22.4.14

Solo é mergulho no Marajó de Dalcidio Jurandir

A primeira temporada do espetáculo “Solo de Marajó”, em 2014, será neste final de semana, no Teatro Estação Gasômetro, com apresentações nos dias 25 a 27 de abril, sempre às 20h. Em cena, o ator Cláudio Barros traz à tona algumas das histórias molhadas do escritor Dalcídio Jurandir, contadas no romance Marajó. Entrada franca.

No ano passado, além de Belém, onde ficou em cartaz no Salão das Artes do Museu Histórico do Pará, sediado no Palácio Lauro Sodré, Solo de Marajó pôde ser visto também em Muaná, Soure, Salvaterra, Cachoeira do Arari e Ponta de Pedras, municípios que pertencem ao arquipélago do Marajó, região de origem do escritor, considerado um dos grandes romancistas brasileiros. 

Emocionante (transbordante), o espetáculo, de muita simplicidade, traz Claudio Barros, que narra sozinho oito histórias tiradas do romance Marajó, o segundo livro do escritor. Usando apenas os recursos de corpo e voz sobre o palco vazio, o ator paraense constroi em cena um universo poético para expressar o drama do homem amazônico, refletido de forma tão profunda na extensa obra do autor.

A experiência recente de levar as narrativas de Dalcídio para mostrar ao próprio povo que a inspirou, no Marajó, revelou-se surpreendente para os criadores, pelo nível de identificação que despertou nos espectadores em relação ao espetáculo. Além do público comum, as plateias do Solo em terras marajoaras estiveram repletas de estudantes e professores de literatura, que enriqueciam o debate proposto pelos artistas logo após cada apresentação.

As oito narrativas de Solo de Marajó, escolhidas por ator e diretor em parceria com o dramaturgo Carlos Correia Santos, possuem autonomia dramatúrgica e não procuram dar conta da fábula do romance. 

Juntas, as histórias constroem um panorama da vida no Marajó, ao misturarem, no mesmo universo poético, temas como infância, paixão e saudade, com dramas amazônicos tais como exploração de crianças, violência contra a mulher, adultério e morte.

Durante a criação do espetáculo, o ator utilizou como matéria prima experiências de vida e referências pessoais para compor sua atuação, construindo uma partitura de ações físicas que remete a sua própria memória enquanto narra as histórias contadas no romance por Dalcídio. Solo de Marajó conta, ainda, com assistência de direção de Fátima Nunes, iluminação de Iara Regina de Souza, fotografias de JM Condurú Neto e projeto gráfico de Alan Moraes e Paula Henderson.

Serviço
Espetáculo Solo de Marajó. De 25 a 27 de abril (sexta a domingo), no Teatro Estação Gasômetro, sempre às 20h, com entrada gratuita. Duração 55 minutos. Patrocínio: Sol Informática. Apoio cultural: Centro de Danças Ana Unger, Na Figueredo, Colégio Impacto e Angoletto. 

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