Apresentado ao público, na semana passada, “Vida é Sonho” está de volta ao palco do Centro Cultural Sesc Boulevard , hoje, a partir das 19h, com entrada franca, trazendo Renato Torres, acompanhado por uma grande banda e participações especiais.
O show, que tem repertório autoral, é cheio de nuances sonoras, nos remete ao passado sem nos tirar do presente, representando o início de um projeto que lança o cantor e compositor, em carreira solo, depois de percorrer mais de 20 anos de uma estrada extremamente musical.
Na sexta-feira passada, os timbres acústicos tirados do violão, do bandolim, de muita percussão, de um piano e um contrabaixo encantou o público que lotou a plateia do Sesc Boulevard. Mas hoje haverá mais uma chance para quem quiser conhecer este Renato Torres solo, que se prepara para lançar o CD homônimo, ainda este ano, marcando definitivamente o início deste novo trabalho, em que o músico e compositor bebe tanto da música popular brasileira, quanto se reinventa nas sonoridades do Pará. É um espetáculo repleto de cor, luz e presença.
Na sexta-feira passada, os timbres acústicos tirados do violão, do bandolim, de muita percussão, de um piano e um contrabaixo encantou o público que lotou a plateia do Sesc Boulevard. Mas hoje haverá mais uma chance para quem quiser conhecer este Renato Torres solo, que se prepara para lançar o CD homônimo, ainda este ano, marcando definitivamente o início deste novo trabalho, em que o músico e compositor bebe tanto da música popular brasileira, quanto se reinventa nas sonoridades do Pará. É um espetáculo repleto de cor, luz e presença.
Do primeiro show participaram Ronaldo Silva, Dulce Cunha, Ester Sá, Ricardo Jardim e Renato Gusmão. Nesta sexta, além deles, Renato ainda quer receber Juliana Sinimbú, Luê Soares, Sonia Nascimento, Arthur Nogueira e conhecendo bem Renato, poderá haver mais surpresas.
“Tenho um impulso gregário e irreprimível. Preciso de muita gente em torno de mim, preciso trocar ideias, fluir em varias direções”, diz se justificando, como se fosse necessário.
Na banda estão com Renato, Rodrigo Ferreira (piano acústico), Rubens Stanislaw (baixo acústico), Diego Xavier (bandolim, voz, percussão), João Paulo (percussão), e Camila Honda (voz e sonoplastia). Os instrumentos acústicos que fizeram sucesso no rock progressivo dão o tom delicado que “Vida é Sonho” exige e respira, procurando alternativas sonoras, sem usar bateria ou guitarra. Os vocais são valorizados, a interferência poética é presente, reforçando a importância que a palavra sempre teve na obra do artista.
Na banda estão com Renato, Rodrigo Ferreira (piano acústico), Rubens Stanislaw (baixo acústico), Diego Xavier (bandolim, voz, percussão), João Paulo (percussão), e Camila Honda (voz e sonoplastia). Os instrumentos acústicos que fizeram sucesso no rock progressivo dão o tom delicado que “Vida é Sonho” exige e respira, procurando alternativas sonoras, sem usar bateria ou guitarra. Os vocais são valorizados, a interferência poética é presente, reforçando a importância que a palavra sempre teve na obra do artista.
Entre as 12 canções, todas marcantes, várias chamam atenção, como “Cavalo Marinho”, que traz a participação de Ronaldo Silva no palco e é a primeira parceria entre os dois, feita num momento em que eles estavam concorrentes em um concurso musical. Ao se encontrarem nos bastidores foi imediato. Ronaldo puxou a letra do bolso, e Renato imediatamente se rendeu. “A música saltou na hora, de cada palavra, fluiu”, disse ao receber o músico fundador do Arraial do Pavulagem.
Em seguida, outra pérola tirada do baú, “Que quer dizer Cativar” foi pinçada para o show e remete o Renato Torres do teatro. Na letra, o jogo de palavras, marca inconfundível da veia poética do músico, fala de príncipe, namorada, de fio da meada.
“Esta música, fiz na época em que participei mais ativamente do movimento de teatro. Já atuei, dirigi, mas o que eu gosto mesmo é de fazer trilhas e esta música fez parte de um espetáculo baseado no Pequeno Príncipe, de Saint Exupéry”, conta Renato.
Em outra canção, Renato chama para o palco a instrumentista Dulce Cunha, flautista do grupo Charme do Choro. “Devia tê-la chamado mas pra participar da banda do show, o que a gente só se deu conta nos ensaios”, confessa.
Nos figurinos, batas indianas lideram o visual dos músicos, além de retalhos coloridos que confluem para a sonoridade e visualidade de todo o show, concebido pelo próprio Renato, junto ao grupo. “Já a luz é do João, o técnico Sesc. Não teve uma concepção prévia, o visual viaja no som”, decreta e o que se vai lendo com olhos e ouvidos é pura poesia, construída também naquela Página em Branco que o compositor mantém no universo virtual, alimentada por seu lirismo onírico muitas vezes.
Dito isso, entra em cena a música “Manhã de Janeiro”, concebida anos atrás, quando ele e Maurício Panzera (baixista da Clepsidra), participavam de uma programação musical da Bienal de Ciência e Cultura da UNE, no Circo Voador, no Rio de Janeiro. "É por aquela centelha corredeira/ estrela passageira,
risco de alumiar/ é desafio, novelo da sentença/ carcaça da poesia
reluzindo no mar/ corisco ardendo no ritmo do baque/ no muque do
requinte que toco pra cantar/ cato regatos, igarapés, açudes/ cascatas
de altitude pra poder mergulhar". Aqui a parceria é com o grande compositor e jornalista Edir Gaya.
E tem ainda "Amanhecer", parceria com Daiane Gasparetto, onde mais uma vez o entusiasmo poético explode em palavras , que falam em aprumar, galopar, cogitar... encerrando a música, uma batida percussiva, pungente.
E tem ainda "Amanhecer", parceria com Daiane Gasparetto, onde mais uma vez o entusiasmo poético explode em palavras , que falam em aprumar, galopar, cogitar... encerrando a música, uma batida percussiva, pungente.
Em meio ao show, Renato fala do momento atual de nossa música, festeja Felipe Cordeiro entre outros que estão neste mesmo caldeirão da emergente música paraense em cena nacional. E mais uma vez seu espírito múltiplo, coletivo, se revela.
“A música do Pará vai muito além do que é folclórico. A guitarrada que está sendo recuperada, mas isso é apenas a ponta da lança. Somos plurais. É muito bom tudo isso, é esta multiplicidade que nos torna únicos. Somos um povo especial”.
Em seguida vem “Quem faz uma canção”, em parceria com Jorge Andrade, e segue com outras belas canções, como "Boca de Luar", em parceria com Valéria Fagundes, "Ar", com Paulo Vieira; “O mar”, com Henry Burnett; “Comum de dois”, com Dionelpho Jr.
Um pouco antes de encerrar, Renato canta “Vida é Sonho”, que dá nome ao projeto. Ele explica que a canção surgiu das correspondências que existiram anos atrás entre ele e a pianista mineira Alice Belém. “Tuas cartas, tuas cores me chegaram de manhã / e menino que sou, dei pulos de alegria / vim correndo pela trilha/ um caminho azul que brilha de manhãã.. / Tem um sol na tua palavra / tem um cheiro de café / vai me conta qual segredo / tem na gente ser quem é? / porque então a gente acorda/ pra tentar fazer o sonho acontecer?
A letra e a música não só revela, reforça o que Renato sempre deixou claro, a sua inspiração e admiração pela música concebida pela turma do Clube da Esquina.
E isso vem mais latente quando ele chama a cantora e atriz Ester Sá para cantar “O que foi feito de Vera” (Milton nascimento, Fernando Brant). Escolha perfeita. Ester solta a voz numa interpretação de arrepiar.
Para fechar muito bem, sua escolha aponta para “Feito pra acabar”, de José Miguel Wisnik, Marcelo Jeneci e Paulo Neves. É proposital. Renato não dá um ponto sequer, sem dar o nó.
“...A gente é feito pra acabar/ Ah Aah/ A gente é feito pra dizer/ Que sim/ A gente é feito pra caber/ No mar/ E isso nunca vai ter fim/Uh Uhhh".
Perfeito! “Vida é sonho” é um show pra gente sonhar e ser feliz. Não deixe de ir! O Centro Cultural Sesc Boulevard fica na Av. Castilhos França, bem em frente a Estação das Docas.
(Fotos tiradas pelo público e enviada por Renato Torres)
(Fotos tiradas pelo público e enviada por Renato Torres)
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