21.12.18

Bianca Leão lança "Caleidoscópio de Memórias"

Os poemas escritos ao longo dos últimos sete anos trazem à tona diferentes situações e sentimentos diversos. O livro sai pela editora Empíreo, com lançamento no próximo dia 26 de dezembro, às 17h30, na Livraria da Fox  (Tv. Dr. Moraes, 584 - Nazaré).

Da mesma forma como um caleidoscópio, ao ser revirado, o livro de poemas de Bianca cria diferentes formas e imagens. O leitor, ao virar suas páginas, será remetido a diferentes memórias e experiências peculiares, define Bianca Leão, 31, jornalista, mestranda do Programa de Pós-Graduação Comunicação, Cultura e Amazônia (PPGCom/UFPA).

Desilusões amorosas, cenas cotidianas, sonhos, propostas e outros temas abrem diversas possibilidades de interpretação a partir da subjetividade de cada leitor. Os textos são imagéticos e remetem a diferentes lugares e situações. 

As ilustrações são de Tarcila Alvarenga, ilustradora carioca, que tem como inspiração Raymond Briggs e Beatrix Potter, e gosta de trabalhar com lápis de cor, nanquim, grafite e aquarela. A autora bateu um papo com o blog e falou um pouco mais sobre seu processo criativo.

Holofote Virtual: Sete anos de poemas neste livro...

Bianca Leão: Na verdade são só 15 poemas. Mas, para ser bastante sincera, quando os escrevi, por ser muito nova, tive medo de publicá-los e achá-los bobos depois. Então deixei passar uns anos e selecionei os que eu realmente gostava para publicação. O resultado disso foi muito positivo porque tenho poemas com sonoridades bem diferentes, sobre situações diferentes, o que  torna a alusão a um caleidoscópio de memórias bem válida, porque as imagens que se formam por meio dos poemas são bem diversas.

Holofote Virtual: Você sempre escreveu, como isso tomou ênfase na tua vida?

Bianca Leão: Sempre escrevi. Brincava de fazer livrinhos com textos e ilustrações e entregava aos parentes quando eu era criança. Acho que escolhi fazer jornalismo muito mais porque eu gostava de escrever do que por interesse em notícias. Mas a escrita lírica especificamente há muito tempo - não sei especificar quanto - é um dos meus caminhos preferidos para a minha compreensão de mim mesma e do mundo, para a ressignificação de situações. 

Holofote Virtual: Como se constroem os teus poemas ? As poesias se remetem a sua vida? Traz um quê de experiências próprias?

Bianca Leão: Sim, as poesias trazem um pouco da minha vida, das minhas experiências mas, ao mesmo tempo, elas falam de todo mundo, de sentimentos e sensações humanas. Elas podem remeter a situações que eu nunca vivi porque elas conversam mais com sentimentos do que com fatos. 

Quanto ao processo de construção, muitas vezes os poemas me vieram à mente em momentos bem inadequados. Às vezes os versos vinham mais ou menos como se eu lembrasse de uma música, só que eles só existiam na minha cabeça. Às vezes eu estava atrasada para ir para algum lugar, ou tinha acabado de acordar,mas eu sabia que se eu não escrevesse eu iria esquecer, então escrevia. 

Holofote Virtual: Fala um pouco do processo editorial do livro, quanto tempo levou entre a concepção e o lançamento? 

Bianca Leão: Comecei a conversar com a ilustradora em setembro do ano passado. A Tarcila Alvarega, que fez minhas ilustrações, é carioca e, por sorte, namora um dos meus melhores amigos, que é paraense. Digo "por sorte" porque a Tarcila é muito competente e entendeu muito bem o espírito do livro. O projeto gráfico ficou melhor que eu esperava. 

Depois disso, comecei a pesquisar a editora e cheguei à conclusão de que a Empírio seria uma ótima opção, porque os livros dela costumam ter uma boa aceitação no mercado local. E aí fiz um novo amigo, que é o Filipe Larêdo, publisher do livro. Fora ele, escolhi fazer todos os demais processos do livro com mulheres e não me arrependi das escolhas. Desde a maquiagem que eu fiz para as fotos de divulgação com a Nayana d'Oliveira até a finalização do livro com a Priscila Castro. Todas mulheres talentosíssima, que fizeram toda a diferença para o resultado final. 

Holofote Virtual: Projetos futuros...

Bianca Leão: Atualmente eu sou mestranda, pesquisadora bolsista do PPGCom da UFPA e pesquiso pessoas em situação de rua. Paralelamente, já começo a pensar em outros projetos literários, dessa vez, um livro em prosa. Porém, eu pretendo manter esse viés mais lírico. Ou, futuramente, fazer algo mais voltado para o humor.  Humor é bem difícil de fazer. Seria um projeto mais ousado, talvez.

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