8.6.10

Ao ar livre: Cinema na Orla traz curta paraense e longa nacional esta semana

Desde a semana passada que o Cine Clube Oi Estação está promovendo o Cinema na Orla, programação às quartas-feiras, a partir das 19h, do lado de fora do cine-teatro Maria Sylvia Nunes.

Aberto ao público, esta semana serão exibidos o curta paraense “Matinta Perera”, de Jorge Vidal e o longa nacional “Não Por Acaso”, de Philippe Barcinski.

Já vi os dois, vale à pena. No curta, gravado em digital no bairro da Terra Firme em 2004, o diretor faz um paralelo entre a lenda da Matinta Perera e a sina trágica de um traficante de maconha na periferia de Belém. A lenda já foi contada, recontada e até musicalizada por Tom Jobim. A velha ou uma espécie de pássaro (a forma varia de lugar pra lugar) assobia pedindo fumo e assombra as crianças.

No elenco, Paulo Marat, France Moura e Adriano Barroso, nos papéis centrais, além de um elenco composto por integrantes de um grupo de teatro do bairro da TF. Com 15 minutos de duração, o curta já foi premiado em festivais como Prêmio Ver-o-Peso (melhor vídeo nacional), I Festival de Belém do Cinema Brasileiro (melhor ator para Adriano Barroso, que faz o papel do pai) e o Guarnicê do 28º Festival Guarnicê de Cinema de São Luis (melhor roteiro para Jorge Vidal).

O longa Não Por acaso, o primeiro de Barcinsky, já foi exibido aqui em alguma mostra ou festival, já não lembro, e acredito tenha entrado também no circuito comercial. É também um drama chocante e com certeza vai mexer com os mais sensíveis.

Com belíssimos planos mostra São Paulo de forma poética, contrastando com a história que está por contar ainda nos primeiros minutos. A fotografia é de Pedro Farkas. Na história duas pessoas que tentam controlar a vida.

Pedro (Rodrigo Santoro) é marceneiro e monta mesas de sinuca. Com a namorada Teresa (Branca Messina) por perto, morando com ele em sua casa, ele consegue deixar que tudo esteja a seu alcance, incluindo as jogadas que ensaia nas mesas que ele mesmo fabrica. Já Ênio (Leonardo Medeiros) controla o trânsito caótico da cidade de São Paulo com precisão milimétrica e vive ainda a dor da separação da ex-mulher (Graziella Moretto).

Acontece que um acidente em comum vira a vida dos dois de cabeça para baixo, tirando deles o controle prévio, introduzindo aí as personagens Lúcia (Letícia Sabatella) e Bia (Rita Batata). A crítica em geral disse que Barcinski não quis tornar o filme ultra-intelectual e abusou de trilhas sonoras na montagem e, mais para o final, acabou simplificando a história. Só indo ver para tirar as próprias conclusões.

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