9.7.13

Mostra Terruá traz sons plurais para o público

A música autoral feita no Pará é o foco de todas as edições que já passaram pelo palco do Teatro Margarida Schivasappa e das que ainda vão passar. Como de costume, o que não faltam são atrações para todos os gostos. E não podia ser diferente hoje, quando a noite trará os shows de Vinyl Laranja, Turbo, Espoleta Blues, Pedrinho Callado, Coletivo Rádio Cipó e Mestre Vieira.

Mestre Vieira se apresentará com sua banda formada por Wilson Vieira (teclado), Valdecir Vieira (bateria), Roberto Marques (guitarra), Bené (baixo) e Kim Vieira (percussão). Filho de agricultores, Joaquim de Lima Vieira, Mestre Vieira, da guitarrada, arriscou os primeiros acordes ainda na infância e já demonstrava notável habilidade com o bandolim. Mais tarde, ao juntar de forma original elementos do choro, do merengue e de outros ritmos, Mestre Vieira sintetizou na guitarrada uma das mais ricas escolas musicais do país.

Nos anos 2000 o ritmo atravessou fronteiras com o projeto Mestres da Guitarrada, que reuniu Vieira, Curica e Aldo Sena. Com seu estilo genuíno, Mestre Vieira influencia até hoje artistas dos quatro cantos do Brasil. Considerado um dos precursores da guitarrada paraense, Mestre Vieira chega aos 78 anos de idade tendo sua trajetória registrada no documentário “Coisa Maravilha” e grande parte de seu repertório no DVD 50 anos de guitarrada - ao Vivo no Theatro da Paz.

Mestre Vieira encerra a apresentação no Teatro Mragarida Schivasappa, mas quem abre é  a banda Espoleta Blues, criada em 2012, trazendo em sua formação quatro pais, os amigos papais Elder Effe (baixo e voz), Junhão Feitosa (Bateria), Argentino Neto (Teclado, Sax e clarinete) e Fabrício Gaby (Guitarra). 

Espoleta Blues
Eles preparam o terreno para que os filhos Sofia (Voz), Babí (Voz), João (Voz e tambor) e Duda (Voz e guitarrinha) pintem e bordem no palco

Com letras que falam de amizade, cachorrinhos, fantasmas, princesas e tudo que permeia o universo infantil, o Espoleta segue conquistando fãs por onde passa. O rock, funk, country, jovem guarda e até o bolero e o blues estão presentes no repertorio da turma, que tem canções como “A princesa”, “O trem fantasma”, “C.A.M.A.R.Ã.O” (composta para a trilha sonora da animação ‘A Onda – Festa na Pororoca’).

Já o Coletivo Rádio Cipó, é um núcleo de produção que alia à tecnologia digital “caseira” na produção de pesquisas sonoras, vídeos experimentais e artes integradas na capital de Belém do Pará. O grupo é formado pelo produtor Carlinhos Vas (bateria), MC Rato Boy, Renato Chalu (guitarra), Jarede Almeida (baixo) e Rodrigo Jahmant (vocal e efeitos). 

Em fase de pré-produção, o álbum “Faroeste Samba Dub” promete mostrar um amadurecimento e o enriquecimento do Coletivo Rádio Cipó em relação as suas influências musicais: rock´n´roll, funk, afrobeat, reggae, entre outros. Na discografia do grupo o CD “Formigando na calçada do Brasil” de 2005 e o DVD “Eletrofunkdubsocial” de 2009. E entre as apresentações realizadas pelo coletivo houveram as do Festival Se Rasgum 2006, 2007; Sesc Pompéia(SP) 2007 a 2011;; LIFEN (Londres) 2009 e o OI Futuro(RJ) 2010.

Coletivo Rádio Cipó
Outra atração da terça-feira, é Pedrinho Callado, compositor, músico, letrista, banjista de carimbó, produtor musical, ativista cultural e estudou música na Universidade Federal do Pará.

Possui dezenas de composições gravadas por muitos cantores como: Lucinha Bastos, Simone Almeida, Alba Maria e Olivar Barreto. O artista foi premiado em vários festivais paraenses e foi primeiro lugar no Festival de Música de Santarém Novo. 

Também conseguiu premiações importantes Brasil afora nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, entre outros. Pedrinho representou o Estado da Bahia no Festival da Rede Globo (Canta-Nordeste). Em 2004 foi contemplado com uma bolsa de pesquisa pelo Instituto de Arte do Pará, que gerou o CD “Etnomúsica”, e também neste mesmo ano foi agraciado com o I Prêmio Cultura de Música, promovido pela FUNTELPA. 

Elaborou várias trilhas para curtas como o Cartas da Irmã Doroth (com o ator Wagner Moura e Padre Fabio de Melo). Em 2010 lançou o CD “HUM-HUM!” com participações de convidados como Lucio Mouzinho e Mel Ribeiro, e atualmente estará lançando seu novo CD denominado “Música na Rede é Peixe”.

Turbo
A terceira atração é a banda Vinyl Laranja, surguida em 2004, conhecida pela sua irreverência e atitudes inesperadas, que pontuam o post rock feito com competência pela banda, formada atualmente por Andro Baudelaire, Saul Smith, Bruno Folha e Wagner Nugoli. 

O grupo tem um EP (If She Ask) e um CD gravados (Unfaceless Bride), já se apresentou em Festivais como o South by Southwest, e tem músicas conhecidas do público paraense como “Tharuell”, “Jaws”, “Mariane” e “To Love”, sendo que essa última teve videoclipe lançado recentemente.

Diversão, válvulas e guitarra no talo, a banda Turbo é a segunda a se apresentar para mostrar seu som repleto de elementos essenciais do som setentão conhecido por Rock’n’Roll. A banda é composta por Camillo Royalle (vocal e guitarra), Wilson Fujiyoshi (baixo) e Netto B. (bateria). Em quase dez anos, a banda gravou o disco intitulado “Turbo”, a fita k7 “Rajada on the tape Vol. 1” e o compacto em vinil “Gostas do Delírio, baby?”, produzido no ano passado e masterizado no estúdio “Abbey Road”, por onde já passaram artistas como Beatles, Pink Floyd. 

Suas performances são explosivas, possuem composições que falam de loosers e garotas de uma maneira extremamente única e divertida, fogem do padrão estabelecido até mesmo pelos próprios seguidores do gênero que tocam. Agradam tanto quem curte um som mais pop, como a galera do underground de Belém. O trio viajou no início do ano para a cidade de Gotemburgo, localizada na Suécia gravar “Eu Sou Spartacus”, disco que teve produção de Chips Kiesbye.

Allan Carvalho
Em ritmo de despedida

O público já está acostumado, mas já vai entrando em clima de despedida. A partir do espetáculo desta noite, 9 de julho, só restarão mais três noites de Mostra até o final da programação da Mostra.

Na última terça-feira, mais uma vez, os ingressos esgotaram rapidamente e o público lotou o Margarida Schivasappa para assistir as apresentações de Luê, Davi Amorim, Ely Farias, Rafael Lima, Ronaldo Silva e Allan Carvalho, que surpreenderam todos os presentes com a diversidade musical característica da música paraense. 

Até o seu final, a Mostra Terruá terá recebido, entre os meses de maio, junho e julho, no Margarida Schivasappa, 72 artistas que foram selecionados por um júri especializado. As apresentações da mostra recebem a avaliação de uma comissão artística formada pelo publicitário e produtor Gustavo Rodrigues, pelo radialista Beto Fares e do produtor cultural Márcio Macedo. 

Da Mostra Terruá serão selecionados 12 artistas para compor o espetáculo Terruá, que dá início a série de ensaios logo após o final da Mostra, em setembro. Na programação que segue no Schivasappa, as apresentações tem início sempre às 20h. Esta será a quinta noite da Mostra. 

O espetáculo tem transmissão ao vivo pela Rádio e TV Cultura, e pelo site (www.terruapara.com.br/mostraterrua). Os ingressos podem ser retirados na bilheteria do Teatro Margarida Schivasappa no dia das apresentações, a partir das 18h. Mais informações: www.terruapara.com.br/mostraterrua/programacao.

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