22.9.21

Livro traz memória e técnica do porta-estandarte

Feliciano Marques
Foto: Divulgação
Feliciano Marques lança neste sábado (25), às 17h, na Quadra da Escola de Samba Quem São Eles, o livro “Pequeno Manual das Danças de Porta-Estandarte: Ancestralidades em Samba no Pé". Haverá apresentação de porta-estandartes convidados de várias escolas de samba, além de roda de conversa com o público. 

O livro aborda a relevância histórica e tradicional, além das concepções técnicas do quesito porta-estandarte. O prefácio foi escrito pela professora doutora Ana Flávia Mendes, responsável pelo conceito de “dança imanente”. “Este conceito diz que o corpo é a própria arte, não tem como separar o indivíduo da sua dança”, explica Feliciano. 

O livro é resultado da pesquisa de mestrado do autor, intitulada “A dança do porta-estandarte corporeidade e construção técnica na cena carnavalesca na cidade de Belém do Pará”, defendida em 2013 pelo Programa de Pós-graduação em Artes da Universidade Federal do Pará. A publicação conta com registros como novos dados e nomes dos porta-estandartes atuais.  

“O Pequeno Manual das Danças de Porta-Estandarte tem esse nome porque é um livro didático para quem quer aprender sobre as danças e a história de porta-estandarte, um convite para quem quer conhecer essa figura tradicional no carnaval de Belém, comenta o autor. A obra se pauta em conceitos para defender que, apesar das regras e técnicas existentes para os porta-estandarte, cada um tem seu jeito único e estilo próprio de dança, como gingado que vem do carimbó e das quadrilhas de rua, que podem ser vivências dos personagens em questão. 

A sobrevivência do Porta-estandarte no carnaval

Rubão (Rubem Lobato) em desfile da Escola 
de Samba Quem São Eles
O livro traz discussões importantes para a sobrevivência do porta-estandarte no carnaval. Entre elas, a que diz que apesar da maioria dos estandartes serem conduzidos por homens, o também existem mulheres que fizeram história nesta função, mostrando que regulamentos não impedem que o estandarte seja conduzido por uma mulher, o que de acordo com Feliciano, é um caminho importante para o seguimento e a sobrevivência da tradição de porta-estandarte no carnaval. 

Feliciano Marques atualmente é porta-estandarte da Escola de Samba Quem São Eles, por isso apresenta no livro uma visão além da pesquisa acadêmica e defende que a vivência de ser porta-estandarte é pautada em três fundamentos: amor à escola de samba, respeito a comunidade e o trabalho constante para enaltecer o pavilhão. Para ele, “sem o afeto não é possível compreender e acessar o que é a escola de samba, o respeito à comunidade”, diz.

Mestre em Artes pelo programa de Pós-graduação em Artes no Instituto de Ciências da Arte da Universidade Federal do Pará, Especialista em Fisiologia do Exercício pela Universidade Federal de São Paulo e graduado em Licenciatura Plena em Educação Física pela Universidade do Estado do Pará, o autor é bailarino e diretor artístico da Companhia Moderno de Dança. É porta-estandarte do Império de Samba Quem São Eles desde o ano de 2013 e desenvolve pesquisa no âmbito do carnaval paraense, corporeidade, técnica corporal e treinamento corporal.  

Serviço

Lançamento do livro “Pequeno Manual das Danças de Porta-Estandarte: Ancestralidade em Samba no Pé”, de Feliciano Marques. Neste sábado, 25, às 17h, na Escola de Samba Quem São Eles, Tv. Alm. Wandenkolk, 1233 - Nazaré. Entrada gratuita. O projeto foi selecionado pelo Edital de Livro e Leitura da Lei Aldir Blanc Pará da Secretaria Especial de Cultura do Ministério do Turismo e Governo Federal, Secretaria de Cultura do Pará (Secult) e  Governo do Pará.

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