A estréia de “A Peleja da Princesa Mariana e seu Pássaro Garça Dourada contra a Terrível Rainha Valéria de Marambaia e a Feiticeira do Mal” ou simplesmente “A Garça Dourada”, adiada da semana passada para esta quinta-feira, às 21h, no Teatro Waldemar Henrique trouxe de volta à memória do público mais atento, certa montagem realizada no ano de 2002, através do Grupo In Bust Teatro com Bonecos, fruto de uma bolsa de pesquisa do IAP .
Com um nome extenso como este, poucos poderiam ter esquecido, mas o espetáculo desta vez tem montagem da Companhia Teatral Nós Outros, não é encenado por Atores com Bonecos mas só por atores. O texto continua sendo de Adriano Barroso, que desta vez também assina a direção ao lado de Ailson Braga.
Pesquisador da cultura popular, Adriano Barroso também assina outro texto nesta linha da cultura popular como “A Farsa do Boi ou O Desejo de Catirina”, premiado pelo Centro de Experimentação Artística do Intituto de Artes do Pará, no mesmo ano e depois montado para o teatro pelo Grupo Gruta.
No domingo passado, finalizando as gravações da minissérie "Miguel Miguel", onde fez a direção de atores, conversei com ele sobre este novo trabalho.
Cultura Popular - “Desde o ano 2000 pesquiso a cultura popular. A Peleja da Princesa Mariana surgiu porque eu sempre fui muito fascinado por Pássaros. Desde a minha infância eu sempre quis fazer espetáculo que trouxesse uma grande misutra. O Pássaro tem isso, é uma mistura de rádio novela, com reis, rainhas, corte, conto de fadas, isso é a minha cara”, diz Barroso que lembra também da lenda sobre o surgimento desse gênero de ópera amazônica.
“Dizem que o Pássaro surgiu na época em que os caboclos assistiam às montagens das óperas que eram trazidas da Europa para o Theatro da Paz. Lenda? Não sei, mas se for, de qualquer forma eu adoro isso”, risos. “Conta e reza a lenda que eles viam aqueles cenários, aquela música toda, de longe, e não entendiam muito, mas resolveram fazer a sua própria opera”, diz Barroso.
As diferenças entre os textos de a “A Farsa do Boi..” e de “A Peleja da Princesa Mariana...” se tornam um fato curisoso. Em “A Farsa do Boi”, a estrutura é de teatro de bonecos, mas foi encenada por atores. Há frases curtas, diálogos rápidos, perfeitos para o teatro de formas animadas. Já o texto da “Garça Dourada” seria mais propício para o teatro de ator.
“E foi aí o grande barato na época. O Aníbal (Pacha, do In Bust) me ligava e dizia estás maluco, tem muito texto, com boneco ninguém dá conta. E quando eu já estava indo reescrever, ele ligou outra vez e disse não, vamos fazer assim mesmo que dá”, relembra.
Parceria com a Companhia Nós Outros - Para Adriano a montagem do In Bust já era suficiente, mas o destino o levou, junto com Ailson Braga, a encarar como novo desafio, a partir da parceria de ambos com a Companhia Nós Outros iniciada em 2002 através de oficinas de preparação de atores que vem sendo desenvolvidas há três anos pelos dois diretores.
A montagem desse espetáculo, que ganhou espaço no Teatro Waldemar Henrique através do projeto Pauta-Residência, promovido pelo Sistema Integrado de Teatros – SIT , traz os novos atores que ingressaram em maio último no programa de formação e também os que já estão engajados desde 2007, formando assim um elenco de novos e mais experientes atores.
“O espetáculo que está estreando traz muita gente em cena, como é na encenação do Pássaro Junino. E como eu não costumo ligar muito pra autor, corto cena, diálogos, afinal a obra encenada é outra obra. Assim, esta monmtagem não tem nada haver com a anterior. Diferente do espetáculo com o In Bust temos na cena mais música, mais pulsação, o que é próprio dos atores, pois são 14 pessoas em cena”, explica Barroso.
Nesta montagem, de acordo com Adriano, há pouquíssima marcação. A finalidade é dar mais “liberade” ao ator. “O elenco está em cena o tempo todo. As referências ao Pássaro Junino estão no figurino. Os atores descem para a arena e jopgam. Jogam entre si e com o público. Eles têm a liberdade pra mudar o que era uma pretensa marca. O espetáculo mexe muito com o público, e todos precisam estar prontos para responder às interferências que o jogo permite”, finaliza.
Ficha Técnica
No elenco: Edielson Shinohara, Luciana Rodrigues, Jorge Monteiro, Kauê Almeida, Laila Cardoso, Neto Cabrali, Jaqueline Miranda, Danielle Ribeiro, Hudson Andrade, Leoci Medeiros, Augusto Castro, Nhofy Coso, Kleber Gemaque, Joana Sena.
Assistente de direção: Mary Ferreira
Direção musical: Júnior Cabrali
Preparação corporal: Bill Aguiar
Direção de palco: Frank Costa
Design gráfico cartaz: Dany Meirelles
Confecção de Figurino: Mariléia Aguiar (Blá)
Produção: Cia. Teatral Nós Outros. www.nosoutros.com.br
Fotografia de divuglação: Ailson Braga
Texto: Adriano Barroso
Direção: Adriano Barroso e Ailson Braga
Serviço
Espetáculo Garça Dourada. Em cartaz até dia 06 de setembro de 2009, de quinta a sábado, às 21h, e aos domingos, às 11h e 20h. Ingressos na bilheteria do teatro: R$ 20,00 (vinte reais) com meia para quem de direito. Outras informações: contato@nosoutros.com.br ou 9116 9424.
Nenhum comentário:
Postar um comentário