Uma experiência de música e responsabilidades estéticas e sociais, fundamentadas na convivência com Mestre Nego Ray, Mestra Nazaré do Ó e Mestre Lourival Igarapé, todos de Icoaraci, território fértil do carimbó de raiz. Trazendo um diálogo entre gerações, “A Bença”, da banda Lauvaite Penoso, ganha lançamento virtual na próxima quarta-feira, 9, pela redes sociais do grupo.
O EP traz seis músicas, duas de cada compositor. Faz um passeio pelo tradicional, com o tempero do grupo, cuja musicalidade bebe na fonte do carimbó, mas também passa pela vivência musical de cada integrante. Pense em diversidade.
Só que além do registro e da experimentação sonora entre eles e os mestres, o projeto também propõe um aprofundamento nas discussões em torno dos mestres e mestras da cultura popular x políticas de salvaguarda de seus saberes.
Nego Ray, à exemplo, é fundador do Espaço Cultural Coisas de Negro, que mantem uma roda de carimbó aos domingos, isso há quase 20 anos. Mestra Nazaré do Ó é fundadora do Águia Negra, e Mestre Lourival Igarapé, Artesão, Músico e Compositor de Carimbó.
“A Bença foi aprovado pelo Edital de Produção e Difusão da Fundação Cultural do Pará. Foi escrito a partir de uma inquietação que passou a coexistir no Lauvaite Penoso. Grande parte do grupo vem do Coisas de Negro, e aprendeu a tocar curimbó com Nego Ray. E convive com ele, Nazaré do Ó e Lourival, professores dessa escola viva.
“Em 2015, nos apresentamos no Rio, em Brasília e Maranhão. E aí rolou uma grana e pensamos nos nossos mestres que muitas vezes passam por dificuldades. Percebemos que havia algo errado. O pessoal que ensinou a gente a tocar está aí à míngua!”, conta Vitor Gonçalves, baixista do grupo e um dos produtores do EP.
A partir daí Vitor diz que iniciaram os questionamentos e a revisão artística do grupo, que resolveu então voltar às origens e revisitar os mestres.
“Depois que o carimbó foi registrado como patrimônio cultural imaterial, em 2014, iniciaram as políticas de salvaguarda, a maioria vem por meio de edital. Nos perguntamos sobre esses meios das políticas públicas, o processo burocráticos dos editais, dos quais muitas vezes esses mestres ficam de fora. Então pensamos o que nós, enquanto artistas e produtores culturais, e que tá inserido neste circuito pode aproximar esses mestres”, diz Vitor Gonçalves, contrabaixista da banda, produtor do EP.
Após o lançamento virtual, dia 9, a expectativa é de que o disco físico chegue e possa ser lançado no próximo show, já agendado, para o dia 20 de agosto, no Espaço Cutural Apoena. Vão chegar 1.000 cópias, que serão distribuídas em quatro partes, 250 para cada mestre e 250 pra banda. “Vamos torcer. Estamos com uma formação mais enxuta e queremos lançar um disco nosso, com inéditas, ainda este ano”, finaliza.
Lauvaite Penoso
Lauvaite Penoso
- Rodrigo Ethnos: Vocal e Percussão
- Diogo Craveiro: Guitarra
- Johnny Craveiro: Violão e Banjo
- Vitor Gonçalves: Baixo
- Gley Mureta: Percussão e Efeitos
- Junior Dusik: Bateria
- Mestre Nego Ray: voz e percussão
- Mestra Nazaré do Ó: voz
- Mestre Lourival Igarapé: voz, maraca e triângulo
- Diogo Craveiro: banjo, coro e guitarra
- Emanuel dos Santos: Bateria
- Gabriela Maurity: coro/voz
- Gleidson Carrera: Maraca, percussão e efeitos
- Johnny Craveiro: Violão
- Rodrigo Ethnos: percussão e coro
- Thiago Marinho: Percussão
- Vitor Gonçalves: baixo
- Produção Executiva: Lorena Alves Mendes e Vitor Gonçalves
- Produção e Direção Musical: Emanuel dos Santos de Jesus Junior e Diogo Jorge Brito Craveiro
- Parceiros: Jungle Studio e Na Music
- Técnico de estúdio, mixagem e edição: Paulo Rosa
- Masterização: Homero Lotito/Referente Mastering Studio
- Participações especiais: Marcos Cardoso(Puff)- clarinete, Nação Ogan (Tamara Souza, Carlos Almeida e Luis Wilker Junior).
- Ilustração e Projeto Gráfico: Filipe Almeida/Estúdio Dumundo
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