva a chama da musicalidade autêntica da região, como guardiões de um som que transcende gerações. 

O produtor Daniel Serrão se orgulha do trabalho de pesquisa. "Onde os sons se entrelaçam como fios de uma tapeçaria, pudemos desvendar as origens da linguagem musical do Mestre Cupijó. É uma grande honra ter feito esse trabalho. Como um alquimista dos sons, ele fundiu influências e vivências em um espetáculo de harmonias, misturando cantos do samba de cacete, sons de uma banda de fanfarra militar e mais a cozinha rítmica característica das bandas de baile, com a luxuosa textura de escrita da orquestra de Pérez Prado, sua grande influência", comenta Serrão.

O filho do Mestre Cupijó, Osvaldo Castro, observa que o Baile do Mestre Cupijó é uma iniciativa que valoriza a cultura paraense através da inovação, mantendo viva a essência do Siriá e dos mambos do Mestre Cupijó. "É necessário que se promova e divulgue sempre esses artistas, esses mestres da cultura paraense. Que o mundo conheça o trabalho desse pessoal. É essencial reconhecer e apoiar artistas que preservam a riqueza cultural do Pará, contribuindo para seu enriquecimento e perpetuação", pontua.

Serviço

Lançamento no YouTube - Show “Baile do Mestre Cupijó” (com participações de Dona Onete, Felipe Cordeiro, DJ Waldo Squash e Lucas Estrela)

Data: 21/06

Onde ouvir as músicas: https://onerpm.link/380233772096

(Holofote Virtual, com informações da assessoria de imprensa)