Talento e amor pela música |
Ele só usa branco. E quando perguntamos por que, a resposta é simples: Porque eu gosto. Billy Blanco traz a cor em seu nome. Blanco é branco em espanhol. Aos 86 anos, o músico paraense, compositor e letrista de primeira grandeza, chegou em Belém, na última quinta-feira, 17, por volta de 12h30. Dono de um humor sagaz, foi logo contando que antes de descer do avião, em solo paraense, lhe obrigaram a cantar “Aeromoça”.
Com a agenda cheia de compromissos com a imprensa local, ainda na hora do almoço, recebe no restaurante do hotel, a primeira jornalista. Ele, que gosta de falar, diz: “faço qualquer papel”. E faz questão de mandar duas mensagens aos conterrâneos. A primeira é “Meu povo, aconteça o que acontecer, não párem de cantar. Jamais!”, diz sempre ao final de cada entrevista.
A outra mensagem é para que se compre o CD e DVD "Sinfonia do Rio de Janeiro: Billy Blanco e Tom Jobim - homenagem aos 80 anos de Billy Blanco", que ele trouxe em mãos e que estarão à venda no Teatro Marya Silvia Nunes, na noite deste sábado, 19, quando será lançado, a partir das 20h, o DVD – “Billy Blanco, o Compositor”, em show que runirá grandes amigos como Paulo André Barata e velhos parceiros, como Sebastião Tapajós, com o qual já compôs cerca de 50 músicas.
Mas "Sinfonia do Rio de Janeiro” foi composta em 52 e gravada, com Tom Jobim, dois anos depois. Uma exaltação ao mar, montanhas, sol e cotidiano carioca, traz arranjos de Radamés Gnatalli e canções interpretadas por artistas consagrados como Dick Farney, Lúcio Alves, Elizeth Cardoso, Dóris Monteiro, Os Cariocas, Jorge Goulart, Nora Ney e Emilinha Borba.
Ainda no restaurante do hotel, Billy bate papo e aproveita para ver, pela primeira vez, as imagens do DVD “Billy Blanco, o compositor” (foto), que traz depoimentos imperdíveis de amigos paraenses. Quando ele vê Tapajós, naquele mesmo instante atende a um telefonema do prórpio. “Fala Jabuti”, atende, chamando-o pelo apelido de velhas datas.
Vendo as imagens do DVD pela primeira vez |
Círio de Nazaré - Depois desliga o celular e elogia o filhote grelhado, peixe que acabou de consumir. Demonstra saudades de Belém e avisa que está levando daqui, um pato no tucupi para ser servido a 30 pessoas, no Rio de Janeiro, onde mora. Manifesta o desejo de voltar já em breve, a Belém, para o Círio de Nazaré deste ano. “Será que a Ana Júlia não me traz?”. Imagina que talvez no que vem ele já não esteja com tanta disposição para viajar.
Revirando a memória vai buscar a convivencia com Edyr Proença, compositor e radialista, outro grande amigo. E Lembra da primeira vez em que se apresentou no palco do Theatro da Paz, com Edyr e seu grupo “Bando de Estrelas”.
Encerrado o almoço, Billy se recolhe para um breve descanço até a hora da coletiva que iria acontecer naquele mesmo dia, às 18h, na Estação das Docas. E foi em clima de grande confraternização que ela realmente foi realizada.
Imprensa e amigos - Na mesa da coletiva, ao lado da diretora da TIM, Glenda Abdon, patrocinadora do DVD, do maestro Tynnôko Costa, diretor muscial do projeto, da cantora Nana Reis, além de Tapajós e Paulo André, Billy Blanco estava feliz.
Aos poucos, outros amigos e músicos que participaram da gravação do CD que deu origem ao DVD, vão chegando e juntando-se aos jornalsitas na platéia. Chegaram em tempo, o músico, compositor e produtor, Pedrinho Cavallero, o cantor Eloy Iglesias e o intérprete Maca Maneschy, além do casal de bailarinos Roberto e Lanaque, que se apresentaram no show de gravação de DVD.
Show - O show desta noite de sábado começa às 20h. Os ingressos começaram a ser vendidos às 13h e já correm o risco de esgotar. Os telefones da produção não páram de tocar. Ninguém quer perder a oportunidade de reder-lhe mais esta homenagem e com razão, já que o próprio artista chama atenção para algo importante: “Aproveitem enquanto estou vivo. Estas homenagens valem enquanto estamos aqui”, disse o grande Billy Blanco.
No show de lançamento, três talentosas cantoras da nova geração estarão presentes. Juliana Sinimbú, que tem apenas três anos de carreira, Nana Reis, de apenas 18 anos de idade, com uma carreira mais curta ainda, e Lívia Rodrigues, das três, a mais experiente.
Na foto, Billy com Tapajós, Bilynho e Paulo André Barata |
Eloy Iglesias com sua irreverência vai cantar “Aeromoça” e afirmou, na coletiva, que entrará caracterizado em cena.
Para conferir se é verdade só indo ao show. Ele também vai cantar “O Moço é”. Paulo André Barata vai interpretar “Samba Triste” e Livia Rodrigues “Viva meu Samba” e “Piston de Gafieira”. Juliana Sinimbú canta “Banca do Distinto” e “Estatuto de Gafieira”. E Billy Blanco cantará, no final de tudo, “Canto Livre”, acompanhado por seu filho Billy Junior.
Nana Reis vai cantar “Desencanto”, acompanhada por Sebastião Tapajós. Mas na abertura, em clima de êxtase, todos vão cantar “O compositor”. E este será o primeiro momento deste show que tem cenário que lembra uma sala de estar, assinado por Carlos Vera Cruz. Lá, ele vai receber estes amigos para cantar, conversar e ver trechos do DVD. A noite promete.
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