2.9.17

Strobo é “Três” com Marina neste sábado à noite

Num papo muito bacana com Leo Chermont, a gente conta como foi o encontro da banda Strobo com a cantora Marina Lima, a ser celebrado neste sábado, 2 de setembro, a partir das 22h, no La Music. O show “Três” sela uma parceria iniciada há pouco mais de um ano. Também conversamos sobre novidades, como a carreira internacional da banda, as conexões musicais e cinematográficas do Casarão Floresta Sonora, espaço cravado no coração do centro comercial de Belém, e mais, a carreira solo do guitarrista, de forma intimista e inusitada.

Começando por Marina Lima, Leo Chermont conta que o Strobo, formada também por Arthur Kunz na bateria, estava em Sampa, no palco, lançando o terceiro disco, quando soube que a musa da música brasileira dos anos 1980 e 1990 estava na plateia. E mais, que ela estava ali interessada em montar nova banda. “Ela já tinha ouvido falar na gente, viu o show e pirou”, conta Leo Chermont.  Já nos bastidores, Marina, entusiasmada, disse que era a banda que ela queria para retomar a carreira, um duo! 
“Tínhamos uma base de Vingativa, e Arthur mandou para ela”, continua o músico. “Ela adorou a base, fez a letra, gostamos e entramos no estúdio para gravar, no Red Bull Station, em São Paulo e gravamos logo um clipe”, diz Leo. 

Foi quando a Strobo recebeu de convite da Virada Cultural de São Paulo, em 2016. O formato pedia um convidado. “Chamamos a Marina e fizemos umas quatro músicas dela. Esse foi o nosso primeiro encontro musical e isso gerou uma intimidade maior entre a gente, tanto que ela assinou a produção musical do nosso quarto disco, e nos ajudou muito”, continua.

Esse foi o início da “paquera” musical que se desenrolou num romance muito sério, já revelado em diversas apresentações pelo país, mas que será celebrado agora de forma intensa em solo paraense.

“Já fizeram umas dez apresentações desse show, que se baseia na gente tocando as músicas dela”, diz ele. Vão rolar muitos hits, antecipa Leo, como “À Francesa”, “Uma Noite e Meia”, “Pra começar”, “Eu não sei dançar”, entre outras.

“No meio disso a gente também faz algumas músicas do Strobo, ela sai do palco e volta para uma sessão só com violão e fechamos todos juntos. É um show bem dinâmico, cheio de hits, bonito de ver uma reconstrução dessas músicas”, conta Leo.

Duo busca a carreira internacional 

Sobre o Strobo, Chermont conta que a banda acaba de fazer um show no Brasil Summerfest, em Nova York, tocando no mesmo palco em que se apresentaram uma veterana como Elza Soares, além de outras novidades da música brasileira.

“É um festival muito legal, e é quando a gente vê a possibilidade de uma carreira internacional começar, de fato. O nosso som que é instrumental, funciona bem em vários outros lugares, não depende de língua”, diz o músico. 

Leo acredita que a carreira fora do Brasil é um lugar muito promissor para a banda. “Fizemos um show que foi muito bem recebido e estamos na batalha de fazer outras turnês fora do país”.  Há seis anos na estrada, quatro discos lançados, muitos shows. A Strobo já tocou em quase todos os festivais de música instrumental do Brasil e outros. Já esteve no Mimo Brasil, só de Virada Cultural já foram três shows, fez Abril pro Rock, alguns no Se Rasgum, em Belém, shows no interior de São Paulo, Conexão Vivo, entre outros.  

“Já tocamos muito no Brasil e aqui as pessoas gostam da moda e da novidade. então achamos que seria legal abrir portas para outros lugares”.  Outra novidade é o audiovisual, um filme de 40 minutos, baseado em dez músicas da banda Strobo, um projeto abraçado pelo Programa Natura Musical e que deve ser lançado até o final deste ano. 

“Já estamos pensando agora em como colocar ele no mundo, mas é bem difícil. Já filmamos tudo e vamos lançar início deste mês o teaser e até final de outubro queremos estar com ele pronto. Estamos muito felizes da Natura ter topado fazer um projeto muito ‘crazy’”, diz Leo. “O filme não é sobre a banda, é uma ficção", ressalta. Vamos aguardar.

Eu com a minha música

Leo Chermont diz ainda que tem composto muito em casa, muitas coisas para o Strobo, mas outras coisas bem mais íntimas e que não costuma mostrar a ninguém.

“Faço música, depois acho ruim” (risos), inicia sua fala, quando pergunto se há vontade de fazer também carreira solo. Ele disfarça, mas revela que tem vontade de lançar um disco com coisas suas e, pasmem, tocando apenas um violão, algo bem do gênero ‘nú com a minha música’, diria Caetano Veloso (Penso em ficar quieto um pouquinho / Lá no meio do som / Peço salamaleikum, carinho ...).

“Comecei a fazer um EP só meu que estou para apagar e refazer. Tive uma vibe de que eu tenho que lançar um EP todo acústico, sem nada de looping, sem nada de eletrônico, porque é uma vertente que eu sempre tive na minha vida, de estar com o violão tocando pra mim mesmo, sabe?”, diz o moço que confessa nunca ter gostado de ficar tocando violão em rodinhas de amigos.

“Eu não consigo decorar letra nenhuma das músicas, então eu tenho pensado em fazer um EP de violão. Talvez seja o mais íntimo que eu possa tirar de mim mesmo como músico, as coisas que eu faço, mas que guardo no meu HD pessoal. Talvez seja a hora de botar estas coisas pra fora um pouco”, reflete.

Produções Floresta e suas conexões musicais

Os sócios Leo Chermont e Dan Bordallo
Além de músico, em duo ou solo, Leo Chermont tem se destacado também como um dos produtores mais concorridos em Belém. Tem gravado diversas cantoras, bandas novas e até mesmo artistas mais veteranos, como Pio Lobato e Nazaré Pereira.

Leo assina a produção do disco "Mamba", de Sammliz, com ela e com João Lemos produzindo também. Fez o EP “Onça”, da cantora Camila Honda, o novo CD da Natalia Matos “Não Sei Fazer Canção de Amor” e, mais recentemente, o primeiro disco da carreira solo da baixista Inês Fernandes. Produziu, ainda, o primeiro EP da cantora Nazaré Pereira, que é outra geração.

“Eu adoro produzir, adoro estar gravando isso é uma coisa que me dá uma energia vital pra continuar trabalhando com música. Eu sou isso, não tem jeito, adoro e fico feliz das pessoas confiarem e me deixarem tomar conta com elas, porque confiar um trabalho ao outro, não é fácil. Acho que é válido, estou trabalhando muito fora de Belém e pegando o ritmo de trabalho. Aprendendo muito nessa ponte aérea de Belém e São Paulo, e lá eles têm uma tecnologia de trabalho bem mais focada do que a gente aqui, que às vezes demora muito para fazer as coisas”. 

Dan e Lucas Estrela
Leo Chermont dirige o Casarão Floresta Sonora, em sociedade com o tecladista Dan Bordallo.  Os trabalhos seguem por lá em ritmo acelerado e cheio de sons!

“Gravamos o disco “Farol”, de Lucas Estrela, que já está saindo, gravamos o Pio Lobato, e como já disse, estou fazendo o disco da Natália Matos, Camila Honda, fora outras bandas que estão começando, que é sempre muito legal, como a banda Mastodontes e a Móbile Lunar. Também estou gravando uma música nova de Sammiliz, em parceria com Dona Onete. Então está tudo indo bem, desde que o Florestinha chegou no estúdio”, diz ele se referindo ao gatinho muito fofo que arranjou morada por lá.

Audiovisual dentro do Floresta Sonora

Aíla e Sammliz
Além da linguagem sonora, o audiovisual também tem sido outra constante na vida de Leo Chermont, que já fez som direto em diversas produções, como o documentário “Coisa maravilha, a invenção da guitarrada”, que gravamos em 2011 e que sairá finalmente este ano. 

“Eu estou super feliz. Fizemos a sonoplastia dos Dinâmicos, desenho animado da nossa Luciana Medeiros”, diz ele tirando um sarro comigo. “Foi um prazer fazer esta animação, foi um trabalho novo pra gente. Fiz também o “Brasileiros”, do Rafinha Bastos, de São Paulo, o “Catadores de Lixo”, da Úrsula Vidal e Homero Fortunato. Então o estúdio está com uma produção bem intensa. Segundo semestre a cidade ferve e o estúdio também. Devem entrar mais discos ainda e a gente vai levando”, diz ele.

O Casarão Floresta Sonora ficou conhecido no meio musical dessa nova geração de músicos, nos idos de 2009, 2010, quando costumava reunir vários realizadores, produtores, músicos, para experimentalismos diversos.

Dan Bordallo, com Florestina em dia de gravação!
Na época, era o Casarão Cultural, que também se intitulava como Núcleo de Produção Cultural Independente de Belém do Pará. E se fez muitas coisas naquele período, se construiu uma história, até que vem o boom da música paraense sando para o resto do país, e junto a isso surge o Strobo, em 2011. É quando rola uma virada na trajetória também de diversos artistas que formavam este coletivo. Hoje, o Casarão Floresta Sonora se acha enquanto estúdio.

“Eu sempre achei que a gente tinha que ter um laboratório e agora eu já não sinto mais o estúdio como um laboratório, agora é mais uma base de teste e sonoridades, investimos em estrutura e equipamentos, estamos com uma sala boa, temos bons equipamentos de gravação, e não estamos mais fazendo coisas só pra gente, mas pra quem esta a fim de trabalhar”, diz.  “E tem a jans sessions que fazemos aos domingos, para mostrar os trabalhos novos que vamos fazendo”, finaliza.

Serviço
Show “Três”, com Marina Lima e Strobo . Neste sábado, 2, às 22h. La Musique (Rua Municipalidade, 488 - Reduto). Quanto: R$ 50 (Frontstage - 2º lote) e R$ 80 (Camarote - 2º lote), à venda nas lojas É Show (shoppings Parque e Boulevard), Bonita Cosmética (Pátio Belém), Empório da Beleza (Castanheira Shopping), Espaço Cultural (Bosque Grão Pará), Banca do Oliveira (Braz com Rui Barbosa), docerias Nega Maluca (Rua Domingos Marreiros, 325) e Tia Maria (Trav. Benjamin Constant, 1337), e pelo site e App Bilheteria Digital. Informações: (91) 33555202 / 988815202.

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