18.3.09

Espetáculos do Metropolitan Opera de NY em alta definição e som 5.1 chegam a Belém


A MovieMobz e a Ford levam aos cinemas de Belém o quarto espetáculo da primeira temporada brasileira do Metropolitan Opera de NY: “Madame Butterfly”, de Giacomo Puccini. Os ingressos para a ópera, que será exibida em 18 cidades e terá reapresentação nos dias 23 e 24/03, já estão à venda na bilheteria Moviecom Castanheira. Consulte a programação no site www.moviemobz.com.

“Há um público apaixonado por ópera no Brasil. Trazer os espetáculos de uma das mais importantes e famosas companhias do mundo é um presente para os fãs, que em sua maioria não teriam acesso à temporada do Metropolitan, e ainda uma oportunidade para se criar novas platéias para o gênero”, afirma Marco Aurélio Marcondes, sócio e Diretor da MovieMobz.

Um dos trabalhos mais famosos de Puccini, “Madame Butterfly” é ambientada na cidade de Nagasaki, na virada do século XX, e conta a história de uma linda e jovem gueixa que sacrifica tudo pelo amor de seu marido, um oficial da marinha americana, com o qual teve um casamento arranjado. Conduzida pelo maestro Patrick Summers, “Madame Butterfly” traz no elenco principal a soprano Patricia Racette, a mezzo-soprano Maria Zifchak, o tenor Marcello Giordani e o barítono Dwayne Croft.

A ópera foi transmitida ao vivo no último sábado, dia 7 – direto do Metropolitan Opera House de Nova York – para 850 cinemas de 30 países, e arrecadou um total de US$ 3,4 milhões, tornando-se o maior sucesso de bilheteria do projeto “Met Live in HD”, hoje em sua terceira temporada mundial. Somente nos EUA, com apenas 650 exibições, “Madame Butterfly” vendeu 150 mil ingressos (todos antecipados) e fez US$ 2,4 milhões, ocupando a 10ª posição do ranking de bilheteria americano.

No Brasil, as óperas em alta definição e som 5.1 – exibidas com 15 dias de atraso – também vêm fazendo um sucesso extraordinário. O primeiro espetáculo da programação, “La Rondine”, lotou o Cine Odeon em sessão única no Rio; o segundo, “Orfeu e Eurídice”, foi exibido em 22 sessões em sete cidades e fez 2.179 espectadores; o terceiro, “Lúcia de Lammermoor”, com 23 exibições em nove cidades, somou público de 2.979 pessoas. Já “Madame Butterfly” será exibida em aproximadamente 90 sessões e 30 cinemas, nas salas digitais conectadas à Rain.

Dois espetáculos inéditos completam a programação da primeira temporada brasileira do Met Opera, que termina em maio: “La Sonnambula”, de Bellini, e “La Cenerentola”, de Rossini, que estreiam respectivamente nos dias 5/4 e 24/5.

A personagem-título de Madame Butterfly – uma jovem gueixa japonesa que se agarra à crença de que seu casamento arranjado com um oficial da marinha americana é amoroso e permanente – é um dos papéis mais marcantes da ópera, e tão convincente e trágico quanto qualquer grande símbolo da arte dramática.

Um dos motivos da permanência de Madame Butterfly no imaginário popular está no fato de que a própria menção do título estimula ideias sobre imperialismo cultural e sexual, mesmo para pessoas distantes da cultura operística. O cinema, a Broadway e a cultura popular como um todo se utilizaram abundantemente da história e fizeram do papel-título um ícone.

Mas a ópera em si não busca nem enfatizar nem evitar esses aspectos do enredo, focando mais nos personagens como pessoas reais do que nas intrincadas questões de poder. A ópera sobreviveu a uma desastrosa estreia e foi imediatamente reformulada, obtendo grande sucesso na província de Brescia meses depois, em seguida em Paris e, logo, ao redor do mundo.

A beleza lírica da música minuciosamente concebida para o verossímil papel-título faz de Madame Butterfly uma obra atemporal.

Os Criadores

Giacomo Puccini (1858-1924) foi imensamente popular em seu tempo, e suas obras permanecem como atrações fixas no repertório da maioria das companhias de ópera do mundo. Suas óperas são celebradas pela maestria nos detalhes, pela sensibilidade nos temas do dia-a-dia, pela economia e riqueza melódica. Os libretistas de Puccini para Madame Butterfly, Giacomo Giacosa e Luigi Illica, também colaboraram com o compositor em suas duas óperas anteriores, Tosca e La Boheme (ambas, ao lado de Butterfly, estão entre seus trabalhos mais bem sucedidos). A ópera é baseada na peça Madame Butterfly, do dramaturgo e produtor David Belasco (1853-1931), um gigante do teatro americano e uma fascinante figura, cujas ousadas inovações trouxeram um novo nível de realismo e vitalidade para os palcos.

O Cenário

A história se passa na cidade portuária de Nagasaki na virada do século XX, um tempo de expansão da presença americana no país. O Japão estava hesitantemente definindo o seu papel mundial, e Nagasaki era um dos únicos portos do país a ter abertura para navios de outros países. Casamentos temporários para marinheiros estrangeiros não eram incomuns. Vários outros períodos históricos foram usados nas adaptações dessa obra, mas os conflitos culturais entre ocidente e oriente, como aconteciam em 1900, não podem ser facilmente deixados de lado nesse trabalho, não importa em que época ele estiver situado.

A Música

Puccini alcançou um novo nível de sofisticação no uso da orquestra nessa ópera, com sutis sonoridades e coloridos permeando a trilha. O coro é tão imaginativo quanto eficaz, ainda que contido em alguns momentos, como na entrada dos parentes no Ato I e o enigmático “Coro Sussurrante” no Ato II.

De todo modo, a ópera se apóia como poucas outras no canto da personagem-título: ela permanece no palco na maior parte do tempo e é a única personagem que passa por um desenvolvimento verdadeiro (e trágico). A

soprano que canta o papel, um dos mais difíceis do repertório, deve transmitir um espantoso leque de emoções e características, que vão do etéreo (sua entrada) ao carnal (o dueto de amor do Ato I), do pungente (seu comportamento com os outros personagens japoneses no Ato II) ao onírico, beirando a insanidade (a famosa ária “Um bel di”), chegando à resignação na cena final. As habilidades vocais necessárias para dar vida a esse complexo personagem são singulares no universo da ópera.

Madame Butterfly no Met

Madame Butterfly teve sua première no Met em grande estilo, com Puccini na plateia e Enrico Caruso e Geraldine Farrar nos papéis principais. Puccini sempre afirmou que a voz de Farrar era muito pequena para o papel, ainda que ela tenha cantado, com grande aprovação do público, 139 vezes nos 15 anos seguintes.

Em 1922, Joseph Urban produziu uma versão que perdurou 36 anos. Temporariamente fora da programação durante a Segunda Guerra Mundial, Madame Butterfly retornou aos palcos do Met em 1946 e funcionou bem nas vozes de Licia Albanese (72 apresentações) e Dorothy Kirsten (68 apresentações) pela próxima década e meia.

Na produção de 1958, Yoshio Aoyama e Motohiro Nagasaka dispensaram as divisórias de papel de arroz mencionadas no libreto para o segundo ato, considerando aquele detalhe “totalmente antijaponês”. Essa produção apresentou os talentos de Renata Scotto (estreando em 1965), Teresa Stratas, Pilar Lorengar, Martina Arroyo, Raina Kabaivanska, Leontyne Price e Diana Soviero, e foi substituída pela versão de Giancarlo del Monaco de 1994, estrelando Catherine Malfitano como a heroína.

Sinopse

Ato I
O tenente B.F. Pinkerton, da marinha americana, visita uma casa com vista para o porto de Nagasaki, que irá alugar de Goro, um agente matrimonial. A casa conta com três funcionários e uma gueixa chamada Cio-Cio-San, conhecida como Madame Butterfly. O contrato é permanente, sujeito a renovação mensal. O cônsul americano Sharpless chega ao local sem fôlego após subir a colina. Pinkerton descreve sua filosofia sobre o destemido Ianque que vaga pelo mundo em busca de experiência e prazer (“Dovunque al mondo”).

Ele não sabe ao certo se seus sentimentos pela jovem gueixa são de amor ou apenas algum capricho passageiro, mas ele tem a intenção de prosseguir com a cerimônia de casamento. Sharpless o adverte, dizendo que a garota pode ter uma visão diferente do matrimonio, mas Pinkerton deixa de lado tais conselhos e diz que um dia ainda terá uma esposa verdadeira, americana. Ele oferece uísque ao cônsul e propõe um brinde (“America forever!”).

Ouve-se Butterfly subindo a colina com seus amigos para a cerimônia (Conjunto: “Cera sul maré”). Após as apresentações formais, Butterfly confessa a sua idade, 15 anos, numa conversa casual, e explica que sua família fora outrora proeminente, mas perdeu sua posição e ela agora então precisa ganhar a vida como gueixa. Seus familiares chegam a casa e conversam sobre o casamento.

Cio-Cio-San mostra a Pinkerton seus poucos pertences, e conta a ele que tem visitado a missão cristã e se converterá à religião de seu marido. O Comissário Imperial lê o contrato matrimonial, e os familiares felicitam o casal. Repentinamente, uma voz ameaçadora é ouvida a distancia – é o monge Bonze, tio de Butterfly. Ele amaldiçoa a garota por ter ido à missão cristã e assim rejeitado sua fé ancestral. Pinkerton ordena que todos saiam, enquanto Bonze e os outros familiares continuam a criticar Butterfly.

Pinkerton tenta consolá-la. Butterfly é auxiliada por Suzuki para vestir seu kimono de casamento, e se junta a Pinkerton no jardim, onde eles se amparam abraçados. (Dueto: “Vieni la será”).

Ato II

Parte 1

Três anos se passaram, e Cio-Cio-San aguarda o retorno de seu marido. Suzuki pede ajuda divina, mas Butterfly a censura por acreditar mais em deuses japoneses preguiçosos do que na promessa de Pinkerton de retornar um dia. (“Un bel dì”). Sharpless aparece com uma carta de Pinkerton, mas, antes que possa ler, Goro chega com o mais recente marido em potencial para Butterfly, o milionário Príncipe Yamadori.

Butterfly educadamente serve chá aos convidados mas insiste que não está disponível para um casamento – seu marido americano não a abandonara. Ela dispensa Goro e Yamadori. Sharpless tenta ler a carta de Pinkerton e sugere que Butterfly talvez deva reconsiderar a oferta de Yamadori. “E este?” (“E questo?”), pergunta Butterfly ofendida, mostrando a ele seu filho pequeno. Sharpless fica muito perturbado para dizer a ela mais sobre a carta. Ele sai, prometendo contar a Pinkerton sobre a criança.

Um tiro de canhão é ouvido no cais anunciando a chegada de um navio. Butterfly e Suzuki usam um telescópio no terraço e lêem o nome do navio de Pinkerton. Contente, Butterfly se junta a Suzuki na decoração da casa com pétalas de flores do jardim (Dueto: “Scuoti della fronda”). A noite cai e Butterfly, Suzuki e a criança ficam em vigília observando o cais (coro).

Parte 2

Amanhece, e Suzuki insiste que Butterfly durma um pouco. Butterfly leva a criança para outro quarto. Sharpless aparece com Pinkerton e Kate, a nova esposa de Pinkerton. Suzuki percebe quem é a americana, e concorda em dar a notícia para Butterfly. Pinkerton é tomado pela culpa e foge da cena, se recordando dos dias passados nessa pequena casa (“Addio, fiorito asil”). Cio-Cio-San corre na esperança de encontrar Pinkerton, mas vê Kate no lugar.

A americana pede a ela que lhe entregue o seu filho. Butterfly concorda, mas insiste que Pinkerton retorne. Surprendendo a todos, Butterfly pega o punhal com o qual seu pai cometera suicídio, optando por morrer com honra a viver em desonra. Ela é interrompida momentaneamente quando a criança surge em cena, mas ela se despede dele e venda seus olhos (“Tu, piccolo Iddio”). Butterfly apunhala-se, enquanto Pinkerton chama por seu nome.

Sobre o Metropolitan Opera

Sob o comando do diretor geral Peter Gelb e do diretor musical James Levine, o Metropolitan Opera prepara uma série de iniciativas inovadoras com o intuito de ampliar seu público e revitalizar o repertório da companhia. Com elas, o Met assume então o compromisso de apresentar obras-primas modernas lado a lado com o repertório clássico, em produções teatrais que apresentam as maiores estrelas da ópera no mundo.

Em sua temporada 2008-2009, o Metropolitan Opera celebra o seu 125º aniversário prestando tributo à extraordinária trajetória da companhia, mas também enfatizando seu compromisso renovado com o desenvolvimento das novas expressões de arte.

A temporada inclui seis novas produções, 18 revivals, as apresentações finais da produção de Otto Schenk do ciclo do Anel dos Nibelungos de Wagner conduzido por Levine e duas celebrações de gala: a apresentação de abertura da temporada, com Renée Fleming, e a comemoração do 125º aniversário da companhia em 15 de março.

As novas produções incluem a estréia pela companhia de Doctor Atomic, de John Adams; a primeira adaptação do Met de La Damnation, de Faust de Berlioz; Thaïs, de Massenet; La Rondine de Puccini; Il Trovatore, de Verdi; e La Sonnambula, de Bellini. As próximas temporadas contarão com The Ghosts of Versailles, de John Corigliano (2009-2010) e The Tempest, de Thomas Adès (2011-2012).

Criadas no 77º ano de sua primeira transmissão de rádio internacional – ouvida através da Toll Brothers-Metropolitan Opera International Radio Network –, o Met agora conta com plataformas avançadas de distribuição de mídia e tecnologia de ponta para atrair novos ouvintes e alcançar milhões de fãs de ópera pelo mundo.

O programa de TV The Met: Live in HD já alcançou mais de 920.000 pessoas na temporada de 2007-2008, mais do que o número de pessoas que puderam assistir as apresentações no Metropolitan. Essas apresentações em alta definição começaram a ser exibidas pela PBS em março de 2008, e oito delas estarão disponíveis em DVD pelos selos EMI e Universal.

Na temporada 2008-2009, o programa será expandido em 11 transmissões ao vivo, começando com a Noite de Abertura de Gala e se estendendo pela temporada inteira. As Produções em HD também serão exibidas em aproximadamente 850 cinemas, distribuídos em cerca de 30 países pelo mundo. Para as salas, cinco novas produções estão programadas, incluindo a première de Doctor Atomic, de John Adams.

A transmissão da Noite de Abertura será vista apenas nas Américas, enquanto as dez produções restantes serão exibidas ao vivo para o mundo todo aos sábados a partir de 9 de maio, com os bis nas quartas seguintes.

Live in HD in Schools, o novo programa do Met que oferece transmissões das óperas gratuitamente para escolas de Nova York em parceria com o New York City Department of Education e o Metropolitan Opera Guild, alcançou mais de 7.000 estudantes de escolas públicas e professores durante a temporada 2007-2008. Nessa temporada, o Live in HD in Schools será ampliado para atingir escolas em 18 cidades e comunidades pelo país.

A Rádio Metropolitan Opera, na SIRIUS channel 78, é um serviço de áudio por assinatura que transmite tanto apresentações ao vivo como gravações históricas raras. Além de oferecer registros em áudio através do novo serviço sob demanda Met on Rhapsody, o Met também apresenta streaming de áudio gratuito de apresentações em seu website toda semana durante a temporada de ópera com o apoio da RealNetworks®.

O inovador programa de bolsas da companhia, em parceria com o New York’s Lincoln Center Theater (LCT), oferece recursos a renomados compositores e dramaturgos para a criação e desenvolvimento de novos trabalhos no Met e no Lincoln Center’s Vivian Beaumont Theater. A parceria do Met com o LCT faz parte da ampla iniciativa da companhia de comissionar novas óperas de compositores contemporâneos, apresentando obras-primas modernas junto ao repertório clássico, e de abrir caminho para artistas desenvolverem seus trabalhos.

O Met tem lançado várias iniciativas de desenvolvimento do público de ópera, como é o caso das Open House Dress Rehearsals, ensaios gratuitos e abertos. Dois deles estão planejados para a temporada 2008-2009 e as datas serão anunciadas em breve.

O Met também apresentará uma performance gratuita de Réquiem de Verdi no dia 18 de setembro, em tributo a Luciano Pavarotti. Outros projetos da companhia incluem a Arnold and Marie Schwartz Gallery Met, que expõe obras contemporâneas de artes visuais; o aclamado programa Agnes Varis and Karl Leichtman Rush Ticket, que oferece lugares perto da orquestra com grandes descontos duas horas antes das cortinas se abrirem; e a Holiday Series, uma apresentação anual para a família durante o período das festas.

Nessa temporada, a apresentação especial de Natal é uma produção de A Flauta Mágica, de Mozart, em versão reduzida e em inglês, em quatro apresentações de matinê e uma na noite de Natal, uma opção para as famílias celebrarem o final de ano.


Sobre a MovieMobz

A MOVIEMOBZ é a primeira distribuidora do mercado mundial a operar exclusivamente por meio do lançamento de filmes em cinemas no formato digital, tecnologia hoje disponível em 154 salas e 24 cidades no país, através do Sistema da RAIN DIGITAL CINEMA.

A empresa foi criada por Marco Aurélio Marcondes, veterano do mercado de cinema e ex-sócio do consórcio Europa Filmes & MA Marcondes – entre outros – e os fundadores da Rain Digital Cinema, Fábio Lima e José Eduardo Ferrão, pioneiros do cinema digital no país. A MOVIEMOBZ é também pioneira na programação de filmes, em salas de cinema, a partir da demanda do consumidor.

Através do site www.moviemobz.com, uma rede social que agrega conteúdo digital para fãs de cinema, o usuário pode programar sessões dos filmes a que deseja assistir, mobilizar os amigos para marcá-los nas salas de sua preferência, ver e trocar informações, e conhecer pessoas com os mesmos interesses. No ar desde o dia 7 de julho, o site já promoveu mais de 100 sessões mobilizadas, em oito cidades brasileiras.

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