29.7.09

Minissérie Miguel Miguel já está no terceiro dia de gravação

Depois de meses de planejamento e algumas semanas de ensaio, nesta segunda-feira, 27 de julho, teve início a gravação da minissérie “Miguel Miguel”, premiada pelo concurso da Funtelpa.

No jardim abandonado de uma casa no bairro da Pedreira, foram gravadas as primeiras seqüências, segundo o diretor Roger Elarrat, algumas das mais bonitas de todo o roteiro.

Com a equipe afinada, chuva artificial, diálogos e muita movimentação de set, tudo acabou tranqüilo e a ordem do dia foi cumprida. “Fiquei muito feliz, com o resultado, pois sabemos que o primeiro dia é o que tem tudo pra dar errado, além disso, fizemos algumas das cenas mais bonitas da minissérie”.

O set abriu às 6h com a chegada da equipe e encerrou às 18h com o a ajuda do corpo dos bombeiros. “Filmamos com chuva, que é algo difícil e complexo, e conseguimos ótimas imagens. O clima era ótimo, nada de gritaria ou correria contra o tempo, e quero manter esse espírito até o fim”, diz Elarrat.

Atores - Estreante na linguagem audiovisual, como ator, um dos músicos mais talentosos da cena musical paraense, o compositor Nego Nelson estava lá, interpretando uma das figuras chaves da minissérie, Miguel, e se saiu muito bem.

“Acho normal ter algum nervosismo, mas, vamos nos entrosando e todos vão se soltando. O Nego pegou rápido a dinâmica da coisa, além de que ele traz uma presença de cena muito boa para o personagem dele, o Miguel”, comemora o diretor que diz ter escolhido Nego Nelson para o papel assim que o viu entrar uma certa noite, meses atrás, em um bar da Cidade Velha.

“Eu e Adriano (Barroso) estávamos batendo a cabeça pra escolher o ator para este personagem, quando botamos os olhos em Nego Nelson”, lembra.

No set de segunda, estavam ainda três atores experientes do teatro paraense, Olinda Charone, como Miguela, a esposa de Miguel; Yéyé Porto, como Úrsula, a esposa de Varão, o personagem principal da minissérie e Henrique da Paz, o Varão, personagem obcecado pelos obituários publicados em jornais. E assim, com estes quatro atores, já no primeiro dia, garantiu-se a cena final da minissérie.

Casarão - Ontem, terça-feira, 28, a equipe de gravação entrou na principal locação da minissérie, o casarão em que moram Úrsula e Varão.

Nas seqüências gravadas por Henrique da Paz (Varão) ele lê o obituário de seu melhor amigo, Miguel. O casarão escolhido como locação é o mesmo em que anos atrás foi sede do Astrolábio, dirigido pelos artistas plásticos Antar Rohit (já falecido) e Laura Mahon, e onde funciona, hoje, a Ong Amazônica.

A direção de arte, assinada por Boris Knez, precisou fazer um grande trabalho internamente para chegar ao ambiente descrito na novela do livro homônimo de Haroldo Maranhão, a partir do qual foi adaptada a minissérie.

“O Boris é uma das figuras chave nessa minissérie, porque temos poucas locações previstas na história, mas cada locação se transforma. Visitamos todas elas mais de uma vez. A direção de arte tem um trabalho muito peculiar de criar uma identidade para cada local de filmagem e depois distorcer-los para imprimir uma nova cara. Planejamos isso durante meses e a equipe dele até agora é a que mais trabalhou”, elogia Elarrat.

À noite, a equipe seguiu para a TV Cultura do Pará, onde foi gravada a seqüência em que Varão imagina como é que um obituário pôde ser publicado duas vezes, como se a pessoa, neste caso, seu amigo Miguel, tivesse morrido duas vezes.

Após um delírio, ele resolve ligar para a redação do jornal “A Folha de Belém” (nome fictício) e falar com o redator, pedindo-lhe explicações. Uma das cenas é hilária, dando aquela pitada de humor necessária numa história que fala da morte. O redator é protagonizado pelo ator Adriano Barroso, que também é o diretor de elenco da minissérie.

A gravação de Miguel Miguel segue hoje no casarão e vai até meados de agosto. A estréia está prevista para o final deste ano, com lançamento em Belém e depois veiculação pela TV.

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