3.12.13

Casarão do Boneco recebe espetáculos circenses

O público vai conferir o resultado de dois projetos de Circo, que foram contemplados pelas Bolsas de Criação e Experimentação Artísticas do Instituto de Arte do Pará em 2013. Ás 19h, será mostrado Akros: um pas de quatre acrobático e, às 20h30, mARESIa. Ambos surgem de pesquisas diferenciadas que dialogam com outras linguagens artísticas como a dança, teatro e audiovisual. As apresentações integram o Circuito das Artes do IAP. Entrada franca.

Os números circenses apresentados em Akros: um pas de quatre acrobático são resultados da pesquisa proposta pela artista circense Virginia Abasto e desenvolvida por um grupo de novos artistas acrobatas em aparelhos aéreos de circo. A ideia dessa experimentação surgiu com intuito de aprimorar a organicidade do artista circense na execução dos movimentos acrobáticos.

O espetáculo completamente original, diversificado e criado de maneira coletiva,  foi criado com a integração das habilidades circenses de trapézio fixo, lira e tecido, com os métodos de treinamento em dança Jazz, Moderna e de Gyrokinesis, agora apresentado na forma de números em Linguagem Circense utilizando acrobacias aéreas e de solo junto às técnicas de partitura corporal musical e, as já mencionadas, técnicas de treinamento corporal.

Para chegar a este resultado foram ministrados três laboratórios de experimentação do movimento integral, sendo estes: 1. lira/dança moderna; 2. trapézio /dança jazz e 3. tecido/gyrokinesis, bem como, laboratórios de acrobacias de solo, de partitura corporal musical e de dinâmicas de dramatização.

O conjunto destas experiências levou os akrobatas a alcançarem resultados notáveis na assimilação das técnicas de acrobacias aéreas que poderão ser apreciadas, em parte, nos números circenses que compõem este espetáculo.

Foto: Rafael Sales
Água e memória - Já em mARESIa, o Grupo Projeto Vertigem parte da pesquisa proposta pelas artistas Marina Trindade, Inaê Nascimento e Victória Rapsódia, que propõem experimentações por meio de transversalidades de linguagens artísticas.

O grupo partiu em busca de novas formas da utilização do tecido circense, seguindo como fio temático a relação simbólica entre o arquétipo feminino e a água. Para isso, foram trazidas à tona memórias para a construção de identidade, que inevitavelmente perpassa pelo contexto amazônico.

“A memória de quem nasce aqui é inundada por uma frondosa ‘árvore de rios’ alimentados por intensas chuvas. Esse aguaceiro todo vem se encontrar com o mar aqui, na região da ilha do Marajó, local escolhido para algumas de nossas experimentações. O quanto de história esses rios vem carregando?”, questiona Marina Trindade.

Dentro dessa mistura de águas e identidades ela conta que o grupo buscou o arquétipo feminino nas mães d’água dos mitos afrobrasileiros que carregam as características que compõe o estuário amazônico: Oxum conduzindo nossos caudalosos rios rumo ao mar; Iemanjá que faz de nossos rios mares de água doce e; Nanã, reunindo essa mistura nos nossos extensos e lamacentos manguezais e várzeas, todas tornando o estuário amazônico um dos ambientes naturais mais férteis do mundo.

“Encontramos nesse ‘estuário feminino’ nossos indutores para pesquisa de movimentos, relacionando a maré, as ondas e as correntes às danças dessas Orixás, assim como às nossas danças (o Carimbó e o Lundu) e à capoeira angola, as quais ao nosso ver carregam em seus movimentos e fundamentos uma ancestralidade aquática e feminina”, conclui a artista.

Serviço
As apresentações dos espetáculo são nos dias 6 e 7 de dezembro, no Casarão do Boneco (Av. 16 de Novembro, 815- Jurunas, prox. Pça Amazonas). AKROS: Um Pas de Quatre Acrobático às 19h e mARESia, às 20h30. Apoio In Bust Teatro com Bonecos.

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