Depois de três semanas em cartaz, sempre às terças-feiras, o show se despede hoje do Espaço Reator, a partir das 21h, reunindo a cantora Sônia Nascimento e os músicos Rubens Stanislaw (baixo), Renato Torres (violões) e Diego Xavier (bandolim).
A produção musical é de Léo Bitar, cenografia de Nando Lima e o Make Up, de Antônio Maurity. O Reator fica na Trav. 14 de abril nº 1053, entre Av. Governador José Malcher e av. Magalhães Barata.
Haverá mais uma oportunidade para vê-lo, na próxima semana, 15 de dezembro, no Teatro Margarida Schivasappa do Centur, às 20h, dentro do projeto Uma Quarta de Música.O texto à seguir foi publicado nesta terça-feira, 07, originalmente no Caderno Você do Diário do Pará. As fotos são de Ana Flor.
Sônia Nascimento – “Invento” no Reator
Por Mariano Klautau Filho*
O show da cantora Sônia Nascimento no Reator é uma brisa leve e deliciosa no circuito musical da cidade. Suave e original, “Invento” marca a volta desta cantora desde suas incursões com as bandas “Jardim Elétrico” e “Florbella Spanka” nos anos 90. A voz de Sônia é particular e sutil. Delicada e firme, opera nos meios-tons com um timbre levemente aveludado. Não lembra, mas remete à mesma qualidade de vozes como as de Clara Sandroni e Dulce Quental.
A delicadeza da voz se mostra logo de cara na abertura. A canção “Clarear” de Renato Villaça é quase um mantra. De melodia minimalista que vai se repetindo várias vezes e de sonoridade derramada, a canção envolve a platéia e define o conceito sonoro do show: repertório construído com composições contemporâneas de gerações distintas e que dialogam na percepção poética (muitas vezes melancólica), mas sobretudo viajante e positiva sobre o mundo. Esta cosmovisão amorosa se observa de modos diversos tanto em “Água” (Kassin) como na belíssima “Balada de Agosto” (Fagner e Zeca Baleiro). A identidade do repertório vai se construindo ao longo do show com canções de Nei Lisboa, Moska, Zé Miguel Wisnick, Dulce Quental e dos paraenses Edir Gaia e Renato Torres, entre outros.
Cantora e músicos sabem o que tocam e cantam, pois partilham das mesmas visões elétricas sobre o mundo. Buscam, pesquisam, vivem a musica. A presença de Renato Torres (direção musical e guitarra) é fundamental. Cheio de charme pop, sabe ser sofisticado na medida certa.
Seus comparsas no palco, outro deleite. Rubens Stanislaw (atuante desde os tempos da “MoonShadow”) no baixo é discreto e preciso. Diego Xavier é a surpresa da nova geração, pelo menos para mim. Cuida da percussão, toca muito bem seu bandolin e ainda traz de brinde um sorriso que imprime um otimismo no ambiente.

O Reator, tem Léo na direção musical e Nando Lima como comandante geral na direção artística. O novo espaço, como o próprio nome diz, é um projeto independe de reação artística na cidade. Tem um conceito muito bem delineado e com isso pretende lançar sua programação com a marca do lugar. Com “Invento” na voz de Sônia o Reator dá sua partida. Um ótimo pontapé inicial!
*Mariano Klautau Filho é jornalista, graduado em Comunicação Social pela UFPA, é fotógrafo e professor de fotografia da Universidade da Amazônia.
Mais informações sobre o show: 91 – 8112.8497 e 91 8134.7719.
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