2.2.12

Curso aborda prática do cineclubismo em Belém

Cinema e Cineclubismo. Ainda é possível se inscrever para o curso que inicia no próximo dia 6 de fevereiro, no auditório da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos. Trabalhando recortes programáticos diferentes, seguindo a idéia de investigar a teoria a partir da História do cinema, o curso que será ministrado por Miguel Haoni, da Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema (APJCC), oferece uma oficina de formação na prática cineclubista e dois conteúdos teóricos: o Cinema Clássico de John Ford e o Cinema Moderno de Federico Fellini, além da exibição de dois longas.

De acordo com Miguel Haoni, existe em Belém, uma quantidade significativa de cineclubes em funcionamento com excelente programação, o que torna a cidade, em sua concepção, uma referência para o cineclubismo na América Latina. “É possível hoje assistirmos grandes filmes de graça de segunda a segunda”, diz.

Cineclube Nangetu, Alexandrino Moreira, Pindorama, Clube de Cinema Super 8, Cineclube PET-Física, Cine SESC, Cine CCBEU, Coisas de Cinema, Café com Direitos Humanos, Sessão Cult, Cine Saraiva, Cineclube Pedro Veriano, Cine Guamá , Cineclube Belém-Insular e Cineclube Lumiére são alguns deles. 

A prática arte-educativa, regular, de exibição gratuita de filmes seguida de debate, é uma tradição em Belém. Há mais de 50 anos esta paixão vem sendo passada às novas gerações, destacando-se os pioneiros Acyr Castro, Pedro Veriano, Antônio Munhoz, Luzia Álvares, Alexandrino Moreira e Marco Antonio Moreira, atual presidente da Associação de Críticos de Cinema do Pará (APCCA), e tantos outros que desde a década de 1960, mantém vivo o debate em torno de temas abordados em filmes e a linguagem cinematográfica. 

 Depois de uma fase intensa que vai dos anos 60 aos 80, vemos hoje uma nova explosão cineclubista, não só em Belém, mas em outros municípios paraenses, o que exigiu uma maior organização dos mesmos. Em 2010, com este objetivo foi fundada também a Federação Paraense de Cineclubes - a PARACINE, entidade filiada ao Conselho nacional de Cineclubes.

Cena clássica de "Rastros de Ódio
“Existe um interesse permanente pelo cinema em Belém, e justo pelo aspecto menos prestigiado: a crítica. Produto da militância histórica que a crítica paraense protagonizou. Nesse trajeto, acabei encontrando pessoas apaixonadas pela sétima arte, gente nova com poder de levar o cenário pra outros lugares”, afirma Haoni. 

Miguel já coordenou o CineUepa, o Cinema na Casa (Casa da Linguagem), e o Inovacine (em parceria com a FAPESPA) e há três anos está à frente do Cine CCBEU. “Pretendemos ser um fórum de debates da produção mundial de todos os períodos, privilegiando o cinema americano, que é o foco da minha pesquisa pessoal nos últimos anos”, explica o cineclubista.

Em parceria com várias instituições, além do curso de cineclubismo, o jovem crítico vem realizando também o curso de História, Linguagem e Crítica. “Desde o começo do ano passado já trabalhamos em Belém com o SESC Boulevard, a Caiana Filmes, o Casarão Cultural Floresta Sonora, o Colégio Sucesso, o CCBEU e agora a SDDH. No ano passado esses cursos rolaram também na ONG Cisane, de Nova Iguaçu-RJ e na Faculdade de Artes do Paraná”, diz ele. 

O curso que ele ministrará a partir da próxima segunda-feira, traz aula expositiva, debates, leitura de textos, análise de trechos de filmes e de dois longas, "Rastros de Ódio" e "Fellini 8 e meio". “Acredito que o curso funcione perfeitamente como introdução para iniciantes na apreciação crítica do cinema e como aprofundamento para aqueles que já acompanham essa história. O curso serve não só para formar público para cinema e arte, críticos e cineclubistas, mas também proporciona uma base teórica interessante para futuros realizadores”, conclui. 

Miguel Haoni
As etapas do curso 

Oficina de formação cineclubista – Um passo-a-passo introdutório, os vários meandros da prática cineclubista (projeto pedagógico, programação, divulgação, produção e registro). Esta oficina pretende incentivar os participantes a transformar suas cinefilias numa ação educativa multiplicadora, além de oferecer ferramentas para os iniciados no cineclubismo potencializarem suas atividades. 

Fazendo westerns: O Cinema Clássico em John Ford - Ao mesmo tempo direto e carregado de subtextos, o cinema do americano John Ford é um monumento à complexidade das emoções, aos conflitos essenciais e, sobretudo, ao poder expressivo das imagens. A aparente simplicidade de suas narrativas e personagens esconde um dos mais fascinantes universos poéticos e a parcimônia do estilo é um convite permanente à descoberta do que de mais humano o cinema de gênero produziu. 

Um brinquedo maravilhoso: o Cinema Moderno em Federico Fellini - Transformando seus traumas e obsessões em espetáculos circenses, o italiano Federico Fellini foi um dos maiores autores da história do cinema. Numa radicalização do barroco audiovisual, Fellini fundou suas alegorias nos dilaceramentos da vida. Sua fauna de rostos mudos e cenários histéricos é palco para gigantescas mulheres-bebê e frágeis machos num dos retratos mais perturbadores e sinceros da condição humana.

Serviço 
Curo de Cinema e Cineclubismo, de 6 a 10 de fevereiro, no auditório da SDDH, com investimento de R$ 50,00. No auditório da SDDH (Av. Governador José Malcher, 1381, entre 14 e Generalíssimo), de segunda a sexta, das 14h às 18h. Informações e inscrições pelo fone 8717-9683.

Um comentário:

Carol Magno disse...

Luciana,

Coloque no seu blogspot a ferramenta para "compartilhar" , para que possamos disseminar seus textos nas redes sociais ou mesmo indicarmos os cursos , shows e dicas culturais para os amigos!!!

Abração!!