Nascida em Belém, no Estado do Pará, Sônia Nascimento cresceu com a alma alimentada à base de muita música. Desde a infância sempre acompanhada de seu pai ouvia MPB, samba, chorinho e muito rock’nroll, este espírito musical a acompanhou vida afora. Por isso, pode ir ao show e comprar o disco, sem medo.
Em "Invento", Sonia Nascimento gravou queridos amigos, vasculhou o baú. Foi buscar a primeira composição e um rock do Solano Star, que marcou época em certa cena rock na Belém do final dos anos 80. Tá tudo lá, a ver com ela, inclusive composições próprias que entraram no repertório.
“O CD foi construído de forma conceitual, por uma opção. As músicas foram ordenadas de forma que a minha história de amor com o canto e a música fosse narrada. A sonoridade lembra o 'Jardim Elétrico' e 'Florbella Spanka', meio tropicalista, meio roqueira dos anos 70, meio MPB eletrificada. Foram feitas emulações de sons de gravadores de fita, e em alguns momentos serão ouvidos pequenos chiados, não é falha de técnica, é proposital, faz parte do conceito do trabalho”, explica Sonia.

"A escolha foi feita a partir do conceito do disco que era falar de diversas formas de amar. Decidimos então que meu lado compositora precisava ser apresentado ao público e escolhemos para o repertório 4 composições minhas, uma com o próprio Renato Torres e 3 com o Allan Carvalho e fomos a luta”, diz.
Sonia gravou a balada “Meu amor brigou comigo”, da banda Solano Star, que por acaso depois de décadas se reuniu novamente em Belém, fazendo uma apresentação na Discosaoleo, no início de 2015. Sonia, aliás, estava lá, e a cantou levando o público emocionado à total loucura. O rock está em sua veia.
“Tem estes shows, mas estamos abertos a convites. Quero lançar o disco também em teatro, mas para isso vou precisar de patrocínio”, reflete a cantora, ‘ops’, a produtora (risos).
"Um tempo que não vi passar"
Ao comentar sobre estes mais de 25 anos para o CD sair, Sonia me diz que nem viu o tempo passar. “Confesso que nem percebi”. Em dez anos afastada dos palcos, ela casou, teve um filho, hoje, com 17 anos, e morou quase cinco anos no Rio de Janeiro.
Ao comentar sobre estes mais de 25 anos para o CD sair, Sonia me diz que nem viu o tempo passar. “Confesso que nem percebi”. Em dez anos afastada dos palcos, ela casou, teve um filho, hoje, com 17 anos, e morou quase cinco anos no Rio de Janeiro.
“Tentei cantar por lá, conhecer pessoas voltadas à música, mas a realidade é muito diferente da nossa. Lá há uma maior valorização dos músicos em termos de condições de trabalho e cachês. Eu não tinha grana para meter a cara, então conheci através do filho do Guto Goffi (baterista do Barão Vermelho) a Clarice Prietto que foi minha professora de canto por um bom tempo por lá. Estava iniciando um trabalho com o Rubens Cardoso que é violinista e compositor quando voltei para Belém”, conta.

“Eles me incentivaram a escrever um projeto de show em um edital de música da Secult”, conta Sonia referindo ao Edital Prêmio Secult de Música (2009). “Foram seis projetos escolhidos. O meu ficou em 7º lugar. Mas meses depois fui informada que alguém havia sido desclassificado e eu entrei”, diz.
O retorno em 2010 - "Invento", o show, estreou no Espaço Reator, de Nando Lima, cenógrafo e vídeo artista, que também integra a rede de amigos que torcem e apostam no talento dela. Foram três noites lá e mais uma no Teatro Margarida Schivasappa. Marcaram o retorno de Sonia à música. Muita gente comemorou, mas ela disfarça.
Era um show acústico, pés no chão, violão, baixo, bandolim e percussão, foi lindo, quem viu, viu, mas a Sônia ainda não estava totalmente pronta”, é o que ela diz.
A partir daí e com tanto incentivo de amigos, fortalecida pela concretização da montagem do show “Invento”, ela não parou mais de escrever seus projetos. Conseguiu patrocínio pro CD, contemplado pelo Edital do Banco da Amazônia 2013/2014. E não pára por aí.
“Dentro de todo este desenrolar da produção e gravação do Invento ainda passei em Museologia na UFPA. Hoje trabalho em dois projetos de extensão da UFPA, escrevo os meus projetos em todos os editais possíveis, escrevo as minhas músicas em festivais, sou mãe, esposa e ainda estou fazendo a produção do show de lançamento do CD”.
Enquanto cumpre os lançamentos de “Invento” em Belém, a cantora não deixa a produtora de lado e avisa. “Já tenho uma carta da Semear aprovada de um novo CD com circulação em algumas cidades do Pará e do Sudeste. Agora encontrar um patrocinador é que é a missão impossível. Vou continuar sonhando, batalhando e escrevendo os meus projetos”, finaliza ela, para a seguir comentar as faixas do disco, iniciando pelas composições dela em parceria com Allan Carvalho (Quaderna) e Renato Torres (Clepsidra).
"Invento" comentado, by Sonia Nacimento
- Cantiga (Allan Carvalho e Sonia Nascimento) - foi à primeira canção. Já participou de festivais e teve vários arranjos, rsrsrsrs, daria até para fazer um EP só dela. A intensão era fazer uma cantiga de roda de amor, com uma letra curta e repetitiva e o Allan captou a ideia, fez uma melodia onde se vai subindo os tons. É uma canção amada pelas pessoas.
- Aquele amor (Allan Carvalho e Sonia Nascimento) - Fala diretamente do sonho de cantar e que ficou guardado, envelopado, no sul de um coração e que aquele amor caiu”
- Nu Muro (Allan Carvalho e Sonia Nascimento) – A mensagem é direta. Não estava me sentido parte de um espaço que havia conquistado no passado, mas digo que vou seguir a trilha em busca do futuro que ainda é obscuro, escuro”.
- Viver de Brisa (Renato Torres e Sonia Nascimento) - Abre o disco, minha primeira composição com o Renato Torres. É a narrativa de sonhos dos quais ninguém deve desistir se não a vida nunca será completa, vai sempre estar faltando um pedaço.
- “Meu amor brigou comigo” (Claudio Coimbra e Clemente Schwartz) - Já havíamos gravado em uma tentativa de volta da Florbella Spanka que não vingou, mas numa versão bem pesada. Agora ela está bem leve, engraçada. Mas adoro a versão original do Solano Star.
- “Cambraia” (Alex D’Castro) - Ouvi esta música logo quando foi lançado o EP Cinema Ór de A República Imperial, me apaixonei pela canção. Quando diz “venho levando, vivendo a relevar. Problema todo mundo tem, mas quem tem algo a ver com isso”, é tudo.
- “Nada vai voltar assim” (Luizan Pinheiro) - Conheci o Luizan quando estava no Rio através do Renato Torres, ele foi me mostrando muitas composições, uma melhor que a outra. Mas “ Nada vai voltar assim” me acompanhou e super me emociona. Fala de amor puro, real.
- “Até tudo explodir” (Silvinha Tavares e Daniel Bastos) - Daniel me mandou várias músicas, mas quando ouvi “Até tudo Explodir”, me encantei, sentir potencial.
- “Tempo Invertido” (Renato Torres e Paulo Vieira) - A primeira vez que ouvi “Tempo Invertido” foi em um show da Luê. Um dia fui até do soudcloud do Renato e lá estava a música gravada por ele. Perguntei se poderia gravá-la e na hora ele a liberou. Adoro quando diz: “ E ainda vem me dizer não houve tempo perdido. Tem razão, pois pra você o tempo foi invertido. Outra vez minha cara à tapa...”
- “Algum Mar” (Edir Gaya e Renato Torres) - “Algum mar” única música inédita naquele show “Invento” que fiz no Reator. Letra que diz tudo: “ Porque cantar? pra ficar perto de certo intuito. Ser muito, e tudo, e nada mais desperdiçar. Juntar o que despedaçar... ter o desenho precioso do que sou. Ousar ouvir na minha voz, Algo mais do que palavras vãs...”. Edir Gaya assina a apresentação do CD.
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A cantora, ao vivo, no dia 11
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Ficha Técnica
A capa e fotos do encarte são de Walda Marques, com projeto gráfico de Elizio Eluan Jr. e Floriano Neto (Latina Comunicadores). O disco, que sai pelo selo Na Music, com apoio da Discoaoleo, Guamundo Home Studio e Latina Comunicadores, com patrocínio do Banco da Amazônia, traz principalmente um conteúdo musical que promete causar nas apresentações ao vivo.
A distribuição de “Invento” é feita pelo selo Na Music, nas livrarias Saraiva, Cultura e FNAC, em São Paulo e Rio. Em Belém, pode ser encontrado nas lojas Na Figueredo e na Discosaoleo. Nas mídias digitais já tem como baixar pelo Itunes e Spotify. “E na minha página no Soundcloud também”, acrescenta.
A capa e fotos do encarte são de Walda Marques, com projeto gráfico de Elizio Eluan Jr. e Floriano Neto (Latina Comunicadores). O disco, que sai pelo selo Na Music, com apoio da Discoaoleo, Guamundo Home Studio e Latina Comunicadores, com patrocínio do Banco da Amazônia, traz principalmente um conteúdo musical que promete causar nas apresentações ao vivo.
A distribuição de “Invento” é feita pelo selo Na Music, nas livrarias Saraiva, Cultura e FNAC, em São Paulo e Rio. Em Belém, pode ser encontrado nas lojas Na Figueredo e na Discosaoleo. Nas mídias digitais já tem como baixar pelo Itunes e Spotify. “E na minha página no Soundcloud também”, acrescenta.
“Invento” foi gravado em Belém entre 2014 e 2015, no Guamundo Home Studio, onde Renato Torres fez a direção musical, arranjos, gravações, mixagens, e Rodrigo Ferreira a masterização. Renato Torres também fez guitarras, violões aço, nylon e 12 cordas, ukulele, clave e vocais, Rubens Stanislaw o baixo, JP Cavalcante a percuteria (mistura de bateria e percussão) e Rodrigo Ferreira os teclados.
No estúdio também conta com as participações especiais de Diego Xavier, que colocou seu belíssimo bandolim em “Cantiga” e “Algum Mar”, Elizio Eluan, ex-integrante das Bandas Jardim Elétrico e Florbella Spanka, deixa sua marca nos teclados em “Nada vai voltar assim”, e Allan Carvalho traz sua voz fazendo um duo com Sônia Nascimento em “Nu Muro”.
No estúdio também conta com as participações especiais de Diego Xavier, que colocou seu belíssimo bandolim em “Cantiga” e “Algum Mar”, Elizio Eluan, ex-integrante das Bandas Jardim Elétrico e Florbella Spanka, deixa sua marca nos teclados em “Nada vai voltar assim”, e Allan Carvalho traz sua voz fazendo um duo com Sônia Nascimento em “Nu Muro”.
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