17.8.15

Projeto traz de volta o cinema de arte pra telona

A cada mês, uma obra de diretores como Ingmar Bergman, Federico Fellini, Pier Paolo Pasolini e Werner Herzog entrará em cartaz no Cine Líbero Luxardo do Centur. O projeto "Clássica" chega a Belém a partir da parceria com a FJ Cines e Zeta Filmes, e apoio da Associação de Críticos de Cinema do Pará (ACCPA). A estreia conta com "O Sétimo Selo", de Ingmar Bergman. A partir desta semana, também, a sessão regular do cinema ganha mais um horário, o primeiro às 18h, e em seguida, às 20h.

Não será a primeira vez que o Líbero Luxardo exibirá filmes clássicos, em sua trajetória de quase 30 anos, a serem completados em 2016. Entre 1986 e 1990, o Líbero exibia mostras de filmes desses grandes diretores. 

Na época assistíamos todos, por exemplo, obras dos alemães Fassibibder e Werner Herzog em película, a partir de outras parecerias como da Casa de Estudos Germânicos (UFPA). Mas também de todos os demais diretores que integram o "Clássica". É fácil deduzir que grande parte da formação da turma de cinéfilos de Belém, que está passando dos 40, está nestas mostras, além das sessões do (extinto) Cinearte, na Rua São Pedro, e na FOX Video, claro. Não tínhamos internet pra baixar ou ver filmes.

A diferença de agora, é que alguns destes mesmos filmes voltam em cartaz  em cópias restauradas em digital. De qualquer maneira vale muito. Nestas obras encontramos verdadeira aulas pra quem curte e estuda cinema.

A Doce Vida, de Fellini - em setembro
O projeto Clássica foi lançado em junho, no Rio de Janeiro, e inclui sessões em 10 cidades do país. 

Além de Belém e do Rio, estão inseridas também sessões em São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Salvador, Porto Alegre, João Pessoa e Santos. Chegou a Belém, depois que a Fundação Cultural do Pará (FCP) inaugurou, no ultimo dia 12, seu novo projetor digital, o primeiro do circuito alternativo de cinema de Belém, um equipamento – modelo DP2K-20C, da marca BARCO.

Mas isso não quer dizer que não se possa mais ver filmes em película. De acordo com a fundação, o projetor digital será usado ao lado do antigo projetor, para manter possível também a exibição de filmes em película.  o segundo filme do Clássica será "A Doce Vida", de Federico Fellini, com estreia no dia 02 de setembro. 

Dois filmes na exibição regular do Líbero

O Sétimo Selo, em cópia digital, na tela do cinema
Na semana, passada, o projetor digital do Líbero Luxardo começou a funcionar, exibindo“Últimas Conversas”, de Eduardo Coutinho, que vai continuar em cartaz, às 18h, nas duas próximas semanas, de 19 a 23 e de 26 a 30 de agosto, períodos da sessão Clássica, que ganha o horário das 20h. “A sessão regular passa a ter duas exibições por dia, de dois títulos diferentes, uma às 18h e a outra às 20h, o que favorecerá bastante o público que só tem o período da noite pra curtir um cinema de qualidade”, diz Paulo Barreto, gerente do Cine Líbero Luxardo.

“O Sétimo Selo” (1956) tem direção do sueco Ingmar Bergman, diretor também de outros filmes inesquecíveis como “Morangos Silvestres” (1957) e “Cenas de um Casamento” (1973) . Vencedor do prêmio do Júri no Festival de Cannes de 1957, é o filme mais icônico do cineasta, agrupando todas as características que o tornaram célebre. O 17º (de um total de cerca de 40) longa-metragem de Bergman foi totalmente restaurado e convertido para o DCP, padrão digital de alta definição – mantendo seu formato original concebido pelo mestre sueco.

"O Sétimo Selo" mostra o cavaleiro Antonius Block, que ao retorna das Cruzadas para uma Suécia devastada pela peste negra e pela Inquisição, encontra a morte, que o desafia para uma partida de xadrez. A obra de Ingmar Bergman, um dos maiores gênios do cinema mundial e o grande nome do cinema escandinavo, traz entre suas principais marcas autorais os questionamentos profundos sobre a fé e a existência de Deus, dramas com fortes raízes nas teorias da psicanálise, e a utilização dos mesmos atores em diferentes obras. 

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