18.11.08

Público e artistas sofrem com o calor no Teatro Waldemar Henrique


O calor dentro da sala de espetáculos do Teatro Experimental Waldemar Henrique está causando protestos de artistas e do público. Embora a situação já venha ocorrendo desde setembro, o estopim veio neste último domingo, quando pais e crianças saíram de dentro da sala, onde acontecia uma das últimas apresentações da programação do Festival Brasileiro de Artes Cênicas (confiram em clique em: http://www.orkut.com.br/Profile.aspx?uid=15435407350991349134)

Segundo o diretor do teatro, o músico Marcos Cardoso, com quem conversei por telefone esta manhã, a situação é temporária. O teatro vem passando por uma reforma no telhado (por causa de goteiras) e também por um trabalho de isolamento térmico, o que vai permitir a instalação de um novo equipamento de ar, mais potente e em condições de climatizar o ambiente, coisa que o atual, que já tem mais de 20 anos em funcionamento, não o tem.

Esta é a boa notícia. A ruim é que ainda não há previsão para a instalação deste novo equipamento. Não se tem a verba necessária, embora já haja uma emenda do vereador Arnaldo Jordy neste sentido. Marcos avisa que vem conversando também com a Fundação Cultural do Pará Tancredo neves e com a própria Secult. Ele disse que há toda a intenção de se resolver o problema, mas ainda não pode fazer previsões. A idéia de mantê-lo em funcionando mesmo nestas condições foi do diretor do teatro, em acordo com a classe artística.

Uma jóia rara

Datado do início do século XX, o prédio já passou por outras reformas, uma delas na década de noventa. Depois de três anos fechado, reabriu em 1997, mas a inauguração foi feita em meio ao protesto dos artistas que ficaram do lado de fora da casa, sem convite, enquanto a cerimônia rolava lá dentro, com a presença do governador, seu staff, além da imprensa.

O Teatro Waldemar Henrique homenageia um de nossos mais ilustres maestros, é um espaço amado por todos os artistas e pelo público que sempre participou de suas programações envolvendo música, teatro, dança e até cinema.

O Waldemar, como o chamamos carinhosamente, já um dos espaços em que Flávia Alfinito (diretora dos curtas “Carlos Gomes” e “Chuvas e Trovoadas”) realizou o I Festival Internacional de Cinema da Amazônia. Foi também palco de várias edições do Festival de Teatro Amador do Pará, no final dos anos 80 e início dos anos 90, é um dos espaços mais charmosos do Festival de Música do Pará, com apresentações acontecendo à meia noite (um luxo), só para citar algumas das inúmeras coisas que já aconteceram por lá.

É bom lembrar que em setembro do ano que vem, o Teatro Experimental Waldemar Henrique completa 30 anos desde que ganhou a sede própria, em setembro de 1979. Antes, o prédio foi cinema, o extinto, Radium, Museu Comercial e sede da Caixa Econômica Federal. Vamos torcer para que bem antes disso, tudo seja resolvido.

6 comentários:

Ester Sá disse...

Nós da classe artística, mais do que ninguém, torcemos para que o Teatro Waldemar Henrique volte aos seus dias de glória...Ele é um dos teatros mais significativos para a classe teatral de Belém.
É realmente uma pena ver nosso querido Teatro Waldemar Henrique passar pelo constrangimento que tivemos neste último domingo, em que a platéia, visivelmente incomodada com o calor, se abanava, tentando mininizar o desconforto para poder manter-se lá dentro.
Este problema do ar condicionado não vem de hoje. Discordo do Marcos Puff quando afirma que o problema iniciou em setembro, eu mesma já estive em cena lá no Waldemar, à cerca de um ano ou mais, em que, no meio da cena, gotas de água do ar condicionado pingavam do teto, tanto que nós tinhamos que desviar nossos adereços cênicos para que não ficassem encharcados. O chão ficou uma poça, e o público olhando tudo isso.
Estou na torcida por dias melhores para o nosso Waldeco...ele bem que mereçe!!!!

Ester Sá

Unknown disse...

Quero aqui também registrar o meu protesto: fui assistir a peça "A comédia dos erros" .O calor era insuportável e devido as janelas estarem abertas por causa da falta de ar condicionado, vinha um cheiro de xixi que quase nos fazia desmaiar.Só não me retirei porque sou atriz e sei que sair no meio da peça atrapalha o andamento da encenação. O pior é que eu já tinha visto a mesma no IAP, ao ar livre, com uma iluminação,um cenário e um odor condizente com a beleza do espetáculo o que me fez rir muito e sair amando fazer e assistir teatro.Ao contrário do Waldemar Henrique de onde saí arrasada e com a cara mais amarela do mundo, pedindo desculpas aos oito amigos que levei, pelo desconforto.E o espírito do Sheakspeare totalmente moribundo de tanto suor e fedor me cutucou e disse: "égua mana papachibé, assim não dáááááááá" ahahahahahaha

Anônimo disse...

Só que este problemas já vem se arrastando há muito, estive com o diretor deste teatro no início do ano, ele até que me pareceu bem intensionado e lembro-me que disse "infelizmente veio estourar na minha mão...", mas a gente sabe bem que não podemos culpabilizar pessoas isoladamente por este problema, podemos sim, pressionar o poder público reivindicando uma atenção especial ao nosso querido Waldemar, a internet pode ser uma boa ferramenta.
Isabela do Lago

Fábio Cavalcante disse...

Fui no teatro semana passada assistir "tem gato no telhado" e não só o calor estragou a apresentação, mas também uma porrada de carapanãs que ficavam voando sobre as cabeças e zumbindo nos meus ouvidos. Foi muito incômodo.

André Mardock disse...

É muito óbvio gente...não temos que procurar culpados (concordo com a Isabela). É pressão nos órgãos responsáveis. Eu quero sim que as pessoas tenham prazer de ir ao teatro...(Verba para isso parece que temos...VAMOS DESBUROCRATIZAR ESSE TRÂMITE!!)

ADRIANO BARROSO disse...

A construção dO waldeco foi uma conquista dos artistas. e deste então, o teatro só é reformado após os próprios artistas se levantarem contra o estado. a situação está urgindo novamente. há vários problemas no waldeco atual, o calor para todos e para os artistas há agora a "moda" da roubalheira. dois celulares de meu elenco já sumiram do camarim do teatro. e a orientação da direção´agora é de não deixar nada de valor no camarim. ORA, VAMOS TER QUE ENTRAR NO PALCO COM A CARTEIRA PORTA-CÉDULA E OS CELULARES NO BOLSO. É UM ABSURDO!! É MELHOR CHAMAR OP LADRÃO