6.3.20

O protagonismo da mulher no patrimônio imaterial

Já em ritmo das ações de mobilização para o 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres, vai rolar um papo sobre “O protagonismo das mulheres detentoras na política de salvaguarda do patrimônio cultural imaterial brasileiro”. O encontro é hoje (6), às 15h, no auditório do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do Pará, dentro do ciclo de palestras Conversa pai d’Égua falando sobre patrimônio, ação de sua área de Educação Patrimonial.

O projeto foi criado em 2012, com objetivo de divulgar e refletir sobre diversos aspectos das questões mais atuais sobre o tema “Patrimônio Cultural”. Para essa roda de conversa estão confirmadas duas mestras de carimbó, Claudete Barroso e Maria Vieira, e duas capoeiristas, Denilce Rabelo e Leca Marinho, todas com experiência em ações de salvaguarda institucionais, junto ao IPHAN, e autônomas, diretamente nas localidades onde atuam.

O encontro vai discutir a diversidade e pluralidade do patrimônio cultural brasileiro e o papel central das mulheres como detentoras e transmissoras de saberes, práticas e tradições culturais. A próxima Conversa Pai d’Égua visa propor uma reflexão sobre a importância da política de preservação do patrimônio cultural na desconstrução da cultura patriarcal e na promoção da equidade de gênero. A mesa será mediada pela Ouvidora da Defensoria Pública do Pará, Eliana Bogéa.

A Pedagoga Claudete Barroso também é servidora pública da Secretaria de Educação do Estado do Pará (SEDUC), além de ser coordenadora pedagógica da Associação do Carimbó do Estado do Pará (ACEPA) e do Circuito Raiz da Água Doce (Marapanim – PA). Ela integra o comitê de salvaguarda do Carimbó do estado do Pará e coordena, ainda, o grupo de carimbó Sereia do Mar, formado por mulheres. Entre outras atuações, ela colabora no projeto Alegria na água doce (Marapanim – PA), voltado para crianças e adolescentes da localidade e é titular do comitê de bacia do Rio Marapanim e seus afluentes. 

Já Denilce Rabelo Borges é bacharel e licenciada em geografia pela UFPA, especialista em saberes africanos e afro- Amazônicos, em ensino de geografia e mestre em geografia pelo PPGEO. Foi professora substituta da Universidade Estadual do Pará de 2015 a 2017 e professora da Faculdade Fibra de 2015 a 2016. Nos últimos anos tem participado de atividades mobilizadoras da consciência negra, como palestras em escolas e feiras. Seu apelido na capoeira é Sereia, onde atua há 24 anos no grupo União Capoeira Associados. 

Claudete Barroso
Foto: Divulgação
Professora de língua portuguesa da Secretaria Municipal de Educação e Cultura Leca Marinho, Denise é mestranda em educação do PPGED/UEPA, Treinel de Capoeira Angola da Associação Eu Sou Angoleiro – Contra Mestre Edimar/Mestre João e fundadora do coletivo Flores de Angola. Começou a treinar Capoeira Angola no ano de 2004, na UFPA, com o Mestre Bira Marajó. 

Desde então essa arte tomou conta da sua vida, atuando com a Capoeira Angola em Belém, no bairro da Terra Firme, em Ananindeua no bairro do Icuí-Guajará e em Castanhal, no assentamento São João Batista. Atualmente é Treinel da Associção Cultural “Eu Sou Angoleiro (ACESA- Mestre João Angoleiro)”, desenvolvendo a capoeira angola, juntamente com o Contra Mestre Edimar Silva e os treineis Rodrigo Etnos e a treinel Xokeid com crianças e adolescentes do bairro da Terra Firme, no barracão do Boi Marronzinho. 

Em 2018, Leca Marinho juntamente com Brenda Kalife e Carmem Virgolino lançaram o coletivo Flores de Angola, o qual tem como objetivo promover o encontro entre as angoleiras do estado com o intuito de propiciar a troca de experiências, visando o fortalecimento da presença feminina nos treinos e rodas de capoeira angola, tendo em vista o quanto estes espaços ainda são permeados por comportamentos machistas. A finalidade é problematizar tanto as relações de rivalidade feminina impostas pelo patriarcado, quanto as relações de opressão a partir da naturalização da capoeira como um universo masculino. 

Já Maria Vieira é coordenadora e vocalista do grupo de Carimbó Alegria da água doce, de Fazendinha (Marapanim – PA). Também coordena o projeto com crianças e adolescentes Alegria na água doce. É membra do movimento de salvaguarda do Carimbó Patrimônio Cultural Brasileiro.

Serviço
O protagonismo das mulheres detentoras na política de salvaguarda do patrimônio imaterial brasileiro. Dia 06 de março, às 15h, no auditório do Iphan-Pa. Av. Gov. José  Malcher, nº 1131 (esquina com Trav. Dom Romualdo de Seixas). Atividade com emissão de certificado.

(Holofote com informações de Rebeca Ferreira Ribeiro, Superintendente do Iphan/Pa)

Nenhum comentário: