As gravações da minissérie “Miguel Miguel”, baseada na obra homônima de Haroldo Maranhão, vão começar no final do mês de julho, dia 27 e vão até agosto, 16. O projeto é premiado pelo Concurso de Minisséries da TV Cultura. Haroldo Maranhão, morto em 2004, no Rio de Janeiro, era paraense. Foi escritor, jornalista e advogado.
Nesta foto Roger Elarrat (Diretor) e Boris Knez (Dir. de Arte), com a planta baixa da principal locação.
Em Belém, o trabalho para a realização da minissérie está indo em alta velocidade e com afinco de todos que formam a equipe. Na semana passada as equipes de produção, direção e elenco da minissérie fizeram os últimos testes para escolher os atores protagonistas e esta semana prepara-se a divulgação dos nomes dos eleitos.
A história tem um tom mórbido bem do jeito que Roger Elarrat gosta, que se sente bem à vontade com isso. “Meus trabalhos são sempre sobre realismo fantástico. Morte, morte, não sei por que, mas concidência ou não, a morte é um caminho, ainda que seja o da etrenidade e olha que sou ateu”, diz rindo. “Mas gosto de cultura popular, do misticismo daqui e de religiosidade. Gosto de documentar essas coisas”, explica o diretor.
A minissérie terá 5 capítulos de 13 minutos cada e que devrá ir ao ar em outubro, segundo informações da Funtelpa, repassadas à produção. As gravações na locação vão levar cerca de três semanas. A principal é o casarão que foi a antiga residência do artista plástico Antar Rohit e que hoje abriga uma Ong, na Ó de Almeida. “Escolhemos uma locação de estéticamente antiga para contrastar com o mundo moderno daqui de fora, tal qual é o perfil dos personagens. Quizemos fazer este paralelo. O cemitério pra gravação dos enterros, por exemplo, será o de Marituba ao invés de recorrermos aos tradicionais Santa Izabel ou Soledad”, diz Elarrat.
Testes de elenco - Os testes foram feitos na Digital Produtora. Entre os nomes confirmados e já divulgados pelo blog da produção (www.miguelmiguel.com.br) são o dos atores Henrique da Paz, como Varão, e Yeye Porto, como Úrsula, que investigam a morte de Miguel. Na história, desde que sabem da morte de Miguel do Arcanos, há uma reeviravolta em suas vidas. Entre surpresas e mistérios tudo vai se desenrolando na prosa deliciosa de Haroldo, que nos supreende a cada página. O desafio, por tanto, de Roger Elarrat, diretor e roteirista, e de sua equipe, é grande.
Acima, Olinda Charone é testada por Adriano e Roger. Candidata aprovada, aposto!
Após a confirmação dos atores principais, a equipe começa a fazer leitura de texto. “Como a série é extensa, vamos passar muita coisa só com os atores principais. Vamos começar ensaiando na Casa da Linguagem. Na locação, só na véspera de gravar”, explica. Além do elenco principal, cerca de 40 pessoas entre atores e não atores formam o elenco secundário e figuração. “Temos muitos personagens idosos, por isso durante a seleção dos atores principais, também já fomos escolhendo os nove atores do elenco secundário de idosos. Temos dois enterros, onde eles aparecem bastante”, diz Adriano Barroso, diretor de elenco.
Passaram pelos testes, a atriz Olinda Charone, o diretor de teatro Salustiano Vilhena e o músico compositor Nego Nelson. “Pensamos em chamar a Fafá de Belém pra contracenar com ele”, brincam seriamente Roger e Adriano.
Segundo Roger e Adriano, as dificuldades foram grandes para se chegar ao elenco final, uma vez que encontrar atores entre 50 e 60 anos com initmidade com a linguagem audiovisual não foi fácil. “Os atores nesta faixa etária vem todos do teatro, ao contrário dessa nova geração que de alguma forma já estão sendo formados em contato com o cinema e o vídeo em Belém”, explica Adriano.
Baixo orçamento - Outra dificuldade como sempre é o recurso destinado. Os R$ 100.000,00 do prêmio ainda foi pouco diante do desafio que é a produção de uma minissérie que se pretende bem feita, bem finalizada e esteticamente caprichada. “Estes 100 mil para uma minissérie é muito pouco. Estamos prevendo três semanas de gravação e aí, poucas pesoas puderam fechar receber o cachê de uma semana para trabalhar três. Estamos fazendo muita coisa na amizade e precisando ainda de muitos apoios e parcerias”, avisa Elarrat.
A equipe toda é formada de paraenses, o único de fora será o diretor de fotografia, o Carlos Erbert, que fotografou o longa brasileiro “Bandido da Luz Vermelha”. Ele esteve em Belém, dando um curso de fotografia no IAP e acabou recebendo o roteiro em mãos. Leu, gostou e acabou entrando em contato comigo”, diz Roger.
Inéditos de Haroldo Maranhão - Mas esta negociação foi mais fácil que aquela feita com os familiares do autor para a concessão dos direitos autorais. No final deu tudo certo e os filhos de Haroldo estarão em Belém para o lançamento, promentendo trazer muitos inéditos do pai a fim de encontrar pessoas interessadas em editá-los. Torçamos então por tudo, pela minisserie e pelas novidades que Haroldo ainda tem para todos nós!
Ficha técnica – Produtora: Digital Produções; Produtor Executivo: Fernando Penna de Carvalho; Diretor Geral: Roger Elarrat; Ass. Direção: Célio Cavalcante; Diretora de Produção: Francy Oliveira; Ass. de Produção de Campo: Paulo Porto; Ass.de Produção de Base: Felipe Lima; Diretor de Arte: Boris Knes; Produtora de Objetos: Nairy Sidrim; Diretor de Fotografia - Carlos Ebert; Ass.Fotografia: Henrique Penna; Diretor de Elenco- Adriano Barroso.
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