31.10.13

Mestre Vieira é tema da série Visceral Brasil

Produzida para a televisão em treze episódios, a série oferece vasto panorama da música brasileira de raiz na visão de alguns de seus músicos mais viscerais e representativos. De 03 a 07 de novembro a equipe de produção do projeto estará de volta ao Pará, na cidade de Barcarena, para gravar o episódio "O sotaque da guitarra", sobre o instrumentista Mestre Vieira, responsável pela criação de uma genuína linhagem de guitarristas na Amazônia.

Na década de 70, seu disco “Lambadas das Quebradas” solidificou o surgimento do gênero conhecido como “guitarrada”, popularizado nos anos 80 sob o rótulo de “lambada”. Sua originalidade musical está no aprimoramento de uma técnica única de execução para a guitarra elétrica: as guitarradas são composições instrumentais onde a guitarra solo faz o papel principal, embalada por ritmos como a cumbia, o merengue e o carimbo, entre outros.

Fortemente influenciado pelo choro, Vieira revelou-se virtuose ainda na infância. Iniciou-se no bandolim, passou ao banjo, ao cavaquinho, ao violão e a instrumentos de sopro como o saxofone. Inventivo, lançou mão de seus conhecimentos de radiotécnico para fabricar seus primeiros amplificadores caseiros (a cidade ribeirinha de Barcarena não possuía luz elétrica na época): autofalantes de rádios desmontados alimentados por baterias de caminhão. 

Mestre Vieira no lançamento de seu DVD (foto: Antonio Kalil)
A trajetória de Mestre Vieira põe em cheque opiniões mais convencionais sobre a impossibilidade de popularização da música instrumental no Brasil. A obra do mestre também é tema do DVD “Mestre Vieira – 50 Anos de Guitarrada”, gravado ao vivo no Theatro da Paz, em julho de 2012, e lançado na semana passada. A direção musical do trabalho é do produtor musical e guitarrista Félix Robatto, com direção geral da jornalista e produtora cultural Luciana Medeiros. 

O que é - A série  Visceral Brasil – as veias abertas da música é uma produção da Plural Filmes, com sede no Rio de Janeiro e em Florianópolis, em parceria com a gaúcha Joner Produções. Serão treze documentáriossobre as raízes da música brasileira, sua diversidade e seus grandes mestres que, sem romper com suas origens, extrapolaram a visibilidade regional e tornaram-se referência para a MPB. 

A estreia da série está prevista para o primeiro semestre de 2014 na TV Brasil. Durante todo o ano de 2013, a equipe de produção do Visceral Brasil vai percorrer diversas cidades de oito estados brasileiros – Bahia, Paraíba, Pará, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul eRondônia – com o desafio de registrar o universo musical dos treze personagens escolhidos: Bule Bule, Zabé da Loca, Mestre Humberto, Dona Onete, Mestre Vieira, Mestre Laurentino, Côco Raízes de Arcoverde, Dona Maria do Batuque, Pedro Ortaça, Giba Giba, Arlindo dos 8 baixos e o grupoZambiapunga. 

Bule Bule e Antonio Queiroz (foto: Marcia Paraiso)
Com curadoria de Carla Joner e direção de Marcia Paraiso, cada episódio terá uma linguagem própria, coerente com o perfil de cada personagem. O episódio sobre Bule Bule também é codirigido por Carla Joner. 

O primeiro episódio da série foi gravado na Bahia em abril. Intitulado O trovador, o cabra e os mundos, o documentário retrata o músico, escritor, compositor, poeta, cordelista, repentista, ator e cantador baiano Antônio Ribeiro da Conceição, o Bule Bule. 

O segundo episódio, Sob o Céu de Zabé, que retrata a tocadora de pífano Zabé da Loca, foi gravado na Paraíba, em maio. Em junho o Visceral Brasil esteve no Maranhão, onde registrou as imagens para o episódio sobre o Mestre Humberto, amo do Boi de Maracanã. 

Mestre Laurentino (foto: Anderson Astor)
Em julho, as gravações aconteceram no Pará, com Dona Onete e Mestre Laurentino. Em agosto, foi a vez das gravações com Giba Giba e Pedro Ortaça, no Rio Grande do Sul. Em setembro, a equipe gravou no Pernambuco os episódios sobre o grupo Côco Raízes de Arcoverde e o mestre Arlindo dos 8 Baixos. No final de outubro, a equipe esteve na cidade de Nilo Peçanha, na Bahia, para gravar o episódio “Entre Homens e Deuses”, sobre o tradicional grupo Zambiapunga. 

O projeto Visceral Brasil – As veias abertas da música foi contemplado pelo Fundo Setorial do Audiovisual – PRODAV/ANCINE e conta com o patrocínio das empresas VALE e Chesf -Companhia Hidro Elétrica do São Francisco, via leis de incentivo do Governo Federal.

Ficha técnica
Marcia Paraiso – direção e roteiro
Carla Joner – curadoria
Ralf Tambke - direção de fotografia e câmera
Clóvis Ghiorzi – câmera
Renato Calaça - som direto
Ju Baratieri – assistência de som
Nara Hailer e Glauco Broering - montagem
Felipe Facini - design de arte e animações gráficas 
Douglas Narcizo (estúdio onda sonora) - edição de som
Flavio Rosa - produção de base
Link Digital - finalização e masterização
Adriana Martorano - Comunicação – assessoria de imprensa

Saiba mais
Facebook Fan Page Visceral: http://www.facebook.com/VisceralBrasil
Diário de filmagem: http://visceral-brasil.blogspot.com.br/
Teasers: http://vimeo.com/pluralfilmes

(Texto enviado pela assessoria de imprensa do projeto)

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