16.8.18

A cerâmica como estilo e design da vida paraense

Depois de discutir o barro como cultura, meio ambiente e saber ancestral, o projeto “Lamugem – Memórias Vividas na Palma da Mão” traz a cerâmica como elemento do design e da arquitetura paraense para a roda de conversa “A valorização cultural e os reflexos projetuais do design paraense”, com a arquiteta e designer de interiores, Viviana Fonseca. Neste sábado, 18 (10h), na Olaria do Espanhol.

O Lamugem surgiu com objetivo de retomar e promover a revalorização da cerâmica como arte em sua dimensão social, cultural e ambiental. Contemplado pelo programa SEIVA da Fundação Cultural do Pará, o projeto vem, ao longo de um mês, instigando o olhar sobre a cerâmica, a partir de narrativas, memórias e vivência do artista/artesão em meio aos hábitos, costumes e tradições que se entrelaçam ao seu processo criativo. As rodas de conversa e vivências têm atraído a participação reflexiva do público acerca dos usos da cerâmica.

“A ideia é apurar esse olhar, através desses bate papos, com objetivo de trazer a cerâmica e o reflexo dessa cultura ceramista para projetos de todas as vertentes do design paraense, e que isso fortaleça a própria vivência da cerâmica em Icoaraci”, diz Milene Guedes, que também é design de interiores e uma das coordenadoras do projeto Lamugem.

A arquitetura, pensada como qualidade de vida, e o design, levando em conta a sustentabilidade, com as biojoias, são dois caminhos que podem favorecer um mercado interno que já foi também um dos mais importantes do país quando o assunto era a produção ceramista, indo dos utilitários à cerâmica arqueológica, até a decorativa.

Na década de 1980, a cerâmica de Icoaraci era vendida para o Brasil e exterior. De acordo com dados dos oleiros de Icoaraci cerca de 50% da produção de hoje é vendida para Manaus (AM). Outros 20%, vai para o litoral baiano, e outro percentual para o Rio Grande do Norte. Apenas 5% da produção é consumida no Pará.

“Hoje, quando se fala em cerâmica é muito fácil ligar a atividade ao artesanato e muito pouco se liga essa cultura aliada também à arquitetura e ao design de interiores”, diz Viviana Fonseca. “Percebemos que há uma desvalorização da cultura local ou ainda falta de informação e pesquisa. É preciso instigar o nosso olhar para dentro e valorizar costumes, identidade, provocar o pertencimento cultural”, continua.

Formada em Design de Interiores, com graduação em Arquitetura e Urbanismo, Viviana tem pós-graduação em Gestão e Docência no Ensino Superior e Legislação Acadêmica e é especialista em Iluminação e Paisagismo. Vem estudando a psicologia ambiental e cultura familiar para oferecer por meio de seus projetos, qualidade de vida a seus clientes.  

“Vou buscar no perfil do cliente e na sua cultura familiar, as propostas do projeto. No caso deste sábado vamos abordar todas as questões que permeiam essa cultura ceramista e de que maneira poderíamos nos apropriar mais dela”, finaliza.  



RODA DE CONVERSA
18/08 - A valorização cultural e os reflexos projetuais do design paraense - Viviana Fonseca. Hora: 10h.

EXPOSIÇÃO
26/08 – Mostra "Lamugem, memórias vividas na palma da mão" – Hora: 10h30

ENDEREÇO
OLARIA DO ESPANHOL - Rua Sta. Isabel n° 2010 (entre Andradas e Soledade), Bairro: Paracuri – Icoaraci – Belém - PA. Informações: 91 98932.8636.


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